Rufino (patrício): diferenças entre revisões

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[[Imagem:Solidus Justin I.jpg|thumb|upright=1.05|[[Soldo (moeda)|Soldo]] de {{lknb|Justino|I}} {{nwrap|r.|518|527}}]]
 
Rufino em data desconhecida durante o {{séc|V}}. De [[gregos bizantinos|origem grega]], era filho e irmão respectivamente dos oficiais [[Silvano (pai de Rufino)|Silvano]] e [[Timóstrato]]. Segundo {{lknb|Teófanes,|o Confessor}}, teria se casado com a filha de {{lknb|João,|o Cita}} e seria pai do [[cônsul]] [[João (cônsul honorário)|João]], embora sejam desconhecidas as datas de seu casamento ou o nascimento de seu filho. Rufino aparece pela primeira vez no final de 502, em meio a [[Guerra Anastácia]], quando foi enviado pelo [[imperador bizantino|imperador]] {{lknb|Anastácio|I Dicoro}} {{nwrap|r.|491|518}} à corte do [[xá sassânida]] {{lknb|Cavades|I}} (r. 488–496; 499–531) parepara entregar uma grande quantidade de dinheiro para que os persas não realizassem ataques contra o [[Império Bizantino]]. Ao saber que os ataques já haviam começado, Rufino guardou o dinheiro em [[Cesareia Mázaca]] e partiu ao encontro de Cavades em [[Amida (cidade)|Amida]] para pedir-lhe que se retirasse com suas tropas e aceitasse o tributo. Rufino foi capturado e mantido sob guarda até a captura e [[saque de Amida]] em janeiro de 503, quando os persas libertaram-ono e enviaram-ono para informar o imperador.{{harvref|Martindale|1980|p=954}}{{harvref|Greatrex|2002|p=62; 67}}
 
Rufino reaparece nas fontes em 515, quando foi nomeado por Anastácio como [[mestre dos soldados da Trácia]] em substituição do rebelde [[Vitaliano (rebelde)|Vitaliano]]; [[Conde Marcelino]] fornece a data de 516 para sua nomeação. Por este período, ele capturou dois dos guarda-costas de Vitaliano e teria servido como mestre dos soldados imperiais ao lado de [[Alatar]].{{harvref|Martindale|1980|p=954-955}} Rufino novamente desaparece das fontes, sendo citado somente em 525/526, durante o reinado do imperador {{lknb|Justino|I}} {{nwrap|r.|518|527}}, quando o [[mestre dos soldados do Oriente]] e futuro imperador [[Justiniano]] {{nwrap|r.|527|565}} enviou-o, ao lado de [[Hipácio (cônsul em 500)|Flávio Hipácio]], à corte de Cavades I para discutir os termos da adoção por Justino de {{lknb|Cosroes|I}} {{nwrap|r.|531|578}}, filho de Cavades;{{harvref|Greatrex|2002|p=81}} com o fracasso das negociações, fez falhas acusações Rufino contra Hipácio. Pelo tempo que esteve na Pérsia, Rufino convenceu Cavades a nomear Cosroes como seu sucessor e aconselhou a rainha a procurar ajuda médica dum monge chamado Moisés que vivia em [[Dara]].{{harvref|name=Mar955|Martindale|1980|p=955}}
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[[Imagem:Kavad I coin.jpg|thumb|upright=1.05|esquerda|[[Dracma]] de {{lknb|Cavades|I}} (r. 488–496; 499–531)]]
 
Por 530, as fontes mencionam que Rufino ainda ocupava a posição de mestre dos soldados, embora não especifiquem de qual região, e que era um [[patrício]], sendo possível que já fosse detentor dessa posição honorífica desde 525/526. Nesse ano, no contexto da [[Guerra Ibérica]], o então imperador Justiniano enviou-o junto de [[Hermógenes (mestre dos ofícios)|Hermógenes]] como embaixador para Cavades, embora tenha dado instruções para que ambos não fossem além de [[Hierápolis Bambice]] antes de receberem novas instruções;{{harvref|Greatrex|2002|p=88}} segundo [[João Malalas]], os persas haviam impedido que eles prosseguissem além de Dara. Rufino é mencionado numa carta do general [[Belisário]] dirigida ao comandante persa pouco antes da [[batalha de Dara]] como um emissário imperial estacionado nas imediações pronto para iniciar negociações. Com o fim da batalha em junho, Rufino partiu junto de [[Alexandre (conde)|Alexandre]] à corte persa,<ref name=Mar955 /> onceonde chegou em agosto.{{harvref|Greatrex|2002|p=91}} Segundo [[Procópio de Cesareia]], Rufino teria proferido o seguinte discurso diante do xá:
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[[Imagem:IUSTINIANUS I - CONOB DOC 7 - 851082.jpg|thumb|upright=1.05|esquerda|Soldo de [[Justiniano]] {{nwrap|r.|527|565}}]]
 
Os emissários bizantinos retornaram a Justiniano em setembro de 530 com termos aceitáveis por Cavades. O imperador estava pronto a aceitá-los, mas quando Rufino retornou à corte de Cavades I, o último havia sido informado das dificuldades dos bizantinos para lidar com a revolta dos [[samaritanos]], o que fez-o declinar a paz.{{harvref|Greatrex|2002|p=92}} O emissário retornou à [[Constantinopla]] com as notícias.<ref name=Mar955 /> Em 531, após a [[batalha de Calínico]] de 19 de abril, Rufino e Estratégio 9 foram enviados aos persas procurando paz, mas foram impedidos em [[Edessa (Mesopotâmia)|Edessa]] uma vez que o xá havia enviado seus exércitos contra o território bizantino.{{harvref|Martindale|1980|p=955-956}}{{harvref|Greatrex|2002|p=94}} Provavelmente Rufino estava entre os embaixadores que foram impedidos por Justiniano de atravessar à Pérsia após a morte de Cavades I, em setembro daquele ano, antes que emissários sassânidas chegassem informando oficialmente sobre a ascensão de Cosroes I. Uma vez que o imperador recebeu a notícia, Rufino, Hermógenes, Alexandre e [[Tomás (diplomata)|Tomás]] (segundo Procópio) ou Rufino e Estratégio (segundo Malalas) foram enviados para negociar com Cosroes I.{{harvref|name=Mar956|Martindale|1980|p=956}}
 
[[Imagem:Khosrawi.jpg|thumb|upright=1.05|Dracma de {{lknb|Cosroes|I}} {{nwrap|r.|531|579}}]]
[[Imagem:Roman-Persian Frontier in Late Antiquity-pt.svg|thumb|upright=1.05|Fronteira romano-persa entre os séculos IV-VII]]
 
Uma trégua de 70 dias (três meses de acordo com João Malalas) foi estabelecida enquanto Rufino dirigiu-se à Constantinopla para que Justiniano apreciasse os termos acordados. Durante sua ausência rumores de que Justiniano havia matado Rufino se espalharam, impelindo Cosroes I ade unir suas tropas e marchar contra o território inimigo. Quando o xá aproximou-se [[Nísibis]], contudo, deparou-se com Rufino retornando de sua missão e ambos retrocederam para prosseguir negociações. Em outubro desse ano, Rufino foi informado dum ataque liderado por [[hunos]] [[sabires]] que havia chegado tão longe quanto as [[província romana|províncias]] de [[Eufratense]] e [[Cilícia Secunda]] e recebeu instruções para confirmar se os persas estavam propor traztrás da invasão. Após confirmar que não, direcionou o [[mestre dos soldados da Armênia]] [[Doroteu (mestre dos soldados)|Doroteu]] para lidar com a situação.<ref name=Mar956 />{{harvref|Martindale|1992|p=421}}
 
Em decorrência do incidente, Justiniano recusou-se a aceitar entregar algunsalgumas fontes oriundooriundas de [[Lázica]], no [[Cáucaso]], como havia sido anteriormente acordado, o que por sua vez causou a reação de Cosroes I, que não aceitou sua recusa. Rufino foi obrigado a agir e através de sua persuasão convenceu Cosroes I a devolver o dinheiro entregue durante as negociações, bem como que ele se retirasse do território bizantino com seus exércitos. No fim, os demais emissários bizantinos envolvidos na questão fizeram acusações contra Rufino para que caísse em desgraça com Justiniano, o que mostrou-se falho. No ano seguinte, provavelmente em setembro segundo a ''[[Crônica de Edessa]]'', Rufino e Hermógenes foram novamente enviados à corte sassânida e finalmente conseguiram acordar a chamada [[Paz Eterna (532)|Paz Eterna]]. Nada mais se sabe sobre ele.<ref name=Mar956 />{{harvref|Greatrex|2002|p=96-97}}
 
Rufino é descrito nas fontes como amigo de Cosroes I, a quem teria conhecido durante suas inúmeras embaixadas à corte persa de [[Ctesifonte]] durante o reinado de Cavades. Como relatado, era extremamente popular com os nobres cortesãos persas devido aos presentes distribuídos a eles e também possuía o apreço da rainha sassânida, mãe de Cosroes, por ter convencido o xá a aceitar seu filho como sucessor e por ter indicado o monge Moisés, que curou-a de uma doença incômoda.{{harvref|Martindale|1980|p=956-957}}