Afonso de Portugal, 2.º conde de Vimioso: diferenças entre revisões

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{{Ver desambig |outros significados de Afonso de Portugal| Afonso de Portugal}}{{Sem-fontes|Portugal=sim|Este artigo|data=abril de 2010}}
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{{Info/Biografia
{{minidesambig|outro significado de '''Afonso de Portugal'''|Afonso de Portugal}}
|nome = Afonso de Portugal, 2.º conde de Vimioso
 
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D. '''Afonso de Portugal''' ([[Lisboa]], [[1519]] – [[Marrocos]], [[1579]]) foi um nobre português do [[século XVI]], 2.º [[conde de Vimioso]].
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D. '''Afonso de Portugal''' ([[Lisboa]], [[1519]] – [[Marrocos]], [[1579]]) foi um [[Nobreza|nobre]] português do [[século XVI]], 2.º [[conde de Vimioso]].
 
Membro da alta [[nobreza]] [[Portugal|portuguesa]] e parente próximo da [[Anexo:Lista de reis de Portugal|casa real]], foi senhor das [[vila]]s de [[Aguiar da Beira|Aguiar]], [[Vimioso]] e [[Vimieiro (Arraiolos)|Vimieiro]], [[Alcaide (magistrado)|alcaide-mor]] desta última vila, comendador e alcaide-mor de [[Tomar]], de [[Pias (Ferreira do Zêzere)|Pias]] e de outras localidades. Pelo seu casamento com D. Luisa de Gusmão, filha de [[Francisco de Gusmão]], senhor da capitania de Machico, foi [[capitão do donatário]] da [[capitania]] do [[Machico]], na [[ilha da Madeira]].
 
== Reinado de João III de Portugal ==
[[ImagemFicheiro:Vimioso05.jpg|200px|thumb|<center>upright|esquerda|[[Igreja Matriz]] de [[Vimioso]].]]
D. Afonso era filho de [[Francisco de Paula de Portugal e Castro]], 1.º conde de Vimioso, com a sua segunda esposa, Joana de Vilhena de Melo-Portugal. Seguiu a carreira das armas, dedicando-se também às belas letras, com distinção, especialmente no estudo da [[Latim|língua latina]].
 
Aos 16 anos alcançou licença de D. [[João III de Portugal]] para, com outros fidalgos, acompanhar o [[Luís de Portugal, Duque de Beja|infante D. Luís]]. Este partia secretamente para a expedição de [[Tunes (Tunísia)|Tunis]], onde o [[Carlos I de Espanha|imperador Carlos V]] tentava tomar de assalto o [[castelo]] de Goleta, o que conseguiu, apesar da tenaz resistência. Carlos V recebeu-o com atenções e, reconhecendo os merecimentos de sua casa, distinguiu-o com a especial demonstração de o mandar entrar no seu conselho de guerra; quis que se instruísse ouvindo os votos de tantos homens já bem experimentados na vida militar.
 
Aos 25 anos, o rei português nomeou-o do seu conselho, numa carta muito honrosa, escrita em [[Almeirim (Portugal)|Almeirim]] a [[{{dtlink|11 de Fevereiro]] de [[|2|1544]]}}. D. Afonso estava destinado pelo rei a casar com filha de [[Jaime I, Duque de Bragança|D. Jaime]], [[duque de Bragança]] quando, arrastado por ardente paixão, contratou [[casamento]] em [[1549]] com D. Luísa de Gusmão, dama da [[Maria de Portugal (1521)|infanta D. Maria]], filha e herdeira de Francisco de Gusmão, mordomo-mor da mesma infanta, senhor da capitania da vila de [[Machico]] e da de [[Santa Cruz (Madeira)|Santa Cruz]] na ilha da [[Madeira]], as quais dava em dote à sua filha.
[[Imagem:Karte Madeira MKL1888.png|frame|left|Carta da ilha da [[Madeira]] ([[1888]])]]
Aos 25 anos, o rei português nomeou-o do seu conselho, numa carta muito honrosa, escrita em [[Almeirim (Portugal)|Almeirim]] a [[11 de Fevereiro]] de [[1544]]. D. Afonso estava destinado pelo rei a casar com filha de [[Jaime I, Duque de Bragança|D. Jaime]], [[duque de Bragança]] quando, arrastado por ardente paixão, contratou [[casamento]] em [[1549]] com D. Luísa de Gusmão, dama da [[Maria de Portugal (1521)|infanta D. Maria]], filha e herdeira de Francisco de Gusmão, mordomo-mor da mesma infanta, senhor da capitania da vila de [[Machico]] e da de [[Santa Cruz (Madeira)|Santa Cruz]] na ilha da [[Madeira]], as quais dava em dote à sua filha.
 
A [[Anexo:Lista de rainhas de França|rainha de França]] [[Leonor de Áustria, Rainha de Portugal e de França|D. Leonor]], mãe da infanta D. Maria, fez mercê a D. Luísa, em muito honroso alvará, de 2.000 cruzados para o casamento, celebrado em Puisi a [[18 de Julho]] de [[1547]]. O contrato do casamento causou dissabor ao [[Francisco de Paula de Portugal e Castro|conde seu pai]], por abandonar a aliança com os [[Duques de Bragança]], família mais honrosa e ilustre.
[[ImagemFicheiro:Karte Madeira MKL1888.png|framethumb|leftupright=1.2|Carta da ilha da [[Madeira]] ([[1888]]).]]
 
Em [[1549]], morto o 1º conde de Vimioso, D. Afonso sucedeu em toda a casa paterna e no título, como 2º [[conde de Vimioso]], cujo [[brasão de armas]] é o antigo da [[Casa de Bragança]] e dos [[Conde do Vimieiro|Condes do Vimieiro]]. O rei nomeou-o vedor da Fazenda, cargo vago por morte do pai, cuja sucessão já lhe estava prometida.
 
Em [[1557]], [[João III de Portugal|D. João III]] determinou que a sua irmã, a infanta D. Maria, passasse a Castela a encontrar-se com a mãe, rainha de França, e nomeou o conde de Vimioso para a acompanhar. Estava tudo pronto com todo o brilhantismo que pedia uma jornada tão especial, quando a partida ficou transtornada pelo falecimento de D. João III em Junho. D. [[Sebastião de Portugal]] sucedeu-o no trono e Vimioso assistiu ao auto da sua aclamação.
 
== Regência de Catarina de Áustria ==
[[ImagemFicheiro:Infanta Caterina of Spain.jpg|thumb|esquerda|150px|Retrato de [[Catarina de Áustria]] ([[1552]]).]]
Meses depois, a [[regente]] [[Catarina de Áustria|D. Catarina]] tornou a nomeá-lo para acompanhar a infanta na jornada em visita a sua mãe. O conde escusou-se, alegando não estar nessa ocasião habilitado a fazer novas despesas numa jornada tão grandiosa, em tão pouco tempo. Poucos meses antes, nos preparativos para a jornada que se frustrara, vira-se obrigado a empenhar a sua casa, de que não recebera remuneração nem despacho.
 
A rainha mandou propor uma indemnização pelo [[João de Lencastre, Duque de Aveiro|Duque de Aveiro]] e pelo secretário Pedro de Alcáçova, oferecendo-lhe o título com diversas mercês para o seu filho, entre elas as vilas de [[Vimioso]] e de [[Aguiar (Barcelos)|Aguiar]], de juro e herdade, com as alcaldarias-mores de [[Tomar]] e [[Terena (São Pedro)|Terena]], com a cláusula de largar o cargo de vedor da Fazenda - o que o conde não aceitou.
 
Chegaram a este tempo a [[Badajoz]] as rainhas de França e da Hungria, esta cunhada e a outra irmã da regente D. Catarina; com esta notícia era urgente apressar a jornada da infanta. O conde tornou a escusar-se, mandando petição à soberana, alegando estar doente. D. Catarina tanto instou, invocando a memória de seu pai que, [[vassalo]] dedicado ao defunto rei, Afonso viu-se obrigado a aceitar a missão. Satisfeita, a rainha mandou o seu secretário Pedro de Alcáçova escrever-lhe, da sua parte, que muito lhe agradecia a resolução.
 
Com a actividade de que era dotado, em pouco tempo conseguiu formar luzida comitiva e, apesar de coberta de luto pelo falecimento do rei, foi grande seu aparato e magnificência. Voltaram no ano seguinte com a infanta, que o conde a muito custo persuadiu a regressar a [[Portugal]], porque queria ficar na companhia de sua mãe.
 
== Reinado de Sebastião de Portugal ==
[[ImagemFicheiro:Lagos46 kopie.jpg|thumb|[[Batalha de Alcácer-Quibir]], [[1578]]. in: Miscellanea ([[Miguel Leitão de Andrade]], 1629.).]]
 
Por um alvará de [[Lisboa]], de [[20 de Setembro]] de [[1564]], [[Sebastião de Portugal|D. Sebastião]] fez-lhe a mercê especial de poder caçar, um dia cada semana, às [[lebre]]s com dois [[galgo]]s e às [[perdiz]]es com um [[açor]]. Por outro alvará passado em Almeirim a [[19 de Fevereiro]] de [[1567]], o rei lhe fez mercê de que os seus servidores das [[vila]]s de [[Vimioso]] e de [[Aguiar da Beira]] pudessem assistir fora delas, não passando de 6 [[légua]]s.
 
D. Afonso assistiu nas primeiras [[Lista de Cortes em Portugal|cortes de D. Sebastião]] e foi dos consultados sobre o casamento. Por carta, escrita em Lisboa em [[10 de Outubro]] de [[1567]], o rei dava-lhe conta do que se passava, querendo seu parecer. Tomando D. Sebastião posse do governo em [[1568]], Vimioso continuou no mesmo lugar de vedor da Fazenda, que servira ao [[João Manuel, Príncipe de Portugal|príncipe D. João]], seu pai, e a [[João III de Portugal|D. João III]], seu avô. Em outro alvará, de [[Leiria]] a [[8 de Setembro]] de [[1569]] foi-lhe concedida [[aposentadoria]] e tudo que lhe fosse preciso para as suas jornadas.
 
Em [[1578]], quando o monarca resolveu a sua segunda e tão desastrosa jornada a [[Norte de África|África]], foi acompanhado pelo conde de Vimioso, e por três filhos seus: D. Francisco de Portugal, sucessor da sua casa, D. Luís e D. Manuel de Portugal. Todos estiveram presentes na [[batalha de Alcácer-Quibir]], em resultado da qual o D. Afonso ficou prisioneiro, morrendo no cárcere em [[Marrocos]].
 
== Descendência ==
Do seu [[casamento]] em [[1549]] com D. Luísa de Gusmão, teve:
* [[Francisco de Portugal, 3.º conde de Vimioso|D. Francisco II]], [[conde de Vimioso]] ([[1550]] - morto nos [[Açores]])
* Álvaro (m. [[1582]] em [[Nápoles]])
* João (m. [[1639]]), [[bispo de Viseu]]
* Manoel (m. [[1578]] em [[Alcácer Quibir]]
* Nuno Álvares (m. depois de [[1625]]), casado com Joana de Portugal, senhora de Val de Palma
 
 
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{{Caixa de sucessão|
|título= 2.º [[Conde de Vimioso]]
|anos= [[1549]]-[[1579]]
|antes= [[Francisco de Paula de Portugal e Castro|Francisco I]]
|depois=[[Francisco de Portugal, 3.º conde de Vimioso|Francisco II]]
}}
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{{biografias}}
 
{{DEFAULTSORT:Afonso Portugal, 2. Conde Vimioso}}
[[Categoria:Condes de Vimioso]]
[[Categoria:Militares de Portugal]]