Guerra civil do al-Andalus: diferenças entre revisões

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A '''guerra civil do al-Andalus''' ou '''''fitna'' do al-Andalus''' foi o período de instabilidade e [[guerra civil]] que levou o [[Califado de Córdova]] ao colapso.
 
A ''fitna'' começou em [[1009]] com um [[golpe de Estado]] que implicou o assassinato de [[Abderramão Sanchuelo]], filho de [[Almançor]], a deposição do [[califa]] {{Lknblknb|HishamHixam|II|al-Hakam}} e a ascensão ao poder de [[Maomé II de Córdova|Maomé II al-MahdiAlmadi]], bisneto de {{Lknblknb|Abderramão|III}}. Dividido todo o território do [[al-AndalusAlandalus]] numa série de reinos [[taifa]]s, acredita-se que a ''fitna'' chegou ao seu fim com a abolição definitiva do Califado em [[1031]], embora vários reizetes continuassem proclamando-se califas.
 
No fundo dos problemas políticos encontravam-se problemas como a agoniante pressão fiscal necessária para financiar o custo dos esforços bélicos amiridas.{{esclarecer|o que são "amiridas?}}
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Ao longo do conflito, os diversos contendedores pediam ajuda aos reinos cristãos. Córdova e os seus arrabaldes foram saqueados várias vezes, e os seus monumentos, entre eles o [[Alcázar de Córdova|Alcázar]] e [[Medina Azahara]], demolidos. A capital chegou a transladar-se temporalmente a [[Málaga]].
 
Em pouco mais de vinte anos sucederam-se 10 califas diferentes (entre eles HishamHixam II restaurado), pertencentes três de eles a uma dinastia diferente da [[Omíada]], a [[Dinastia hamúdida|hamúdida]].
 
== As causas ==
Até a morte de [[al-Hakam {{lknb|Aláqueme|II]]}}, em 976, o [[Califado de Córdova]] formava um estado poderoso, respeitado e temido pelos reinos cristãos. À sua morte, o seu filho HishamHixam II era ainda uma criança, pelo qual o vizir [[Almançor]] tomou o poder, fazendo do príncipe um simples títere. A força do Estado omíada residia na convivência de diferentes etnias islâmicas. Para assegurar e conservar o seu poder, Almançor favoreceu os berberes sobre o resto, conservando o seu poder e transmitindo-o ao seu filho [[AbdAbdal al-MalikMalique al-MuzaffarAlmuzafar]]; no entanto, o governo deste último foi sacudido por numerosos complotes. AbdAbdal al-MalikMalique faleceu em [[1008]], deixando o poder ao seu irmão AbdAbdal al-RahmanRamane Sanjul, ou [[Abderramão Sanchuelo]]. Este último persuadiria ao califa HishamHixam II para o designar herdeiro legítimo do califado.
 
== A guerra civil ==
Aproveitando a ausência de Sanchuelo, que partira a combater ao rei {{Lknblknb|Afonso|V de Leão}}, o omíada Maomé II al-Mahdi destronou o seu primo, o califa HishamHixam II (1009). Sanchuelo voltou para Córdova, mas o moral do seu exército encontrava-se baixo, pelo qual a maior parte dos soldados desertariam, caindo prisioneiro e sendo executado à sua chegada à cidade.
 
Devido a este episódio, Maomé tornou-se depressa pessoa não grata, dando lugar à criação de um novo bloco opositor em torno da figura de outro omíada, [[SulaimanSolimão al-MustainAlmostaim]]. Apoiado pelos [[berberes]], logrou apresar Maomé e converter-se em califa (1009). Estas lutas incitariam os [[Banu HamudHamude]], uma poderosa família de Málaga e [[Algeciras]], a autoproclamarem-se califas e marchar sobre Córdova, onde destronarão a SulaimanSolimão.
 
O omíada [[Abderramão V]] tornou-se califa em 1023, mas ao estabelecer um imposto que ajudasse a encher as arcas do Estado foi surpreendido por outra revolução. Outros três califas, dois omíadas e um hamúdida suceder-se-iam até 1031, data em que a burguesia de Córdova aboliu o califado.
 
== Consequências ==
O movimento, iniciado pelos [[Banu Hamud]]Hamude com a proclamação dos reinos de [[taifa de Málaga|Málaga]] e [[taifa de Algeciras|Algeciras]], generalizar-se-ia durante este período e conduziria à fragmentação do califado e aos primeiros reinos de taifas. Este não será um período pacífico, já que os diferentes reinos de taifas combateriam entre eles. Não seria até 1085, após a conquista de alguns destes taifas pelos cristãos, que os [[almorávidas]] chegariam à [[Península Ibérica]] para reunificar o al-Andalus.
 
== Bibliografia ==