Líbia: diferenças entre revisões
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=== Era Gadafi ===
{{AP|Era Muamar Gadafi}}
A [[Era Muamar Gadafi]] teve início em 1969, quando um grupo de oficiais nacionalistas, de forte alinhamento político-ideológico com o [[pan-arabismo]], derrubou a [[monarquia]] e criou a ''[[Jamairia]]'' (República) Árabe Popular e Socialista da Líbia, [[muçulmana]] [[militar]]izada e de organização [[socialista]]. O Conselho da Revolução (órgão governamental do novo
Gadafi procurou desencadear uma revolução cultural, social e econômica que provocou graves tensões políticas com os Estados Unidos, Reino Unido e países árabes moderados (Egito, [[Sudão]]). Apoiado pelo [[Partido Político|partido]] único, a [[União Socialista Árabe (Líbia)|União Socialista Árabe]], aproveitou-se da riqueza gerada pela exploração das grandes reservas de petróleo do país para construir seu poderio militar e interferir nos assuntos dos países vizinhos, como o Sudão e o [[Chade]]. O Chade foi invadido pela Líbia em 1980.
Depois da [[Guerra do Iom Quipur]], a Líbia levou seus parceiros árabes a não exportar petróleo para os Estados que apoiaram [[Israel]]. Opôs-se à iniciativa do presidente egípcio [[Anwar al-Sadat]], de restabelecer a paz com Israel, e participou ativamente, junto com a [[Síria]], da chamada "[[frente de resistência]]" em 1978. Seu apoio à [[Organização para a Libertação da Palestina]] ([[OLP]]) se
[[Imagem:Muammar al-Gaddafi at the AU summit.jpg|thumb|upright|[[Muammar al-Gaddafi|Gadafi]] na conferência da [[União Africana]] em 2009]]
Para tirar o país do isolamento [[Diplomacia|diplomático]]
Em 1993 a Líbia rompeu relações com o [[Irão]], reagindo contra o crescimento do [[fundamentalismo islâmico]]. Em 1994, os líbios retiram-se do Chade. As relações de Gadafi com os palestinianos se deterioraram, à medida que estes se mostraram dispostos a negociar uma paz com Israel, e em setembro de 1995 o dirigente líbio anunciou a expulsão de 30 mil palestinianos que trabalhavam na Líbia. A medida foi suspensa depois da [[deportação]] de 1 500 pessoas, e em outubro de 1996 Gadafi anunciou que estas seriam [[Indenização|indenizadas]]. O
=== Revolução ===
{{AP|Primavera Árabe|Guerra Civil Líbia (2011)|Intervenção militar na Líbia em 2011|Inverno Árabe}}
[[Imagem:Demonstration in Bayda (Libya, 2011-07-22).jpg|thumb|esquerda|Manifestações contra [[Muamar Gadafi]] em [[Al Bayda' (Líbia)|Bayda]], 22 de julho de 2011]]
[[imagem:US Navy 110329-N-XO436-010 The Arleigh Burke-class guided-missile destroyer USS Barry (DDG 52) launches a Tomahawk cruise missile to support Joint.jpg|thumb|esquerda|O [[USS Barry (DDG-52)|USS ''Barry'']], dos [[Estados Unidos]], dispara um míssil [[BGM-109 Tomahawk|Tomahawk]] durante a [[intervenção militar na Líbia em 2011]]]]
Em fevereiro de 2011, manifestações (influenciadas pela chamada "[[Primavera Árabe]]") contra o governo de [[Muamar Gadafi]] (em português, e [[Muamar Gadafi]] em Líbio - Árabe) provocaram a morte de dezenas de civis. Os protestos tomaram conta de boa parte do país, incluindo a capital Trípoli.<ref>{{citar web|url=http://blogs.aljazeera.net/middle-east/2011/02/17/live-blog-libya |título=Live Blog - Libya|obra=Al Jazeera |acessodata=23 de fevereiro de 2011}}</ref> Em 27 de fevereiro, as diferentes facções da oposição Líbia formaram o [[Conselho Nacional de Transição]] para administrar as áreas do país controladas por opositores, e também para iniciar uma luta formal para derrubar o então
Utilizando sua superioridade militar, as [[Forças Armadas da Líbia|forças]] pró-Gadafi empurraram os rebeldes até a região leste da Líbia e cercaram a cidade de [[Bengazi]], que havia se tornado o centro da rebelião.<ref>{{citar jornal|url=http://www.nytimes.com/2011/03/10/world/africa/10libya.html|título=Qaddafi Forces Batter Rebels in Strategic Refinery Town |obra=New York Times |acessodata=9 de março de 2011 |primeiro1 =Kareem |último1 =Fahim |primeiro2 =David D. |último2 =Kirkpatrick}}</ref> Os soldados de Gadafi foram acusados de cometerem diversos crimes contra a humanidade neste meio tempo.<ref>The Independent, 9 de março de 2011 P.4</ref> A ONU e diversas nações do mundo condenaram a violência na Líbia e exigiram uma solução pacífica.<ref>{{citar jornal|url=http://www.latimes.com/news/opinion/editorials/la-ed-libya-20110226,0,6927383.story |título=Some backbone at the U.N. |obra=The Los Angeles Times |acessodata=26 de fevereiro de 2011}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://www.novinite.com/view_news.php?id=125800 |obra=Sofia News Agency |título=Libya Expelled from UN Human Rights Council |acessodata=2 de março de 2011}}</ref>
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No dia 17 de março de 2011, o conselho de segurança das Nações Unidas aprovou a [[Resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas|Resolução 1973]]. Esta resolução dava autoridade a seus países membros de estabelecer uma [[zona de exclusão aérea]] sobre a Líbia e garantia o uso de "toda a força necessária para proteger os civis".<ref>{{citar web|url=http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=37808|título=Security Council authorizes ‘all necessary measures’ to protect civilians in Libya|publicado=United Nations News Service|data=17 de março de 2011|acessodata=30 de março de 2011}}</ref> Dois dias depois, aeronaves de combate francesas, apoiados por aviões e navios americanos, [[Intervenção militar na Líbia em 2011|bombardearam alvos militares]] na Líbia.<ref name="libyrate1">{{citar jornal|autor =Jonathan Marcus |url=http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-12795971 |título=French military jets open fire in Libya |obra=BBC News |data=19 de março de 2011 |acessodata=20 de agosto de 2011}}</ref> Em julho de 2011, o [[Conselho Nacional de Transição]] foi reconhecido pela [[ONU]] como o novo governo líbio.<ref>{{citar jornal|url=http://af.reuters.com/article/commoditiesNews/idAFLDE76E0W120110715|publicado= [[Reuters]] |acessodata=25 de julho de 2011|título=Excerpts from Libya Contact Group Chair's Statement}}</ref>
Em agosto, forças rebeldes, apoiadas pela [[OTAN]], [[Segunda batalha de Trípoli|avançaram]] sobre a capital [[Trípoli]].<ref>[http://www.aljazeera.com/news/africa/2011/08/201182193129278233.html "Libyan rebels in 'final push' for capital"]. Página acessada em 18 de junho de 2013.</ref> A cidade caiu após 8 dias de violentos combates.<ref>[http://www.thenews.com.pk/TodaysPrintDetail.aspx?ID=65109&Cat=1 "Rebels claim capture of last army base in Tripoli"]. Página acessada em 18 de junho de 2013.</ref> Militantes da oposição continuaram avançando em direção ao oeste do país, tomando várias cidades, incluindo [[Batalha de Bani Walid|Bani Walid]]. Em [[Sirte]], onde Muamar Gadafi e suas tropas remanescentes estavam entrincheirados, os rebeldes travaram [[Batalha de Sirte|uma das últimas batalhas]] da guerra. Depois de quase um mês de combates, a cidade caiu e o ditador acabou sendo morto.<ref>[http://www.publico.pt/mundo/noticia/khadafi-foi-capturado-dizem-comandantes-do-cnt-1517420 "Forças líbias anunciam 'ao mundo' que Khadafi 'está morto'"]. Página acessada em 18 de junho de 2013.</ref>
A "libertação" da Líbia foi oficialmente proclamada em 23 de outubro de 2011, apesar de lutas sectárias ainda estarem sendo reportadas. Ao menos 30 mil pessoas foram mortas no conflito.<ref>{{citar jornal|url=http://www.guardian.co.uk/world/feedarticle/9835879 |título=Libyan estimate: At least 30,000 died in the war |autor =Karin Laub |agência=Associated Press |obra=The Guardian |data=8 de setembro de 2011 |acessodata=25 de novembro de 2011}}</ref> Com a derrocada de Muamar Gadafi do poder, após 40 anos de governo, e com o fim da [[Guerra Civil Líbia (2011)|guerra civil]], o país passou a ser oficialmente uma [[república parlamentarista]].<ref>{{citar jornal|url=http://www.mercurynews.com/news/ci_18910663|obra=San Jose Mercury News|primeiro =Edith|último =Lederer|título=UN approves Libya seat for former rebels|acessodata=16 de setembro de 2011}}</ref>
=== Guerra civil ===
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{{legenda|#e3d975|Sob o controle de forças [[tuaregues]]}}]]
Em 7 de julho de 2012, os líbios votaram em suas primeiras eleições parlamentares desde o fim do
Em 25 de agosto de 2012, no que parece ser o ataque sectário mais flagrante desde o fim da guerra civil, homens não identificados demoliram uma [[mesquita]] [[sufista]] com sepulturas, em plena luz do dia e no centro da capital líbia, [[Trípoli]]. Esta foi a segunda destruição de um local sufista em dois dias.<ref>{{citar jornal|último =Zargoun |primeiro =Taha |título=Fighters bulldoze Sufi mosque in central Tripoli |url= http://www.reuters.com/article/2012/08/25/us-libya-islamists-idUSBRE87O08Y20120825 |agência=Reuters|data=25 de agosto de 2012}}</ref> Em 11 de setembro de 2012, ocorreu o ataque de [[Bengazi]], quando militantes islâmicos foram capazes de atacar com sucesso o consulado estadunidense na cidade para matar o embaixador estadunidense no país, [[J. Christopher Stevens]]. Em 7 de outubro de 2012, o primeiro-ministro eleito da Líbia, [[Mustafa A. G. Abushagur]] saiu do poder<ref>{{citar jornal|autor =Grant, George |título=Congress dismisses Abushagur |url= http://www.libyaherald.com/2012/10/07/congress-dismisses-abushagur |data=7 de outubro de 2012 |acessodata=7 de outubro de 2012 |obra=Libya Herald}}</ref> depois de falhar uma segunda vez em conseguir a aprovação parlamentar para um novo gabinete.<ref>{{citar jornal|autor =Zaptia, Sami |título=Abushagur announces a smaller emergency cabinet |url= http://www.libyaherald.com/2012/10/07/abushagur-announces-a-smaller-emergency-cabinet |obra=Libya Herald |data=7 de outubro de 2012 |acessodata=7 de outubro de 2012}}</ref><ref>{{citar jornal|título=Libyan Prime Minister Mustafa Abu Shagur to stand down |url= http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-19864136 |data=7 de outubro de 2012 |obra=BBC News |acessodata=7 de outubro de 2012}}</ref> Em 14 de outubro de 2012, o Congresso Nacional Geral elegeu o advogado de direitos humanos [[Ali Zeidan]] como seu primeiro-ministro designado.<ref>{{citar jornal|autor = Grant, George |título=Ali Zidan elected prime minister |url= http://www.libyaherald.com/2012/10/14/ali-zidan-elected-prime-minister/ |data=14 de outubro de 2012 |acessodata=14 de outubro de 2012 |obra=Libya Herald}}</ref> Zeidan foi empossado após seu gabinete ser aprovado pelo CNG.<ref>{{citar jornal|título=Libya congress approves new PM's proposed government |url= http://www.reuters.com/article/2012/10/31/us-libya-government-idUSBRE89U18O20121031 |agência=Reuters |data=31 de outubro de 2012 |acessodata=31 de outubro de 2012}}</ref><ref>{{citar jornal|autor = Zapita, Sami |título=Zeidan government sworn in |url= http://www.libyaherald.com/2012/11/14/zeidan-government-sworn-in/ |data=14 de novembro de 2012 |acessodata=3 de junho de 2013 |obra=Libya Herald}}</ref>
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=== Fauna ===
A Líbia tem sido um estado pioneiro no Norte de África na protecção de espécies, com a criação da área protegida de El Kouf em 1975. A queda do
== Demografia ==
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A [[economia da Líbia]] depende principalmente das receitas do setor de [[petróleo]], que representam 80% do [[PIB]] e 97% das [[exportações]].<ref name=star-oil /> A Líbia possui as maiores reservas de petróleo comprovadas na [[África]] e é um contribuidor importante para o fornecimento global de petróleo leve e cru.<ref name=eia-libya>{{citar web|título=Libya – Analysis|url=http://www.eia.gov/countries/cab.cfm?fips=LY|publicado=U.S. Energy Information Administration}}</ref> Além do petróleo, outros recursos naturais são [[gás natural]] e [[gesso]].<ref name=opec-libya/> O [[Fundo Monetário Internacional]] estimou o crescimento do PIB real da Líbia em 122% em 2012 e 16,7% em 2013, após uma queda de 60% em 2011.<ref name="star-oil">{{citar web|título=Oil production boosts Libya economy, instability hampers reconstruction |url=http://www.dailystar.com.lb/Business/Middle-East/2012/Oct-20/192086-oil-production-boosts-libya-economy-instability-hampers-reconstruction.ashx |publicado=The Daily Star |data=20 de outubro de 2012}}</ref>
O [[Banco Mundial]] define a Líbia como uma "economia de renda média alta", juntamente com apenas sete outros países africanos.<ref>{{citar web|url=http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/DATASTATISTICS/0,,contentMDK:20421402~pagePK:64133150~piPK:64133175~theSitePK:239419,00.html#Upper_middle_income |título=Upper Middle Income Economies |publicado=World Bank |acessodata=5 de fevereiro de 2013 |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080524215837/http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/DATASTATISTICS/0%2C%2CcontentMDK%3A20421402~pagePK%3A64133150~piPK%3A64133175~theSitePK%3A239419%2C00.html |arquivodata=24 de maio de 2008 |df= }}</ref> As receitas substanciais do setor de energia, aliadas a uma pequena população, conferem à Líbia um dos maiores PIB ''per capita'' na África.<ref name=opec-libya/> Isto permitiu que o
A Líbia enfrenta muitos problemas estruturais, incluindo falta de instituições, governança fraca e [[desemprego]] estrutural crônico.<ref name=imf-survey>{{citar web|título=Libya on Recovery Path but Faces Long Rebuilding Effort |url=http://www.imf.org/external/pubs/ft/survey/so/2012/car041612a.htm |publicado=[[International Monetary Fund|IMF]] |ano=2012}}</ref> A economia mostra uma falta de diversificação econômica e uma dependência significativa da mão de obra [[imigrante]].<ref name=ilo-libya/> O país tradicionalmente se baseou em níveis insustentáveis de contratação do setor público para criar emprego.<ref name=african-outlook/> Em meados da década de 2000, o governo empregava cerca de 70% de todos os trabalhadores nacionais.<ref name=ilo-libya>{{citar web|título=Libya |url=http://www.ilo.org/public/english/region/afpro/cairo/countries/libya.htm |publicado=[[Organização Internacional do Trabalho]]}}</ref>
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