Batalha de Dara: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
ajustes
Linha 17:
|baixas2=8000 mortos<ref>J. Haldon, ''The Byzantine Wars'', pp. 31-32</ref>
}}
A '''Batalha de Dara''' foi uma batalha entre o [[Império sassânidaSassânida]] e o [[Império bizantinoBizantino]] que aconteceu o ano de [[530|530 d.C.]] Foi uma das batalhas da [[Guerra de IbériaIbérica]].
 
O Império bizantinoBizantino estava em guerra com os Sassânidas desde [[527]], supostamente porque [[Kavad I]] tentara obrigar os habitantes da [[Ibéria Caucásica]] a se converterem ao [[Zoroastrismo]]. O rei da Ibéria fugiu de Kavad, mas Kavad tentou negociar a paz com os bizantinos, e que [[Justiniano I]] adotasse o seu filho [[Cosroes I]]. Justiniano recusou a oferta, e mandou os seus generais Sitas e [[Belisário]] para a Pérsia, onde inicialmente foram derrotados. Justiniano tentou negociar, mas Kavad enviou 30 000 homens contra a cidade de [[Dara]] em [[529]]. Belisário foi enviado de volta para a região com Hermógenes e 25 000 homens em [[530]]. Kavad replicou com mais 10 000 soldados sob comando de Firouz, que estabeleceu o acampamento a cerca de cinco quilômetros de distância em Amódio.
 
Apesar de ficar superado em número, Belisário decidiu atacar os persas, que se encontravam fracamente armados. Escavou uma série de valetas na rodovia para Dara para bloquear a cavalaria persa, e organizou a maior parte da sua infantaria num único bloco. Nos flancos situou a cavalaria composta pelos [[hérulos]] sob o comando de Pharas e Bounzes. No flanco esquerdo também despregou 300 [[hunos]] a cavalo com Sunicas e Aigan ao comando, mais outros 600 no direito, sob domínio de Simmas e Ascan. Ficou uma reserva de cavalaria bizantina dirigida pelo general João na retaguarda do flanco direito. Antes da batalha, estas forças permaneceram ocultas atrás das valetas.
Linha 25:
Os persas formaram em duas linhas, um flanco direito sob comando de Pityaxes, e o flanco esquerdo dirigido por Baresamanes. A primeira onda do ataque persa marchou contra o flanco direito dos hérulos, que a princípio retrocederam, mas por temor às represálias dos seus aliados Hunos contra-atacaram e obrigaram os persas a se retirarem. Aparentemente, houve depois uma pausa, na que um soldado persa desafiou os bizantinos a um combate singular, sendo derrotado por um hérulo chamado Andreas. Depois houve um segundo combate após o qual Andreas voltou a vencer, matando a um segundo adversário. Após isto, os persas retiraram-se a Ammodius para passar a noite.
No segundo dia de batalha, 10 000 persas mais chegaram de ''Nísibis'' (atual [[NisbisNusaybin]]). Os dois bandos trocaram ondas de flechas, com algumaalgumas baixabaixas, mas sem grande efetividade. Enquanto isso, Belisário escondeu a sua força de cavalaria atrás da colina à esquerda de Dara. Os persas atacaram a linha bizantina e as tropas do centro começaram a retirarem-se, mas acudiram a força oculta de Belisário e o flanco direito dos hunos, e obrigaram os persas a se retirarem. Firouz enviou os "[[Imortais]]", as suas tropas de elite, contra a cavalaria bizantina, que foi derrotada. Contudo, Belisário contra-atacou e dividiu as tropas persas em duas partes: a metade dos persas perseguia a cavalaria, e o resto encontraram-se apanhadas, com o que 5000 homens foram aniquilados, entre os quais estava também Baresmanes. A cavalaria também se recuperou, e obrigou a fugir aos seus perseguidores. Belisário permitiu uma perseguição de algumas milhas, mas deixou escapar a maioria dos sobreviventes persas.
 
==resultadoResultado e ataques posteriores==
A vitória não durou muito. Após a derrota, o rei [[lakhmidas|lakhmida]] [[al-Mundhir IV]], vassalo dos sassânidas, mandou às suas tropas ajudar o exército sassânida. Com a sua ajuda, Kavad I derrotou Belisário na [[Batalha de Callinicum]], que levou os bizantinos a pagarem fortes tributos durante vários anos em troca de um tratado de paz.
 
Em [[540]] e [[544]] Dara foi atacada novamente pelo Império sassânidaSassânida, esta vez no comando de Cosroes I, que foi incapaz de tomá-la em nenhuma destas tentativas. Cosroes a capturou finalmente em [[573]] e diz-se que a queda pôde ter feito que [[Justino II]] se tornasse louco. A mulher de Justino, Sofia, e o seu amigo [[Tibério II Constantino]] tomaram o controle do império até a sua morte em [[578]]. Enquanto isso, os persas puderam adentrar-se ainda mais no Impérioimpério, mas Cosroes faleceu em [[579]].
 
O imperador [[Maurício (imperador)|Maurício]] derrotou os persas em [[Dara]] em [[586]] e recapturou a fortificação, mas os persas voltaram a derrotar os bizantinos em [[604]], sob o reinado de [[Cosroes II]]. Neste caso os persas destruíram a cidade, mas os bizantinos reconstruíram-na em [[628]].