Fernando I do Sacro Império Romano-Germânico: diferenças entre revisões

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{{Info/Monarca
|nome=Fernando I
|título=[[Sacro Imperador Romano-Germânico]]
|imagem=[[Ficheiro:Hans Bocksberger der Aeltere 001.jpg|250px]]
|legenda=Fernando I
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|cidademorte= [[Viena]]
|lugar de enterro=
|antecessor= [[Carlos I de Espanha|Carlos V, do Sacro ImperadorImpério Romano-Germânico]]
|sucessor= [[Maximiliano II, do Sacro ImperadorImpério Romano-Germânico]]
|consorte= [[Ana da Boêmia e Hungria]]
|filhos=
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|mãe= [[Joana I de Castela]]
}}
'''Fernando I''' (em [[língua alemã|alemão]] ''Ferdinand'', em [[língua tcheca|tcheco]]; ''Ferdinánd'', em [[língua húngara|húngaro]]) (*[[Alcalá de Henares]], [[10 de março]] de [[1503]] — †[[Viena]], [[25 de julho]] de [[1564]]) foi [[Lista de imperadores do Sacro Império Romano-Germânico|imperador do Sacro Imperador Romano-Germânico]] de 1556 até a sua morte.
 
Seus pais foram o [[arquiduque da Áustria]] [[Filipe I de Castela]] (também conhecido como Filipe I de Espanha, apelidado "o Belo") e a rainha [[Joana I de Castela]], apelidada "a Louca". Seu irmão mais velho era [[Carlos I de Espanha]] (e Sacro Imperador Romano-Germânico como Carlos V).
 
== Dados biográficos ==
Em 1531, foi eleito [[Rei dos Romanos]], o que fez dele herdeiro do Sacro Imperadorimperador Carlos V, seu irmão; Fernando governava o império nas ausências do irmão. Assumiu a dignidade de Sacro Imperador em 1556 (coroado em 1558).
 
Educado na Espanha, foi o neto favorito do rei [[Fernando II de Aragão]], que previa para ele uma regência espanhola nas ausências do irmão. Mas seu outro avô, [[Maximiliano I dado GermâniaSacro Império Romano-Germânico|Maximiliano]], obteve para ele a sucessão dupla na Boêmia e Hungria.
 
Carlos V reconhecera ao irmão pelo [[Tratado de Worms]] (1521) a posse e soberania plena dos cinco Estados hereditários dos [[casa de Habsburgo|Habsburgos]]: os arquiducados e ducados da Alta e Baixa Áustria, Caríntia, Estíria, Carníola, logo depois o condado do Tirol e possessões hereditárias de sua Casa no sul da Alemanha. Esta partilha constituiu o patrimônio de Fernando. Foi nomeado para governar o ducado de [[Württemberg|Vurtemberga]] e integrar o conselho de regência que governava a [[Alemanha]] nas ausências do Imperador.
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Em [[1538]], pelo [[tratado]] de [[Nagyvárad]], Fernando tornou-se o sucessor de Zápolya, sendo entretanto incapaz de impor o acordo.
 
A vida de Fernando ficou marcada por uma luta dupla: contra o [[Islão]], no [[Danúbio]], onde, após a morte de seu cunhado Luís II em 1526, foi eleito rei da Boêmia e Hungria, devendo conter o avanço otomano sobre Viena. Não conseguiu tomar [[Buda]] em 1541 e teria que assinar uma trégua de oito anos (1562) pagando tributo anual ao sultão e reconhecimento, na Transilvânia, da dinastia rival de João Zápolya. Sua segunda luta foi contra os [[protestantismo|protestantes]], com uma relativa indiferença. Fernando, aluno e amigo dos [[jesuítas]], deixara-se influenciar em sua estada em [[Flandres]] pelos humanistas, sobretudo [[Erasmo de Roterdão]]. Participara da Assembleia de [[Ratisbona]] em 1524, que decidiu a reforma católica na Alemanha, constituiu com os cinco cantões católicos primitivos da Suíça uma União Cristã, em 1529, para combater a heresia protestante, assinou com a [[Liga de Esmalcalda]] o Tratado de Kadan e esmagou revolta dos senhores tchecos na Boêmia. Mas desejava sinceramente reformas na Igreja: tentou obter de Roma a comunhão sob duas espécies em 1554 e esforçou-se por atenuar o conflito religioso, negociando a [[Paz de Augsburgo]] em 1555.
 
Em [[1540]], [[João Sigismundo Zápolya]], filho de João com [[Isabel Jagelão]], foi eleito rei da Hungria, inicialmente apoiado pelo rei seu tio, [[Sigismundo II da Polônia]] e [[Lituânia]], irmão de Isabel. Em [[1549]] um tratado foi assinado entre os Habsburgos e o soberano polonês: a Polónia ficou neutra no conflito com os Habsburgos e Sigismundo II se casou com Isabel de Habsburgo, filha de Fernando I.
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Como soberano da Áustria, Boêmia e Hungria, Fernando I tentou centralizar e construir uma monarquia absoluta moderna. Em [[1527]], editou uma constituição para seus domínios hereditários (''Hofstaatsordnung'') e estabeleceu instituições à moda austríaca em [[Bratislava]] para a Hungria, em [[Praga]] para a Boémia e em Wrocław ([[Breslau]]) para a [[Silésia]]. Uma forte oposição dos nobres forçou-o em 1559 a declarar tais instituições livres de supervisão pelo governo central em [[Viena]].
 
Em [[1551]] chamou os jesuítas a Viena e em [[1556]] a Praga, reativando o arcebispado desta última. Príncipe católico, apoiou a [[Contra-ReformaContrarreforma]].
 
== Sacro Imperador Romano-Germânico ==
Em janeiro de [[1531]], Fernando fora eleito [[rei dos Romanos]] em [[Colônia (Alemanha)|Colônia]], o que era um passo rumo à coroa imperial. Reconhecido herdeiro de Carlos V ao trono imperial em [[1551]], a abdicação deste último em [[1556]] fez com que Fernando fosse coroado [[Sacro Imperador Romano-Germânico]] em [[1558]], em [[Aachen]].
 
Continuou a enfrentar a ameaça externa da política expansionista do sultão [[Solimão, o Magnífico]]. Carlos V havia defendido Viena em [[1529]], mas as terras foram ameaçadas de novo em [[1532]] e [[1541]]. Enfrentou ainda, como o irmão, a ameaça interna das divisões entre [[catolicismo|católicos]] e [[luteranismo|luteranos]]: em [[1534]], [[Filipe de Hesse]], chefe político dos luteranos, arrancou Vurtemberga do controle dos Habsburgos e Fernando I apoiou o imperador seu irmão na sua campanha de 1546-7 para destruir a [[Liga de Esmalcalda]], formada por protestantes.
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Talvez mais realista do que Carlos, deve-se a Fernando a [[Paz de Augsburgo]], de [[1555]].
 
Carlos excluiu seu filho o infante Filipe, futuro [[Filipe II de Espanha]], da sucessão imperial germânica, que foi transmitida ao primogênito de Fernando, [[Maximiliano II, do Sacro ImperadorImpério Romano-Germânico|Maximiliano]] (1527–1576).
 
== Casamento ==
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Filhos de Fernando e Ana:
* [[Isabel de Habsburgo (1526)|Isabel de Habsburgo]] (1526-1545) - em Maiomaio de 1543 casou com o rei [[Sigismundo II da Polônia]], filho de Sigismundo I, que ao enviuvar casou com a irmã de Isabel, Catarina.
* [[Maximiliano II da Germânia|Maximiliano II do Sacro- Império Romano-Germânico]] (1527-1576) - Casou-se a [[13 de Setembro]]setembro de [[1548]] com sua prima, a [[Maria de Espanha, Imperatriz da Alemanha|infanta Maria de Espanha]] (1528-1603), filha de [[Carlos I de Espanha]] e de [[Isabel de Portugal, imperatriz da Alemanha|Isabel de Portugal]]. Tiveram 16 filhos, dos quais 10 varões e seis filhas.
* [[Ana de Habsburgo-Jagelão|Ana de Habsburgo]] (1528-1590) - em 1546 casou-se com [[Alberto V, Duque de Baviera]], chamado O Magnânimo. Deste casamento nasceram 7 filhos.
* [[Fernando II da Áustria]] (1529-1595) - [[casamento morganático|casou morganaticamente]] em 1557 com Filipa Welser (1527-1580), filha de Francisco A. Welser; tiveram cinco filhos. Enviuvando, Fernando II casou, em 1582 com Ana Catarina de Gonzaga-Mântua (1566-1621), filha de Guilherme Gonzaga, Duque de Mântua; tiveram três filhos.
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* [[Margarida de Habsburgo (1536-1567)|Margarida de Habsburgo]] (1536-1567) - juntamente com as suas irmãs [[Madalena da Áustria (1532-1590)|Madalena]] e [[Helena da Áustria (1543-1574)|Helena]] fundou o [[Convento de Hall]], construção iniciada em 1567 e completada dois anos depois.
* João de Habsburgo (1538-1539) - morreu na infância.
* [[Bárbara de Habsburgo|Bárbara de Habsburgo]] (1539-1572) - casou, em [[1565]], com [[Afonso II d´Este]].
* [[Carlos II de Áustria|Carlos de Habsburgo]] (1540-1590) - casado com [[Maria Ana de Baviera (1551-1608)|Maria Ana de Baviera]]. Pais do imperador [[Fernando II dado Germânia|imperadorSacro Império Romano-Germânico||Fernando II]].
* Úrsula de Habsburgo (1541-1543) - morreu na infância.
* [[Helena de Habsburgo (1543-1574)|Helena de Habsburgo]] (1543-1574) - juntamente com as suas irmãs [[Margarida da Áustria (1536-1567)|Margarida]] e [[Madalena da Áustria (1532-1590)|Madalena]] fundou o [[Convento de Hall]], construção iniciada em 1567 e completada dois anos depois.
* [[Joana de Áustria, Grã-Duquesa da Toscana|Joana de Habsburgo]] - casou com [[Francisco I de Médici]], [[Grão-Duque]] da [[Toscana]]. Pais de [[Maria de Médicis]], rainha de França por se ter casado com o rei [[Henrique IV de França|Henrique IV]] de Bourbon.
 
== Ancestrais ==
Linha 105:
|6= 6. [[Fernando II de Aragão]]
|7= 7. [[Isabel I de Castela]]
|8= 8. [[Frederico III, do Sacro ImperadorImpério Romano-Germânico|Frederico III de Habsburgo]]
|9= 9. [[Leonor de Portugal, Sacra Imperatriz Romana|Leonor de Avis]]
|10= 10. [[Carlos, Duque da Borgonha|Carlos I da Borgonha]]
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{{ahnentafel fim}}
 
== {{Ver também}} ==
* [[Sacro Império Romano-Germânico]]
* [[História da Alemanha]]
* [[História da Hungria]]
* [[Anexo:Lista de reis da Boêmia|Lista de reis da Boémia]]
 
{{Começa caixa}}
{{Caixa de sucessão
|antes = [[Carlos I de Espanha|Carlos V]]
|título = [[Anexo:Lista de imperadores do Sacro Império Romano-Germânico|Sacro Imperador Romano-Germânico]]
|depois = [[Maximiliano II dado GermâniaSacro Império Romano-Germânico||Maximiliano II]]
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}}
{{Caixa de sucessão
|antes = [[Luís II da Hungria e da Boémia|Luís II]]
|título = [[Anexo:Lista de soberanos da Hungria|Rei da Hungria]]<br />[[Anexo:Lista de reis da Boêmia|Rei da Boêmia]]
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|anos = [[1526]] — [[1564]]
}}
{{Caixa de sucessão
|antes = [[Carlos I de Espanha|Carlos V]]
|título = [[Anexo:Lista de soberanos da Áustria|Arquiduque da Áustria]]
|depois = [[Maximiliano II dado GermâniaSacro Império Romano-Germânico|Maximiliano II]]
|anos = [[1520]] — [[1564]]
}}