Eraldo Daniel de Paiva (São Gonçalo do Amarante (Rio Grande do Norte), Rio Grande do Norte, 8 de janeiro de 1977), também conhecido como Eraldo Paiva é um político brasileiro, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). Atualmente exerce o cargo de prefeito de São Gonçalo do Amarante.[1] Casado com Heide Bezerra e pai de dois filhos, é descendente de pais agricultores, Teodósio Henrique de Paiva e Maria Ester de Paiva, Eraldo é o filho mais novo de uma família de 10 irmãos.

Eraldo Paiva
Eraldo Paiva
20.º Prefeito de São Gonçalo do Amarante
Período 10 de maio de 2022
até a atualidade
Vice-prefeito Nenhum
Antecessor(a) Paulo Emídio de Medeiros
18.º Vice-prefeito de São Gonçalo do Amarante
Período 1 de janeiro de 2017
até 10 de maio de 2022
Prefeito Paulo Emídio de Medeiros
Antecessor(a) Poti Neto
Vereador de São Gonçalo do Amarante
Período 1 de fevereiro de 2009
até 1° de janeiro de 2017
Dados pessoais
Nome completo Eraldo Daniel de Paiva
Nascimento 8 de janeiro de 1977 (47 anos)
São Gonçalo do Amarante (Rio Grande do Norte), Rio Grande do Norte
Progenitores Mãe: Maria Ester de Paiva
Pai: Teodósio Henrique de Paiva
Cônjuge Heide Bezerra
Partido PT (1995-presente)

Sua trajetória política começou aos 14 anos, na década de 90, quando se envolveu em movimentos populares da Igreja Católica, como a Pastoral da Juventude do Meio Popular, além de participar de grupos de teatro locais. Antes de se dedicar integralmente à política, trabalhou como agente de saúde na prefeitura municipal.

Eraldo foi vereador de São Gonçalo do Amarante de 2009 a 2016, período em que também exerceu a presidência estadual do Partido dos Trabalhadores no Rio Grande do Norte. Durante sua presidência, enfrentou conflitos internos, especialmente com a deputada federal Fátima Bezerra, que contestou sua reeleição à presidência do PT.

Fátima argumentou que a eleição ainda não estava definida devido a recursos pendentes a serem julgados pelas direções estadual e nacional do partido. Ela apoiou a candidatura de Olavo Ataíde, alegando irregularidades na composição dos membros que julgaram os recursos sobre a validação de votos no Processo de Eleições Diretas (PED). Após a anulação de votos de diversos municípios, Olavo foi derrotado por Eraldo por uma margem de 1.885 a 1.813 votos. Fátima Bezerra insistiu que Olavo deveria ser proclamado presidente, mantendo a disputa aberta e levando a questão a reuniões subsequentes para discussão de possíveis recursos.[2]

Em 2017, assumiu a vice-prefeitura de São Gonçalo do Amarante, exercendo o cargo por dois mandatos consecutivos. Em 10 de maio de 2022, foi empossado como prefeito municipal após o falecimento do então prefeito Paulo Emídio de Medeiros, vítima de câncer.[3] A gestão de Paiva incluiu diversas iniciativas, como a inauguração do Centro Especializado em Reabilitação (CER III) em 1º de agosto de 2022, fruto de uma emenda da Senadora Zenaide Maia. O CER oferece diagnóstico, tratamento e adaptação em três modalidades de reabilitação: auditiva, física e intelectual, voltado para o cuidado de pessoas com deficiência. Entre outros projetos importantes estão o Hub dos Correios, a construção da Ponte dos Santos Mártires e a relicitação do Aeroporto de São Gonçalo, que atualmente está sendo administrada pela Zurich Airport.[4]

Porém, a avaliação de seu mandato indica uma reprovação significativa por parte dos eleitores. Pesquisa realizada pelo Instituto Seta, divulgada em 23 de maio de 2024, revelou que 67,6% dos entrevistados desaprovaram a gestão de Eraldo Paiva, enquanto 25% aprovaram e 7,4% não responderam.[5]

Acusação

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Em 31 de outubro de 2022, o Ministério Público Eleitoral (MPE) ingressou com uma ação contra o prefeito de São Gonçalo do Amarante. Segundo o MPE, Eraldo Daniel de Paiva (PT) teria intimidado os servidores municipais a votarem em seus candidatos durante a eleição de 2022, criando um ambiente de coerção. Desde que assumiu o cargo em 10 de maio de 2022, após o falecimento do prefeito anterior, Paiva teria deixado claro aos servidores os candidatos que apoiava, conforme alegações do MPE.

As investigações revelaram que 95 servidores foram exonerados em julho, e o procurador regional Eleitoral, Rodrigo Telles, concluiu que Paiva teria coagido e exonerado funcionários públicos para aderirem à sua campanha eleitoral, caracterizando um abuso de autoridade. O MPE solicitou uma sentença de oito anos de inelegibilidade para Paiva, cujo caso será analisado pelo Tribunal Regional Eleitoral do RN (TRE-RN).

Vídeos gravados durante as investigações mostram um discurso intimidatório do prefeito aos servidores, e depoimentos confirmam a pressão exercida sobre eles, embora não tenha havido ameaças diretas de exoneração. O MPE também apontou que secretários municipais foram supostamente forçados a realizar reuniões em horário de trabalho para pedir votos para os candidatos apoiados por Paiva, o que é considerado violação da liberdade política dos servidores e nepotismo.[6]

Em resposta às acusações, em uma sessão realizada em 14 de fevereiro de 2023, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) deliberou, de forma unânime, pela absolvição do Prefeito Eraldo Paiva. Durante a sessão do TRE, foi concluído que o Prefeito não utilizou seu poder de maneira inadequada ou abusiva. A fundamentação para essa decisão se deu ao considerar que as exonerações dos cargos comissionados estavam ligadas à transição de gestão, uma vez que Eraldo Paiva assumiu a prefeitura após o falecimento do ex-prefeito Paulo Emídio de Medeiros

O relatório apresentado durante a sessão destacou que “os atos de exoneração se deram em um contexto previsível de movimentação decorrente da chegada de um novo gestor” e enfatizou que não houve comprovação de coação ou desvio de finalidade nos atos do prefeito.

Seguindo o parecer da Procuradoria Regional Eleitoral, o TRE considerou como comuns e previsíveis as mudanças, remanejamentos e novas contratações em cargos comissionados durante a transição de gestores, não identificando irregularidades que configurariam abuso de poder por parte do Prefeito Eraldo Paiva. Com essa decisão unânime, o prefeito segue no cargo sem qualquer impedimento decorrente desta ação específica.[7]

Desempenho em eleições

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Ano Eleição Coligação Partido Candidato a Votos % Resultado
2000 Municipal de São Gonçalo do Amarante Sem coligação PT Vereador 96 0,26 Não Eleito
2008 Municipal de São Gonçalo do Amarante PR, PT e PRB PT Vereador 999 2,18 Eleito por Média
2012 Municipal de São Gonçalo do Amarante PT e PDT PT Vereador 1.428 2,87 Eleito
2014 Estadual no Rio Grande do Norte PSD, PT, PC DO B, PT DO B, PP e PEN PT Deputado Federal 17.450 1,20 Não Eleito
2016 Municipal de São Gonçalo do Amarante PRB, PT, PTN, PTC, PROS, PRP, PMB, PSDC, PT DO B, PR e PV PT Vice-prefeito 23.554 46,43 Eleito
2018 Estadual no Rio Grande do Norte PT, PC DO B e PHS PT Deputado Estadual 8.990 0,59 Não Eleito
2020 Municipal de São Gonçalo do Amarante PROS, MDB, PL, PT, DEM e PMN PT Vice-prefeito 31.514 59,40 Eleito

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Referências

  1. Prefeitura de São Gonçalo do Amarante. «Prefeito Eraldo Paiva». Consultado em 8 de junho de 2024 
  2. Tribuna do Norte. «Fátima contesta eleição de Eraldo Paiva para comando do PT/RN». Consultado em 9 de junho de 2024 
  3. G1. «Eraldo Paiva (PT) é empossado prefeito de São Gonçalo do Amarante». Consultado em 9 de junho de 2024 
  4. AgoraRN (2023). «Prefeito Eraldo: "Novo eixo de desenvolvimento passa por São Gonçalo"». Consultado em 9 de junho de 2024 
  5. Blog do BG. «PESQUISA BLOGDOBG/SETA/SÃO GONÇALO AVALIAÇÃO: Gestão de Eraldo é reprovada por quase 70% da população». Consultado em 10 de junho de 2024 
  6. G1 (2022). «MPE entra com ação contra prefeito de São Gonçalo do Amarante por abuso de poder econômico». Consultado em 9 de junho de 2024 
  7. AgoraRN (2023). «Por unanimidade, TRE absolve Prefeito Eraldo Paiva em ação por abuso de poder». Consultado em 10 de junho de 2024 
  8. Poder360 (2000). «Poder360 Candidatos» 🔗. Consultado em 10 de junho de 2024