Desembarque em Playa Caracoles

O desembarque em Playa Caracoles foi uma operação liderada pelo soldado e político dominicano Francisco Caamaño que ocorreu na noite de 2 de fevereiro de 1973 e cujo objetivo era iniciar uma frente de guerrilha contra o governo de Joaquín Balaguer na República Dominicana. Depois de se deslocar para a cordilheira central do país, o grupo de guerrilheiros foi gradualmente dizimado pelas forças militares. Em 16 de fevereiro, Caamaño e alguns de seus companheiros foram capturados e executados sumariamente.

Antecedentes editar

O Coronel Francisco Alberto Caamaño atuou como líder na Guerra Civil Dominicana de 1965 cujo objetivo era devolver o presidente Juan Bosch ao poder, deposto em um golpe de Estado em 25 de setembro de 1963. Em 28 de abril de 1965 liderou a oposição à invasão militar dos Estados Unidos e mais tarde ocupou a presidência da República Dominicana entre 3 de maio e 3 de setembro.[1]

Desapareceu em 23 de outubro de 1967 enquanto servia como adido militar em Londres, depois de visitar o coronel Lachapelle Díaz, adido militar da embaixada dominicana em Haia, Países Baixos, e não retornar. Caamaño viajou a Cuba para treinar e planejar desembarcar na República Dominicana com um grupo guerrilheiro que buscava derrubar o governo de Joaquín Balaguer.[1]

Desembarque editar

Na noite de 2 de fevereiro de 1973, Caamaño desembarcou da pequena embarcação Black Jak em Playa Caracoles, na baía de Ocoa da província de Azua, proveniente de Cuba e comandando oito guerrilheiros com o objetivo de iniciar uma frente de guerrilha contra o governo de Balaguer.[1][2]

Antes de ser detectado pelas autoridades, o grupo enfrentou situações inesperadas, incluindo a perda de equipamentos e suprimentos, além do extravio de um dos integrantes do grupo, Toribio Peña Jáquez, que conseguiu chegar à capital, Santo Domingo, e contatar algumas pessoas relacionadas a Caamaño. A coluna foi reduzida a oito homens e avançou para a cordilheira central do país. Iniciaram manobras defensivas após serem detectados pelas autoridades militares; um de seus principais problemas para se consolidar foi a falta de alimentos.[2]

Após alguns combates no qual seriam gradualmente dizimados, em 16 de fevereiro, Caamaño e alguns de seus companheiros foram capturados e executados sumariamente por ordem do presidente Balaguer.[2] No mesmo dia, o secretário de Estado das Forças Armadas, contra-almirante Ramón Emilio Jiménez; o major-general Enríquez Pérez y Pérez e o brigadeiro Juan René Beauchamps Javier anunciaram a morte do coronel Caamaño e mostraram seu corpo a um pequeno grupo de jornalistas.[1][3]

Dois dos guerrilheiros sobreviveram, Hamlet Hermann e Claudio Caamaño. O primeiro foi capturado e apresentado à imprensa, enquanto o segundo conseguiu escapar da perseguição, chegar a Santo Domingo e refugiar-se na embaixada mexicana. Entre 4 e 8 de junho de 1973, Claudio Caamaño ofereceu os detalhes da expedição em entrevista concedida na Cidade do México ao jornalista Juan Bolívar Díaz e publicada no periódico “Última Hora”.[2]

Notas editar

Referências

  1. a b c d «A 46 años del desembarco liderado por Caamaño en Playas Caracoles que procuraba derribar el gobierno de Balaguer». Aplatanao News. Consultado em 27 de julho de 2021 
  2. a b c d «La guerrilla de Playa Caracoles de 1973 contada por Claudio Caamaño Grullón (1)». Acento (em espanhol). Consultado em 27 de julho de 2021 
  3. «Un día como hoy fue el desembarco del coronel Caamaño por Playa Caracoles». El Día. 3 de fevereiro de 2016. Consultado em 27 de julho de 2021