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Durante toda a Baixa Idade média, e até ao surto epidémico do {{séc|XIV}}, a população Europeia cresceu a um ritmo sem precedentes. As estimativas apontam para um crescimento de 35 para 80 milhões entre os anos 1000 e 1347. Têm sido identificadas como causas prováveis a melhoria nas técnicas agrícolas, a relativa paz e ausência de invasões, o declínio da escravatura e um extenso período de clima moderado e aumento da temperatura média.{{harvref|Jordan|2004|p=5-12}} Apesar deste crescimento, cerca de 90% da população era ainda eminentemente rural embora, de forma progressiva, as quintas isoladas tenham dado lugar a pequenas comunidades como aldeias ou vilas, e tenha sido comum a agregação em volta de propriedades senhoriais.{{harvref|Backman|2003|p=156}} A população urbana, ainda muito escassa durante a Alta Idade Média, cresce assinalavelmente durante os séculos XII e XIII, a par da expansão urbana e da fundação de imensos centros populacionais,{{harvref|Barber|2004|p=48-49}} embora ao longo de todo o período seja provável que nunca tenha excedido os 10% da população total.{{harvref|Singman|1999|p=171}}
 
A estrutura social e económica tinha por base as [[Feudalismo|relações feudais]]. Embora não fosse proprietária, a [[nobreza]] detinha os direitos de exploração e tributação de grande parte dos terrenos agrícolas. Os servos obtinham o direito a cultivar e habitar as terras de determinada família nobre mediante o pagamento de uma renda na forma de trabalho, géneros ou moeda. Em troca, recebiam proteção económica e militar.{{harvref|Backman|2003|p=164-165}} Ao longo dos séculos XI e XII, estas terras, ou feudos, tornam-se hereditárias. Em muitas regiões, ao contrário do que acontecia na Alta Idade Média, a dificuldade em dividi-las pelos herdeiros faz com que passem a ser herdadas apenas pelo [[Primogenitura|primogénito]].{{harvref|Barber|2004|p=37-41}} Dentro da própria nobreza, verifica-se a existência de uma hierarquia de [[vassalagem]] através da [[suserania]], onde são concedidas terras ou estruturas de importância económica para exploração a um nobre menor, em troca da sua vassalagem e fidelidade. Durante os séculos XI e XII, a posse destas terras, ou [[feudo]]s, viria a ser considerada hereditária. No entanto, ao contrário do que sucedia na Alta Idade Média, a maioria dos feudos deixou de ser dividida entre todos os herdeiros para passar a ser herdada em exclusivo pelo filho varão.{{harvref|Barber|2004|p=37-41}} O domínio da nobreza durante este período deve-se em grande parte ao controlo das terras agrícolas e dos [[castelo]]s, ao serviço militar na [[cavalaria pesada]] e às várias isenções de impostos ou obrigações de que desfrutavam. A introdução da cavalaria pesada na Europa teve origem nos [[catafractário]]s persas dos séculos V e VI, mas será a introdução do [[Estribo (cavalaria)|estribo]] no {{séc|VII}} que virá permitir fazer uso de todo o potencial de combate destas unidades. Em resposta aos vários tumultos dos séculos IX e X, assiste-se a um surto construtivo de castelos, local de refúgio da população em tempos de ataque.{{harvref|Davies|1996|p=311-315}}
 
O [[clero]] dividia-se entre o [[clero secular|secular]], parte da comunidade local, e o [[Clero regular|regular]], que vivia numa comunidade fechada segundo uma ordem religiosa e era normalmente constituído por [[monge]]s.{{harvref|Hamilton|2003|p=33}} A maior parte dos membros do clero regular, assim como as hierarquias de topo do clero secular, era de origem nobre. Os [[Paróquia|párocos]] locais provinham na maior parte das vezes do povo.{{harvref|Barber|2004|p=33-34}}