Crotalus lepidus é uma espécie de víbora venenosa que pode ser encontrada no sudoeste dos Estados Unidos e na zona norte do México central. São reconhecidas actualmente quatro sub-espécies, incluindo a sub-espécie nominal aqui descrita.[3]

Crotalus lepidus
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Serpentes
Família: Viperidae
Gênero: Crotalus
Espécies:
C. lepidus
Nome binomial
Crotalus lepidus
(Kennicott, 1861)
Sinónimos
  • Caudisona lepida Kennicott, 1861
  • A[ploaspis]. lepidaCope, 1867
  • Crotalus lepidus – Cope, 1883
  • Crotalus [tigris var.] palmeri Garman, 1887
  • Crotalus palmeriGünther, 1895
  • Crotalus lepidusBoulenger, 1896
  • Crotalus lepidus lepidusGloyd, 1936[2]
Nomes-comuns: cascavel-das-pedras, cascavel-verde, cascavel-azul, mais

Descrição

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C. lepidus

Esta pequena espécie raramente excede os 82 cm de comprimento. Tem cabeça grande e arredondada, e um corpo relativamente pesado para o seu tamanho, e olhos com pupilas verticais. Como outras cascaveis, tem um cascavel na cauda, o qual está composto de queratina. No entanto, o cascavel é frágil e pode quebrar-se, e a frequência de muda pode variar. Assim, a idade da serpente não pode ser determinada pelo número de segmentos ou pelo comprimento do cascavel.

O padrão de coloração varia muito, mas de um modo geral reflecte a cor da rocha no ambiente natural da serpente. Espécimes encontrados em zonas em que predomina o calcário tendem a ser de cor cinzento-claro, com faixas de cinzento mais escuro. Espécimes encontrados a maiores altitudes têm coloração mais escura. Os espécimes da cascavel-das-pedras-manchada (C. l. lepidus) da região das Montanhas Davis exibem frequentemente uma coloração mais rosada, com manchas de cinzento-escuro em lugar das faixas distintivas.[1] A cascavel-das-pedras-bandada (C. l. klauberi) recebe o seu nome devido as suas faixas distintivas, frequentemente com muito poucas manchas.

Nomes-comuns

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Entre os seus nomes comuns incluem-se: cascavel-azul, cascavel-das-pedras-oriental, cascavel-verde, pequena-cascavel-verde, cascavel-rosa, cascavel-das-pedras, cascavel-das-pedras-do-texas e cascavel-branca.[4]

Distribuição geográfica

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Esta serpente pode ser encontrada no sudoeste dos Estados Unidos (Arizona, sul do Novo México, e sudoeste do Texas) e no norte do México central. A localidade-tipo indicada é "Presidio del Norte e Eagle Pass" (Texas, Estados Unidos). H.M. Smith e Taylor (1950) emendaram a localidade-tipo para "Presidio (del Norte), Condado de Presidio, Texas".[2]

Estatuto de conservação

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Esta espécie é classificada como Pouco Preocupante de acordo com a Lista Vermelha da IUCN de Espécies Ameaçadas. (v3.1, 2001).[1] Uma espécie é classificada como tal devido à sua ampla distribuição, presumível grande população, ou porque é pouco provável que esteja em declínio suficientemente rápido para poder ser considerada a sua classificação numa categoria que indique uma ameaça maior à sua existência. A tendência populacional era estável queando foi avaliada em 2006.[5]

Contudo, é considerada uma espécie ameaçada no Novo México, embora não seja protegida no Texas. O seu habitat é na sua maioria inacessível, e actualmente não ameaçado pelo desenvolvimento humano, embora esteja tornando-se gradualmente mais e mais fragmentado.

Comportamento

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Geralmente, estas serpentes não são agressivas. Tendem a depender bastante da sua camuflagem, e muitas das vezes não atacam nem fazem soar os seus cascaveis a menos que sejam fisicamente ameaçadas. Passam a maior parte das suas vidas em afloramentos e taludes rochosos, dos quais recebem o seu nome-comum. Escavações de estradas são muitas vezes um local favorito. Têm hábitos predominantemente nocturnos. A maioria das pessoas que são mordidas pela cascavel-das-pedras são-no durante caminhadas em zonas pedregosas, onde vivem as serpentes. Se alguém as pisa ou toca acidentalmente, a primeira reacção da serpente é morder.

Alimentação

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A sua dieta consiste de pequenos mamíferos, lagartos, e por vezes sapos. São frequentemente mais activas com baixas temperaturas que outras espécies de cascavel.

 
C. l. lepidus

Cativeiro

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Duas sub-espécies, C. l. lepidus e C. l. klauberi, são frequentemente encontradas no mercado de animais exóticos, e estão bem representadas em parques zoológicos de todo o mundo. São bastante procuradas devido à sua grande variedade de potenciais colorações e à sua natureza tipicamente dócil. A maioria dos animais disponíveis são capturados no seu ambiente natural; a reprodução em cativeiro, apesar de não ser inaudita, não é comum. As duas sub-espécies encontradas apenas no México não são frequentemente encontradas em cativeiro fora desse país.

Reprodução

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Estas serpentes são ovovivíparas. Reproduzem-se uma vez por ano, durante a primavera, e dão à luz seis a oito crias cerca de quatro meses mais tarde. De um modo geral os juvenis parecem versões miniaturizadas dos progenitores e atingem a maturidade depois de pelo menos três anos.

Veneno

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O seu veneno é primariamente hemotóxico, mas sabe-se que possui também importantes efeitos neurotóxicos. Embora não seja específico, o antiveneno polivalente CroFab é geralmente usado para tratar casos de envenenamentos mais sérios.

Sub-espécies

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Sub-espécie Autor Nome-comum Distribuição geográfica
C. l. klauberi Gloyd, 1936 cascavel-das-pedras-bandada Arizona, Novo México, Texas, México (sul de Jalisco)
C. l. lepidus Kennicott, 1861 cascavel-das pedras-manchada Novo México, Texas, México (Chihuahua)
C. l. maculosus W. Tanner, Dixon & Harris, 1972 Cascavel-das-pedras-de-durango México (Durango, Sinaloa, Nayarit, Jalisco)
C. l. morulus Klauber, 1952 cascavel-das-pedras-de-tamaulipas México (Sierra Madre Oriental)

Uma revisão recente[6] mostra que a cascavel-das-pedras-de-tamaulipas parece ser uma espécie separada, Crotalus morulus

Ver também

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Referências

  1. a b Hammerson, G.A.; Frost, D.R.; Santos-Barrera, G. (2007). «Crotalus lepidus». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2007: e.T64321A12767398. doi:10.2305/IUCN.UK.2007.RLTS.T64321A12767398.en . Consultado em 13 de novembro de 2021 
  2. a b McDiarmid RW, Campbell JA, Touré T. 1999. Snake Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference, vol. 1. Herpetologists' League. 511 pp. ISBN 1-893777-00-6 (series). ISBN 1-893777-01-4 (volume).
  3. «Crotalus lepidus» (em inglês). ITIS (www.itis.gov). Consultado em 15 de maio de 2007 
  4. Wright AH, Wright AA. 1957. Handbook of Snakes. Comstock Publishing Associates. (7th printing, 1985). 1105 pp. ISBN 0-8014-0463-0.
  5. «2001 IUCN Red List Categories and Criteria version 3.1». IUCN Red List. Consultado em 13 de setembro de 2007 
  6. Bryson Jr., R. W., C. W. Linkem, M. E. Dorcas, A. Lathrop, J. M. Jones, J. Alvarado-Díaz, C. I. Grünwald, and R. W. Murphy. 2014. Multilocus species delimitation in the Crotalus triseriatus species group (Serpentes: Viperidae: Crotalinae), with the description of two new species. Zootaxa 3826: 475–496

Leitura adicional

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  • Kennicott, R. 1861. On three new forms of Rattlesnakes. Proc. Acad. Nat. Sci. Philadelphia 13: 205-208. (Caudisona lepida, p. 206.)

Ligações externas

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