Encefalopatia hepática
Encefalopatia hepática | |
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Fotografia ao microscópio de astrócitos de Alzheimer do tipo II observados em casos de encefalopatia hepática | |
Sinónimos | Encefalopatia portossistémica, coma hepático[1] |
Especialidade | Gastroenterologia |
Sintomas | Alterações no nível de consciência, alterações de humor, alterações de personalidade, problemas ao nível do movimento[2] |
Tipos | Aguda, recorrente, persistente[3] |
Causas | Insuficiência hepática[2] |
Fatores de risco | Infeções, hemorragia gastrointestinal, obstipação, distúrbios eletrolíticos, alguns medicamentos[4] |
Método de diagnóstico | Descartar outras possíveis causas, níveis de amónia no sangue, electroencefalograma, TAC[2][3] |
Condições semelhantes | Síndrome de Wernicke-Korsakoff, delirium tremens, hipoglicemia, hematoma subdural, hiponatremia[1] |
Tratamento | Cuidados de apoio, tratamento dos fatores desencadeantes, lactulose, transplante de fígado[1][3] |
Prognóstico | Esperança de vida inferior a um ano em casos graves[1] |
Frequência | Afeta >40% de pessoas com cirrose[5] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | K72 |
CID-9 | 572.2 |
MedlinePlus | 000302 |
eMedicine | 186101, 182208 |
MeSH | D006501 |
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Encefalopatia hepática é uma alteração do estado de consciência resultante de insuficiência hepática.[2] A doença pode ser de início gradual ou súbito.[2] Entre outros sintomas estão problemas ao nível do movimento, alterações de humor ou alterações de personalidade.[2] Nos estádios mais avançados pode resultar em coma.[3]
A encefalopatia hepática pode ocorrer em pessoas com doença hepática aguda ou crónica.[3] Os episódios podem ser espoletados por infeções, hemorragias gastrointestinais, obstipação, distúrbios eletrolíticos ou determinados medicamentos.[4] Acredita-se que o mecanismo subjacente envolva a acumulação de amónia no sangue, uma substância que em condições normais é filtrada pelo fígado.[2] O diagnóstico é geralmente feito após descartar outras potenciais causas[2] e pode ser apoiado pela medição dos níveis de amónia no sangue, electroencefalograma e TAC.[3]
Com tratamento adequado, a doença pode ser reversível.[1] O tratamento geralmente consistem em cuidados de apoio e na resolução dos fatores que desencadeiam os episódios.[3] Os níveis elevados de amónia no sangue são geralmente tratados com lactulose.[1] Entre outras potenciais opções estão alguns antibióticos e probióticos.[1] Em casos graves, um transplante de fígado pode melhorar o prognóstico.[1]
Mais de 40% das pessoas com cirrose desenvolvem encefalopatia hepática.[5] Mais de metade das pessoas com cirrose e encefalopatia hepática vivem menos de um ano após o diagnóstico.[1] Em pessoas sujeitas a um transplante de fígado, o risco de morte nos cinco anos seguintes é inferior a 30%.[1] A condição foi descrita pela primeira vez em 1860.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k Wijdicks, EF (27 de outubro de 2016). «Hepatic Encephalopathy.». The New England Journal of Medicine. 375 (17): 1660–1670. PMID 27783916. doi:10.1056/NEJMra1600561
- ↑ a b c d e f g h «Hepatic encephalopathy». GARD (em inglês). 2016. Consultado em 30 de julho de 2017. Cópia arquivada em 5 de julho de 2017
- ↑ a b c d e f g Cash WJ, McConville P, McDermott E, McCormick PA, Callender ME, McDougall NI (janeiro de 2010). «Current concepts in the assessment and treatment of hepatic encephalopathy». QJM. 103 (1): 9–16. PMID 19903725. doi:10.1093/qjmed/hcp152
- ↑ a b Starr, SP; Raines, D (15 de dezembro de 2011). «Cirrhosis: diagnosis, management, and prevention.». American Family Physician. 84 (12): 1353–9. PMID 22230269
- ↑ a b Ferri, Fred F. (2017). Ferri's Clinical Advisor 2018 E-Book: 5 Books in 1 (em inglês). [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 577. ISBN 9780323529570. Cópia arquivada em 30 de julho de 2017
Ligações externasEditar
- Encefalopatia portossistémica no Manual Merck