Adriano de Sousa Lopes: diferenças entre revisões

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'''Adriano de Sousa Lopes''' (Vidigal, [[Leiria]], [[20 de Fevereiro]] de [[1879]] — [[Lisboa]], [[21 de Abril]] de [[1944]]) foi um [[Gravura|gravador]] e [[pintura|pintor]] [[Modernismo em Portugal|modernista]] [[Portugueses|português]].<ref>Pertence à primeira geração de pintores modernistas portugueses. [[José-Augusto França|França, José Augusto]] - '''A Arte em Portugal no Século XX: 1911-1961''' [1974]. Lisboa: Bertrand Editora, 1991, p. 182</ref>
 
== Biografia ==
[[Imagem:Adriano de Sousa Lopes - A Blusa Azul.jpg|thumb|''A Blusa Azul'', c. 1920, óleo sobre tela. [[Museu Nacional de Arte Contemporânea|MNAC]].]]
Nasce no lugar de Vidigal, freguesia de Pouzos, concelho de [[Leiria]]. Em 1898 inscreve-se na [[Academia Real de Belas-Artes|Academia de Belas Artes]], onde será aluno de [[Veloso Salgado]] (pintura) e [[Luciano Freire]] (desenho). Parte para [[Paris]] em 1903 como pensionista do Legado Valmor na especialidade de Pintura de história; frequenta a [[École des Beaux-Arts|École Nationale des Beaux-Arts]] e, depois, a [[Academia Julian]]. É aluno de [[Fernand Cormon]]. Expõe em diversas edições do [[Salon d’Automne]] (1904, 1905, 1906, 1908, 1909, 1912). Faz uma viagem a Itália em 1907, regressando de novo a Paris.<ref>{{citar web|URL=http://www.cam.gulbenkian.pt/index.php?article=60486&visual=2&langId=1|título=Adriano de Sousa Lopes|autor=AFC|data=Dezembro de 2010|publicado=|acessodata=12-04-2014}}</ref>
Em 1898 vem para Lisboa estudar, na [[Academia Real de Belas-Artes|Academia de Belas Artes]], onde é aluno de [[Veloso Salgado]] (pintura) e [[Luciano Freire]] (desenho).
 
Em 1917 realiza uma primeira exposição individual, na [[Sociedade Nacional de Belas Artes|SNBA]], Lisboa. Nesse mesmo ano parte para a Frente na [[Primeira Guerra Mundial]] como oficial artista, realizando uma série de trabalhos em que regista a ação do [[Corpo Expedicionário Português]]. Em 1918 instala-se perto de [[Versailles]] e faz esboços preparatórios de composições sobre a Grande Guerra; em 1923 expõe em Paris. Até 1927 viaja pela Europa e pelo Norte de África, passando temporadas em França e em Portugal; nesse ano expõe de novo na SNBA, Lisboa, e assume a direção do [[Museu do Chiado|Museu Nacional de Arte Contemporânea]], Lisboa.<ref>{{citar web|URL=http://www.cam.gulbenkian.pt/index.php?article=60486&visual=2&langId=1|título=Adriano de Sousa Lopes|autor=AFC|data=Dezembro de 2010|publicado=|acessodata=12-04-2014}}</ref>
Parte para [[Paris]] em [[1903]], para frequentar a [[École des Beaux-Arts|École Nationale des Beaux-Arts]] e, depois, a [[Academia Julian]]. É aluno de [[Fernand Cormon]]; expõe nas edições do [[Salon d’Automne]] de 1904, 1905, 1906, 1908, 1909 e 1912.
 
Ao longo dosda [[Décadadécada de 1930|anos de 1930]] recebe diversas encomendas oficiais, nomeadamente para o [[Museu Militar de Lisboa]] e para o Salão Nobre da [[Assembleia Nacional (Portugal)|Assembleia Nacional]], projeto que ficaficará interrompido pela sua morte.
Faz uma viagem a Itália em [[1907]] e regressa a Paris.
 
Em [[1917]] realiza uma primeira exposição individual em Lisboa, na [[Sociedade Nacional de Belas Artes|SNBA]]. Nesse mesmo ano parte para a Frente na [[Primeira Guerra Mundial]] como oficial artista, realizando uma série de trabalhos em que regista a ação do [[Corpo Expedicionário Português]].
 
Em [[1918]] instala-se perto de [[Versailles]] e faz esboços preparatórios de composições sobre a Grande Guerra. Em [[1923]] expõe em Paris, e a partir desse ano e até [[1927]] passa longas épocas em Paris e viaja pela Côte d'Azur e Marrocos..
 
Em [[1927]] expõe de novo na SNBA, Lisboa, e assume a direção do [[Museu do Chiado|Museu Nacional de Arte Contemporânea]], Lisboa.
 
Ao longo dos [[Década de 1930|anos de 1930]] recebe diversas encomendas oficiais, nomeadamente para o [[Museu Militar de Lisboa]] e para o Salão Nobre da [[Assembleia Nacional (Portugal)|Assembleia Nacional]], projeto que fica interrompido pela sua morte.
 
== Obra ==
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Pintor formalmente algo [[ecletismo|eclético]], oscilou entre as aproximações ao [[impressionismo]] e formas de representação mais académicas. Percorreu uma grande diversidade de temas, dos retratos, paisagens e naturezas mortas a episódios da história.
 
A sua obra inicial do período parisiense revela uma "''admiração empenhada pela pintura académica, que praticou como discípulo de Cormon''", aproximando-se por vezes de um "''[[simbolismo]] temático e pictural vindo de [[Ingres]] a [[Gustave Moreau]]''". Irá renovar a sua pintura através de uma aproximação ao impressionismo, "''então em fase acelerada de internacionalização''", trabalhando, em estudos de pequeno formato a partir do motivo, "''impressões urbanas, elegantes e sensíveis tomadas nos jardins de Paris ou em Itália''".<ref name="Silva 1994, p. 183">Silva, Raquel Henriques da - "Adriano Sousa Lopes". In: A.A.V.V. – '''Museu do Chiado: Arte Portuguesa 1850-1950'''. Lisboa: Instituto Português de Museus, 1994, p. 183</ref>
 
A participação na [[1ª Guerra Mundial]] como oficial encarregado de pintar os seus temas irá determinar a fase seguinte. Sousa Lopes realiza uma série genericamente intitulada ''Portugal na Grande Guerra'', em que ilustra de forma expressiva uma multiplicidade de cenas como, por exemplo, ''9 de Abril, O Capitão Beleza dos Santos atravessa uma densíssima barragem de artilharia e consegue salvar a sua bateria de 75''. Segundo [[Raquel Henriques da Silva]], trata-se de "''um conjunto raro de [[Água forte|águas fortes]] que, além de valor testemunhal, manifesta, nos melhores casos, a emergência de uma poética [[expressionismo|expressionista]], justificada pelo confronto com tão dura realidade''".<ref name="Silva 1994, p. 183"/>