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===Durante os reinados de Abu Bakr e Omar===
Abdullah participa nasda conquistas[[Conquista dosmuçulmana árabesda naSíria|conquista da [[Síria]] ocorridasocorrida durante os reinados dos califas [[Abu Bakr]] (r. 632-634) e [[Omar]] (634-644), mas só se torna conhecido quando integra o exército que [[Conquista muçulmana do Egito|conquistou o Egito]] em 642. O comandante da invasão, [[Amr ibn al-As]], tornou-se o governador do Egito, e enviou Abdullah à frente de uma primeira expedição militar à [[Núbia]] em 642, a qual não teve grande sucesso.{{ntref2|frref}}
 
Quando Otman se tornou califa em 644, após o assassinato de Omar, nomeou Abdullah governador do Egito, substituindo Amr ibn al-As, e {{ilc|Muhammad ibn Hudhaifa||Muhammad ibn Abi Hudhaifa}}{{
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}} como seu ajudante. O governo de Abdullah no Egito foi perturbado por protestos contra o seu governo. Alguns desses protestos parecem ter sido instigados pelo seu ajudante Muhammad ibn Hudhaifa.{{ntref2|enref}}{{Carece de fontes|data=outubro de 2011}}
 
Em 647, à frente de um exército de {{fmtn|20000}} homens, Abdullah empreende uma campanha nos territórios bizantinos a oeste do Egito. Estas terras, que atualmente fazem parte da [[Líbia]] e da [[Tunísia]], constituíam a província bizaninabizantina do [[Exarcado de Cartago]] (ou de África), a qual se tinha autoproclamado independente sob o nome de "Império de África" por iniciativa do ex-exarco (governador) [[Gregório, o Patrício]] que se intitulou imperador. As tropas árabes de Abdullah começaram por conquistar [[Trípoli]] e acabaria por conquistar a capital de Gregório, [[Sufetula]] (atual [[Sbeitla]], na região central da Tunísia). Gregório morreu [[Batalha de Sufetula|nessa batalha]] em 648 e com ele extinguiu-se o seu império efémero. São feitos inúmerosmuitos prisioneiros na batalha, a que se juntam os feitos nos muitos raides por toda a região. Respondendo aos apelos dos locais, Abdullah liberta esses prisioneiros contra o pagamento de um avultado resgaste, após o que se retira com o seu exército.{{HarvRef|Hrbek|1992|p=120-122}} O califa concede a Abdullah um quinto do quinto (4%) do espólio saqueado durante a campanha.{{HarvRef|Hussein|1974|p=78-79}}{{ntref2|frref}}
 
De volta ao Egito, Abdullah participa com a sua frota numa expedição contra o [[Chipre]] comandada pelo governador da Síria, o futuro califa Muawiya, que resultou no compromisso do pagamento de um tributo anual de {{fmtn|7200|[[dinar]]es}} por parte dos cipriotas.{{HarvRef|Des Gagniers|p=121}}{{ntref2|frref}}
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Em 651, Abdullah organiza uma segunda expedição à Núbia. Assedia a cidade de [[Dongola (Sudão)|Dongola]] e destrói a respetiva igreja, mas perante a incerteza da relação de forças, assina um tratado de paz ({{ilc||Baqt|Bakt}}) entre o Egito muçulmano e o reino cristão de [[Macúria]]. Esse tratado viria a ser respeitado ao longo de todo o período islâmico inicial, à parte de alguns incidentes ocasionais, e estabeleceu em [[Assuão]] a fronteira sul do Egito muçulmano.{{HarvRef|name=Petry67|Petry|1999|p=67-68}} O rei núbio Kalidouroun comprometeu-se a pagar um tributo anual de 360 escravos aos muçulmanos em troca de cereais, tecidos, cavalos e vinho do Egito.{{HarvRef|Renault|1985|p=19}}{{ntref2|frref}}
 
Em 655, Abdullah é o protagonista de uma vitória naval decisiva sobre a ainda todo-poderosa [[marinha bizantina]] do imperador {{Lknb|Constante|II}}, a [[batalha dos Mastros]] (de ''Phoenix'' nos registos [[Império Bizantino|bizantinos]] e ''Dhat al-sawari'' nos registos árabes), travada ao largo da cidade de [[Phoenicus]], na [[Lícia]].<ref name=brit1 />{{Harvy|citSocAsia|Journal asiatique|1826|p=63}}{{ntref2|frref}}
 
Entretanto, a situação política no Egito complicava-se. Muhammad bin Hudhaifa criticou Abdullah, recomendando mudanças no governo, mas Abdullah não reagiu. Depois de muitos esforços, Muhammad acabou por perder a paciência e passou de crítico compreensivo a oponente desiludido, primeiro com Abdullah e posteriormente com Otman por tê-lo nomeado. Abdullah escreveu a Otman reclamando que Muhammad andava a espalhar a insubordinação e se nada fosse feito para o parar a situação iria agravar-se. Otman tentou silenciar os protestos de Muhammad com {{fmtn|300000}} [[dirham]]s e presentos caros. O suborno provocou a reação contrária da pretendida, tendo Muhammad levado o dinheiro e os presentes para a Grande Mesquita dizendo: ''«Vêem o que Otman está a tentar fazer? Está a tentar comprar a minha fé. Ele enviou-me estas moedas e estes bens como um suborno.»''{{ntref2|enref}}{{Carece de fontes|data=outubro de 2011}}
 
Na origem do descontentamento de que Muhammad bin Hudhaifa fazia eco, estava a determinação de Abdullah de desviar fundos do Egito para o califa em [[Medina]], o que provocou grande oposição entre os muçulmanos, que entendiam que esse rendimento era seu como recompensa da conquista. O descontentamento aumentou com a chegada de mais colonos árabes, que colocaram mais pressão nos recursos locais.<ref name=Petry67 />
 
Otman enviou muitas cartas apaziguadoras para Muhammad, mas ele continuou a incitar a agitação contra Abdullah. Em 656 os líderes do Egito decidiram enviar uma delegação a Medina para pedir a destituição de Abdullah. Este também foi a Medina para se defender na corte do califa. Durante a sua ausência, Muhammad ibn Hudhaifa liderou uma rebelião em janeiro de 656 e tomou conta do governo. Os apoiantes de Hudhaifa, eram principalmente participantes das primeiras conquistas que, como o próprio Hudhaifa, não eram líderes tribais árabes e encaravam Abdullah como um risco para os monopólios que tinham ganho com a conquista.<ref name=Petry67 />