Dinastia isaura: diferenças entre revisões

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A [[dinastia heracliana]], que reinou entre 610 e 711, com um breve [[interregno]] entre 695 e 705, enfrentou alguns dos maiores desafios da longa história dos bizantinos. Depois de vencer os [[persas sassânidas]] na [[Guerra bizantino-sassânida de 602-628|última guerra romano-persa]], o [[imperador bizantino|imperador]] [[Heráclio]] {{nwrap|r.|602|641}} e seu exaurido império tiveram que enfrentar a rápida [[Conquista muçulmana do Levante|expansão muçulmana pelo Levante]]<ref>Whittow (1996), pp. 73–82</ref>.
 
Depois da [[conquista muçulmana da Síria]], a rica província do [[Egito (província romana)|Egito]], a principal fornecedora de grãos e impostos do império, [[conquista muçulmana do Egito|caiu também]]. Além disso, os bizantinos enfrentaram ataques em toda região da [[Líbia antiga|Líbia]] contra o [[Exarcado da África]], contra a [[Cilícia]], que controlava as [[passo de montanha|rotas pelas montanhas]] para o interior da [[Ásia Menor]], e no [[planalto armênio]], a principal fonte de mão-de-obra do império e uma zona-tampão vital entre a Síria árabe e a passagem noroeste para a Ásia Menor. Estas três regiões seriam os principais campos de batalha da guerra bizantino-árabe pelos próximos cinquenta anos<ref>Cheynet (2006), pp. 3–6</ref>. Os árabes também desafiaram a supremacia bizantina no [[Mediterrâneo]] construindo uma vitoriosa frota para enfrentar a até então invencível [[marinha bizantina]]. A irrupção de [[Primeira Fitna|uma guerra civil]] em 656 deu aos bizantinos um respiro e o imperador [[Constante II]] {{nwrap|r.|641|668}} reforçou suas posições nos [[BalcãsBálcãs]] e na Itália. Seu sucessor, [[Constantino IV]] {{nwrap|r.|668|685}} conseguiu debelar o [[Cerco de Constantinopla (674-678)|primeiro cerco árabe]] à capital imperial, [[Constantinopla]], e já emendou uma contra-ofensiva que garantiu a segurança da Ásia Menor, recuperando a Cilícia e forçando o Califado a pagar um tributo. Na mesma época, porém, ele foi derrotado pelo [[cã búlgaro]] [[Asparuch]] e foi forçado a aceitar o assentamento dos búlgaros nas terras até então bizantinas ao sul do [[Danúbio]]<ref>Cheynet (2006), pp. 6–9</ref>. Com a primeira deposição do filho e herdeiro de Constantino, [[Justiniano II]], em 695, iniciou-se um [[Anarquia de Vinte Anos|período de anarquia]] que durou quase um quarto de século e provocou uma sucessão de desastres que quase provocaram o fim do império. Cartago finalmente caiu em 697 e uma tentativa de recuperá-la [[Batalha de Cartago (698)|foi derrotada]] no ano seguinte. A Cilícia foi novamente conquistada pelos árabes e se tornou a base de onde os [[raide]]s anuais dos árabes que penetravam profundamente na Ásia Menor, saqueavam cidades e destruíam as fortalezas da região. A região do Cáucaso também foi reconquistada e se consolidou o domínio muçulmano na região. Finalmente, o [[califa omíada]] [[Suleiman ibn Abd al-Malik]] {{nwrap|r.|715|717}} iniciou os preparativos para uma enorme expedição com um único objetivo: conquistar [[Constantinopla]]<ref>Cheynet (2006), pp. 10–12</ref><ref>Whittow (1996), p. 138</ref>.
 
Em paralelo com as muitas catástrofes na política externa, o período heracliano assistiu a profundas mudanças na sociedade e na natureza do que restava do império: a civilização urbanizada e cosmopolita da [[Antiguidade Tardia]] desapareceu e uma [[era medieval]] se iniciou. Com o declínio da maior parte das cidades, que involuíram para pequenos e fortificados centros urbanos com funções meramente administrativas, a sociedade voltou a ser majoritariamente agrária na qual a educação e a vida intelectual praticamente desapareceram. A perda das províncias mais ricas do império somada com as sucessivas invasões reduziram a economia imperial para um tamanho insignificante perante aos recursos disponíveis ao Califado. A economia monetária sobreviveu, mas o [[escambo]] renasceu e se fortaleceu em paralelo<ref>Kazhdan (1991), pp. 350–351</ref><ref>Whittow (1996), pp. 89–95</ref>; A prática administrativa também se alterou: juntamente com o sistema provincial herdado dos romanos, os exércitos foram reorganizados num novo [[tema (distrito bizantino)|sistema de temas]] que visava preservar o pouco que sobrou do território imperial concentrando o poder administrativo e militar nas mãos dos governadores ([[estratego]]s), o que os fez também mais propensos a se rebelar. Ao mesmo tempo, a burocracia central em Constantinopla ganhou proeminência<ref>Kazhdan (1991), pp. 351, 2035</ref><ref>Whittow (1996), pp. 119–121</ref>.
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== O império em crise (705–717) ==
{{AP|Anarquia de Vinte Anos}}
Depois da segunda deposição de [[Justiniano II]], o Império Bizantino entrou numa outra era de caos que só se compara ao atrapalhado governo de [[Focas]] durante a última guerra contra os persas. [[Filípico Bardanes]], o rebelde da [[Crimeia]] que tomou o trono se mostrou totalmente incompetente para a função. Em vez de enfrentar as iminentes ameaças representadas pelos búlgaros ou os árabes, ele reiniciou a controvérsia religiosa ao tentar reimpor a detestada solução intermediária entre monofisitas e calcedonianos de Heráclio, o [[monotelismo]]. Quando o rei [[Tervel da Bulgária]], que era aliado de Justiniano II, invadiu a [[Trácia bizantina|Trácia]], Bardanes não teve alternativa a não ser convocar as tropas do [[Tema Opsiciano]] para combatê-lo. Infelizmente para o imperador, as tropas não lhe eram minimamente leais e, depois de [[mutilação política na cultura bizantina|ter sido cegado ritualmente]], Bardanes foi substituíodsubstituído, em junho de 713, pelo seus principal secretário, Artêmio.
 
Artêmio foi coroado como [[Anastácio II]] e ele deu ao império um breve período de bom governo, reforçando as [[muralhas de Constantinopla|muralhas da capital]] e enchendo completamente os [[silo]]s de Constantinopla, tudo isso para enfrentar a iminente invasão árabe. Todos os cidadãos receberam ordem de estocar alimentos suficientes para três anos, pois, se os árabes chegassem até a região dos estreitos, seria indubitavelmente um longo cerco. Porém, Anastácio se mostrou bom demais para o império: num esforço de evitar o cerco à capital, o imperador planejou um ataque preemptivo contra os inimigos utilizando [[Rodes]] como base. Porém, o Tema Opsiciano uma vez mais se revoltou a Anastácio acabou confinado num [[mosteiro]] na [[Tessalônica]] em 715.
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== Leão III, o Isáurio (717–741) ==
{{Lknb|Leão|III, o Isáurio}}, que futuramente seria o fundador da chamada dinastia isáurica, nasceu na verdade em [[GermaniqueiaGermaniceia]], no noroeste da Síria, por volta de 658. Sua suposta origem na [[Isáuria]] deriva de uma referência feita por [[Teófanes, o Confessor]], que, contudo, pode ser uma adição posterior. Depois de ser elevado à posição de [[espatário]] por Justiniano II, ele lutou contra os árabes na [[Abásgia]] e foi nomeado estratego dos [[Tema Anatólico|anatólicos]] por Anastácio II<ref>Kazhdan (1991), pp. 1014, 1208</ref>. Depois da queda deste em 716, Leão se aliou a [[Artabasdo]], o general dos [[Tema Armeníaco|armeníacos]], e foi proclamado imperador durante a invasão de dois exércitos árabes, um deles comandado pelo irmão do califa [[Sulayman ibn Abd al-Malik|Sulayman]] {{nwrap|r.|715|717}}, [[Maslama ibn Abd al-Malik]]. Leão evitou o ataque de Maslama através de inteligentes negociações, nas quais ele prometeu reconhecer a [[suserania]] do califa. Finalmente, em 25 de março de 717, Leão entrou em Constantinopla e depôs Teodoro<ref name="ODBLeo3a">Kazhdan (1991), p. 1208</ref><ref>Treadgold (1997), p. 345</ref><ref>Cheynet (2006), p. 12</ref>.
 
=== Cerco árabe e suas consequências ===
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=== Começo do Iconoclasma ===
[[Imagem:Clasm Chludov.jpg|thumb|300px|Esta página, do [[iconódulos|iconódulo]] [[Saltério de Chludov]], ilustra o texto ''"Eles me deram bile para comer; e quando eu estava sendentosedento, me deram vinagre para beber"'' com uma imagem de um soldado oferecendo vinagre a Cristo numa esponja colocada na ponta de uma vara. Abaixo, à esquerda, está uma imagem do último patriarca iconoclasta de Constantinopla, João VII, juntamente com [[Antônio I de Constantinopla|Antônio I]], esfregando uma pintura de Cristo também com uma esponja na ponta de uma vara.]]
{{AP|Iconoclasma}}
As frustrações de Leão em suas campanhas militares o levaram a acreditar que o império havia perdido a graça de Deus, um sentimento comum na época. Já em 722, ele havia tentado forçar a conversão dos [[judeus]], mas rapidamente voltou sua atenção para a [[iconodulia|veneração dos ícones]], que alguns [[bispo]]s já consideravam como [[idolatria]]. Depois de uma nova erupção vulcânica em Tera em 726, o imperador publicou um édito condenando o uso dos [[ícone]]s e removeu a imagem de [[Cristo]] do [[Portão Chalke]], a entrada cerimonial do [[Grande Palácio de Constantinopla]]. O próprio Leão se mostrou cada vez mais crítico em relação aos [[iconófilos]] e, num concílio da corte em 730, ele baniu formalmente as representações artísticas de figuras religiosas<ref name="Cheynet13"/><ref>Treadgold (1997), pp. 350–353</ref><ref>Whittow (1996), pp. 139–142</ref>.
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A adoção do iconoclasma, aos olhos do imperador, parece de fato ter sido um sucesso, pois a vitória voltou a coroar os esforços das forças militares bizantinas, com diversas derrotas muçulmanas se seguindo entre 727 e 732. Os anos seguintes foram mais difíceis, especialmente por que os árabes derrotaram os cazares e forçaram seu líder a se converter ao [[islamismo]]. Em 740, porém, o imperador e seu filho conseguiram arrancar uma vitória decisiva sobre um exército árabe invasor na [[Batalha de Acroino]], que interrompeu o ímpeto dos ataques inimigos<ref name="Cheynet14"/><ref>Whittow (1996), p. 143</ref><ref>Treadgold (1997), p. 355</ref>.
 
Em março de 741 (fontes mais antigas datam o evento em 726), Leão também [[promulgação|promulgou]] a [[Écloga]], uma revisada seleção de leis baseadas principalmente no mais antigo [[Código de Justiniano]]. A influência cristã é evidente na grande redução do número de crimes passíveis da [[pena capital]], embora tenha aumentado o uso da [[mutilação política na cultura bizantina|mutilação]], considerada na época como sendo uma forma de punição mais "humana". A Écloga se mostrou bastante popular como um manual legal mais conciso e permaneceu como o livro-texto legal padrão até a introdução do ''[[EpanagogeEpanagoga]]'' no final do {{séc|IX}}, e foi traduzida para [[eslavônico eclesiástico|eslavônico]], [[língua árabe|árabe]] e [[língua armênia|armênio]]<ref>Kazhdan (1991), pp. 672–673, 1208</ref><ref>Treadgold (1997), p. 350</ref>.
 
Leão morreu pacificamente em sua cama em 18 de junho de 741, o primeiro imperador a conseguir o feito desde [[Constantino IV]] mais de cinquenta anos antes. Durante seu reinado, ele conseguiu bloquear os ataques árabes e consolidou a fronteira oriental do Império Bizantino. Por outro lado, sua reintrodução de uma nova - e desnecessária - disputa teológica, ainda que fosse mais branda durante a sua vida, comprometeram seus esforços para restaurar a estabilidade ao império<ref>Treadgold (1997), p. 356</ref>.
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Em 754, Constantino convocou o [[Concílio de Hieria]], que teve como participantes apenas bispos iconoclastas. O concílio aprovou a nova política religiosa de Constantino e assegurou a eleição de um novo patriarca iconoclasta, mas, por outro lado, se recusou a endossar todas as opiniões de Constantino. Foi confirmado o status de Maria como a ''[[Theotokos]]'' ("portadora de Deus"), reforçado o uso de termos como "santo" e "sagrado" e condenada a dessacração, queima ou saque de igrejas no afã de sufocar os iconófilos.
 
Ao concílio se seguiu uma campanha para remover as imagens das paredes das igrejas e para livrar a corte e a burocracia estatal dos iconófilos. Como os [[mosteiro]] tendiam a ser os bastiões do sentimento iconófilo, Constantino atacou especialmente os [[monge]]s, pareando-os com [[freira]]s no [[Hipódromo de Constantinopla|Hipódromo]] em casamentos forçados e expropriando os mosteiros em prol do estado ou do exército. A repressão contra os monges, que culminou em 766, foi liderada principalmente pelo general [[Miguel LachanodraconLacanodraco]], que ameaçava os monges mais reticentes com a cegueira ou o exílio.
 
Um [[abade]] iconófilo, [[Santo Estêvão, o Jovem|Estêvão, o Jovem]], foi brutalmente [[linchamento|linchado]] por uma multidão incitada pelas autoridades. Como resultado, muitos monges fugiram para o [[sul da Itália]] e para a Sicília. Ao final do reinado de Constantino, o iconoclasma havia chegado ao ponto de chamar as [[relíquia]]s e as orações aos santos de [[heresia|heréticas]].
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Constantino era também um hábil general e administrador. Ele reorganizou os [[tema (distrito bizantino)|temas]], os distritos militares do império, e criou novas divisões no [[exército bizantino|exército]] chamadas ''[[tagma (militar)|tagma]]'' com o objetivo de reduzir a ameaça de conspirações para reforçar as capacidades defensivas do império. Com seu novo e reorganizado exército, Constantino partiu para campanhas em três grandes fronteiras.
 
Em 746, aproveitando-se da situação instável no [[Califado Omíada]], que estava se desfazendo sob o governo de [[Marwan II]], Constantino invadiu a Síria, capturou [[Germaniceia]] (atual [[Maraş]]) - a terra natal de seu pai - e organizou o reassentamento de parte da população cristã local em território imperial na Trácia. No ano seguinte, sua frota derrotou a árabe em [[Chipre]]. Em 752, Constantino liderou uma invasão ao território do recém-criado [[Califado Abássida]], agora liderado por [[As-Saffah]]. O imperador capturou [[Teodosiópolis]] e [[Melitene]] ([[Malatya]]) e, mais uma vez, mudou a população cristão para os [[BalcãsBálcãs]]. Porém, estas campanhas não conseguiram assegurar nenhum ganho efetivo (além do aumento da população em outras fronteiras), mas, por outro lado, foram importantes para colocar o império novamente na ofensiva.
 
Estas vitórias permitiram que se adotasse uma política externa mais agressiva nos [[Balcãs]]Bálcãs. Com reassentamento de cristãos do oriente na Trácia, Constantino V queria aumentar a prosperidade e as capacidades defensivas da região, causando preocupação para o vizinho do norte, a [[Primeiro Império Búlgaro|Bulgária]], que acabaram se enfrentando em 755. [[Kormisosh da Bulgária]] invadiu o império e chegou até as [[Muralhas de Anastácio]], mas foi derrotado em combate por Constantino V, que inaugurou uma longa séria de novas campanhas de sucesso contra eles no ano seguinte, principalmente a vitória conseguida sobre [[Vinekh da Bulgária|Vinekh]], sucessor de [[Kormisosh]], na [[Batalha de Marcela (756)|Batalha de Marcela]].
 
Três anos depois, Constantino foi derrotado na [[Batalha do Passo de Rishki]], mas os búlgaros não se aproveitaram da situação. Em 763, ele navegou até [[Anquíalo]] com 800 navios que levavam 9 600 cavaleiros e alguma infantaria. As vitórias do imperador, incluindo na [[Batalha de Anquíalo (763)|Batalha de Anquíalo]], em 763, provocaram uma grande instabilidade na Bulgária, com uma sucessão de seis monarcas se sucedendo rapidamente.
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== Leão IV (785–790) ==
{{AP|Leão IV, o Cazar}}
Leão era filho do imperador [[Constantino V]] com [[Irene da Cazária]]<ref>{{citar web|url = http://www.roman-emperors.org/irenev.htm| título = Irene| língua = inglês| acessodata = 23/08/2013| publicado = Roman Emperors}}</ref>, a filha do ''[[khagangrande cã]]'' [[Bihar (cazar)|Bihar]]. Coroado co-imperador pelo pai em 751, Leão se casou com [[Irene de Atenas|Irene]], uma [[Atenas|ateniense]] de família nobre, em dezembro de 769. Em 775, Constantino V morreu deixando-o como único imperador<ref>The Chronicle of Theophanes Anni Mundi 6095-6305 (A.D. 602-813): Tr. Harry Turtledove (University of Pennsylvania Press, 1982), p 135-136.</ref>.
 
Em 24 de abril de 776, Leão, seguindo o precedente consolidado pelo pai e o avô, nomeou o seu filho, Constantino VI, co-imperador. Esta decisão provocou a revolta dos cinco meio-irmãos de Leão, incluindo o [[césar (título)|césar]] [[Nicéforo (césar)|Nicéforo]], que esperava ainda chegar ao trono. A revolta foi logo sufocada e os conspiradores foram surrados, [[tonsura]]dos e exilados para o [[Tema do Quersoneso]] sob vigilância<ref>The Chronicle of Theophanes Anni Mundi 6095-6305 (A.D. 602-813): Tr. Harry Turtledove (University of Pennsylvania Press, 1982), 137.</ref>.
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Leão IV foi criado como um [[iconoclasta]], como o pai, mas se casou com uma [[iconófilo|iconófila]]<ref>Byzantium: The Imperial Centuries (A.D. 610-1071): Romilly Jenkins (Weidenfeld and Nicoloson, 1966), p 92.</ref><ref>The Byzantine Revival: Warren Treadgold (Stanford University Press, 1988), p 5.</ref>. Percebendo que a divisão de seu império, ele tentou um caminho conciliatório junto aos iconófilos, que eram considerados hereges pela política de seu pai. Leão permitiu novamente os monges, perseguidos e depostos na política do pai, e o retorno deles aos mosteiros. Leão chegou a ser ungido como "Amigo da Mãe de Deus" por alguns deles por permitir que eles mantivessem algumas imagens da ''[[Theotokos]]''. Além dessas concessões, Leão também nomeou um simpatizante da causa iconófila, [[Paulo IV de Constantinopla|Paulo de Chipre]], como patriarca de Constantinopla quando [[Nicetas I de Constantinopla|Nicetas I]], um feroz iconoclasta, morreu. Contudo, ao final de seu reinado, Leão reverteu essa política mais tolerante<ref>Byzantium: The Imperial Centuries (A.D. 610-1071): Romilly Jenkins (Weidenfeld and Nicoloson, 1966), p 91.</ref>.
 
O reinado de Leão coincidiu com o do terceiro [[califa abássida]] [[al-Mahdi]], que invadiu o território bizantino em diversas ocasiões entre 777 e 780 até ser definitivamente derrotado pelas forças de Leão, lideradas pelo general iconoclasta [[Miguel LachanodraconLacanodraco]]. O próprio Leão comandou um exército contra os búlgaros, mas morreu de uma febre no meio da campanha<ref>{{citar web|url = http://www.roman-emperors.org/leo4.htm#N_13_| língua = inglês| acessodata = 23/08/2013| publicado = Roman Emperors| título = Leão IV}}</ref><ref>A History of Byzantium (second edition): Timothy E. Gregory (Blackwell, 2010), p 213.</ref>. A morte de Leão em 9 de setembro de 780 colocou sua esposa, Irene, no trono.
 
== Constantino VI e a regência de Irene (785-797) ==