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== História ==
A cidade de Lubango, antes de ser erguida, estava num território sob influência do [[soba (autoridade)|soba]] do Lubango, cuja ombala se localizava no distrito urbano actualmenteatualmente conhecido como [[Munhino]]. Na chegada dos europeus ao sul de Angola, permaneceu por muito tempo como local de passagem para as incursões coloniais rumo às nascentes da [[bacia do Cunene]], não havendo, até fins do século XIX, nenhuma posição fixa colonial.<ref name="SA">Sul d'Angola; relatório de um govêrno de distrito (1908-1910), p. 292</ref>
 
=== Rotas coloniais ===
O primeiro contato europeu com a região do Lubango ocorreu em 1627, ano em que uma expedição luso-espanhola da cidade de [[Moçâmedes]] sobe o [[planalto da Humpata]], na [[Serra da Chela]], de onde era possível ver um vasto vale do domínio do soba Calubango, do País de Humbi-Onene.<ref name="Azevedo">Azevedo, José Manuel de. [https://gredos.usal.es/jspui/bitstream/10366/125978/1/DHMMC_AzevedoJM_Coloniza%C3%A7ao.pdf A colonização do Sudoeste Angolano : do deserto do Namibe ao planalto da Huíla - 1849-1900]. Salamanca: [[Universidade de Salamanca]], 2014.</ref>
 
Entre meados do século XVII e meados do século XIX, a área do actualatual município do Lubango era de uso somente como parada referencial na rota mais rápida que ligava Moçâmedes à [[Caconda]], que seguia os cursos dos rios [[rio Giraul|Giraul]], Neves, [[rio Caculuvar|Caculuvar]], Calonga, [[Rio Cunene|Cunene]] e Cuunje. Não havia nenhum posto administrativo na área e o interesse pela colonização inexistia.<ref name="Dores">Dores, Hugo Filipe Gonçalves das. [https://core.ac.uk/download/pdf/32332058.pdf Uma Missão para o Império: Política missionária e o “novo imperialismo” (1885-1926)]. Lisboa: ULisboa/ISCTE–IUL/UCP/UEv. 2014. pg. 126.</ref>
 
=== Missões científico-religiosas ===
A primeira tentativa de estabelecer um posto lusitano na área ocorreu em 1866, quando o padre e botânico Carlos Duparquet realiza, com auxiliares, uma expedição até a Serra da Chela, onde tenta estabelecer uma missão científica e evangelizadora, sendo expulso pelos nativos em seguida.<ref name="Frederico">Frederico, Célio. [https://sites.google.com/site/celiojgf/lobango-sa-da-bandeira/memorial Memorial: Sobre a Cidade de Sá da Bandeira]. Marcofilia de Angola. 26 de setembro de 2012.</ref>
 
Anos mais tarde, em 1881, padre Duparquet e o padre José Maria Antunes realizam uma nova expedição ao mesmo local, que culmina num acordo com o soba para a fundação de uma missão católica agropastorial junto a actualatual comuna e distrito urbano lubanguense da [[Huíla (comuna)|Huíla-Lupolo]],<ref name="Frederico"/> que no mesmo ano ganha estatuto eclesiástico ao servir como sede para a [[Arquidiocese do Huambo|Missão Sui Iuris do Cunene]].<ref name="CH1">[https://www.catholic-hierarchy.org/diocese/dc543.html Mission "Sui Iuris" of Cunene]. Catholic Hierarchy. 2021.</ref><ref name="Dores"/>
 
=== Fundação da colónia agrícola ===
Porém, os portugueses só viriam planejar uma ocupação efectivaefetiva para a região por volta de 1880, no intuito de estabelecer de uma colónia com interessados recrutados no [[Arquipélago da Madeira]],<ref name="Correia"/> nos termos do decreto de 16 de agosto de 1881. A primeira comissão de madeirenses chegou a [[Moçâmedes]] em 19 de novembro de 1884, a bordo do navio Índia, atingindo o Planalto da Huíla a 19 de janeiro de [[1885]], onde fundaram a colónia de Sá da Bandeira,<ref name="SA" /> assim designada em homenagem a [[Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo]], Marquês de Sá da Bandeira.<ref name="Azevedo"/>
 
Lubango tornou-se uma administração autónoma em 1887<ref name="Frederico"/> e um concelho em 1889,<ref name="Frederico"/> com José Augusto da Câmara Leme, o líder dos madeirenses, nomeado chefe do concelho em 19 de fevereiro de 1890. O concelho recebe o nome de "Lubango", em homenagem ao antigo soba local.<ref name="Correia"/> Leme também viria ser nomeado comandante militar do concelho do Lubango, com o posto de capitão de 2ª linha, em 19 de outubro de 1890. Nessa altura a colónia era formada por madeirenses<ref name="Correia"/> e [[brasileiro]]s, passando a abrigar também parte dos [[bôeres]] da [[Humpata]].<ref name="Azevedo"/>