Catalunha: diferenças entre revisões

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'''Catalunha''' ({{lang-ca|Catalunya}}, {{lang-oc|Catalonha}}, {{lang-es|Cataluña}}) é uma [[Comunidades autônomas da Espanha|comunidade]] da [[Espanha]] localizada na extremidade leste da [[Península Ibérica]]. É designada como uma [[nacionalidade]] pelo seu [[Estatuto de Autonomia da Catalunha|Estatuto]].<ref>{{citar web|url=http://www.expatica.com/es/news/country-news/Court-to-reject-nation-in-Catalonia-statute_167204.html|titulo=Court to reject 'nation' in Catalonia statute}}</ref> A Catalunha é composta por quatro províncias: [[Barcelona (província)|Barcelona]], [[Girona (província)|​​Girona]], [[Lérida (província)|Lérida]] e [[Tarragona (província)|Tarragona]]. A capital e a maior cidade é [[Barcelona]], ​​o segundo município mais povoado de Espanha e o núcleo da sétima área urbana mais populosa da [[União Europeia]]. A Catalunha compreende a maior parte do território do antigo [[Principado da Catalunha]] (com exceção de [[Rossilhão]], agora parte dos [[Pirineus Orientais]] da [[França]]). Tem fronteiras com a França e [[Andorra]] ao norte, o [[Mar Mediterrâneo]] a leste e as comunidades autônomas espanholas de [[Aragão]] a oeste e [[Valência]] ao sul. As línguas oficiais são o [[Língua catalã|catalão]], o [[Língua espanhola|espanhol]] e o [[occitano aranês]].<ref name="estatut_langs">{{citar web |url=http://www.parlament-cat.net/porteso/estatut/estatut_angles_100506.pdf |titulo=Statute of Autonomy of Catalonia (2006), Articles 6, 50 - BOPC 224 |acessodata=31 de janeiro de 2014 |urlmorta=yes |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130826045656/http://www.parlament-cat.net/porteso/estatut/estatut_angles_100506.pdf |arquivodata=26 de agosto de 2013 |df=dmy-all }}</ref>
 
No final do século {{séc|VIII}}, os municípios da [[SeptimaniaSeptimânia|Marca de GotiaGócia]] e a [[Marca de fronteira|Marca Hispânica]] foram estabelecidos pelo [[Reino Franco]] como [[vassalo]]s [[Feudalismo|feudais]] perto dos [[Pirineus]] orientais como uma barreira defensiva contra invasões muçulmanas. Os municípios orientais dessas marchas estavam unidos sob o domínio do vassalo franco, o [[Conde de Barcelona]], ​​e mais tarde passaram a se chamar "Catalunha". Em 1137, a Catalunha e o [[Reino de Aragão]] foram fundidos após a [[união real]] entre a [[Coroa de Aragão]] e o [[Principado da Catalunha]]. A região tornou-se a base do poder naval da Coroa de Aragão e do expansionismo no Mediterrâneo. No final da [[Idade Média]], a [[literatura catalã]] floresceu. Entre 1469 e 1516, o rei de Aragão e a rainha de [[Coroa de Castela|Castela]] se casaram e governaram seus reinos juntos, mantendo todas as suas instituições, tribunais e constituições distintas.
 
Durante a [[Guerra Franco-Espanhola (1635-1659)|Guerra Franco-Espanhola]] (1635-1659), a [[Guerra dos Segadores|Catalunha se revoltou]] (1640-1652) contra uma grande e pesada presença do exército real em seu território, tornando-se [[República Catalã|uma república]] sob proteção francesa. Num breve período, a França assumiu o controle total da Catalunha, com um alto custo econômico para a região, até que o [[exército espanhol]] [[Conquistador|reconquistasse]] a área. Nos termos do [[Tratado dos Pirineus]], em 1659, que encerrou o conflito entre franceses e espanhóis, a [[Monarquia de Espanha|Coroa Espanhola]] cedeu as partes do norte da Catalunha, principalmente incorporadas no condado de Rossilhão, para a França. Durante a [[Guerra da Sucessão Espanhola]] (1701-1714), a Coroa de Aragão partiu contra o [[Bourbon]] [[Felipe V da Espanha]], cuja vitória subsequente levou à abolição de instituições não castelhanas em toda a Espanha e à substituição do [[latim]] e outras línguas (como o catalão) pelo espanhol em documentos legais.
 
No século {{séc|XIX}}, a Catalunha foi severamente afetada pelas [[Guerras Napoleônicas]] e [[Guerras Carlistas|Carlistas]]. Na segunda metade do século, a região experimentou uma significativa [[industrialização]]. À medida que a riqueza da expansão industrial crescia, houve um [[Renaixença|renascimento cultural]] juntamente com o [[Nacionalismo catalão|nacionalismo incipiente]], enquanto vários movimentos operários apareceram. Em 1914, as quatro províncias catalãs formaram uma comunidade e, com o retorno da [[democracia]] durante a [[Segunda República Espanhola]] (1931-1939), a [[Generalidade da Catalunha]] foi restaurada como um governo autônomo. Contudo, após a [[Guerra Civil Espanhola]], a [[ditadura franquista]] decretou medidas repressivas, aboliu as instituições locais e proibiu novamente o uso da língua catalã. Do final dos anos 1950 ao início dos anos 1970, a região passou por um rápido crescimento econômico, o que tornou Barcelona uma das maiores áreas metropolitanas industriais europeias e transformou a Catalunha em um importante destino turístico internacional. Com a [[Transição Espanhola|redemocratização espanhola]] (1975-1982), a região havia recuperado um alto grau de autonomia e era uma das comunidades mais prósperas da Espanha. Em 2017, no entanto, o seu estatuto constitucional voltou a ser objeto de disputa após um [[Referendo sobre a independência da Catalunha em 2017|referendo separatista]] culminar em uma [[Declaração de independência da Catalunha|declaração unilateral de independência]] feita pelo [[Parlamento Catalão]],<ref>{{Citar periódico|ultimo=CNN|primeiro=Laura Smith-Spark and Claudia Rebaza,|titulo=Catalan lawmakers vote to split from Spain|jornal=CNN|url=http://edition.cnn.com/2017/10/27/europe/catalonia-independence-spain/index.html}}</ref> mas que [[República Catalã (2017)#Reconhecimento internacional|não teve reconhecimento internacional]]. Em resposta, o [[Senado da Espanha]] aprovou a instituição do artigo 155 da [[Constituição espanhola de 1978|Constituição]] e suspendeu a autonomia da região até a realização de novas eleições locais em dezembro.<ref name="istoe.com.br">{{citar web |url=https://istoe.com.br/ministros-da-espanha-afastam-governo-catalao-apos-declaracao-de-independencia/ |titulo=Ministros da Espanha afastam governo catalão após declaração de independência |editor=[[IstoÉ]] |data=27 de outubro de 2017 |acessodata=27 de outubro de 2017}}</ref>
 
==Etimologia==
O nome ''Catalunya'' (Catalunha) ''Cathalonia'', ou ''Cathalaunia'' no [[latim]] medieval - começou a ser usado para a pátria dos catalães (''Cathalanenses'') no século {{séc|XI}} e foi usado provavelmente antes como uma referência territorial ao grupo dos condados que compreendeu parte da [[Marca de GothiaGócia]] e a [[Marca Hispânica]] sob o controle do [[Conde de Barcelona]] e seus parentes. A origem do nome ''Catalunya'' está sujeita a interpretações diversas devido à falta de provas.
 
Uma teoria sugere que ''Catalunya'' deriva do nome [[Gothia]]Gócia (ou [[Gauthia]]Gáucia) [[LauniaLâunia]] ("Terra dos [[Godos]]"), desde que as origens dos contagens catalães, senhores e povos foram encontradas na Marca de GothiaGócia, conhecido como GothiaGócia, de onde [[''Gothland]]''> ''Gothlandia''> ''Gothalania''> ''Cathalaunia''> ''Catalunya'' derivada teoricamente. Durante a Idade Média, cronistas [[Império Bizantino|bizantinos]] alegaram que Catalânia deriva da fusão local de godos com [[alanos]], inicialmente constituindo Godo-AlaniaAlânia.
 
== História ==
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===Pré-história===
[[Ficheiroimagem:Arc de Berà (Roda de Barà) - 1.jpg|miniaturadaimagem|Arco [[Roma Antiga|romano]] de Berà, em [[Tarragona]].]]
O primeiro povoamento do território data da época do [[Paleolítico Médio]]. Os vestígios mais antigos encontrados correspondem à [[mandíbula]] de um pré-[[Neandertal]] encontrada em [[Banyoles]], com 25 mil anos. Existem amostras de [[pinturas rupestres]] em [[Ulldecona]], e [[megalítico]]s médios espalhados por toda a Catalunha. Os mais destacados são o da [[Cova d'en Daina]], [[Creu d'en Cobertella]] o na [[Costa dels Garrics]].
 
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===Idade Antiga===
A colonização na idade antiga deu-se em duas etapas. A primeira etapa deu-se com o início da colonização pelos [[Gregos]] e [[Cartagineses]]. A segunda etapa corresponde a [[romanização]] da Catalunha iniciada em {{AC|218 a.C.|x}} O início da presença romana na Catalunha começa com a [[Segunda Guerra Púnica]]. O atual território catalão foi primeiro englobado na província chamada [[Hispânia Citerior]], para formar parte desde o ano de {{AC|27 a.C.|x}} a [[Tarraconense]], cuja capital foi Tarraco (atual [[Tarragona]]). Com a crise do [[século {{séc|III]]}} que afetou o [[Império Romano]], a Catalunha foi afetada gravemente com destruição e abandono das [[vilas romanas]].
 
=== Idade Média ===
{{AP|História da Catalunha}}
[[Ficheiroimagem:Cortes Catalanas.jpg|thumb|esquerda|Cortes Catalãs, século {{séc|XV}}]]
 
No século {{séc|V}} com a invasão dos povos [[germânicos]], os [[Visigodos]] instalaram-se em Tarraconense e em 475 o [[rei visigodo]] [[Eurico]] formou o [[Reino Visigodo de Tolosa]]. Os Visigodos dominaram a região até ao século {{séc|VIII}}. Em 711, os [[Árabes]] iniciam a conquista da [[Península Ibérica]], algumas batalhas tomaram conta de região principalmente em [[Tarragona]]. No último quarto do [[século {{séc|VIII]]}} veio a reacção dos [[Dinastia carolíngia|carolíngios]], que conseguiram o domínio das actuais cidades de [[Girona]] e [[Barcelona]]. No final do [[século {{séc|IX]]}}, [[{{lknb|Carlos |II]]}} (ou Carlos, "o Calvo") nomeou ''[[Vifredo I de Barcelona|Vifredo, o Veloso]]'' Conde de Barcelona e [[Conde de Gerunda|Gerunda]]. Antes de morrer, marca um precedente, designando aos seus três filhos as terras a herdar. Somente no século seguinte houve independência em relação ao poder carolíngio.
 
O Condado de Barcelona corresponde ao território governado pelos Condes de Barcelona entre oos séculoséculos IX e o século XVIII, como uma entidade política na Catalunha. No [[século {{séc|XI]]}} desenvolveu-se uma Catalunha feudal. Com o casamento do conde [[Raimundo Berengário IV de Barcelona]] com [[Petronila de Aragão]] (do [[Reino de Aragão]]) formou-se como [[confederação]] a [[Coroa de Aragão]], de que [[Raimundo Berengário IV de Barcelona|Raimundo]] se torna [[Príncipe-Regente]], mantendo ambos, reino e condado (mais tarde como o [[Principado da Catalunha]]), suas próprias instituições administrativas. O filho da união de [[Raimundo Berengário IV de Barcelona]] com [[Petronila de Aragão]], [[Afonso II de Aragão]], foi o primeiro rei da dinastia da [[Casa de Barcelona]] no trono da Coroa de Aragão. A expansão da [[Coroa de Aragão|Coroa]], teve início com a conquista das cidades de [[Lérida]], [[Tortosa]], [[Reino de Maiorca]] (nas [[Ilhas Baleares]]), [[Reino de Valência]] (que permaneceu com corte própria), Coroa da [[Sicília]], [[Minorca]] (nas [[Ilhas Baleares]]) e [[Sardenha]] (ilha italiana).
 
Ao mesmo tempo, o Principado da Catalunha desenvolveu um complexo sistema institucional e político baseado no conceito de pacto entre os [[Estamento|estamentos do reino]] e o rei. As leis tinham que ser aprovadas nas [[Cortes Catalãs]] (''Corts Catalanes''), um dos primeiros órgãos parlamentares da Europa que proibiu o poder real de criar legislação unilateralmente (desde 1283).<ref>{{citar web|url=http://usuarios.multimania.es/maarian/Catalunya/historiacataluna/las_cortes_catalanas_.htm |título=Las Cortes Catalanas y la primera Generalidad medieval (s. XIII–XIV) |acessodata=21 de janeiro de 2013}}</ref> Em 1359, as Cortes estabeleceram a [[Generalidade da Catalunha|Generalidade]] (''Generalitat''), consolidando o sistema constitucional catalão. Até às primeiras décadas do [[século {{séc|XIV]]}}, a coroa teve o seu apogeu, que começou a mudar com o surgimento de catástrofes naturais, crises demográficas, recessão da economia catalã, o surgimento de tensões sociais e crise sucessora (o Rei Martin I não deixou sucessor nomeado). Em 1443, após a conquista do [[Reino de Nápoles]] a crise se agravou.
 
Foi nessa altura, em 1463, que surge o D. [[Pedro de Coimbra, Condestável de Portugal]], para obter a sua coroa, No entanto, acaba por morrer passado apenas três anos ainda sem consensualizar essa sua posição.
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Em 1469, o Rei [[Fernando II de Aragão]], da [[Dinastia de Trastâmara|Casa de Trastâmara]], casou-se com [[Isabel I de Castela]] o que conduziu a uma união dos dois reinos e a formação da [[Monarquia Católica]]. A Catalunha passa a ser um principado periférico dentro da confederação hispânica que com os descobrimentos e casamentos reais consegue dominar a Europa. Cada reino tinha as suas próprias leis, moedas, cortes ou línguas.
 
[[Ficheiroimagem:Els segadors.jpg|miniaturadaimagem|Corpus de Sang, um dos eventos iniciais da [[Guerra dos Segadores]]]]
 
Nos séculos XVI e XVII, a Catalunha viveu um período de decadência. Em 1640 a obrigação de alojar tropas castelhanas, o abuso dos militares e as consequências derivadas da guerra provocam grande enojo entre a população catalã. Em 7 de junho do mesmo ano, durante a festividade do Corpo de Deus, um ceifeiro (em catalão “segador”) é morto, o que a sua vez leva à morte do Conde de Santa Coloma, a maior autoridade da monarquia na Catalunha nessa altura. Os catalães envolveram-se num conflito, a [[Guerra dos Segadores]], de [[1640]] até [[1652]], contra a presença de tropas de [[Coroa de Castela|Castela]] em território catalão, durante a [[guerra dos trinta anos]], o que acarretou a posterior incorporação do [[Rossilhão]] no reino francês.
 
Durante a [[Guerra de Sucessão Espanhola]] (1701 – 1713/1715), a Catalunha apoiou o pretendente austríaco (tal como Inglaterra, os Países Baixos e Portugal), assinando-se em 1713 a paz com o Tratado de Utrecht, deixando os catalães abandonados ao seu destino. Apesar de conseguirem resistir e inclusive vencer as tropas borbónicas, tal como na [[Batalha de Talamanca]], o avanço do exército real continua. O [[cerco de Barcelona]] culminou com a Batalha de 11 de Setembro de 1714. Apesar do heróico combate, acabou quase completamente com a oposição catalã, que se rendeu às tropas do pretendente francês a 18 de Setembro no último castelo a cair, o de Cardona. O novo rei, [[Filipe V de Espanha]] (conhecido como Filipe de Anjou, era neto do rei francês Luís XIV), proclamou o [[Decreto da Nova Planta]]. Com este Decreto, o principado, assim como todos os outros que apoiaram ao [[Carlos VI, Sacro Imperador Romano-Germânico|arquiduque Carlos de Áustria]], deixou de ter um governo próprio (as Cortes, a Generalidade, o ''Consell de Cent'' ([[Conselho de Cem]]) e restantes instituições de autogoverno catalãs foram abolidas).
 
=== Idade Contemporânea ===
[[Ficheiroimagem:Barcelona, proclamación de la república, aspecto de la plaza de San Jaime en la mañana del 21 de febrero, de Pellicer.jpg|miniaturadaimagem|Proclamação da Primeira República Espanhola, em Barcelona (1873)]]
 
No século {{séc|XIX}} foi severamente afetada pelas [[guerras napoleónicas]] e [[Guerras Carlistas|carlistas]]. Ao longo do século {{séc|XIX}} a Catalunha representa a força industrial da Espanha, é a primeira a introduzir a [[industrialização]] através do vapor em primeiro lugar. O têxtil representa a força da indústria catalã do século {{séc|XIX}}. Também o comércio com as nações americanas contribuir a revolução alimentaria, industrial, dos transportes e tecnológica. O capital estrangeiro investe na Catalunha e isso introduz a [[siderurgia]], além de outros novos elementos característicos da Revolução Industrial. Os primeiros bancos conseguem grande impulso durante a chamada Febre do Ouro até à quebra dos mercados de 1866. O [[proletariado]] começou, por tanto, inicialmente na Catalunha e tomou a cidade de Barcelona, como centro das manifestações.
 
Em 1873 é proclamada a [[Primeira República Espanhola]] e destituída a monarquia. Durante a curta vida da república (1873-1874) duas propostas de Estado serão debatidas em Madrid. A primeira delas vê a Espanha como uma única nação, a segunda, apoiada pela Catalunha, pretende um Estado federado. [[Francesc Pi i Margall]], catalão, é proclamado Presidente. O golpe de estado monárquico acontecerá em 1874. Nos finais do século {{séc|XIX}} nasceu o movimento chamado em catalão "[[Renaixença]]", que foi o início das reivindicações do catalanismo político. Os primeiros representantes do catalanismo político foi [[Valentí Almirall]] (republicano federal), [[Enric Prat de la Riba]] e [[Francesc Cambó]] (da LligaLiga Regionalista).
 
Em 1914, formou-se a ''Mancomunitat'' (união administrativa das províncias de Lérida, Barcelona, Tarragona e Girona), primeiro organismo administrativo de Catalunha reconhecido pelo Estado Espanhol desde a [[Guerra de Sucessão Espanhola]]. Seu projeto de modernização incluiu a construção de infra-estrutura, escolas, bibliotecas e actualização da língua catalã. Foi dissolvida pela ditadura de Primo de Rivera no ano de 1923.
[[Ficheiroimagem:Barcelona bombing (1938).jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Bombardeio de Barcelona em março de 1938 pelas tropas fascistas italianas de Mussolini, apoiando a incursão franquista. A cidade foi acossada aereamente várias vezes durante 1937 e 1938.<ref>{{Citar periódico|titulo=Barcelona sufre los bombardeos más devastadores de su historia|jornal=La Vanguardia|url=http://www.lavanguardia.com/hemeroteca/20130316/54368351877/guerra-civil-espanola-bombardeos-ciudades-barcelona-aviacion-legionaria-italiana.html}}</ref>]]
 
Com a proclamação da [[Segunda República Espanhola|II República Espanhola]], em 1931, reconheceu-se a autonomia da Catalunha, não obstante se ter chegado a proclamar unilateralmente a [[República Catalã]], mas a proclamação não foi bem aceite pelo governo de Espanha, embora fosse uma proclamação federalista. Depois de prolongadas negociações aprovou-se o seu [[Estatuto de Autonomia da Catalunha|Estatuto]] no ano de 1932, aprovado com 99% dos votos por referendum. O novo estatudo dava oficialidade à língua catalã, restabelecia o autogoverno da Catalunha e designava a Catalunha como uma região autónoma, tendo sido eleito Presidente da [[Generalidade da Catalunha|Generalidade]] [[Francesc Macià]] (da [[Esquerda Republicana da Catalunha]]).
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== Geografia ==
[[Imagem:NASA Satellite Catalonia.jpg|thumb|[[Imagem de satélite]] da Catalunha.]]
[[Ficheiroimagem:Montserrat des del Bages.jpg|thumb|Vista do maciço de [[Montserrat (montanha)|Montserrat]].]]
[[Ficheiroimagem:Aerea estany de banyoles.png|miniaturadaimagem|Lago de Banyoles]]
 
Situada no extremo nordeste da Península Ibérica, a Catalunha é a sexta comunidade autónoma da Espanha em termos de área, ocupando um território de 32.114&nbsp;km², e limita a norte com [[Andorra]] e [[França]] (com os departamentos dos [[Pirenéus Orientais]], [[Ariège]] e [[Alto Garona]], na região [[Occitânia (região francesa)|Occitânia]]), ao sul com a [[Comunidade Valenciana]], a leste com o [[mar Mediterrâneo]] e a oeste com [[Aragão]]. A Catalunha tem uma marcada diversidade geográfica, se considerarmos o tamanho relativamente pequeno do seu território. A geografia é condicionada pela costa mediterrânea, com 580 quilômetros (360 milhas) de litoral, e os [[Pirinéus]] ao norte. O território catalão é dividido em três principais unidades geomorfológicas, os Pirenéus, o sistema mediterrâneo catalão e a [[Depressão Central Catalã]].<ref>''[http://www.grec.cat/cgibin/heccl2.pgm?USUARI=&SESSIO=&PGMORI=&NDCHEC=0224004 El Relleu]'', "Grup Enciclopèdia Catalana". Consultado em 1 de março de 2017</ref>
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== Demografia ==
[[Ficheiroimagem:Linguistic map Southwestern Europe.gif|thumbnail|esquerda|[[Mapa]] [[Cronologia|cronológico]] mostrando o desenvolvimento do Catalão (''Catalan'')]]
De acordo com dados estatísticos oficiais, a população da Catalunha em finais de [[2006]] era de 7.134.697{{fmtn|7134697}} habitantes, constituindo 16% do total da população de [[Espanha]]. Em [[2012]], segundo o Instituto de Estatística da Catalunha (IDESCAT),<ref>{{citar web | url=http://www.idescat.cat/es/poblacio/poblrecomptes.html | título=IDESCAT }} acedido em 26/09/2013</ref> a população desta comunidade soma 7.570.908 habitantes. Desde o século {{séc|XX}}, a Catalunha é um país de imigração. Os dados do mesmo ano 2012 revelam que 1.443.480 pessoas são imigrantes de outras zonas do estado espanhol (sendo a maioria de [[Andaluzia]]), e 1.342.271 são provenientes de outras zonas da Europa e do mundo, sendo os marroquinos, romenos e equadorenhos, por esta ordem de grandeza decrescente, os mais representados.
 
=== Língua ===
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{{AP|Política da Catalunha}}
{{Vertambém|Estatuto de Autonomia da Catalunha|Generalidade da Catalunha|Parlamento da Catalunha}}
[[Ficheiroimagem:Palau de la Generalitat (Barcelona) - 1.jpg|miniaturadaimagem|Palácio da Generalidade da Catalunha, situado em Barcelona]]
[[Ficheiroimagem:Flickr - Convergència Democràtica de Catalunya - Foto debat Política General 2.jpg|thumb|Parlamento da Catalunha, situado no Parque da Cidadela, Barcelona]]
 
O Estatuto de Autonomia da Catalunha é uma Lei orgânica que deve ser interpretada como a norma fundamental do ordenamento jurídico catalão. A última versão data de [[2006]] e foi ratificada por referendo, com 73,9% de votos a favor.<ref>{{Citar periódico|ultimo=País|primeiro=Ediciones El|data=2006-06-19|titulo=Cataluña vota a favor del Estatuto de forma rotunda, pese a una abstención del 50,59%|jornal=EL PAÍS|url=http://elpais.com/diario/2006/06/19/espana/1150668001_850215.html|língua=es}}</ref>
 
O primeiro Estatuto de Autonomia da Catalunha foi aprovado em 1932, durante a Segunda República Espanhola, mas foi revogado em 1939 com a vitória de Francisco Franco na Guerra Civil. Na [[Constituição espanhola de 1978]], a Catalunha, juntamente com o [[País Basco]] e a [[Galiza]], foi definida como uma "nacionalidade". A mesma constituição deu à Catalunha o direito automático à autonomia, o que resultou no Estatuto de Autonomia da Catalunha de 1979. Tanto o Estatuto de 1979 como o actual estabelecem que "a Catalunha, enquanto nacionalidade, exerce o seu autogoverno constituído como Comunidade Autónoma, em conformidade com a Constituição eo Estatuto de Autonomia da Catalunha, sua lei institucional básica". O governo autónomo da Catalunha é conhecido como ''[[Generalitat de Catalunya]]'' (Generalidade da Catalunha) e consiste de um [[Parlamento da Catalunha|parlamento]], um [[Presidente da Generalitat de Catalunya|presidente]] e um [[Governo da Catalunha|conselho executivo]], que trabalham com as funções atribuídas no Estatuto de Autonomia da Catalunha.
 
O Parlamento da Catalunha (em catalão: ''Parlament de Catalunya'') representa o povo e exerce o [[poder legislativo]], aprova os [[orçamento]]s e controla e impulsiona a ação política e de governo. É composto por 135 [[deputado]]s eleitos por um mandato de quatro anos mediante sufrágio direto.<ref>{{citar web | url=http://www20.gencat.cat/portal/site/portaldogc/menuitem.c973d2fc58aa0083e4492d92b0c0e1a0/?action=fitxa&documentId=442234&languageFitxa=ca_ES&newLang=ca_ES | título=Regulamento do Parlamento da Catalunha, desde 22 de dezembro de 2005 (em catalão e castelhano) }} acedido a 18-10-2013</ref> As últimas eleições datam de [[2015]], com a vitória da coligação Juntos pelo Sim.<ref>{{Citar periódico|ultimo=PAÍS|primeiro=Ediciones EL|titulo=Resultados Electorales en Cataluña: Elecciones Catalanas 2015|jornal=EL PAÍS|url=http://resultados.elpais.com/elecciones/2015/autonomicas/09/|língua=es}}</ref>
 
O Presidente da Generalidade da Catalunha (em catalão: ''President de la Generalitat de Catalunya'') é a mais alta representação da Catalunha, e dirige o Conselho Executivo. É eleito pelo Parlamento da Catalunha entre os seus membros. Em [[2016]], o Presidente da Generalidade era [[Carles Puigdemont|Carles Puigdemont i Casamajó]], do ''Junts pel Si'' (Juntos pelo Sim), coligação de diversos partidos defensores do independentismo, como o Partido Democrático Europeu Catalão e a Esquerda Republicana da Catalunha. Entre 2010 e 2016, o presidente foi Artur Mas i Gavarró, da [[Convergència i Unió|CiU]]; entre 2006 e 2010 foi José Montilla Aguilera, do [[Partido dos Socialistas da Catalunha|PSC]].
 
De acordo com o artigo 78 do Estatuto de Autonomia, o ''[[Síndic de Greuges (Catalunha)|Síndic de Greuges]]'' (o Provedor de Justiça) é o Alto Comissariado que vela pela defesa dos direitos e liberdades reconhecidos na Constituição e no Estatuto. A Agência Tributária da Catalunha, criada em julho de [[2007]], está encarregada de fazer a angariação e gestão de impostos cuja competência seja da Generalidade.<ref>{{Citar web|url=http://etributs.gencat.cat/ca/detalls/Noticia/vila-nou-director|titulo=Eduard Vilà, nou director de l’Agència Tributària de Catalunya. Inici. Generalitat de Catalunya|acessodata=2017-02-22|obra=Inici|lingua=ca-ES}}</ref> O Conselho do Audiovisual de Catalunha é a autoridade independente que regula as comunicações audiovisuais na Catalunha e tem como finalidade velar pelo cumprimento das leis aplicáveis aos prestadores de serviços de comunicação audiovisual, públicos e privados. Tem como princípios de atuação a liberdade de expressão, pluralismo, neutralidade e honestidade informativa, bem como a livre concorrência do sector.
 
===Forças de segurança ===
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A Polícia da Catalunha (''Policia de la Generalitat de Catalunya'', em catalão) ou ''Mossos d'Esquadra'' (literalmente: moços de esquadra) é a corporação policial autónoma, de estatuto civil, fundada em 1719 e a mais antiga da Europa, responsável pela segurança pública e prestação do serviço de polícia na Comunidade Autónoma da Catalunha.
 
Os Bombeiros da Generalidade (''Bombers de la Generalitat de Catalunya'', em catalão), são um corpo autónomo de bombeiros que desempenha as funções de prevenção e de extinção de incêndios, bem como de salvamentos em todo o território da Catalunha. Foi criado em junho de [[1980]] para desempenhar estas tarefas.
 
=== Movimento separatista ===
{{AP|Nacionalismo catalão|Processo de independência da Catalunha}}
{{Vertambém|Manifestação pela independência da Catalunha em 2012|Referendo sobre a independência da Catalunha em 2014|Via Catalana}}
[[Imagem:Demonstration_"Som_una_nació._Nosaltres_decidim"_(Cataluña,_2010).jpg|thumb|esquerda|Protesto pela independência catalã em 2010.]]
[[Imagem:2012 Catalan independence protest (75).JPG|miniaturadaimagem|esquerda|[[Manifestação pela independência da Catalunha em 2012]]]]
 
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{{AP|Declaração de independência da Catalunha|República Catalã (2017)}}
{{Vertambém|Referendo sobre a independência da Catalunha em 2017}}
[[Imagem:Carles Puigdemont el 10 d'octubre de 2017.jpg|thumb|[[Carles Puigdemont]] fala ao [[Parlamento Catalão]] em 10 de outubro.]]
 
Em 1 de outubro de 2017<ref>https://g1.globo.com/mundo/ao-vivo/referendo-da-independencia-da-catalunha.ghtml</ref> foi realizado um [[Referendo sobre a independência da Catalunha em 2017|referendo a respeito da independência da Catalunha]]. Com 90,09% (2.020.144 votos) o "Sim" venceu o referendo, já o “Não” obteve 7,87% (176.565 votos); os votos em branco somaram 2,03% (45.586) e nulos 0,89% (20.129). No total foram registrados 2.262.424 votos. O ex-presidente Catalão declarou que "o resultado decretou o direito da região ser um Estado", já o primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy "não reconheceu o referendo como legal e diz que não ocorreu".<ref>{{citar web|url=https://g1.globo.com/mundo/noticia/presidente-catalao-diz-que-catalunha-ganhou-direito-de-ser-um-estado-premie-espanhol-afirma-que-nao-houve-referendo.ghtml|titulo=Independência da Catalunha vence referendo com 90% dos votos, diz governo catalão|data=1 de outubro de 2017|acessodata=1 de outubro de 2017|publicado=g1}}</ref> Em 10 de outubro de 2017 o Presidente da Generalidade da Catalunha [[Carles Puigdemont]] declarou independência sem efeito imediato para promover negociações com a Espanha.<ref name="internacional.estadao.com.br">http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,catalunha-desafia-espanha-e-declara-independencia,70002036933</ref><ref>http://veja.abril.com.br/mundo/catalunha-declara-independencia-da-espanha/</ref><ref>https://www.nytimes.com/2017/10/10/world/europe/spain-catalonia-independence-carles-puigdemont.html?action=click&contentCollection=world&region=rank&module=package&version=highlights&contentPlacement=1&pgtype=sectionfront</ref>
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== Economia ==
[[Ficheiroimagem:Barcelona from Sagrada Familia (2) (cropped).JPG|thumb|esquerda|[[Centro financeiro]] de [[Barcelona]].]]
 
Território fortemente industrializado, os principais sectores da economia da Catalunha são o [[turismo]], a indústria (de transformação, têxtil, química, automóvel e agroindustrial) e os serviços. Os principais produtos agrícolas são: azeitonas, vinhos e espumantes (cava), cereais, milho e fruta doce e, na pecuária, o suíno e o bovino.
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As exportações da Catalunha representam mais de 25% do total do Estado espanhol, sendo que a indústria química aporta 26,2%, o sector automobilístico, 16% e os bens e equipamentos, 12%.<ref>{{Citar periódico|titulo=Catalunya concentra el 25,5% de las ventas al exterior de toda la economía española|jornal=La Vanguardia|url=http://www.lavanguardia.com/economia/20160218/302257147776/catalunya-economia-espanola-exportaciones-catalanas-record.html}}</ref>
 
A Catalunha é o primeiro destino turístico da Espanha. Os principais destinos na Catalunha são: Barcelona (que ganhou grande projecção internacional após sediar os [[Jogos Olímpicos]] de [[1992]]), as praias da [[Costa Brava]] e [[Costa Dourada]], estações de esqui nos [[Pirenéus]] e ainda turismo histórico (em [[Tarragona]], com monumentos romanos classificados Património da Humanidade pela [[UNESCO]] em [[2000]]) e turismo cultural (Figueres pelo [[Teatro-Museu Dalí]], [[Barcelona]] pelo [[Museu Pablo Picasso]], [[Fundação Joan Miró]] e [[Antoni Tàpies]], além do conjunto de obras do arquitecto [[Antoni Gaudí]]).
 
Do ponto de vista financeiro, a Catalunha possui instituições com grande poder, como a [[La Caixa]], ou o [[Banco Sabadell]]. Em termos industriais, a Catalunha é a comunidade que tem maior participação no PIB industrial do território espanhol, com 18,9% em [[2015]].<ref>{{Citar periódico|titulo=Catalunya se mantiene como la Autonomía con mayor PIB y creció un 3,3 % en 2015|jornal=La Vanguardia|url=http://www.lavanguardia.com/economia/20160330/40760638145/catalunya-ccaa-mayor-pib-2015.html}}</ref>
 
== Infraestrutura ==
[[Imagem:TorreControElPrat.jpg|thumb|[[Torre de controle]] do [[Aeroporto de Barcelona]].]]
* Portos: os de maior volume são o de [[Barcelona]] e [[Tarragona]], que são também dois dos principais portos do território espanhol e do Mar Mediterrâneo.
* Aeroportos: O principal localiza-se em [[Barcelona]], o [[Aeroporto de Barcelona-El Prat|aeroporto internacional de El Prat]], ampliado entre os anos [[2004]] e [[2010]] com a terceira pista e um novo terminal; existem ainda aeroportos secundários em [[Girona]], [[Reus]] e de [[Lérida|Lleida]]-Alguaire.
* Ferroviário: Funcionam na Catalunha as ''Rodalies de Catalunya'' (operado pela [[Renfe Operadora|RENFE]]) e a FGC ([[Ferrocarrils de la Generalitat de Catalunya]]). [[Barcelona]] está ligada a [[Lérida]], [[Tarragona]], [[Girona]] e [[Madrid]] pelo [[Alta Velocidad Española|AVE]] (comboio ou trem de alta velocidade). A ligação a [[França]] foi inaugurada em [[2013]].
 
===Educação===
[[Imagem:Paranimf_de_la_Universitat_de_Barcelona.jpg|thumb|[[Universidade de Barcelona]].]]
O Departamento de Ensino da Generalidade da Catalunha é o organismo público catalão encarregado da política educativa de âmbito não universitário. O Departamento da Empresa e Conhecimento ocupa-se das políticas educativas universitárias. A educação pública na Catalunha é obrigatória e gratuita para todos os indivíduos. O ensino obrigatório compreende dez anos de escolaridade e desenvolve-se entre os seis e os dezasseis anos de idade, após o qual o aluno pode aceder ao bachelarato, à formação profissional de grau médio, aos ciclos de grau médio de artes plásticas e desenho, aos ensinos desportivos de grau médio ou ao mercado de trabalho.
 
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===Saúde===
O CatSalut, ou Serviço Catalão de Saúde (''Servei Català de Salut'', em catalão), foi criado em [[1986]] e é o organismo responsável pelo sistema de saúde público na Comunidade Autónoma da Catalunha, integrado no sistema de saúde espanhol. Está dependente da Generalidade da Catalunha.
 
=== Mídia ===
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== Cultura ==
[[Imagem:Bandera Nacional, de la Unió Europea, i l'autonòmica.jpg|miniaturadaimagem|[[Bandeira da União Europeia]], da [[Bandeira da Espanha|Espanha]] e da [[Bandeira da Catalunha|Catalunha]].]]
[[Imagem:Sagrada Familia March 2015-10a.jpg|thumb|Interior da [[Sagrada Família]] de [[Antoni Gaudí]], em Barcelona]]
[[Imagem:Meister aus Tahull 001.jpg|thumb|[[Abside de Sant Climent de Taüll]], com o [[Cristo em Majestade]]]]
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{{AP|Bandeira e escudo de Catalunha}}
 
Os símbolos nacionais da Catalunha são elementos representativos das características únicas desta comunidade, da sua cultura e história.<ref>{{citar web|url=http://web.gencat.cat/ca/generalitat/estatut/estatut2006/titol_preliminar/ |título=Estatuto de Autonomia da Catalunha (artigo 8) |publicado=gencat.cat |acessodata= 1 de março de 2017}}</ref> A bandeira da Catalunha tem o nome de ''senyera'' (''"senhera"'' em [[Língua portuguesa|português]]) e tem origem no escudo utilizado pelo [[conde de Barcelona]], [[Raimundo Berengário IV de Barcelona|Raimundo Berengário IV]], no século {{séc|XII}}. É uma bandeira com o fundo amarelo e quatro barras horizontais, de cor vermelha.
 
''[[Els Segadors]]'' ("Os Ceifadores") é o hino nacional da Catalunha. A sua origem data da Guerra dos Segadores, no século {{séc|XVII}}. A música é de [[Francesc Alió]] e foi composta em 1892, baseada em uma antiga música popular, a letra é de [[Emili Guanyavents]] (1899). A Generalidade oficializou ''Els Segadors'' em 1993. O [[Dia Nacional da Catalunha]] (em catalão ''Diada Nacional de Catalunya''), celebrado oficialmente cada 11 de setembro, comemora anualmente a resistência catalã durante o [[Cerco de Barcelona]] (1713-1714).
 
===Arquitetura===
Na área da arquitetura foram desenvolvidos e adaptados para a Catalunha diferentes estilos artísticos prevalentes na Europa, deixando em muitas igrejas, mosteiros e catedrais, o [[estilo românico]]<ref>Antoni Pladevall i Font: "El Romànic català". A '' El llibre d'or de l'art català ''</ref> (os melhores exemplos de que estão localizados na metade norte do território) e [[Estilo Gótico|estilos góticos]]. Durante a Idade Média, muitos [[castelo]]s fortificados foram construídos por nobres feudais para marcar seus poderes. Existem alguns exemplos de arquiteturas [[Arquitetura renascentista|renascentistas]], [[Arquitetura barroca|barrocas]] e [[Arquitetura neoclássica|neoclássicas]]. [[Modernismo catalão|Modernismo]] ([[Art Nouveau]]) no final do século {{séc|XIX}} aparece como a arte nacional. Os arquitetos catalães de renome mundial deste estilo são [[Antoni Gaudí]], [[Lluís Domènech i Montaner]] e [[Josep Puig i Cadafalch]]. No campo do racionalismo arquitetônico, destacando-se [[Josep Lluís Sert]] e Torres Clavé e, na [[arquitetura contemporânea]], [[Ricardo Bofill|Ricard Bofill]] e [[Enric Miralles]].
 
===Artes plásticas===
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===Literatura===
{{AP|Literatura catalã}}
[[Ficheiroimagem:Rodoreda.jpg|upright|esquerda|miniaturadaimagem|[[Mercè Rodoreda]]]]
O uso literário da língua catalã é considerado iniciado com o texto religioso conhecido como Homilies d'Organyà, escrito no final do século {{séc|XI}} ou início do século XII. Há dois momentos históricos de esplendor da literatura catalã. O primeiro começa com as crônicas historiográficas do {{séc|XIII}} (crônicas escritas entre os séculos XIII e XIV narrando os feitos dos monarcas e das principais figuras da Coroa de Aragão) e a subsequente Idade de Ouro dos séculos XIV e XV. Após esse período, entre os séculos XVI e XIX, a historiografia romântica definiu esta época como a ''Decadència'', considerada o período "decadente" da literatura catalã por causa de um desuso generalizado da língua vernácula em contextos culturais e falta de patrocínio entre a nobreza.
 
O segundo momento de esplendor começou no século {{séc|XIX}} com a ''Renaixença'' cultural e política representada por escritores e poetas como [[Jacint Verdaguer]], [[Narcís Oller]], [[Joan Maragall]] e [[Àngel Guimerà]]. Durante o século {{séc|XX}} foram desenvolvidos os movimentos vanguardistas representados por [[Josep Carner]], [[Carles Riba]], [[J.V. Foix]] e outros. Durante a Guerra Civil eo período franquista, os autores mais proeminentes foram [[Josep Pla]], [[Mercè Rodoreda]] e [[Salvador Espriu]].
Há dois momentos históricos de esplendor da literatura catalã. O primeiro começa com as crônicas historiográficas do século XIII (crônicas escritas entre os séculos XIII e XIV narrando os feitos dos monarcas e das principais figuras da Coroa de Aragão) e a subsequente Idade de Ouro dos séculos XIV e XV. Após esse período, entre os séculos XVI e XIX, a historiografia romântica definiu esta época como a ''Decadència'', considerada o período "decadente" da literatura catalã por causa de um desuso generalizado da língua vernácula em contextos culturais e falta de patrocínio entre a nobreza.
 
Depois da transição para a democracia (1975-1978) e da restauração da Generalidade da Catalunha (1977), a vida literária eo mercado editorial voltaram à normalidade ea produção literária catalã está a ser reforçada com uma série de políticas linguísticas destinadas a proteger a cultura catalã. Além dos autores citados, outros relevantes escritores do século {{séc|XX}} do período franquista e da democracia incluem [[Joan Brossa]], [[Agustí Bartra]], [[Manuel de Pedrolo]], [[Pere Calders]] ou [[Quim Monzó]].
O segundo momento de esplendor começou no século XIX com a ''Renaixença'' cultural e política representada por escritores e poetas como [[Jacint Verdaguer]], [[Narcís Oller]], [[Joan Maragall]] e [[Àngel Guimerà]]. Durante o século XX foram desenvolvidos os movimentos vanguardistas representados por [[Josep Carner]], [[Carles Riba]], [[J.V. Foix]] e outros. Durante a Guerra Civil eo período franquista, os autores mais proeminentes foram [[Josep Pla]], [[Mercè Rodoreda]] e [[Salvador Espriu]].
 
Depois da transição para a democracia (1975-1978) e da restauração da Generalidade da Catalunha (1977), a vida literária eo mercado editorial voltaram à normalidade ea produção literária catalã está a ser reforçada com uma série de políticas linguísticas destinadas a proteger a cultura catalã. Além dos autores citados, outros relevantes escritores do século XX do período franquista e da democracia incluem [[Joan Brossa]], [[Agustí Bartra]], [[Manuel de Pedrolo]], [[Pere Calders]] ou [[Quim Monzó]].
 
===Folclore===
[[Ficheiroimagem:Concurs de Castells 2010 P1310205.JPG|miniaturadaimagem|[[Castellers de Vilafranca]].]]
 
Os ''Castells'' é uma das principais manifestações da cultura popular catalã. A atividade consiste em construir torres humanas através de competências de castellers (equipes). Esta prática originou-se na parte sul da Catalunha, principalmente nas regiões do Penedès e do Camp de Tarragona, durante o século {{séc|XVIII}}, e mais tarde foi prolongada ao longo dos séculos XIX e XX para o resto do território. A tradição de os ''Castells'' foi declarada obra-prima do [[Patrimônio da Humanidade|Patrimônio Oral e Intangível da Humanidade]] pela [[UNESCO]] em 2010.
 
A [[Sardana]] é considerada a dança tradicional da Catalunha, onde os participantes formam um círculo de mãos dadas. Nas grandes celebrações estão habitualmente presentes outros elementos da cultura popular catalã: os desfiles de gegants (gigantes) e correfocs de demónios e foguetes. Outra celebração tradicional na Catalunha é a [[Patum de Berga]]. A ''[[Dia de São Jorge|Diada de Sant Jordi]]'' (Dia de [[São Jorge]]), é celebrado a 23 de abril, porque este santo é considerado o patrono da Catalunha. Nesta festividade, também conhecida como o dia dos namorados na Catalunha (em vez de [[São Valentim]]), oferecem-se tradicionalmente rosas e livros.
 
===Gastronomia===
[[Imagem:Pa amb tomàquet - 001.jpg|thumb|''Pa amb tomàquet'' (pão com tomate).]]
A gastronomia catalã tem uma longa tradição culinária. Seus processos culinários são descritos em documentos desde o século {{séc|XV}}. Como todas as cozinhas do Mediterrâneo, faz uso abundante de peixes, [[frutos do mar]], azeite, pão e legumes. As especialidades são numerosas e incluem o ''[[pa amb tomàquet]]'' (pão com tomate), que consiste em pão, às vezes torrado, com tomate esfregado e temperado com azeite e sal e normalmente servido acompanhado com qualquer tipo de salsichas ([[Botifarra|botifarres]], fuet, [[presunto ibérico]], etc.), presunto ou queijos. Outros são a ''[[calçot]]ada'', ''escudella i carn d'olla'', ''suquet de peix'' e, como sobremesa, a ''[[Crème brûlée|crema catalana]]''.
 
Terra do [[vinho]], a vinha catalã tem várias ''Denominacions d'Origen'' como Priorat, Montsant, Penedès e Empordà, e também encontrou lá um espumante, o [[Cava (bebida)|cava]]. Também é reconhecida internacionalmente pela sua alta gastronomia, incluindo restaurantes como [[El Bulli]] ou [[El Celler de Can Roca]], que dominam regularmente os rankings internacionais.<ref>{{citar web | url=http://www.marianne.net/Meilleur-restaurant-du-monde-grand-prix-de-la-tourista-internationale_a228545.html | título=« Meilleur restaurant du monde » grand prix de la tourista internationale }} {{webarchive |url=https://web.archive.org/web/20140716172102/http://www.marianne.net/Meilleur-restaurant-du-monde-grand-prix-de-la-tourista-internationale_a228545.html |date=16 de julho de 2014 }}, [[Périco Légasse]], marianne.net, 30 avpil 2013</ref>
 
===Desportos===
[[Ficheiroimagem:Estadi_Olímpic_Lluís_Companys.JPG|miniaturadaimagem|[[Estádio Olímpico Lluís Companys]]]]
O desporto tem uma incidência importante na vida e cultura catalãs desde o início do século {{séc|XX}} e, como resultado, tem uma infra-estrutura desportiva bem desenvolvida. Os principais esportes são [[futebol]], [[basquetebol]], [[handebol]], rink hockey, tênis e desportos motorizados. Apesar do fato de que os esportes mais populares são representados fora pelas equipes nacionais espanholas, a Catalunha pode jogar oficialmente como se mesma em alguns outros, como o [[corfebol]], o [[futsal]] ou o [[rugby]] league.<ref>{{citar web|url=http://www.seleccions.cat/index.php/seleccions-reconegudes/esports-reconeguts|título=Esports reconeguts|website=www.seleccions.cat|acessodata= 3 de março de 2017}}</ref>
 
A [[Federação Catalã de Futebol]] também periodicamente coloca uma [[Seleção Catalã de Futebol|seleção nacional catalã]] contra a oposição internacional, jogando partidos amistosos. Nos últimos anos têm jogado com a Bulgária, Argentina, Brasil, País Basco, Colômbia, Nigéria, Cabo Verde e Tunísia. Os maiores clubes de futebol são o [[FC Barcelona]] (também conhecido como Barça), que conquistou 5 campeonatos europeus, 4 Taças das [[Copa da UEFA|Copas da UEFA]] eo [[RCD Espanyol]], que foi duas vezes vice-campeão da Taça UEFA. Ambos jogam na [[Liga espanhola de futebol|Liga]]. No basquetebol destacam-se o [[Joventut Badalona]], o [[Futbol Club Barcelona]] e os campeões mundiais [[Pau Gasol]], [[Marc Gasol]], [[Raül López]], [[Ricky Rubio]].
 
Os desportos motorizados tem uma longa tradição na Catalunha envolvendo muitas pessoas, com alguns campeões mundiais (por exemplo [[Marc Márquez]]) e várias competições organizadas desde o início do século {{séc|XX}}. O [[Circuito da Catalunha]], construído em 1991, é um dos principais locais de desporto motorizado, com o Grande Prémio de Motociclismo da Catalunha, o [[Grande Prémio de F1 de Espanha]], e o [[Grande Prêmio da Catalunha de Motovelocidade]].
 
A Catalunha acolheu muitos eventos desportivos internacionais relevantes, como os Jogos Olímpicos de Verão de 1992 em Barcelona, ​​e também os [[Jogos do Mediterrâneo de 1955]] ou o [[Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de 2013]]. Realizou anualmente a quarta-mais antiga competição de [[ciclismo de estrada]] por etapas ainda existente no mundo, a [[Volta à Catalunha|Volta a Catalunya]] (Volta à Catalunha).