Manuel I Comneno: diferenças entre revisões

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{{ver desambig|outras pessoas chamadas de Manuel I|Manuel I (desambiguação)}}
 
{{Info/Monarca
|nome=Manuel I Comneno
|título=[[Imperador bizantino]]
|imagem=[[FicheiroImagem:Manuelcomnenus.jpg|150px]]
|legenda=[[Iluminura]] de Manuel I, <br />[[Biblioteca do Vaticano]], [[Roma]]
|reinado=5 de abril de 1143 - 24 de setembro de 1180
|nome completo=
|data de nascimento={{dni|lang=br|28|11|1118|si|lang=br}}
|lugar de nascimento=
|data de óbito={{nowrap|{{morte|lang=br|24|9|1180|28|11|1118}}}}
|lugar de óbito=
|lugar de enterro=
|antecessor= [[João II Comneno|João II]]
|sucessor=[[Aleixo II Comneno|Aleixo II]]
|consorte=[[Berta de Sulzbach]]<br />[[Maria de Antioquia]]
|filhos=[[Maria Comnena (porfirogênita)|Maria Comnena]]<br />[[Aleixo II Comneno]]
|dinastia=[[Dinastia Comneno|Comneno]]
|pai=[[João II Comneno]]
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== Ascensão ao trono ==
[[FicheiroImagem:BN MS FR 2628 Folio134 Comnenus.png|thumb|esquerda|400px|Morte de João II Comneno e coroação de Manuel I Comneno (do Manuscrito de [[Guilherme de Tiro]] ''Historia'' e ''Old French Continuation''). Iluminura feita em [[Acre (Israel)|Acre]] século XIII, [[Biblioteca Nacional da França]].]]
 
Quarto filho de [[João II Comneno]] e [[Piroska da Hungria]], Manuel I Comneno não tinha qualquer possibilidade de suceder seu pai.<ref name="Stone">{{citar web |autor=A. Stone, [|url=http://www.roman-emperors.org/mannycom.htm |publicado=Roman-emperors.org |obra= |título=Manuel I Comnenus] |data= |acessodata= |língua= }}</ref> Seu avô materno era [[Ladislau I da Hungria|São Ladislau]]. Destacando-se na guerra promovida por seu pai contra os [[turcos seljúcidas]], foi escolhido, em [[1143]], como seu sucessor ao trono, no lugar de seu irmão mais velho, [[Isaac I Comneno|Isaac]]. Com a morte de seu pai em [[8 de abril]] de [[1143]], Manuel foi consagrado imperador por seu [[exército bizantino|exército]].<ref name="Gib72">[[Edward Gibbon|Gibbon]], ''[[The Decline and Fall of the Roman Empire]]'', 72</ref> Entretanto, sua sucessão ainda estava ameaçada: no leito de morte de seu pai, em [[Cilícia]], territórios muito afastados de Constantinopla, constatou que deveria retornar à capital imediatamente. Antes disso, deveria cuidar do funeral de seu pai e a tradição exigia que se organizasse a fundação de um mosteiro no local onde seu pai havia morrido. De forma rápida, enviou seu secretário João Axouch à capital com ordens para prender seu mais perigoso rival, seu próprio irmão Isaac, que residia no palácio imperial e possuía acesso irrestrito ao tesouro real. Axouch chegou à capital antes mesmo da notícia da morte do imperador; assegurou a lealdade da cidade com relação a Manuel e, quando este chegou à cidade, em agosto de 1143, foi coroado pelo novo [[patriarca grego ortodoxo de Constantinopla|patriarca]], [[Miguel II Kourkouas]]. Dias mais tarde, sem mais nada a temer e com a posição de imperador assegurada, Manuel ordenou a soltura de seu irmão Isaac.<ref name="NGS">[[Edward Gibbon|Gibbon]], ''[[The Decline and Fall of the Roman Empire]]'', 72<br />* J.H. Norwich, ''A short history of Byzantium''<br />* A. Stone, [http://www.roman-emperors.org/mannycom.htm Manuel I Comnenus]</ref> Mais tarde, ordenou ainda que fossem dadas duas peças de ouro (moedas) a cada morador de Constantinopla e 200 libras de ouro (incluindo, ainda, 200 peças de prata (moeda) anualmente) à [[Igreja Ortodoxa]].<ref name="gold">J. Norwich, ''Byzantium: The Decline and Fall'', 87-88</ref>
 
O império que Manuel herdou de seu pai passou por muitas mudanças desde sua fundação por [[Constantino I]], oito séculos antes. A mudança mais importante ocorreu no [[século XVII]], quando os soldados [[islâmicos]] invadiram o [[Egito (província romana)|Egito]], a [[Palestina]] e grande parte da [[Síria (província romana)|Síria]], tomando-os para si de maneira irrevogável. Logo após, esses soldados rumaram para o oeste, para as províncias ocidentais do [[Império Bizantino]], assim denominadas no tempo de Constantino, no [[norte da África]] e [[Espanha]]. Desde então, os imperadores governaram sobre um domínio que consistia, em sua maior parte, da [[Ásia Menor]] ao leste, e os Bálcãs a oeste. Desde a época de seu predecessor, [[Justiniano I]] (527-565), os imperadores também governaram partes da Itália, [[África]] e Espanha. Ainda assim, o império que Manuel herdou continuava a sofrer imensos desafios no que dizia respeito ao seu regime político. Ao final do século XI, os [[normandos]] da [[Sicília]] conquistaram a [[Península Itálica|Itália]] , na época parte do [[Império Bizantino]]. Os turcos seljúcidas fizeram o mesmo com a [[Anatólia]] central e, no [[Levante (Mediterrâneo)|Levante]], uma nova força aparecera - os [[Estados cruzados|estados dos Cruzados]] - os quais desafiaram o império. Neste momento, mais do que em qualquer outro durante os séculos precedentes, a tarefa que o imperador encarava era imensa.<ref name="PLBr">{{cite encyclopedia|title=Byzantium|encyclopedia=Papyros-Larousse-Britannica|date=2006}}</ref>
 
== Segunda Cruzada e Reinaldo de Châtillon ==
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=== Príncipe da Antioquia ===
[[FicheiroImagem:Near East 1135-pt.svg|thumb|250px|right|[[Condado de Edessa]] e os outros [[estados cruzados]] do [[Oriente Médio]] em [[1135]]]]
A primeira prova pela qual Manuel passou em seu reinado deu-se em [[1144]], quando o príncipe [[Raimundo de Antioquia]] reivindicou os territórios da [[Cilícia]]. Contudo, ainda naquele mesmo ano, o [[Condado de Edessa]] assolado por uma [[guerra santa]] islâmica, iniciada por [[Zengi|Imad ad-Din Atabeg Zengi]]. Raimundo percebeu que qualquer ajuda imediata do ocidente estava inteiramente fora de questão. Com o seu flanco oriental perigosamente ameaçado por esta nova guerra, não havia muitas opções a não ser uma humilhante visita a Constantinopla. Engolindo a seco seu orgulho ferido, dirigiu-se ao norte a fim de dialogar a respeito da proteção do imperador. Após seu pedido a Manuel, foi-lhe prometido o apoio requisitado e sua lealdade a Bizâncio estava garantida.<ref name="M173">[[João Cinamo|J. Cinnamus]], ''Deeds of John and Manuel Comnenus'', 33–35<br />* P. Magdalino, ''The Empire of Manuel I Komnenos'', 40</ref>
 
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Manuel foi impedido de seguir com suas sucessivas vitórias no leste por conta de outros eventos que ocorriam no oeste e, por isso, deveria seguir para os [[Bálcãs]] imediatamente, onde sua presença era importante. Em [[1147]], Manuel concedeu uma passagem através de seus domínios a dois exércitos da [[Segunda Cruzada]], sob o comando de [[Conrado III da Germânia]] e [[Luís VII de França]]. Naquela época, ainda existiam membros da corte bizantina que relembraram a passagem da [[Primeira Cruzada]], a qual foi um momento determinante na memória coletiva da história e que fascinou [[Ana Comnena]], tia de Manuel.<ref name="AC333">A. Komnene, ''The Alexiad'', 333</ref>
 
[[FicheiroImagem:Arrivée des croisés à Constantinople.jpg|thumb|left|300px|Chegada da [[Segunda Cruzada]] a [[Constantinopla]], conforme retratado por Jean Fouquet, 1455-1460]]
 
Muitos bizantinos tinham medo das cruzadas por causa de seu vandalismo e dos roubos praticados pelo exército sem lei, conforme marchavam através do território bizantino. Tropas bizantinas seguiam os cruzados com o intuito de policiar seu comportamento e outras tropas eram formadas em Constantinopla e estavam preparadas para defender a capital de qualquer ato violento. Esta medida de segurança foi amplamente difundida, porém os numerosos incidentes por conta do abrigo oferecido pelos bizantinos e a profunda hostilidade entre os francos e os gregos quase principiaram um conflito entre Manuel e seus convidados, neste caso, os cruzados que atravessavam seu território. Manuel tomou suas precauções - as quais seu avô não tinha tomado - reparando as muralhas da cidade, e pressionando os dois reis por garantias com relação à segurança de seu território. O exército de Conrado III foi o primeiro a entrar no território bizantino no verão de [[1147]], o qual aparece mais proeminentemente nas fontes bizantinas, sendo, portanto, o que ofereceu mais problemas dentre os dois que penetraram esse território.
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== Campanha na Itália ==
=== Rogério II da Sicília ===
[[FicheiroImagem:Southern Italy 1112.svg|right|thumb|300px|Sul da Itália em 1112, antes do período de [[Rogério II da Sicília]], com os estados e as cidades principais. A fronteira do [[Reino da Sicília]] em [[1154]], quando da morte de Rogério II, está na área compreendida pela linha escura que envolve a maior parte do sul da Itália.]]
 
No ano de [[1147]], Manuel travou uma guerra com [[Rogério II da Sicília]], cuja frota capturou a ilha bizantina de [[Corfu]] e saqueou as cidades gregas. Entretanto, apesar de ter sido distraído por um ataque [[cumano]] nos [[Bálcãs]], Manuel conseguiu uma aliança com Conrado e o auxílio dos [[República de Veneza|venezianos]], conseguindo derrotar Rogério e sua poderosa esquadra. Em [[1149]], Manuel, contando com 500 navios, 1.000 navios de transporte de soldados e em torno de 30.000 homens, recuperou a ilha de Corfu e preparou-se para a ofensiva contra os normandos.<ref name="Nor">J. Norwich, ''Byzantium: The Decline and Fall'', 98</ref> Ele já havia concordado com Conrado em realizar uma invasão conjunta e com a divisão do sul da Itália e Sicília. A renovação da aliança germânica foi o ponto principal da política de relações exteriores de Manuel por todo seu reinado, apesar da divergência gradual de interesses entre os dois impérios, após a morte de Conrado.<ref name="M621" />
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=== Aliança papal-bizantina ===
[[FicheiroImagem:Pope Hadrian IV.jpg|thumb|left|Papa Adriano IV, que negociou com Manuel contra o rei normando [[Guilherme I da Sicília]]]]
A cidade de [[Bari]], que foi a capital por séculos da ''Catapan'' bizantina do sudoeste da Itália antes da chegada dos [[Normandos]], abriu seus portões ao exército do imperador e os cidadãos conseguiram destruir a cidadela normanda. Com a queda de Bari, as cidades de [[Trani]], [[Giovinazzo]], [[Andria]], [[Taranto]] e [[Brindisi]] também foram capturadas e Guilherme, que chegou com seu exército para combatê-las (seu exército possuía 2.000 cavaleiros), foi derrotado.<ref name="N112-113">J. Norwich, ''Byzantium: The Decline and Fall'', 112-113</ref>
 
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[[Categoria:Imperadores de Bizânciobizantinos]]
[[Categoria:Bizantinos envolvidos nas guerras bizantino-seljúcidas]]
[[Categoria:Dinastia Comneno]]