Desastre rodoviário de Tunes

O Desastre rodoviário de Tunes foi um acidente ocorrido em 8 de Abril de 1989, nas imediações da localidade de Tunes, na região do Algarve, em Portugal.

Acidente editar

O acidente ocorreu por volta das 2:30 da madrugada do dia 8 de Abril de 1989,[1] quando rebentou um dos pneus traseiros de um autocarro, levando à perda do controlo por parte do motorista, tendo o veículo saído da estrada e caído para uma ribanceira, capotando de seguida.[2] O desastre sucedeu perto de Tunes, no lanço entre Ferreiras e São Bartolomeu de Messines, que então era considerado como parte do Itinerário Principal 1.[3] O veículo tinha saído cerca de meia-hora antes de Portimão, e dirigia-se para a cidade do Porto, transportando 46 adeptos do clube de futebol Portimonense, alguns deles acompanhados pelas suas esposas, que iam assistir a um jogo contra o Boavista.[3] O desastre provocou treze vítimas mortais e 22[1] a 35 feridos, alguns deles em estado grave.[2] Doze pessoas morreram no local, e uma faleceu de ataque cardíaco quando estava a ser transportado para o Hospital de Portimão.[3] O veículo em causa tinha cinco anos, e pertencia à operadora Rodoviária Nacional.[3] O socorro foi prestado por várias corporações de bombeiros da região.[2]

Investigação e funerais editar

O Ministério dos Transportes e Comunicações abriu um inquérito, cujos resultados preliminares apontaram a culpa ao motorista, por não terem sido encontradas «causas para atribuir a ocorrência do acidente às condições da via ou do veículo».[3] Com efeito, aquele lanço tinha sido inaugurado apenas cerca de dois anos antes, em 1987, tendo o acidente ocorrido «numa recta a seguir a uma curva pouco acentuada», de características geométricas comuns no território europeu.[3] O inquérito adiantou também que «as condições climatéricas eram boas, não havendo nevoeiro nem trânsito nos dois sentidos», e que «que não foram detectadas anomalias» no veículo, «exceptuando as que resultaram do acidente».[3] Apurou-se também que no momento em que se despistou, circulava a uma velocidade de 80 a 90 Km/h.[3]

Este desastre causou uma grande consternação em Portimão, onde as vítimas mortais eram bem conhecidas.[1] As cerimónias fúnebres estiveram entre as maiores realizadas na cidade, tendo contado com a participação de várias personalidades da política e associações locais, principalmente ligados ao Portimonente Sporting Clube.[2] A Câmara Municipal declarou um dia de luto municipal, com as bandeiras a meia-haste, e a Associação Comercial encerrou os seus estabelecimentos na tarde desse dia.[2] Além da Igreja de Portimão, nesse dia também se fizeram alguns funerais na Igreja de Albufeira.[2] Doze das vítimas mortais foram enterradas no Cemitério de Portimão, enquanto que Florbela Calisto foi para a sua terra natal, em Évora.[1]

Referências

  1. a b c d «Uma tragédia Portimonense com vinte anos». Barlavento. 8 de Abril de 2009. Consultado em 11 de Fevereiro de 2023 
  2. a b c d e f «O dia mais triste da vida do clube». História do Portimonense. Portimonense Sporting Clube. Consultado em 11 de Fevereiro de 2023 
  3. a b c d e f g h «Mortos do desastre de Tunes foram a enterrar: Inquérito preliminar atribui todas as culpas ao motorista». Diário de Lisboa. Ano 68 (22938). Lisboa. 11 de Abril de 1989. p. 8. Consultado em 11 de Fevereiro de 2023 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares 


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