Ateísmo: diferenças entre revisões
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{{Ateísmo}}
'''Ateísmo''', num sentido amplo, é a ausência de [[crença]] na [[Existência de Deus|existência de divindades]].<ref>Um pequeno artigo do [[Religioustolerance.org]] chamado [http://www.religioustolerance.org/atheist4.htm Definitions of the term "Atheism"] sugere que não há consenso sobre a definição do termo. [[Simon Blackburn]] resume a situação no ''[[Dicionário Oxford de Filosofia]]'': "Ateísmo é a falta de crença em um deus, ou a crença de que não há nenhum". A maioria dos dicionários (veja a consulta OneLook por [http://www.onelook.com/?w=atheism&ls=a "ateísmo"]) primeira lista uma das definições mais estreitas. * {{citar livro|url=http://www.ditext.com/runes/a.html |título=Dictionary of Philosophy |primeiro=Dagobert D.(editor) |último=Runes |autorlink=Dagobert D. Runes |ano=1942|editora=Littlefield, Adams & Co. Philosophical Library |local=New Jersey |isbn=0-06-463461-2 |acessodata=26 de janeiro de 2011|
O termo ateísmo, proveniente do {{ling|grc}} {{Transl2|grc||ἄθεος| (|atheos}}), que significa "sem Deus", foi aplicado com uma conotação negativa àqueles que se pensava rejeitarem os [[Mitologia grega|deuses]] adorados pela maioria da [[sociedade]]. Com a difusão do [[pensamento livre]], do [[Ceticismo#Ceticismo científico|ceticismo científico]] e do consequente aumento da [[crítica da religião|crítica à religião]], a abrangência da aplicação do termo foi reduzida. Os primeiros indivíduos a identificarem-se como "ateus" surgiram no {{séc|XVIII}}.<ref name=KArmstrong>{{citar livro|último=Armstrong |primeiro=Karen |autorlink=Karen Armstrong |título=A History of God |ano=1999 |editora=London: Vintage |isbn=0-09-927367-5|
Os ateus tendem a ser [[Ceticismo|céticos]] em relação a afirmações sobrenaturais, citando a falta de evidências [[Empirismo|empíricas]] que provem sua existência. Os ateus têm oferecido vários argumentos para não acreditar em qualquer tipo de divindade. O complexo ideológico ateísta inclui: o [[problema do mal]], o argumento das revelações inconsistentes e o [[argumento da descrença]]. Outros argumentos do ateísmo são filosóficos, sociais e históricos. Embora alguns ateus adotem filosofias [[Secularismo|seculares]],<ref>Honderich, Ted (Ed.) (1995). "Humanism". ''The Oxford Companion to Philosophy''. Oxford University Press. p 376. ISBN 0-19-866132-0.</ref><ref>Fales, Evan. "Naturalism and Physicalism", in {{harvnb|Martin|2007|pp=122–131}}.</ref> não há nenhuma ideologia ou conjunto de comportamentos que todos os ateus seguem.<ref>{{harvnb|Baggini|2003|pp=3–4}}.</ref> Na [[cultura ocidental]], assume-se frequentemente que os ateus são [[Irreligião|irreligiosos]], embora alguns ateus sejam [[Espiritualidade|espiritualistas]].<ref name=cline-buddhism>{{citar web|último=Cline |primeiro=Austin |título=Buddhism and Atheism |url=http://atheism.about.com/b/2005/11/28/buddhism-and-atheism.htm |
Como os conceitos sobre a definição do ateísmo variam, é difícil determinar quantos ateus existem no mundo atualmente com precisão.<ref name="Martin2007">{{citar livro|último=Zuckerman|primeiro=Phil|editor=Martin, Michael T|título=The Cambridge companion to atheism|ano=2007|editora=Cambridge University Press|local=Cambridge, England|isbn=0-521-84270-0|página=56|url=http://books.google.com/books?id=tAeFipOVx4MC&pg=PA56|
== Etimologia ==
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[[Imagem:AtheismImplicitExplicit3 PT.svg|thumb|Um [[Diagrama de Venn]] mostrando a relação entre as definições de [[ateísmo fraco]]/[[Ateísmo forte|forte]] e ateísmo implícito/explícito. Ateus explícitos fortes/positivos/duros (em roxo à direita) afirmam que ''"existe pelo menos uma deidade"'' é uma afirmação falsa. Os ateus explícitos fracos/negativos/suaves (em azul à direita) rejeitam ou distanciam-se da crença de que existe qualquer deidade sem realmente afirmarem que ''"pelo menos uma deidade existe"'' é uma afirmação falsa. Os ateus implícitos/fracos/negativos (em azul à esquerda) incluiriam pessoas (como crianças pequenas e alguns agnósticos) que não creem numa deidade, mas que não rejeitaram explicitamente tal crença. (Os tamanhos no diagrama não são representativos dos tamanhos relativos dentro de uma população.)]]
Autores discutem entre si sobre qual a melhor forma de definir e classificar o "ateísmo", contestando quais as entidades sobrenaturais a que o termo se aplica, se é uma afirmação por direito próprio ou se é meramente a ausência de uma, e se requer uma rejeição consciente, explícita. Uma variedade de categorias têm sido propostas para tentar distinguir as diferentes formas de ateísmo.<ref name="eb911-atheism">{{citar web|ano=1911 |url=http://www.1911encyclopedia.org/Atheism |título=Atheism |obra=
=== Abrangência ===
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{{Artigo principal|Ateísmo forte|Ateísmo cético}}
As definições do ateísmo também variam quanto ao grau de consideração que uma pessoa deve dar à ideia de deus (ou deuses) para ser considerado um ateu. O ateísmo tem sido por vezes definido para incluir a simples ausência de crença na existência de qualquer divindade. Essa definição ampla incluiria os [[recém-nascido]]s e outras pessoas que não tenham sido expostas a ideias [[Teísmo|teístas]]. Já em 1772, o [[Barão d'Holbach]] disse que: "Todas as crianças nascem ateias, elas não têm ideia de Deus".<ref>{{citar livro|último=d'Holbach |primeiro=P. H. T. |autorlink=Baron d'Holbach |título=Good Sense |url=http://www.gutenberg.org/etext/7319 |acessodata=27 de outubro de 2006 |ano=1772|
=== Positivo ''versus'' negativo ===
{{Artigo principal|Ateísmo forte|Ateísmo cético}}
Filósofos como [[Antony Flew]]<ref name="presumption">{{citar livro|último=Flew |primeiro=Antony |autorlink=Antony Flew |título=The Presumption of Atheism, and other Philosophical Essays on God, Freedom, and Immortality |local=New York |editora=Barnes and Noble |ano=1976 |pp=14ff|
Como mencionado acima, os termos "positivo" e "negativo" têm sido usados na literatura filosófica de uma forma similar aos termos "forte" e "fraco", respectivamente. No entanto, o livro ''Ateísmo Positivo'', do escritor indiano Goparaju Ramachandra Rao, publicado pela primeira vez em 1972, introduziu um uso alternativo do termo.<ref>{{citar livro|último=Rao |primeiro=Goparaju |autorlink=Goparaju Ramachandra Rao |título=Positive Atheism |editora=Atheist Centre, Patamata, Vijayawada, India |ano=1972 |local=Vijayawada, India|
Enquanto Martin, por exemplo, afirma que o [[agnosticismo]] implica o "ateísmo negativo",<ref name="mmartin"/> a maioria dos agnósticos vêem o seu ponto de vista como distinto do ateísmo, o qual podem considerar tão pouco justificado como o [[teísmo]] ou como requerendo igual convicção.<ref>{{citar livro|primeiro=Anthony |último=Kenny |autorlink=Anthony Kenny |título=What I believe |capítulo=Why I Am Not an Atheist |editora=Continuum |isbn=0-8264-8971-0 |ano=2006|
=== Definição como impossível ou impermanente ===
Antes do {{séc|XVIII}}, a [[existência de Deus]] era tão universalmente aceita no [[mundo ocidental]], que mesmo a possibilidade do ateísmo verdadeiro era questionada. Isso é chamado de ''[[inatismo]] teísta'', a noção de que todas as pessoas acreditam em Deus, desde o nascimento; dentro desta visão estava a conotação de que os ateus estão simplesmente em negação.<ref>{{citar livro|último=Cudworth |primeiro=Ralph |autorlink=Ralph Cudworth |título=The True Intellectual System of the Universe: the first part, wherein all the reason and philosophy of atheism is confuted and its impossibility demonstrated |ano=1678|
Existe também uma posição alegando que os ateus são rápidos a acreditar em Deus em tempos de crise, que os ateus fazem conversões no leito de morte, ou de que "não existem ateus nas trincheiras."<ref>Ver, por exemplo, {{citar web|url=http://www.lds-mormon.com/atheist.shtml|título=Atheists call for church head to retract slur|data=3 de abril de 1996|
Alguns ateus questionam a própria necessidade de usar o termo "ateísmo". Em seu livro ''[[Carta a Uma Nação Cristã]]'', [[Sam Harris]] escreve:
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{{Artigo principal|Apateísmo}}
No ateísmo ''prático'' ou ''pragmático'', também conhecido como ''[[apateísmo]]'', os indivíduos vivem como se não existissem deuses e explicam fenômenos naturais sem recorrer ao divino. A existência de deuses não é rejeitada, mas pode ser designada como desnecessária ou inútil; de acordo com este ponto de vista os deuses não dão um propósito à vida, nem influenciam a vida cotidiana.<ref name="Zdybicka-p20">{{harvnb|Zdybicka|2005|p=20}}.</ref> Uma forma de ateísmo prático, com implicações para a [[comunidade científica]], é o [[Naturalismo (filosofia)|naturalismo metodológico]] - a "adoção tácita ou assunção do naturalismo filosófico no [[método científico]], aceitando-o ou nele acreditando, totalmente ou não."<ref name="neps">{{citar web|último=Schafersman |primeiro=Steven D. |url=http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:NSuw6hjn_w0J:www.tcnj.edu/~scholars/111%2520Evolution%2520FSP/NATURALISM%2520IS%2520AN%2520ESSENTIAL%2520PART%2520OF%2520SCIENCE%2520AND%2520CRITICAL%2520INQUIRY.doc+Naturalism+is+an+Essential+Part+of+Science+and+Critical+Inquiry&hl=en&gl=ca&pid=bl&srcid=ADGEESiOoQ0c8zeA-NUM5qRN7EZqXoJs8b3hGUyuOedNRD9OheY2WLJHpdgNCsxwDJ0iJVdxIhSyytGXR-RXodM3cV8JYd6mEmBRuSQhAsvgFyIDPrw2HT3KXZTEoujo4lXsMckPLn-U&sig=AHIEtbS7vrl9TTdgC7ZY94opxblINuXYMw&pli=1 |título=Naturalism is an Essential Part of Science and Critical Inquiry |data=fevereiro de 1997 |publicado=Conference on Naturalism, Theism and the Scientific Enterprise. Department of Philosophy, The University of Texas |
O ateísmo prático pode assumir várias formas:
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Um autor escreve:
{{quote2|O ateísmo metafísico...inclui todas as doutrinas ligadas ao monismo metafísico (a homogeneidade da realidade). O ateísmo metafísico pode ser: a) absoluto - uma negação explícita da existência de Deus associada com o monismo materialista (todas as tendências materialistas, tanto nos tempos antigos quanto nos modernos); b) relativo - a negação implícita de Deus em todas as filosofias que, apesar de aceitarem a existência de um absoluto, concebem o absoluto como não possuindo qualquer um dos atributos próprios de Deus: transcendência, um caráter ou unidade pessoal. O ateísmo relativo está associada com o monismo idealista (panteísmo, panenteísmo, deísmo).|<ref>{{citar livro|último= Zdybicka|primeiro= Zofia J.|ano=2005|contribuição= Atheism|url=http://ptta.pl/pef|contribution-url=http://ptta.pl/pef/haslaen/a/atheism.pdf|editor-
==== Argumentos lógicos ====
{{Artigos principais|[[Existência de Deus#Argumentos pela inexistência de Deus|Argumentos pela inexistência de Deus]] e [[Problema do mal]]}}
[[Imagem:Epikouros BM 1843.jpg|thumb|200px|[[Epicuro]] é creditado como sendo o primeiro a expor o [[problema do mal]]. [[David Hume]], em seus ''[[Diálogos sobre a Religião Natural]]'' (1779), citou Epicuro ao afirmar o argumento como uma série de perguntas:<ref>{{citar livro|título=Dialogues Concerning Natural Religion |autor=David Hume |url=http://www.gutenberg.org/ebooks/4583 |editora=Project Gutenberg (e-text) |acessodata=8 de abril de 2011|
O ateísmo lógico sustenta que às diversas [[Concepções de Deus|concepções de deuses]], como o [[deus pessoal]] do [[cristianismo]], são atribuídas qualidades logicamente inconsistentes. Os ateus apresentam argumentos dedutivos contra a existência de Deus que afirmam a incompatibilidade entre certas características, como a perfeição, estatuto de criador, [[Imutabilidade (teologia)|imutabilidade]], [[onisciência]], [[onipresença]], [[onipotência]], [[onibenevolência]], [[Transcendência (religião)|transcendência]], a pessoalidade (um ser pessoal), não-fisicalidade, [[justiça]] e [[misericórdia]].<ref>Various authors. "Logical Arguments for Atheism". [[Internet Infidels]], ''The Secular Web Library''. Acessado em 9 de abril de 2007.</ref>
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{{Artigo principal|prefixo=Ver também|Psicologia da religião}}
Filósofos como [[Ludwig Feuerbach]]<ref>Feuerbach, Ludwig (1841) ''[[The Essence of Christianity]]''</ref> e [[Sigmund Freud]] argumentaram que Deus e outras crenças religiosas são invenções humanas, criadas para atender a várias necessidades psicológicas e emocionais. Esta é também uma visão de muitos [[Budismo|budistas]].<ref>Walpola Rahula, ''What the Buddha Taught.'' Grove Press, 1974. Pages 51–52.</ref> [[Karl Marx]] e [[Friedrich Engels]], influenciados pela obra de [[Joseph Anselm Feuerbach|Feuerbach]], argumentaram que a crença em Deus e na religião são funções sociais, utilizadas por aqueles no poder para oprimir a [[classe trabalhadora]]. De acordo com [[Mikhail Bakunin]], "a ideia de Deus implica a abdicação da [[razão]] e da justiça humanas; é a negação mais decisiva da liberdade humana, e, necessariamente, termina na escravização da humanidade, na teoria e na prática." Ele inverteu o famoso aforismo de [[Voltaire]] de que se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo, escrevendo que "se Deus realmente existisse, seria necessário aboli-lo."<ref>{{citar web|url=http://dwardmac.pitzer.edu/anarchist_archives/bakunin/godandstate/godandstate_ch1.html |título=God and the State |último=Bakunin |primeiro=Michael |autorlink=Michael Bakunin |ano=1916 |obra= |publicado=New York: Mother Earth Publishing Association |
=== Alternativos ===
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O ateísmo [[Axiologia|axiológico]], ou construtivo, rejeita a existência de deuses em favor de um "absoluto maior", como a [[Natureza humana|humanidade]]. Esta forma de ateísmo favorece a humanidade como fonte absoluta da ética e valores, e permite que os indivíduos resolvam problemas morais, sem recorrerem a Deus. Marx e Freud utilizaram este argumento para transmitir mensagens de libertação, de desenvolvimento integral e de felicidade sem restrições.<ref name="Zdybicka-p20"/>
Uma das críticas mais comuns ao ateísmo tem sido a tese contrária: que negar a existência de um deus conduz ao [[relativismo moral]], deixando o indivíduo sem fundamento moral ou ético,<ref name="misconceptions">{{citar web|url=http://www.americanchronicle.com/articles/view/12346 |título=Common Misconceptions About Atheists and Atheism |último=Gleeson |primeiro=David |data=10 de agosto de 2006 |publicado=''American Chronicle'' |
==== Existencialismo ateísta ====
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|ano=2004
|contribuição=An existentialist ethics
|editor-
|editor-
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|título=Ethics: Contemporary Readings
|local=London
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|último =Sartre
|primeiro =Jean-Paul
|editor-
|editor-
|contribuição=Existentialism and Humanism
|título=Jean-Paul Sartre: Basic Writings
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|último =Sartre
|primeiro =Jean-Paul
|editor-
|editor-
|contribuição=Existentialism and Humanism
|título=Jean-Paul Sartre: Basic Writings
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|ano=2001
|contribuição=Sartre in the world
|editor-
|editor-
|título=Jean-Paul Sartre: Basic Writings
|local=London
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=== Antiga religião hindu ===
Escolas ateístas são encontradas no [[hinduísmo]] antigo, e existem desde o tempo da [[religião védica]]. Entre as seis escolas ortodoxas (''āstika'' e ''nāstika'') da filosofia hindu, [[Sankhya]], o mais antigo sistema filosófico, não aceita Deus, enquanto a antiga [[Mimamsa]] também rejeita a noção de divindade,<ref>{{citar livro|último= Dasgupta|primeiro= Surendranath|título= A history of Indian philosophy, Volume 1|editora= Motilal Banarsidass Publ.|ano= 1992|página= 258| url = http://books.google.com/?id=PoaMFmS1_lEC&pg=PA258| isbn= 978-81-208-0412-8|acessodata=9 de abril de 2011|
A completamente materialista e antiteísta escola filosófica [[Carvaka]] que se originou na [[Índia]] em torno do {{-séc|VI}} é provavelmente a escola de filosofia mais explicitamente ateísta da Índia, similar à [[escola cirenaica]] grega. Este ramo da filosofia indiana é classificado como [[heterodoxo]] devido à sua rejeição da autoridade dos [[Vedas]] e não é considerado parte das seis escolas ortodoxas do hinduísmo, mas é notável como evidência de um movimento materialista dentro do hinduísmo.<ref>Sarvepalli Radhakrishnan and Charles A. Moore. ''A Sourcebook in Indian Philosophy''. (Princeton University Press: 1957, Twelfth Princeton Paperback printing 1989) pp. 227–249. ISBN 0-691-01958-4.</ref> Chatterjee e Datta explicam que a nossa compreensão da filosofia Carvaka é fragmentária, baseada principalmente na crítica das suas ideias por outras escolas, e que não é uma tradição viva:
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[[Imagem:Socrates Louvre.jpg|thumb|esquerda|Na ''[[Apologia de Sócrates|Apologia]]'' de [[Platão]], [[Sócrates]] (imagem) foi acusado por [[Meleto]] de não acreditar nos deuses]]
O ateísmo ocidental tem suas raízes na [[filosofia grega]] [[Pré-socráticos|pré-socrática]], mas não emerge como uma visão do mundo distinta até o final do [[Iluminismo]].<ref>{{harvnb|Baggini|2003|pp=73–74}}. "Atheism had its origins in Ancient Greece but did not emerge as an overt and avowed belief system until late in the Enlightenment."</ref> O filósofo grego do {{-séc|V}} [[Diágoras de Melos|Diágoras]] é conhecido como o "primeiro ateu"<ref>[[Friedrich Solmsen|Solmsen, Friedrich]] (1942). ''[http://books.google.com/books?vid=0blEqYn0npw5h4r_qPHc_fk&id=rLASAAAAIAAJ&pgis=1 Plato's Theology]''. Cornell University Press. p 25.</ref> e é citado como tal por [[Cícero]] no seu ''[[De Natura Deorum]]''.<ref name="CIC">''...nullos esse omnino Diagoras et Theodorus Cyrenaicus...'' Cicero, Marcus Tullius: ''De natura deorum.'' Comments and English text by Richard D. McKirahan. Thomas Library, Bryn Mawr College, 1997, page 3. ISBN 0-929524-89-6</ref> [[Crítias]] via a religião como uma invenção humana usada para assustar as pessoas e fazê-las seguir a ordem moral.<ref>{{citar web|url=http://search.eb.com/eb/article-38045|título=Religion, study of|ano=2007|publicado=Encyclopædia Britannica|
[[Sócrates]] (c. 471-{{AC|399|x}}) foi acusado de [[impiedade]] (ver [[Dilema de Eutífron]]) baseado no fato de ele ter inspirado o questionamento dos [[Estado confessional|deuses do Estado]].<ref>{{citar web|url=http://www.bartleby.com/65/at/atheism.html |arquivourl=http://web.archive.org/web/20061104032305/http://www.bartleby.com/65/at/atheism.html |arquivodata=4 de novembro de 2006 |título=Atheism |ano=2005 |obra=The Columbia Encyclopedia, Sixth Edition |publicado=Columbia University Press |
[[Evêmero]] (c. 330-260 aC) publicou sua visão de que os deuses eram apenas os governantes, conquistadores e fundadores do passado deificados, e que os seus cultos e religiões eram, em essência, a continuação dos reinos que desapareceram e das estruturas políticas anteriores.<ref>Fragmentos da obra de Evêmero na tradução latina de Quinto Ênio foram preservados em escritos [[Padres da Igreja|patrísticos]] (p.e. por [[Lactâncio]] e [[Eusébio de Cesareia]]), todos com base em fragmentos anteriores em [[Diodorus Siculus|Diodoro]] 5,41–46 & 6.1. Testemunhos, especialmente no contexto do criticismo polêmico, são encontrados p.e. em [[Calímaco]], ''Hino a Zeus'' 8.</ref> Embora não fosse estritamente um ateu, Evêmero mais tarde foi criticado por ter "espalhado o ateísmo por toda a terra habitada ao obliterar os deuses."<ref>[[Plutarco]], ''Moralia—Isis ann Osiris'' [http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Plutarch/Moralia/Isis_and_Osiris*/B.html#23 23]</ref>
O atomista e materialista [[Epicuro]] (c. 341-270 aC) disputou muitas doutrinas religiosas, incluindo a existência de [[vida após a morte]] ou uma divindade pessoal; ele considerava a alma puramente material e mortal. Embora o [[epicurismo]] não tenha descartado a existência de deuses, ele acreditava que, se existissem, eles estavam despreocupados com a humanidade.<ref name="BBC">{{citar web|autor=BBC |autorlink=BBC |título=Ethics and Religion—Atheism |url=http://www.bbc.co.uk/religion/religions/atheism/ |publicado=[[bbc.co.uk]] |
O poeta [[Roma antiga|romano]] [[Lucrécio]] (c. 99-{{AC|55|x}}), concordou que, se houvesse deuses, estavam despreocupados com a humanidade e eram incapazes de afetar o mundo natural. Por esta razão, ele acreditava que a humanidade não devia ter medo do sobrenatural. Ele expõe seus pontos de vista epicuristas sobre o [[cosmos]], [[átomo]]s, [[alma]], [[mortalidade]] e [[religião]] em ''[[De rerum natura]]'' ({{lang-pt|"''Sobre a natureza das coisas''"}}),<ref>{{Gutenberg|no=785|name=On the Nature of Things by Lucretius}} Book I, "Substance is Eternal". Translated by W.E. Leonard. 1997. Acessado em 12 de abril de 2007.</ref> que popularizou a [[filosofia]] de Epicuro em [[Roma antiga|Roma]].<ref>[[Júlio César]] (100–{{AC|44|x}}), que se inclinava consideravelmente para o epicurismo, rejeitava também a ideia de uma vida após a morte, o que conduziu ao seu apelo contra a pena de morte durante o julgamento de [[Lúcio Sérgio Catilina|Catilina]], durante o qual falou contra o [[Estoicismo|estoicista]] [[Marco Pórcio Catão Uticense|Catão]]. (cf. [[Salústio]], ''The War With Catiline'', Caesar's speech: [http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Sallust/Bellum_Catilinae*.html#51.20 51.29] & Cato's reply: [http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Sallust/Bellum_Catilinae*.html#52.13 52.13]).</ref>
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As eras do [[Renascimento]] e da [[Reforma protestante|Reforma]] testemunharam um ressurgimento do fervor religioso, como evidenciado pela proliferação de novas ordens religiosas, confrarias e devoções populares no mundo [[Catolicismo|católico]] e o aparecimento de seitas [[Protestantismo|protestantes]] cada vez mais austeras, como os [[calvinistas]]. Esta era de rivalidade interconfessional permitiu uma abrangência ainda maior de especulação teológica e filosófica, muita da qual viria a ser usada para promover uma visão de mundo religiosamente cética.
A [[crítica do cristianismo]] tornou-se cada vez mais frequente nos séculos XVII e XVIII, principalmente depois do [[Sismo de Lisboa de 1755]], e em especialmente na [[França]] e na [[Inglaterra]], onde parece ter existido um mal-estar religioso, de acordo com fontes contemporâneas. Alguns pensadores protestantes, como [[Thomas Hobbes]], defendiam uma filosofia materialista e um ceticismo em relação às ocorrências sobrenaturais, enquanto que o filósofo [[Judaísmo|judeu]] [[Holandeses|holandês]] [[Baruch Spinoza]] rejeitava a [[providência divina]] em favor de um naturalismo [[Panenteísmo|panenteísta]]. No final do {{séc|XVII}}, o [[deísmo]] passou a ser abertamente defendido por intelectuais como [[John Toland (filósofo)|John Toland]], que cunhou o termo "[[panteísta]]". Apesar de ridicularizarem o [[cristianismo]], muitos deístas desprezavam o ateísmo. O primeiro ateu que se sabe ter jogado fora o manto do deísmo, negando de modo contundente a existência de deuses, foi [[Jean Meslier]], um padre francês que viveu no início do {{séc|XVIII}}.<ref>{{citar web |url=http://ww3.wpunj.edu/newpol/issue40/Onfray40.htm |titulo=Michel Onfray on Jean Meslier |publicado=William Paterson University |
A [[Revolução Francesa]] tirou o ateísmo e o deísmo [[Anticlericalismo|anticlerical]] dos salões e colocou-os na esfera pública. Um dos principais objetivos da Revolução Francesa foi uma reestruturação e subordinação do [[clero]] em relação ao [[Estado]] através da [[Constituição Civil do Clero]]. As tentativas para aplicá-la levaram à violência anticlerical e à expulsão de muitos clérigos da [[França]]. Os eventos políticos caóticos da [[Paris]] revolucionária, acabaram por permitir aos [[jacobinos]] mais radicais tomar o poder em 1793, inaugurando o [[Terror (Revolução Francesa)|Reino do Terror]]. Os jacobinos eram deístas e introduziram o [[Culto do Ser Supremo]] como uma [[Estado confessional|religião estatal]] da França. Alguns ateus próximos de [[Jacques Hébert]] procuraram estabelecer um culto da razão, uma forma de pseudo-religião ateia com uma deusa personificando a [[razão]]. Ambos os movimentos, em parte, contribuíram para as tentativas forçadas de descristianizar a França. O [[Culto da Razão]] terminou depois de três anos, quando a sua liderança, incluindo Jacques Hébert, foi [[guilhotina]]da pelos jacobinos. As perseguições anticlericais terminaram com a [[9 Termidor|Reação Termidoriana]].
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A [[era napoleônica]] institucionalizou a [[secularização]] da sociedade francesa e exportou a revolução para o norte da [[Itália]], na esperança de criar repúblicas flexíveis. No {{séc|XIX}}, os ateus contribuíram para várias revoluções políticas e sociais, facilitando os [[Revoluções de 1848|levantes de 1848]], o ''[[Risorgimento]]'' na Itália e o crescimento de um movimento [[Socialismo|socialista]] internacional.
Na segunda metade do {{séc|XIX}}, o ateísmo ganhou proeminência sob a influência de filósofos [[Racionalismo|racionalistas]] e [[Pensamento livre|livre-pensadores]]. Muitos proeminentes filósofos alemães da época negaram a existência de divindades e eram [[Crítica da religião|críticos da religião]], incluindo [[Ludwig Feuerbach]], [[Arthur Schopenhauer]], [[Max Stirner]], [[Karl Marx]] e [[Friedrich Nietzsche]].<ref>{{citar livro |url=http://books.google.com/?id=BKz2FcDrFy0C&pg=PA1&dq=nietzsche+schopenhauer+marx+feuerbach |titulo=Subjectivity and Irreligion: Atheism and Agnosticism in Kant, Schopenhauer, and Nietzsche |editora=Ashgate Publishing, Ltd. |último=Ray |primeiro=Matthew Alun |ano=2003 |isbn=978-0-7546-3456-0 | acessodata=9 de abril de 2011|ref=harv|
=== Século XX ===
{{Vertambém|Ateísmo Marxista-leninista|Estado ateu}}
O ateísmo no {{séc|XX}}, particularmente na forma de ateísmo prático, avançou em muitas sociedades. O pensamento ateu encontrou reconhecimento em uma ampla variedade de outras filosofias mais amplas, como o [[existencialismo]], o [[objetivismo]], o [[humanismo secular]], o [[niilismo]], o [[positivismo lógico]], o [[anarquismo]], o [[marxismo]], o [[feminismo]]<ref>{{citar livro|url=http://books.google.com/?id=tAeFipOVx4MC&pg=PA233&lpg=PA233&dq=%22Feminism+and+Atheism%22&q=%22Feminism%20and%20Atheism%22 |último=Overall |primeiro=Christine |título=Feminism and Atheism |isbn=978-0-521-84270-9 |ano=2007 |acessodata=9 de abril de 2011|
O positivismo lógico e o [[cientificismo]] pavimentaram o caminho para o [[neopositivismo]], a [[filosofia analítica]], o [[estruturalismo]] e o [[naturalismo]]. O neopositivismo e a filosofia analítica descartaram o racionalismo clássico e a metafísica em favor do empirismo estrito e do [[nominalismo]] epistemológico. Proponentes como [[Bertrand Russell]], rejeitaram enfaticamente a crença em Deus. Em seus primeiros trabalhos, [[Ludwig Wittgenstein]] tentou separar a linguagem metafísica e sobrenatural do discurso racional. [[Alfred Jules Ayer|A. J. Ayer]] afirmou a inverificabilidade e a falta de sentido das afirmações religiosas, citando a sua adesão às ciências empíricas. Relacionado com esta ideia, o estruturalismo aplicado de [[Lévi-Strauss]] ligou a origem da linguagem religiosa ao subconsciente humano ao negar o seu significado transcendental. John Niemeyer Findlay e [[J. J. C. Smart]] argumentaram que a [[existência de Deus]] não é logicamente necessária. Naturalistas e [[Monismo|monistas]] [[Materialismo|materialistas]], tais como [[John Dewey]], consideravam o mundo natural como a base de tudo, negando a existência de Deus ou a [[imortalidade]].<ref name="stanford"/><ref>{{harvnb|Zdybicka|2005|p=16}}</ref>
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[[Imagem:Christ saviour explosion.jpg|thumbnail|esquerda|Demolição da [[Catedral de Cristo Salvador de Moscou]], em 1931, durante a [[perseguição aos Cristãos na União Soviética]]]]
O {{séc|XX}} também assistiu ao avanço político do ateísmo, estimulado pela interpretação das obras de [[Karl Marx|Marx]] e [[Friedrich Engels|Engels]]. Após a [[Revolução Russa de 1917]], houve mais [[liberdade religiosa]] para as minorias religiosas, o que durou alguns anos. Embora a Constituição Soviética de 1936 garantisse a liberdade para realizar cultos, o [[União das Repúblicas Socialistas Soviéticas|Estado soviético]], sob a política de [[Estado ateu]] de [[Josef Stalin|Stalin]], não considerava a religião um assunto privado; o governo soviético ilegalizou o ensino religioso e promoveu campanhas para convencer as pessoas a abandonar a religião.<ref name="Liquidation">{{citar livro|autor=Gerhard Simon|url=http://books.google.com/books?id=sTLc8H3b4vUC&pg=PA64&dq=militant+atheism+soviet+union&hl=en&ei=cZ_1TY64Eo26sAOa57C-Cw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=8&ved=0CE0Q6AEwBzgK#v=onepage&q=militant%20atheism%20soviet%20union&f=false|título=Church, State, and Opposition in the U.S.S.R.|editora=[[University of California Press]]|citação=Por outro lado, o Partido Comunista nunca fez nenhum segredo do fato, antes ou depois de 1917, de que considera o "ateísmo militante", como parte integrante de sua ideologia e verá 'a religião como de nenhuma maneira um assunto privado.' Usa, portanto, 'meios de influência ideológica para educar as pessoas no espírito do materialismo científico e para superar preconceitos religiosos ..' Assim, é objetivo do P.C.U.S. e, portanto, também do Estado soviético, para o qual é afinal a 'célula orientadora', liquidar gradualmente as comunidades religiosas.|data=19 de outubro de 2009|
Outros líderes como Periyar E. V. Ramasamy, um proeminente líder ateu da [[Índia]], lutaram contra o [[hinduísmo]] e os [[brâmane]]s por eles discriminarem e dividirem as pessoas em nome de [[Sistema de castas da Índia|castas]] e religião.<ref>{{citar livro|último=Michael |primeiro=S. M. |ano=1999 |capítulo=Dalit Visions of a Just Society |editor=S. M. Michael (ed.) |editora=Lynne Rienner Publishers |título=Untouchable: Dalits in Modern India |isbn=1-55587-697-8 |páginas=31–33|
Em 1966, a [[Time (revista)|revista ''Time'']] perguntava: "Deus está morto?",<ref>{{citar web|url=http://www.time.com/time/covers/0,16641,19660408,00.html|título=Time Magazine|publicado=Time|data=8 de abril de 1966|
Em 1967, o governo [[Albânia|albanês]] de [[Enver Hoxha]] anunciou o fechamento de todas as instituições religiosas no país, declarando a Albânia o primeiro [[Estado ateu|estado oficialmente ateu]],<ref>{{citar periódico|último1 = Majeska |primeiro1 = George P. |ano= 1976 |título= Religion and Atheism in the U.S.S.R. and Eastern Europe, Review | url = http://links.jstor.org/sici?sici=0037-6752(197622)1%3A20%3A2%3C204%3ARAAITU%3E2.0.CO%3B2-G |periódico= The Slavic and East European Journal | volume = 20 |
=== Século XXI ===
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[[Imagem:Four_Horsemen.jpg|thumb|Os "[[Novo Ateísmo#"Quatro Cavaleiros do Não Apocalipse"|Quatro Cavaleiros do Não Apocalipse]]" (sentido horário): [[Richard Dawkins]], [[Christopher Hitchens]], [[Daniel Dennett]] e [[Sam Harris]]]]
Desde a queda do [[Muro de Berlim]], o número de regimes ativamente anti-religiosos tem diminuído consideravelmente. Em 2006, Timothy Shah do [[Pew Research Center|Fórum Pew]] constatou "uma tendência mundial em todos os grandes grupos religiosos, na qual movimentos baseados em Deus e na fé, em geral, estão experimentando confiança e influência crescentes face aos movimentos e ideologias seculares".<ref>{{citar web|url=http://pewforum.org/Politics-and-Elections/Timothy-Samuel-Shah-Explains-Why-God-is-Winning.aspx|título=Timothy Samuel Shah Explains 'Why God is Winning'|data=18 de julho de 2006|publicado=The Pew Forum on Religion and Public Life|
A motivação religiosa dos [[ataques terroristas de 11 de setembro de 2001]] e as tentativas parcialmente bem-sucedidas do ''[[Discovery Institute]]'' para mudar o currículo de ciências das escolas estadunidenses para incluir ideias [[Criacionismo|criacionistas]], juntamente com o apoio dessas ideias pelo ex-[[presidente dos Estados Unidos|presidente]] [[George W. Bush]] em 2005, desencadearam uma onda de publicações de conhecidos autores ateus como [[Sam Harris]], [[Daniel C. Dennett]], [[Richard Dawkins]], [[Victor J. Stenger]] e [[Christopher Hitchens]], cujas obras foram ''[[best-seller]]s'' nos Estados Unidos e em todo o mundo, movimento que passou a ser conhecido como [[Novo Ateísmo]].<ref name="sharedvalues">[http://lawreview.vermontlaw.edu/articles/13%20Garfield%20Book%202,%20Vol%2033.pdf Vermont Law Review Vol. 33:225 2008], Finding Shared Values in a Diverse Society: Lessons From the Intelligent Design Controversy by Alan E. Garfield (página 231).</ref>
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Um levantamento de 2010 descobriu que aqueles que se identificam como ateus ou agnósticos estão, em média, mais bem informados sobre religião do que os seguidores das religiões principais. Descrentes tiveram melhores pontuações respondendo a questões sobre os princípios centrais das fés [[Protestantismo|protestante]] e [[Catolicismo|católica]]. Apenas fiéis [[Mormonismo|mórmons]] e [[Judaísmo|judeus]] tiveram tão boas pontuações sobre religião quanto os ateus e agnósticos.<ref name="religion knowledge">{{citar jornal|último =Landsberg|primeiro =Mitchell|título=Atheists, agnostics most knowledgeable about religion, survey says |url=http://articles.latimes.com/2010/sep/28/nation/la-na-religion-survey-20100928|jornal=Los Angeles Times|data=28 de setembro de 2010 |acessodata=08-04-2011}}</ref>
O [[Ateísmo 3.0]] é um movimento dentro do ateísmo que não acredita na [[existência de Deus]], mas que diz que a religião tem sido benéfica para os indivíduos e para a sociedade, e que eliminá-la é menos importante do que outras coisas que precisam ser feitas.<ref name="RNS">{{citar web|título=Atheism 3.0 |url=http://www.religionnews.com/index.php?/rnspremiumtext/single/atheism_30_finds_a_little_more_room_for_belief1|citação=The "new" new atheists – call it Atheism 3.0 – say there's still no God, but maybe belief isn't all that bad.|data=15 de outubro de 2009|
== Demografia ==
[[Imagem:Europe No Belief enhanced.png|esquerda|thumb|Porcentagem de pessoas em vários países europeus que disseram: "Eu não acredito que haja algum tipo de espírito, Deus ou força vital." (2005)<ref>{{citar web|url=http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/ebs/ebs_225_report_en.pdf |título=ReportDGResearchSocialValuesEN2.PDF |formato=PDF |data= |
É difícil quantificar o número de ateus no mundo. Institutos de pesquisas de crença religiosa podem definir o "ateísmo" de várias maneiras diferentes ou fazer diferentes distinções entre ateísmo, convicções não-religiosas e crenças religiosas e espirituais não-teístas.<ref>{{citar web|url=http://www.adherents.com/Religions_By_Adherents.html#Nonreligious|título=Major Religions of the World Ranked by Number of Adherents, Section on accuracy of non-Religious Demographic Data|
* 2,3% dos ateus: Pessoas que professam o ateísmo, ceticismo, descrença, ou irreligião, incluindo os militantemente anti-religiosos (oposição a todas as religiões).
* 11,9% não-religiosos: Pessoas que professam nenhuma religião, não-crentes, agnósticos, livres-pensadores, desinteressados, ou secularistas desreligionizados indiferente a todas as religiões, mas não tão militantes.</ref>
Uma enquete realizada entre novembro e dezembro de 2006, publicada no ''[[Financial Times]]'', mostrou as taxas de população ateia nos [[Estados Unidos]] e em cinco [[país]]es [[Europa|europeus]]. As menores taxas de ateísmo estão nos Estados Unidos com apenas 4%; as taxas de ateísmo nos países europeus pesquisados foram consideravelmente mais altas: [[Itália]] (7%), [[Espanha]] (11%), [[Reino Unido]] (17%), [[Alemanha]] (20%) e [[França]] (32%).<ref name="Harris">{{citar web|url=http://www.harrisinteractive.com/news/allnewsbydate.asp?NewsID=1131|título=Religious Views and Beliefs Vary Greatly by Country, According to the Latest Financial Times/Harris Poll|publicado=Financial Times/Harris Interactive|data=20 de dezembro de 2006|
{{Quote2|Somente na Europa, nos últimos 100 anos, o ateísmo cresceu de aproximadamente 1,7 milhão para cerca de 130 milhões de pessoas.|Centro de Treinamento Cristão European Apologetics Network, de [[Londres]]<ref name="enfoque na Europa">{{citar web |url= http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=74&materia=837|título= Deus não existe!
Na [[América Latina]] os índices de ateísmo variam de 1 a 3%, exceto em [[Cuba]] (7%), [[México]] (7%), [[Argentina]] (8%) e [[Uruguai]] (12%).<ref name="enfoque na américa latina">{{citar web |url= http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=74&materia=837|título= Deus não existe!
[[Imagem:Irreligion map.png|thumb|upright=1.9|Mapa indicando a porcentagem de ateus e agnósticos no mundo (2009)]]
Um estudo internacional relatou correlações positivas entre os níveis de educação e os índices de descrença em uma divindade,<ref name="Zuckerman">{{citar periódico|primeiro1 =Phil |último1 =Zuckerman|ano=2009 |título= Atheism, Secularity, and Well-Being: How the Findings of Social Science Counter Negative Stereotypes and Assumptions| url=http://www.pitzer.edu/academics/faculty/zuckerman/Zuckerman_on_Atheism.pdf |periódico=Sociology Compass |volume=3|
=== Brasil ===
De acordo com dados do [[Censo brasileiro de 2010]] do IBGE, 8,0% da população brasileira declarou-se "[[sem religião]]" (15,3 milhões), dentre as quais cerca de 615 mil declararam-se ateias.<ref name="ibge2010">{{citar web|título= População residente, por situação do domicílio e sexo, segundo os grupos de religião - Brasil -2010| url=ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Caracteristicas_Gerais_Religiao_Deficiencia/tab1_4.pdf|publicado=[[IBGE]]
Uma pesquisa realizada pela empresa [[Ipsos]] a pedido da agência de notícias [[Reuters]] revelou que 3% dos brasileiros entrevistados não acreditam em deuses ou seres supremos.<ref>{{citar web |url=http://noticias.uol.com.br/bbc/2011/04/25/brasil-e-3-pais-onde-mais-se-cre-em-deus-em-pesquisa.jhtm |título=Brasil é 3º país onde mais se crê em Deus, mostra pesquisa
No [[Brasil]], o estado da [[Bahia]] é o terceiro com maior número de pessoas [[sem religião]]; o primeiro é o [[Rio de Janeiro]].<ref name="veja bahia">{{citar web |url= http://veja.abril.com.br/261207/p_070.shtml|título= Como a fé resiste à descrença|
=== Correlação entre ateísmo, instrução e riqueza ===
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[[Imagem:Lightmatter buddha3.jpg|thumb|upright|esquerda|Devido à [[Deus no budismo|inexistência]] de um [[Divindade criadora|deus criador]], o [[budismo]] é comumente descrito como religião não-teísta]]
Assume-se frequentemente que pessoas que se auto-identificam como ateus são [[Irreligião|irreligiosas]], mas algumas seitas dentro das principais religiões, rejeitam a existência de uma [[divindade criadora]] e pessoal.<ref name="winston2">{{citar livro|último=Winston |primeiro=Robert (Ed.) |título=Human |editora=New York: DK Publishing, Inc |ano=2004 |isbn=0-7566-1901-7 |página=299 |citação=Nonbelief has existed for centuries. For example, Buddhism and Jainism have been called atheistic religions because they do not advocate belief in gods.|
O sentido mais estrito do [[Ateísmo forte|ateísmo positivo]] não implica quaisquer crenças específicas fora da descrença em qualquer divindade, como tal, os ateus podem ter qualquer número de crenças espirituais. Pela mesma razão, os ateus podem ter uma grande variedade de crenças éticas, que vão desde o [[universalismo moral]] do [[humanismo]], que defende que um [[código moral]] deve ser aplicado consistentemente a todos os [[seres humanos]], ao [[niilismo moral]], que sustenta que a [[moralidade]] não tem sentido.<ref>{{harvnb|Smith|1979|pp=21–22}}</ref>
=== Mandamento divino vs. ética ===
Embora seja um truísmo filosófico, encapsulado no [[Dilema de Eutífron]] de [[Platão]], que o papel dos deuses na diferenciação entre certo e errado ou é desnecessário ou arbitrário, o argumento de que a [[moralidade]] tem que ser derivada de Deus e que não pode existir sem um criador sábio tem sido uma característica persistente de debate político, ainda que não tanto do filosófico.<ref>{{harvnb|Smith|1979|p=275}}. "Entre os muitos mitos associados com a religião, nenhum é mais disseminado - ou mais desastroso nos seus efeitos - do que o mito de que os valores morais não podem ser divorciados da crença num deus."</ref><ref>Em ''[[Os Irmaõs Karamazov]]'' de [[Dostoievski]] (Livro 11: ''Irmão Ivan Fyodorovich'', Capítulo 4) encontra-se o famoso argumento de que ''Se não existe Deus, todas as coisas são permitidas.: "'Mas o que será então dos homens?' perguntei-lhe, 'sem Deus e vida imortal? Todas as coisas são legais então, podem eles fazer o que querem?'"</ref><ref name="Kant CPR A811">Para [[Kant]], a pressuposição de Deus, alma, e liberdade era uma preocupação prática, pois a "Moralidade", por si mesma, constitui um sistema, mas a felicidade não, a menos que seja distribuída na proporção exata da moralidade. Tal, porém, é possível num mundo inintelegível apenas sob um autor e senhor sábio. A razão compele-nos a admitir tal senhor, juntamente com a vida em um tal mundo, que temos de considerar como vida futura, senão todas as leis morais devem ser consideradas como sonhos ociosos...." (''Critique of Pure Reason'', A811).</ref> Preceitos morais, como "o assassinato é errado" são vistos como leis divinas, requerendo um legislador ou juiz divino. No entanto, muitos ateus argumentam que o tratamento legalista da moralidade envolve uma [[falsa analogia]] e que a moralidade não depende de um legislador da mesma forma que as leis.<ref>{{harvnb|Baggini|2003|p=38}}</ref> Outros ateus, como [[Friedrich Nietzsche]], discordaram desta opinião e declararam que a moralidade "tem verdade apenas se Deus é a verdade, portanto fica em pé ou cai de acordo com a fé em Deus."<ref name="Fortin & Benestad">{{citar livro|url = http://books.google.com/books?id=19ccmx1W58IC&pg=PA16&dq=has+truth+only+if+God+is+truth%E2%80%93it+stands+or+falls+with+faith+in+God&hl=en&ei=a2R5TZLIBILxrAGTnvDCBQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=5&ved=0CEIQ6AEwBA#v=onepage&q=has%20truth%20only%20if%20God%20is%20truth%E2%80%93it%20stands%20or%20falls%20with%20faith%20in%20God&f=false|título=Human Rights, Virtue, and the Common Good|editora= [[Rowman & Littlefield]]|citação=Que o problema foi-nos trazido com uma clareza impressionante por Nietzsche, que refletiu mais profundamente do que qualquer de seus contemporâneos sobre as implicações da inexistência de Deus, chegando à conclusão de que uma contradição fatal estava no coração do empreendimento teológico moderno: este achava que a moralidade cristã, que pretendia preservar, era independente do dogma cristão, o qual rejeitava. Isto, na mente de Nietzsche, era um absurdo. Equivalia a nada menos que demitir o arquiteto ao tentar manter o edifício ou se livrar do legislador ao reivindicar a proteção da lei. |acessodata=9 de abril de 2011|
Existem [[Ética normativa|sistemas normativos éticos]] que não necessitam que os princípios e regras sejam fornecidos por uma divindade. Alguns incluem [[ética da virtude]], [[contrato social]], [[Immanuel Kant|ética kantiana]], [[utilitarismo]] e o [[objetivismo]]. [[Sam Harris]] propôs que a prescrição moral (criar regras éticas) não é apenas uma questão a ser explorada pela [[filosofia]], mas que podemos praticar significativamente uma [[ciência da moralidade]]. Um tal sistema científico deve, no entanto, responder ao criticismo consubstanciado na [[falácia naturalista]].<ref>{{citar livro|título=Principia Ethica |url=http://fair-use.org/g-e-moore/principia-ethica/s.13 |ano=1903 |primeiro=G. E. |último=Moore |autorlink=G. E. Moore |acessodata=9 de abril de 2011|
Os filósofos [[Susan Neiman]]<ref>{{citar vídeo|pessoas=[[Susan Neiman]] |título=Beyond Belief Session 6 |medium=Conference |publicadopor=The Science Network |local=[[Salk Institute]], La Jolla, CA |data=6 de novembro de 2006}}</ref> e [[Julian Baggini]]<ref>{{harvnb|Baggini|2003|p=40}}</ref> (entre outros) afirmam que o comportamento ético apenas devido ao mandato divino não é o comportamento ético verdadeiro, mas apenas a obediência cega. Baggini argumenta que o ateísmo é uma base superior para a ética, afirmando que uma base moral externa aos imperativos religiosos é necessária para avaliar a moralidade dos próprios imperativos - para ser capaz de discernir, por exemplo, que "furtarás" é imoral, mesmo que a sua religião o instrua a fazer isso - e que os ateus, portanto, têm a vantagem de estarem mais inclinados a fazer tais avaliações.<ref>{{harvnb|Baggini|2003|p=43}}</ref> O político e filósofo contemporâneo [[britânico]] Martin Cohen ofereceu o exemplo historicamente mais revelador de injunções [[Bíblia|bíblicas]] em favor da [[tortura]] e [[escravidão]] como evidência de que as injunções religiosas seguem os costumes políticos e sociais, e não vice-versa, mas também observou que a mesma tendência parece ser verdadeira para filósofos supostamente imparciais e objetivos.<ref>101 Ethical Dilemmas, 2nd edition, by Cohen, M., Routledge 2007, pp184-5. (Cohen nota particularmente que Platão e Aristóteles argumentaram a favor da escravatura.)</ref> Cohen explana esse argumento com mais detalhes na ''Filosofia Política de Platão a Mao'', no caso do [[Alcorão]] que ele vê como tendo tido um papel geralmente infeliz na preservação dos códigos sociais do início do {{séc|VII}} por meio de mudanças na sociedade [[Secularismo|secular]].<ref>''Political Philosophy from Plato to Mao'', de Cohen, M, Segunda edição, 2008</ref>
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* [[Bertrand Russell|Russell, Bertrand]], ''Why I am not a Christian, and other essays on religion and related subjects'', Simon and Schuster, 1957</ref> Os ateus têm-se envolvido muitas vezes em debates com defensores da religião, e os debates por vezes tratam a questão de saber se as religiões oferecem um benefício líquido para os indivíduos e para a sociedade.
Um argumento de que as religiões podem ser prejudiciais, feito por ateus como Sam Harris, é que a dependência das religiões ocidentais da autoridade de Deus presta-se ao [[autoritarismo]] e ao [[dogmatismo]].<ref>{{citar web|último=Harris |primeiro=Sam |autorlink=Sam Harris (autor) |título=The Myth of Secular Moral Chaos |url=http://www.secularhumanism.org/index.php?section=library&page=sharris_26_3 |publicado=[[Free Inquiry]] |ano=2006a |
== Discriminação e preconceito ==
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[[Imagem:States with death penalty for apostasy.svg|thumb|upright=1.8|Países onde, em 2007, a [[apostasia]] era punida com a [[pena de morte]] de acordo com legislações nacionais (''preto'') ou regionais (''cinza escuro''). Atualmente, isto acontece apenas em [[países islâmicos]]]]
O ateísmo sempre foi uma [[doutrina]] perseguida, clandestina e discriminada.<ref name="pstu henrique">{{citar web |url= http://www.pstu.org.br/teoria_materia.asp?id=6637&ida=70|título= Por que somos ateus?
Uma pesquisa feita pelo Instituto Gallup em 1999 comprova que 95% dos [[estadunidenses]] votaria em uma [[mulher]] para presidente, 92% votaria em um [[Judaísmo|judeu]] ou [[Negros|negro]], 79% em um [[Homossexualidade|homossexual]] mas apenas 49% votaria em um ateu.<ref name="super">{{citar web|url= http://super.abril.com.br/ciencia/aitola-ateus-447166.shtml|título=O aitolá dos ateus
== Visibilidade ==
Conforme a Associação Americana de Livreiros, em 2005 as obras da categoria "céticos e ateus" registraram o maior crescimento da história até então e o segundo maior entre os demais gêneros.<ref name="época publicações">{{citar web |url=http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EDG75728-5990,00.html |título= As questões dos ateus 3- Como seria o mundo sem religião?
=== Ateus famosos ===
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== Bibliografia ==
* {{citar livro|último=Arvon|primeiro=Henri|autorlink=Henry Arvon|título=O Ateísmo|editora=[[Publicações Europa-América]]|ano=1974 |isbn=9789721001749 |url=https://books.google.com.br/books?id=eajBNAAACAAJ|local=Sintra|acessadoem=8 de abril de 2015|páginas=128|ref=harv}}
* {{citar livro|último=Baggini|primeiro=Julian|autorlink=Julian Baggini|título=Atheism: A Very Short Introduction|ano=2003|local=Oxford|editora=[[Oxford University Press]]|isbn=0-19-280424-3|
* {{citar livro|último=Cancian|primeiro=André Dispore|título=Ateísmo e Liberdade: Uma Introdução do Livre-Pensamento|local=São José do Rio Preto|editora=ADC|ano=2002|edição=7|isbn=9788590555810|páginas=300|url=https://books.google.com.br/books?id=mw9skEBV4sIC|acessadoem=8 de abril de 2015|ref=harv}}
* {{citar web |url=http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/ebs/ebs_225_report_en.pdf |ligação inativa
* {{Citar livro|nome=George|sobrenome=Minois|autorlink=George Minois|título=História do Ateísmo|subtítulo=Os Descrentes no Mundo Ocidental, Das Origens aos Nossos Dias|local=São Paulo|editora=[[UNESP (editora)|UNESP]]|ano=2014|anooriginal=1998|páginas=762|isbn=978-85-393-0524-7|ref=harv}}
* {{citar livro|sobrenome=Martin|nome=Michael (ed.)|autorlink=Michael Martin|título=The Cambridge Companion to Atheism|url=http://books.google.ca/books?id=tAeFipOVx4MC&lpg=PA8&dq=The%20Cambridge%20Companion%20to%20Atheism&pg=PA8#v=onepage&q&f=true|local=Cambridge|editora=[[Cambridge University Press]]|ano=2007|isbn=0-521-60367-6|acessodata=9 de abril de 2011|
* {{citar livro|último=Smith|primeiro=George H|autorlink=George H. Smith|título=Atheism: The Case Against God|ano=1979|local=Amherst|editora=[[Prometheus Books]]|isbn=0-87975-124-X|
* {{citar livro|último=Souza|primeiro=Draiton Gonzaga de|título=O Ateísmo Antropológico de Ludwig Feuerbach|local=Porto Alegre |editora=[[EDIPUCRS]]|ano=1994|url=https://books.google.com.br/books?id=fsoEPc94-tgC|acessadoem=8 de abril de 2015|páginas=83|ref=harv}}
* {{citar livro|último=Thrower|primeiro=James|autorlink=James Thrower |url=https://books.google.com.br/books?id=Mt59PQAACAAJ|título=Breve história do ateísmo ocidental|local=São Paulo|editora=Edições 70|ano=1982|obra=Coleção Saber da Filosofia|acessadoem=8 de abril de 2015|páginas=144|isbn=9789724400716|ref=harv}}
* {{citar livro|último= Zdybicka|primeiro= Zofia J|ano=2005|contribuição= Atheism|url=http://ptta.pl/pef|contribution-url=http://ptta.pl/pef/haslaen/a/atheism.pdf|editor-
== Ligações externas ==
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