Groundhog Day: diferenças entre revisões

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o escritor de romances ataca novamente
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===Duração do 'loop'===
O autor Rubin imaginara que a prisão temporal de Phil durasse dez mil anos, tempo que este marcaria ao ler uma página por dia dos livros de uma biblioteca; durante algum tempo as pessoas fizeram a estimativa de que a duração seria de dez anos, ao que em 2009 o diretor RubinRamis avaliou como sendo de "trinta a quarenta anos" de repetições.<ref name=cormier/>
 
===Improvisações e mudanças ===
No enredo original RamisRubin colocara o filme tendo seu início já com Phil acordando na repetição do 2 de fevereiro e agindo como se soubesse o que iria acontecer, sem que a plateia soubesse o por quê daquilo; de igual forma, o filme terminaria com o suicídio de Phil, e este descobria que voltava a acordar dentro do loop temporal — e Rita revelaria que também ela estava enfrentando a mesma situação.<ref name=cormier/> Segundo o autor, o início no meio evitaria ter que lidar com as questões que levariam à prisão temporal: "''Eu não queria ter que lidar [com a forma] como ele entrou nesta situação. Eu não queria lidar com algum tipo de razão sobrenatural de que ele estava preso no mesmo dia (...) E então, pensei: "Bem, eu sei como posso evitar isso. Vou começar no meio."''"<ref name=bigthink/>
 
A fala de Rita quando na cena em que ela e Phil se encontram com o corretor de seguros Ned trazia "não vamos arruiná-lo", mas o sotaque da atriz MacDowell da Carolina do Sul fez com que o diretor Ramis acreditasse que muitos espectadores não iriam entender a palavra em inglês "''ruin''" em sua pronúncia, e alterou o diálogo para "estragá-lo" (''spoil''); Ramis ainda fez com que o drinque preferido de Rita fosse [[vermute|vermute doce]] por este ser a bebida favorita de sua esposa.<ref name=cormier/>
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==Concepção ==
Danny Rubin declarou ter escrito a estória em menos de uma semana; ele era então um roteirista iniciante que havia se mudado de [[Chicago]] para [[Los Angeles]] a fim de seguir esta carreira e já havia vendido um roteiro que se tornou o filme ''[[Hear No Evil]]'' (1993) quando, sentado num cinema lia um livro sobre [[vampiro]]s e se questionou como seria para alguém ter a eternidade para viver, quanto tempo levaria para ser afetada e aquilo deixar de ser divertido, interessante ou valer a pena; ele então se lembrou de uma antiga ideia que deixara registrada, onde um homem acordava para viver sempre o mesmo dia e, então, resolveu juntar as duas concepções: retratar a eternidade não como um seguimento contínuo, mas de forma circular.<ref name=rubin>{{citar web|URL=http://www.telegraph.co.uk/films/2016/08/07/how-i-wrote-the-script-for-groundhog-day-in-less-than-a-week/|título=How I wrote the script for Groundhog Day in less than a week |autor=Danny Rubin |data=7/8/2016 |publicado=The Daily Telegraph|acessodata=2/9/2017|arquivodata=28/2/2017|arquivourl=http://web.archive.org/web/20170228085126/http://www.telegraph.co.uk/films/2016/08/07/how-i-wrote-the-script-for-groundhog-day-in-less-than-a-week/}}</ref> A data escolhida para o dia repetido foi feita ao acaso: Rubin abrira um calendário e o primeiro feriado que encontrou foi o dia 2 de fevereiro; coincidentemente, por haver trabalhado como redator numa companhia telefônica, ele conhecia aquela data que a maioria dos americanos ignorava mesmo existir.<ref name=rubin/>
 
Uma vez escrito o roteiro, Rubin usou-o apenas como forma de apresentar-se aos produtores e segundo ele por mais de cinquenta vezes se reuniu com agentes de Hollywood sem que nenhum deles se interessasse; isso continuou até que um dos agentes ligou e disse que iria mostrar a história para alguém que poderia gostar dela, e este era o Harold Ramis.<ref name=bigthink>{{citar web|URL=http://bigthink.com/videos/big-think-interview-with-danny-rubin|título=Big Think Interview With Danny Rubin |autor=Paul Hoffman|data=10/5/2010 |publicado=Big Think |acessodata=24/9/2017 |arquivourl=https://archive.is/O3Jc7 |arquivodata=24/9/2017}}</ref>
 
Quando escolheu o ambiente de Punxsutawney, pensara numa pequena cidade que desse ao personagem a sensação [[claustrofobia|claustrofóbica]] de estar preso num ambiente diminuto; dali também colheu o nome do protagonista: Phil, assim como a célebre marmota que, na cidadezinha, previa a duração do inverno.<ref name=rubin/> Ele até pensara em criar uma motivação para a prisão temporal do repórter — "''como Phil ficou preso no tempo? Havia uma máquina do tempo? Uma maldição de cigano? Uma anomalia celestial? Um relógio mágico?''" — optando por não colocar nada e, ao final, declarou que "''O que mais gostei dessa ideia totalmente lógica, mas de alguma forma herética, foi o seu sabor existencial. O filme tornou-se muito mais humano e confiável, já que nenhum de nós sabe exatamente como ficamos presos aqui também.''"<ref name=rubin/> Embora todo o script tenha sido escrito em menos de sete dias, Rubin levara sete semanas relacionando ideias e escrevendo notas para ele; embora seu agente tivesse gostado da ideia, todos os diretores que a ele tiveram acesso disseram também gostar mas que não realizariam tal trabalho, considerado um enredo "não-hollywoodiano", até que depois de um ano Harold Ramis aceitou o desafio, e procedeu a várias adaptações no roteiro até chegar ao resultado final que se vê no filme.<ref name=rubin/>
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==Crítica ==
Como lembrou o roteirista Harold Ramis, as primeiras críticas foram mornas; o sucesso do filme veio paulatinamente; as pessoas que o assistiam passaram a recomendá-lo, e assim foi evoluindo, até ganhar respaldo entre psicólogos, os budistas e outros religiosos; Roger Ebert fizera uma retratação de sua avaliação inicial e, então, [[William Goldman]] declarou no final de 1993 que achava que este seria o único filme daquele ano que seria lembrado dali a uma década.<ref name=bigthink/>
 
Hal Hinson, do jornal [[Washington Post]], antes mesmo do lançamento oficial da obra, registrava que esta era a "''melhor comédia americana desde "[[Tootsie]]"''"; para este crítico o filme guarda semelhanças com a obra do cineasta [[Luis Buñuel]], ''[[O Anjo Exterminador]]'', embora seja mais simples, facilmente compreendido por todas as camadas sociais.<ref name=post/> Hinson começa sua análise lembrando que a expectativa com o que virá a ocorrer é a coisa mais horrível da vida — mas que o enredo demonstra que o oposto também poderá se tornar um inferno, ou seja, saber exatamente como tudo irá se desenrolar.<ref name=post/> Sobre o trabalho da direção registrou que: "''Ramis sempre foi melhor ator e escritor do que diretor. Mas aqui ele mostra um timing cômico extremamente interessante, especialmente na forma como ele nos surpreende cortando, no momento certo, de um ponto alto para outro.''"<ref name=post/>{{nota de rodapé|Livre tradução de: "''Ramis has always been a better actor and writer than director. But here he shows remarkably keen comic timing, especially in the way he surprises us by cutting, at just the right instant, from one high point to another.''".}}