Escola neoplatônica de Pérgamo

A Escola neoplatônica de Pérgamo, foi fundada por Edésio da Capadócia,[1] discípulo de Jâmblico de Cálcis, na cidade grega de Pérgamo (atual Bergama e antiga Teutrania).[2]

Jâmblico de Cálcis

Histórico editar

A escola de Pérgamo foi quase como um desdobramento da escola Síria, e cujo fundamento ocorreu depois do retorno de Jâmblico à Roma. Fora, entretanto, seu discípulo, Edésio da Capadócia quem propriamente iniciou o trabalho de organização da escola e . Lá, além das referências neoplatônicas postulares de ensino, se estudava também as doutrinasesotéricas, gnósticas, sobre a teurgia a doutrina dos Caldeus (a magia dos Caldeus), matérias apreendidas de Jâmblico, que havia redefinido em pontos os conceitos neoplatônicos disciplinares.

O período de maior atividade da escola se encontra entre os anos 335 e 350 e entre os alunos destacados de Edésio, estavam Máximo, [nota 1] que posteriormente vai ensinar em Éfeso (antiga Anatólia) sua terra de origem, Crisâncio de Sardes, que posteriormente vai ensinar em Sardes, Eusébio de Mindo [nota 2] e Prisco de Epiro, que posteriormente vai ensinar em Atenas e fora através destes discípulos que o imperador Juliano tomou contato com o neoplatonismo e reascendeu em si a chama de reimplantar o paganismo ou mitraísmo no império.

Juliano, o Apóstata editar

Juliano, em 351, chegara em Pérgamo para tomar estudos na escola neoplatônica da cidade, teve lições com Edésio e alguns de seus discípulos e, no ano seguinte, foi para Éfeso na intenção continuar seu treinamento e para aprender as ”artes mágicas”, praticadas por Máximo, [nota 3] que havia deixado Pérgamo (350) e fora para Éfeso para estabelecer ali uma ramificação do neoplatonismo. Mas será em Prisco que Juliano encontrará um amigo e um mestre e será ele quem estará presente no leito de morte do imperador, consolando-o na hora derradeira, ”...atingiu extrema velhice, desapareceu com templosgregos”.[4]

Discípulos de Edésio editar

Dentre os alunos de Edésio, os de maior destaque foram Crisâncio e Eusébio de Mindo, os quais à solicitação de Juliano, foram indicados por Édésio,[5] para fazerem parte do tribunal do imperador e auxiliá-lo na ressuscitação projetada de helenismo. Pairam incertezas sobre a aceitação de ambos, se foi aceita, rejeitada ou aceita em parte, em detrimento a isto o fato é que o ambiente neoplatônico de Pérgamo tornou-se o centro de combate de reestruturação da velha cultura pagã contra o Cristianismo nascente.

Outro aluno de Edésio, de denotado destaque foi Prisco de Epiro, que vai estabelecer o neoplatonismo em Atenas e com isso criar um elo entre uma antiga tradição já preexistente na região e os ensinamentos neoplatônicos de Jâmblico de Cálcis.

Escola de Éfeso editar

Da ramificação neoplatônica em Éfeso pouco se sabe, Máximo ensinou por algum tempo inclusive a cristãos, um destes foi Sisínio, que tornou-se mais tarde um Novaciano e bispo de Constantinopla.[6] Em seguida Máximo abandonou a escola e foi acompanhar ao imperador Juliano em suas campanhas.

Escola de Sardes editar

Poucas são as informações sobre a escola de Sardes, cuja iniciação deveu-se a Crisâncio de Sardes.

Ver também editar

Notas

  1. Máximo de Éfeso, segundo Amônio de Hérmias havia sido também discípulo de Hierius, filho de Plutarco de Atenas.[3]
  2. Eusébio é descrito por Eunápio como um dos elos da "Cadeia de Ouro" do neoplatonismo.
  3. Sobre Máximo de Éfeso, escreveria Eunápio que "...nem mesmo os mais experientes arriscam contradizê-lo numa discussão; eles cedem a ele em silêncio, como se fosse ele um oráculo, tão grande era o encanto que estava em seus lábios".

Referências

  1. Jowett, Benjamin (1867) Dicionário da biografia grega e romana e Mitologia, 1 : 23.
  2. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 1.4.5
  3. Henri Dominique Saffrey: Hiérios, in: Richard Goulet (ed.): Dictionnaire des philosophes antiques, Bd. 3, Paris 2000, p. 684 (N ° 121).
  4. Eunapio, cit., V e Ammiano Marcellino, cit., XXV, 3.
  5. Eunápio, Vida Ædesius
  6. Klaus Rosen: Julian. Kaiser, Gott und Christenhasser, 2006 Stuttgart, S. 97f.

Bibliografia editar

  • Berchman, Robert M. De Filo a Orígenes: platonismo Médio em Transição, Chico, CA: Imprensa Scholars, 1984.
  • Plotino. Enéadas, 7 vols., traduzidos por AH Armstrong, Loeb Classical Library.
  • Plotino. As Enéadas, traduzido por Stephen Mackenna e John Dillon. London: Penguin, 1991.
  • Porfírio. Na Vida de Plotino e do Acordo de suas Obras em Neoplatonic Santos: As Vidas de Plotino e Proclus por seus alunos . Mark Edwards (ed.), Liverpool: Liverpool University Press, 2000.
  • Scholem, G. "Cabala". Keter Publishing House Jerusalém, 1974.
  • Taylor, T. Collected Works de Plotino, Promethues Trust (revista em 2000), de 1994.
  • Tripolitis, A. A Doutrina da Alma no pensamento de Plonitus e Orígenes . Libra Publishers, 1978.
  • Wallis, Richard T. neoplatonismo eo gnosticismo . Universidade de Oklahoma, 1984.
  • CROUZET, M. (org.) História Geral das Civilizações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994 vol. 5
  • M. Wacht, Aeneas von Gaza als Apologet. Seine Kosmologie im Verhältnis zum Platonismus (Bonn, Hanstein, 1969) (Theophaneia, 21).