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===Sociedade dos reinos católicos===
{{Nota:|Ver também: [[Duque (lombardo)]]}}
A sociedade lombarda estava divida em classes comparáveis àquelas encontradas nos outros Estados germânicos que sucederam [[Roma Antiga|Roma]]: a [[Império Franco|Gália franca]] e a [[Hispânia]] [[Visigodos|visigótica]]. Basicamente existia uma classe [[Nobreza|nobre]], uma classe de homens livres abaixo da nobreza, uma classe de indivíduos que não eram livres mas que tampouco eram [[EscravidãoServidão|escravosservos]] ([[servo]]s), e finalmente os [[escravo]]s. A [[aristocracia]] em si era mais pobre, mais [[Urbanização|urbanizada]], e possuía menos terra do que em outros locais. além dos mais ricos e poderoso entre os duques e do próprio rei, os nobres lombardos costumavam viver em cidades (ao contrário de seus equivalentes francos), e tinham pouco mais do que o dobro de terra, em média, do que a classe dos comerciantes (uma diferença muito grande dos aristocratas provincianos francos que detinham enormes extensões de terras, centenas de vezes maiores do que a dos homens que lhes sucediam nas escalas de poder). A aristocracia do século VIII dependia muito do rei para fontes de renda, especialmente no que dizia respeito às obrigações judiciais; diversos nobres lombardos são referidos em documentos contemporâneos como ''iudices'' ([[juiz|juízes]]), mesmo quando seus cargos já tinham importantes funções militares e legislativas.
 
Os homens livres no reino lombardo eram muito mais numerosos do que em terras francas, especialmente no século VIII, quando parecem praticamente desaparecer da evidência documental destes últimos. Pequenos proprietários de terra, agricultores e arrendatários de terra eram os tipos mais numerosos de pessoas a serem listadas nos documentos existentes do reino lombardo; possuíam mais da metade das terras da Itália lombarda. Estes homens livres eram ''exercitales'' e ''viri devoti'', isto é, "soldados" e "homens devotos"; formavam o grosso dos homens conscritos para o exército lombardo, por vezes chamados para servir ainda que contra sua vontade. A pequena classe de proprietários de terra, no entanto, não tinha a influência política necessária com o rei (e os duques) para controlar a política e a legislação do reino. A aristocracia tinha, no geral, mais poder político do que seus equivalentes na Gália e Hispânia do período, embora detivesse menor poder econômico.
 
A urbanização da Itália lombarda foi caracterizada pelas ''città ad isole'' ("cidades como ilhas"). A [[arqueologia]] indica que as grandes cidades da Itália lombarda - [[Pávia]], [[Lucca]], [[Siena]], [[Arezzo]], [[Milão]] - foram formadas a partir de diminutas ilhas de urbanização dentro das antigas muralhas das cidades romanas. As cidades do [[Império Romano]] haviam sido destruídas parcialmente na série de guerras dos séculos V e VI; diversos de seus setores ficaram em ruínas, e os antigos monumentos se tornaram campos de relva utilizados como pasto para animais (o [[Fórum Romano]], por exemplo, se tornou o ''Campo Vaccinio'': o campo das vacas). As partes destas cidades que permaneceram intactas eram pequenas, modestas e continham uma [[catedral]] ou [[igreja]] principal (frequentemente decorada de maneira suntuosa) e alguns poucos edifícios públicos e casas de aristocratas. Poucos edifícios importantes eram feitos de [[pedra]], e a maior parte era de [[madeira]]. As regiões habitadas de cada cidade eram separadas das outras por campos e pastos, mesmo dentro das muralhas da cidade.
 
===Estados lombardos===