Ateísmo: diferenças entre revisões

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{{Ateísmo}}
'''Ateísmo''', num sentido amplo, é a ausência de [[crença]] na [[Existência de Deus|existência de divindades]].<ref>Um pequeno artigo do [[Religioustolerance.org]] chamado [http://www.religioustolerance.org/atheist4.htm Definitions of the term "Atheism"] sugere que não há consenso sobre a definição do termo. [[Simon Blackburn]] resume a situação no ''[[Dicionário Oxford de Filosofia]]'': "Ateísmo é a falta de crença em um deus, ou a crença de que não há nenhum". A maioria dos dicionários (veja a consulta OneLook por [http://www.onelook.com/?w=atheism&ls=a "ateísmo"]) primeira lista uma das definições mais estreitas. * {{citar livro|url=http://www.ditext.com/runes/a.html |título=Dictionary of Philosophy |primeiro=Dagobert D.(editor) |último=Runes |autorlink=Dagobert D. Runes |ano=1942|editora=Littlefield, Adams & Co. Philosophical Library |local=New Jersey |isbn=0-06-463461-2 |acessodata=26 de janeiro de 2011|língua3língua=en|ref=harv}} [[Vergilius Ferm]]</ref> O ateísmo é oposto ao [[teísmo]],<ref>{{citar web|url=http://web.as.ua.edu/rel/aboutreldefinitions.html |título=Definitions: Atheism|publicado=Department of Religious Studies, University of Alabama |língua3língua=en|acessodata=26 de janeiro de 2011}}</ref><ref name=OED-theism /> que em sua forma mais geral é a crença de que existe ao menos uma divindade.<ref name=OED-theism>{{citar livro|título=Oxford English Dictionary |edição=2 |ano=1989 |citação=A crença numa divindade, ou divindades, em oposição ao ateísmo|língua3língua=en|ref=harv}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.merriam-webster.com/dictionary/theism |título=Merriam-Webster Online Dictionary |língua3língua=en|acessodata=26 de janeiro de 2011 |citação=a crença na existência de um deus ou deuses}}</ref><ref>{{citar enciclopédia|primeiro =Kai |último =Nielsen |autorlink=Kai Nielsen (philosopher) |enciclopédia=Encyclopædia Britannica |título=Atheism |url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/40634/atheism |ano=2010 |acessodata=26-01-2011}}</ref><ref>{{citar enciclopédia|título=Atheism |primeiro =Paul |último =Edwards |autorlink=Paul Edwards (philosopher) |publicadopor=MacMillan Reference USA (Gale)|editor=Donald M. Borchert |anooriginal=1967 |ano=2005 |edição=2nd |enciclopédia=[[Encyclopedia of Philosophy|The Encyclopedia of Philosophy]] |volume=Vol. 1 |página=359 | isbn13=9780028657806}}(página 175 na edição de 1967)</ref>
 
O termo ateísmo, proveniente do {{ling|grc}} {{Transl2|grc||ἄθεος|&#32;(|atheos}}), que significa "sem Deus", foi aplicado com uma conotação negativa àqueles que se pensava rejeitarem os [[Mitologia grega|deuses]] adorados pela maioria da [[sociedade]]. Com a difusão do [[pensamento livre]], do [[Ceticismo#Ceticismo científico|ceticismo científico]] e do consequente aumento da [[crítica da religião|crítica à religião]], a abrangência da aplicação do termo foi reduzida. Os primeiros indivíduos a identificarem-se como "ateus" surgiram no {{séc|XVIII}}.<ref name=KArmstrong>{{citar livro|último=Armstrong |primeiro=Karen |autorlink=Karen Armstrong |título=A History of God |ano=1999 |editora=London: Vintage |isbn=0-09-927367-5|língua3língua=en|ref=harv}}</ref>
 
Os ateus tendem a ser [[Ceticismo|céticos]] em relação a afirmações sobrenaturais, citando a falta de evidências [[Empirismo|empíricas]] que provem sua existência. Os ateus têm oferecido vários argumentos para não acreditar em qualquer tipo de divindade. O complexo ideológico ateísta inclui: o [[problema do mal]], o argumento das revelações inconsistentes e o [[argumento da descrença]]. Outros argumentos do ateísmo são filosóficos, sociais e históricos. Embora alguns ateus adotem filosofias [[Secularismo|seculares]],<ref>Honderich, Ted (Ed.) (1995). "Humanism". ''The Oxford Companion to Philosophy''. Oxford University Press. p 376. ISBN 0-19-866132-0.</ref><ref>Fales, Evan. "Naturalism and Physicalism", in {{harvnb|Martin|2007|pp=122–131}}.</ref> não há nenhuma ideologia ou conjunto de comportamentos que todos os ateus seguem.<ref>{{harvnb|Baggini|2003|pp=3–4}}.</ref> Na [[cultura ocidental]], assume-se frequentemente que os ateus são [[Irreligião|irreligiosos]], embora alguns ateus sejam [[Espiritualidade|espiritualistas]].<ref name=cline-buddhism>{{citar web|último=Cline |primeiro=Austin |título=Buddhism and Atheism |url=http://atheism.about.com/b/2005/11/28/buddhism-and-atheism.htm |língua3língua=en|acessodata=26 de janeiro de 2011 |ano=2005 |publicado=[[about.com]]}}</ref> Ademais, o ateísmo também está presente em certos [[Religião|sistemas religiosos]] e crenças espirituais, como o [[jainismo]], o [[budismo]] e o [[hinduísmo]]. O jainismo e algumas formas de budismo não defendem a crença em deuses,<ref>{{citar livro|último=Kedar |primeiro=Nath Tiwari |ano=1997 |título=Comparative Religion |editora=[[Motilal Banarsidass]] |isbn=81-208-0293-4 |página=50|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> enquanto o hinduísmo mantém o ateísmo como um conceito válido, mas difícil de acompanhar espiritualmente.<ref>{{citar livro|último= Chakravarti|primeiro= Sitansu|título= Hinduism, a way of life|editora= Motilal Banarsidass Publ.|ano= 1991|página= 71| url = http://books.google.com/?id=J_-rASTgw8wC&pg=PA71| isbn= 978-81-208-0899-7|língua3língua=en|ref=harv}}</ref>
 
Como os conceitos sobre a definição do ateísmo variam, é difícil determinar quantos ateus existem no mundo atualmente com precisão.<ref name="Martin2007">{{citar livro|último=Zuckerman|primeiro=Phil|editor=Martin, Michael T|título=The Cambridge companion to atheism|ano=2007|editora=Cambridge University Press|local=Cambridge, England|isbn=0-521-84270-0|página=56|url=http://books.google.com/books?id=tAeFipOVx4MC&pg=PA56|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> Segundo uma estimativa, cerca de 2,3% da população mundial descreve-se como ateia, enquanto 11,9% descreve-se como [[Irreligião|não-religiosa]].<ref name="Britannica demographics"/> De acordo com outra estimativa, as taxas de pessoas que se auto-declaram como ateias são mais altas em [[Mundo ocidental|países ocidentais]], embora também varie bastante em grau nesse grupo — [[Estados Unidos]] (4%), [[Itália]] (7%), [[Espanha]] (11%), [[Reino Unido]] (17%), [[Alemanha]] (20%) e [[França]] (32%).<ref name="Harris"/> Segundo pesquisa de 2015 do [[Gallup (empresa)|Gallup]], os países com as maiores percentagens de ateus são: [[China]] (61%), [[Japão]] (31%) e [[República Checa]] (30%).<ref name="washingtonpost.com">[http://www.washingtonpost.com/blogs/worldviews/wp/2015/04/14/map-these-are-the-worlds-least-religious-countries/ Map: These are the world’s least religious countries]</ref>
 
== Etimologia ==
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[[Imagem:AtheismImplicitExplicit3 PT.svg|thumb|Um [[Diagrama de Venn]] mostrando a relação entre as definições de [[ateísmo fraco]]/[[Ateísmo forte|forte]] e ateísmo implícito/explícito. Ateus explícitos fortes/positivos/duros (em roxo à direita) afirmam que ''"existe pelo menos uma deidade"'' é uma afirmação falsa. Os ateus explícitos fracos/negativos/suaves (em azul à direita) rejeitam ou distanciam-se da crença de que existe qualquer deidade sem realmente afirmarem que ''"pelo menos uma deidade existe"'' é uma afirmação falsa. Os ateus implícitos/fracos/negativos (em azul à esquerda) incluiriam pessoas (como crianças pequenas e alguns agnósticos) que não creem numa deidade, mas que não rejeitaram explicitamente tal crença. (Os tamanhos no diagrama não são representativos dos tamanhos relativos dentro de uma população.)]]
 
Autores discutem entre si sobre qual a melhor forma de definir e classificar o "ateísmo", contestando quais as entidades sobrenaturais a que o termo se aplica, se é uma afirmação por direito próprio ou se é meramente a ausência de uma, e se requer uma rejeição consciente, explícita. Uma variedade de categorias têm sido propostas para tentar distinguir as diferentes formas de ateísmo.<ref name="eb911-atheism">{{citar web|ano=1911 |url=http://www.1911encyclopedia.org/Atheism |título=Atheism |obra=EncyclopediaEncyclopædia Britannica |língua3língua=en|acessodata=7 de junho de 2007}}</ref>
 
=== Abrangência ===
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{{Artigo principal|Ateísmo forte|Ateísmo cético}}
 
As definições do ateísmo também variam quanto ao grau de consideração que uma pessoa deve dar à ideia de deus (ou deuses) para ser considerado um ateu. O ateísmo tem sido por vezes definido para incluir a simples ausência de crença na existência de qualquer divindade. Essa definição ampla incluiria os [[recém-nascido]]s e outras pessoas que não tenham sido expostas a ideias [[Teísmo|teístas]]. Já em 1772, o [[Barão d'Holbach]] disse que: "Todas as crianças nascem ateias, elas não têm ideia de Deus".<ref>{{citar livro|último=d'Holbach |primeiro=P. H. T. |autorlink=Baron d'Holbach |título=Good Sense |url=http://www.gutenberg.org/etext/7319 |acessodata=27 de outubro de 2006 |ano=1772|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> Do mesmo modo, o escritor norte-americano George H. Smith sugeriu em 1979 que: "O homem que não está familiarizado com o teísmo é ateu porque não acredita em um deus. Esta categoria também incluiria a criança com a capacidade conceitual de compreender as questões envolvidas, mas que ainda não tomou conhecimento dessas questões. O fato de que esta criança não acredita em Deus qualifica-a como ateu."<ref>{{harvnb|Smith|1979|p=14}}.</ref> Smith cunhou o termo "ateísmo implícito" para se referir à "ausência de crença teísta sem uma rejeição consciente dela" e "ateísmo explícito" para referir-se à definição mais comum de descrença consciente. [[Ernest Nagel]] contradiz a definição de Smith sobre o ateísmo como uma mera "ausência de teísmo", reconhecendo apenas o ateísmo explícito como "ateísmo" verdadeiro.<ref>{{citar livro|título= Basic Beliefs: The Religious Philosophies of Mankind |capítulo=Philosophical Concepts of Atheism|primeiro=Ernest |último=Nagel |autorlink=Ernest Nagel|ano=1959 |editora=Sheridan House|língua3língua=en|ref=harv}}<br />reprinted in ''Critiques of God'', edited by Peter A. Angeles, Prometheus Books, 1997.</ref>
 
=== Positivo ''versus'' negativo ===
{{Artigo principal|Ateísmo forte|Ateísmo cético}}
 
Filósofos como [[Antony Flew]]<ref name="presumption">{{citar livro|último=Flew |primeiro=Antony |autorlink=Antony Flew |título=The Presumption of Atheism, and other Philosophical Essays on God, Freedom, and Immortality |local=New York |editora=Barnes and Noble |ano=1976 |pp=14ff|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> e [[Michael Martin]]<ref name="mmartin">Martin, Michael. ''[http://books.google.com/books?vid=ISBN0521842700 The Cambridge Companion to Atheism]''. Cambridge University Press. 2006. ISBN 0-521-84270-0.</ref> têm contrastado o ateísmo positivo (forte/duro) com o ateísmo negativo (fraco/suave). O ateísmo positivo é a afirmação explícita de que os deuses não existem. O ateísmo negativo inclui todas as outras formas de não-teísmo. Segundo esta classificação, quem não é um teísta é um ateu negativo ou positivo.<ref>{{citar web|último=Cline |primeiro=Austin |título=Strong Atheism vs. Weak Atheism: What's the Difference? |url=http://atheism.about.com/od/atheismquestions/a/strong_weak.htm |língua3língua=en|acessodata=21 de outubro de 2006 |ano=2006 |publicado=[[about.com]]}}</ref> Os termos "ateísmo forte" e "[[ateísmo fraco]]" são relativamente recentes, enquanto os termos "ateísmo negativo" e "ateísmo positivo" são de origem mais antiga, tendo sido utilizados (de maneira ligeiramente diferente) na literatura filosófica<ref name="presumption"/> e na [[apologética]] católica.<ref>{{citar periódico|url=http://www.nd.edu/Departments/Maritain/jm3303.htm |título=On the Meaning of Contemporary Atheism |periódico=The Review of Politics |primeiro =Jacques |último =Maritain |ano=1949 |month=July |volume=11 |issuenúmero=3 |páginas=267–280 |doi=10.1017/S0034670500044168 |ref=harv}}</ref> Sob esta demarcação do ateísmo, a maioria dos agnósticos podem ser qualificados como ateus negativos.
 
Como mencionado acima, os termos "positivo" e "negativo" têm sido usados na literatura filosófica de uma forma similar aos termos "forte" e "fraco", respectivamente. No entanto, o livro ''Ateísmo Positivo'', do escritor indiano Goparaju Ramachandra Rao, publicado pela primeira vez em 1972, introduziu um uso alternativo do termo.<ref>{{citar livro|último=Rao |primeiro=Goparaju |autorlink=Goparaju Ramachandra Rao |título=Positive Atheism |editora=Atheist Centre, Patamata, Vijayawada, India |ano=1972 |local=Vijayawada, India|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> Tendo crescido em um [[Hierarquia|sistema hierárquico]] com uma base religiosa, Gora pedia uma [[Índia]] secular e sugeriu diretrizes para uma filosofia ateísta positiva, ou seja, uma que promova os valores positivos.<ref>{{citar web|último=Walker |primeiro=Cliff |título=The Philosophy of Positive Atheism |url=http://www.positiveatheism.org/faq/faq1111.htm#WHATISPOSATH |língua3língua=en|acessodata=19 de novembro de 2008}}</ref> O ateísmo positivo, definido desta forma, implica coisas como moralmente reto, mostrando um entendimento de que as pessoas religiosas têm razões para acreditar, sem [[proselitismo]] ou dando lições sobre o ateísmo e defender-se com honestidade, em vez de com o objetivo de "ganhar" qualquer confronto com os críticos sinceros.
 
Enquanto Martin, por exemplo, afirma que o [[agnosticismo]] implica o "ateísmo negativo",<ref name="mmartin"/> a maioria dos agnósticos vêem o seu ponto de vista como distinto do ateísmo, o qual podem considerar tão pouco justificado como o [[teísmo]] ou como requerendo igual convicção.<ref>{{citar livro|primeiro=Anthony |último=Kenny |autorlink=Anthony Kenny |título=What I believe |capítulo=Why I Am Not an Atheist |editora=Continuum |isbn=0-8264-8971-0 |ano=2006|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> A afirmação da intangibilidade do conhecimento a favor ou contra a existência de deuses é às vezes vista como indicação de que o ateísmo requer [[fé]].<ref>{{citar jornal|título=Many atheists I know would be certain of a high place in heaven |url=http://www.irishtimes.com/newspaper/opinion/2009/0725/1224251303564.html |acessodata=19-08-2009|publicadopor=Irish Times}}</ref> As respostas comuns de ateus contra este argumento incluem que proposições ''religiosas'' não comprovadas merecem tanta descrença quanto todas as outras proposições não comprovadas<ref>{{harvnb|Baggini|2003|pp=30–34}}. "Quem seriamente afirma que deveríamos dizer 'Eu não creio nem descreio que o Papa é um robô', ou 'Sobre se comer ou não este pedaço de chocolate me transformará num elefante eu sou completamente agnóstico'. Na ausência de quaisquer boas razões para crer nestas afirmações bizarras, justamente não acreditamos nelas, não suspendemos apenas o seu julgamento."</ref> e que a improbabilidade da existência de um deus não implica igual probabilidade para ambas as possibilidades.<ref>{{harvnb|Baggini|2003|pp=30–34}}.</ref> O filósofo inglês [[J. J. C. Smart]] argumenta ainda que "às vezes uma pessoa que é realmente ateia pode descrever-se, mesmo apaixonadamente, como agnóstica devido ao irrazoável [[ceticismo filosófico]] generalizado que nos impediria de dizer que sabemos alguma coisa qualquer, exceto, talvez, as verdades da [[matemática]] e da [[lógica]] formal."<ref name="stanford">{{citar web|url=http://plato.stanford.edu/entries/atheism-agnosticism/ |título=Atheism and Agnosticism |primeiro=J.C.C. |último=Smart |autorlink=J. J. C. Smart|data=9 de março de 2004 |publicado=Stanford Encyclopedia of Philosophy |língua3língua=en|acessodata=12 de abril de 2007}}</ref> Por conseguinte, alguns autores ateus como [[Richard Dawkins]] preferem distinguir as posições teísta, agnóstica e ateia segundo a probabilidade que cada uma delas atribui à afirmação "Deus existe".<ref>{{citar livro|último=Dawkins|primeiro=Richard|autorlink=Richard Dawkins|título=The God Delusion|ano=2006|editora=Houghton Mifflin Co|isbn=0-618-68000-4|página=50|língua3língua=en|ref=harv}}</ref>
 
=== Definição como impossível ou impermanente ===
Antes do {{séc|XVIII}}, a [[existência de Deus]] era tão universalmente aceita no [[mundo ocidental]], que mesmo a possibilidade do ateísmo verdadeiro era questionada. Isso é chamado de ''[[inatismo]] teísta'', a noção de que todas as pessoas acreditam em Deus, desde o nascimento; dentro desta visão estava a conotação de que os ateus estão simplesmente em negação.<ref>{{citar livro|último=Cudworth |primeiro=Ralph |autorlink=Ralph Cudworth |título=The True Intellectual System of the Universe: the first part, wherein all the reason and philosophy of atheism is confuted and its impossibility demonstrated |ano=1678|língua3língua=en|ref=harv}}</ref>
 
Existe também uma posição alegando que os ateus são rápidos a acreditar em Deus em tempos de crise, que os ateus fazem conversões no leito de morte, ou de que "não existem ateus nas trincheiras."<ref>Ver, por exemplo, {{citar web|url=http://www.lds-mormon.com/atheist.shtml|título=Atheists call for church head to retract slur|data=3 de abril de 1996|língua3língua=en|acessodata=2 de julho de 2008}}</ref> Alguns defensores dessa posição afirmam que um dos benefícios da religião é que a [[fé]] [[Religião|religiosa]] permite aos [[seres humanos]] suportarem melhor as dificuldades, funcionando como o "[[ópio do povo]]". Contudo, tem havido exemplos do contrário, entre os quais exemplos de literais "ateus nas trincheiras."<ref>{{citar web|último=Lowder |primeiro=Jeffery Jay |ano=1997 |título=Atheism and Society |url=http://www.infidels.org/library/modern/jeff_lowder/society.html |língua3língua=en|acessodata=10 de janeiro de 2007}}</ref>
 
Alguns ateus questionam a própria necessidade de usar o termo "ateísmo". Em seu livro ''[[Carta a Uma Nação Cristã]]'', [[Sam Harris]] escreve:
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{{Artigo principal|Apateísmo}}
 
No ateísmo ''prático'' ou ''pragmático'', também conhecido como ''[[apateísmo]]'', os indivíduos vivem como se não existissem deuses e explicam fenômenos naturais sem recorrer ao divino. A existência de deuses não é rejeitada, mas pode ser designada como desnecessária ou inútil; de acordo com este ponto de vista os deuses não dão um propósito à vida, nem influenciam a vida cotidiana.<ref name="Zdybicka-p20">{{harvnb|Zdybicka|2005|p=20}}.</ref> Uma forma de ateísmo prático, com implicações para a [[comunidade científica]], é o [[Naturalismo (filosofia)|naturalismo metodológico]] - a "adoção tácita ou assunção do naturalismo filosófico no [[método científico]], aceitando-o ou nele acreditando, totalmente ou não."<ref name="neps">{{citar web|último=Schafersman |primeiro=Steven D. |url=http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:NSuw6hjn_w0J:www.tcnj.edu/~scholars/111%2520Evolution%2520FSP/NATURALISM%2520IS%2520AN%2520ESSENTIAL%2520PART%2520OF%2520SCIENCE%2520AND%2520CRITICAL%2520INQUIRY.doc+Naturalism+is+an+Essential+Part+of+Science+and+Critical+Inquiry&hl=en&gl=ca&pid=bl&srcid=ADGEESiOoQ0c8zeA-NUM5qRN7EZqXoJs8b3hGUyuOedNRD9OheY2WLJHpdgNCsxwDJ0iJVdxIhSyytGXR-RXodM3cV8JYd6mEmBRuSQhAsvgFyIDPrw2HT3KXZTEoujo4lXsMckPLn-U&sig=AHIEtbS7vrl9TTdgC7ZY94opxblINuXYMw&pli=1 |título=Naturalism is an Essential Part of Science and Critical Inquiry |data=fevereiro de 1997 |publicado=Conference on Naturalism, Theism and the Scientific Enterprise. Department of Philosophy, The University of Texas |língua3língua=en|acessodata=7 de abril de 2011}} Acessado em maio de 2007</ref>
 
O ateísmo prático pode assumir várias formas:
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Um autor escreve:
 
{{quote2|O ateísmo metafísico...inclui todas as doutrinas ligadas ao monismo metafísico (a homogeneidade da realidade). O ateísmo metafísico pode ser: a) absoluto - uma negação explícita da existência de Deus associada com o monismo materialista (todas as tendências materialistas, tanto nos tempos antigos quanto nos modernos); b) relativo - a negação implícita de Deus em todas as filosofias que, apesar de aceitarem a existência de um absoluto, concebem o absoluto como não possuindo qualquer um dos atributos próprios de Deus: transcendência, um caráter ou unidade pessoal. O ateísmo relativo está associada com o monismo idealista (panteísmo, panenteísmo, deísmo).|<ref>{{citar livro|último= Zdybicka|primeiro= Zofia J.|ano=2005|contribuição= Atheism|url=http://ptta.pl/pef|contribution-url=http://ptta.pl/pef/haslaen/a/atheism.pdf|editor-firstnome = Andrzej|editor-lastsobrenome = Maryniarczyk|título=Universal Encyclopedia of Philosophy|volume = 1|editora=Polish Thomas Aquinas Association|postscript= <!--None-->|acessodata=9 de abril de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref>}}
 
==== Argumentos lógicos ====
{{Artigos principais|[[Existência de Deus#Argumentos pela inexistência de Deus|Argumentos pela inexistência de Deus]] e [[Problema do mal]]}}
 
[[Imagem:Epikouros BM 1843.jpg|thumb|200px|[[Epicuro]] é creditado como sendo o primeiro a expor o [[problema do mal]]. [[David Hume]], em seus ''[[Diálogos sobre a Religião Natural]]'' (1779), citou Epicuro ao afirmar o argumento como uma série de perguntas:<ref>{{citar livro|título=Dialogues Concerning Natural Religion |autor=David Hume |url=http://www.gutenberg.org/ebooks/4583 |editora=Project Gutenberg (e-text) |acessodata=8 de abril de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> "''[Deus] quer impedir o mal, mas não é capaz? Então ele é impotente. Ele é capaz, mas não está disposto? Então, ele é malévolo. Ele é capaz e disposto? Donde vem então o mal?''"]]
 
O ateísmo lógico sustenta que às diversas [[Concepções de Deus|concepções de deuses]], como o [[deus pessoal]] do [[cristianismo]], são atribuídas qualidades logicamente inconsistentes. Os ateus apresentam argumentos dedutivos contra a existência de Deus que afirmam a incompatibilidade entre certas características, como a perfeição, estatuto de criador, [[Imutabilidade (teologia)|imutabilidade]], [[onisciência]], [[onipresença]], [[onipotência]], [[onibenevolência]], [[Transcendência (religião)|transcendência]], a pessoalidade (um ser pessoal), não-fisicalidade, [[justiça]] e [[misericórdia]].<ref>Various authors. "Logical Arguments for Atheism". [[Internet Infidels]], ''The Secular Web Library''. Acessado em 9 de abril de 2007.</ref>
Linha 103:
{{Artigo principal|prefixo=Ver também|Psicologia da religião}}
 
Filósofos como [[Ludwig Feuerbach]]<ref>Feuerbach, Ludwig (1841) ''[[The Essence of Christianity]]''</ref> e [[Sigmund Freud]] argumentaram que Deus e outras crenças religiosas são invenções humanas, criadas para atender a várias necessidades psicológicas e emocionais. Esta é também uma visão de muitos [[Budismo|budistas]].<ref>Walpola Rahula, ''What the Buddha Taught.'' Grove Press, 1974. Pages 51–52.</ref> [[Karl Marx]] e [[Friedrich Engels]], influenciados pela obra de [[Joseph Anselm Feuerbach|Feuerbach]], argumentaram que a crença em Deus e na religião são funções sociais, utilizadas por aqueles no poder para oprimir a [[classe trabalhadora]]. De acordo com [[Mikhail Bakunin]], "a ideia de Deus implica a abdicação da [[razão]] e da justiça humanas; é a negação mais decisiva da liberdade humana, e, necessariamente, termina na escravização da humanidade, na teoria e na prática." Ele inverteu o famoso aforismo de [[Voltaire]] de que se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo, escrevendo que "se Deus realmente existisse, seria necessário aboli-lo."<ref>{{citar web|url=http://dwardmac.pitzer.edu/anarchist_archives/bakunin/godandstate/godandstate_ch1.html |título=God and the State |último=Bakunin |primeiro=Michael |autorlink=Michael Bakunin |ano=1916 |obra= |publicado=New York: Mother Earth Publishing Association |língua3língua=en|acessodata=9 de abril de 2011}}</ref>
 
=== Alternativos ===
Linha 110:
O ateísmo [[Axiologia|axiológico]], ou construtivo, rejeita a existência de deuses em favor de um "absoluto maior", como a [[Natureza humana|humanidade]]. Esta forma de ateísmo favorece a humanidade como fonte absoluta da ética e valores, e permite que os indivíduos resolvam problemas morais, sem recorrerem a Deus. Marx e Freud utilizaram este argumento para transmitir mensagens de libertação, de desenvolvimento integral e de felicidade sem restrições.<ref name="Zdybicka-p20"/>
 
Uma das críticas mais comuns ao ateísmo tem sido a tese contrária: que negar a existência de um deus conduz ao [[relativismo moral]], deixando o indivíduo sem fundamento moral ou ético,<ref name="misconceptions">{{citar web|url=http://www.americanchronicle.com/articles/view/12346 |título=Common Misconceptions About Atheists and Atheism |último=Gleeson |primeiro=David |data=10 de agosto de 2006 |publicado=''American Chronicle'' |língua3língua=en|acessodata=7 de abril de 2011}}</ref> ou torna a vida sem sentido e miserável.<ref>{{harvnb|Smith|1979|p=275}}. "Perhaps the most common criticism of atheism is the claim that it leads inevitably to [[moral bankruptcy]]."</ref> [[Blaise Pascal]] argumentou esta visão nos seus ''[[Pensées]]''.<ref>Pascal, Blaise (1669). ''Pensées'', II: "The Misery of Man Without God".</ref>
 
==== Existencialismo ateísta ====
Linha 119:
|ano=2004
|contribuição=An existentialist ethics
|editor-lastsobrenome =Gensler
|editor-firstnome =Harry J.
|editor2editor-lastsobrenome2 =Spurgin
|editor2editor-firstnome2 =Earl W.
|editor3editor-lastsobrenome3 =Swindal
|editor3editor-firstnome3 =James C.
|título=Ethics: Contemporary Readings
|local=London
Linha 132:
|último =Sartre
|primeiro =Jean-Paul
|editor-lastsobrenome =Priest
|editor-firstnome =Stephen
|contribuição=Existentialism and Humanism
|título=Jean-Paul Sartre: Basic Writings
Linha 143:
|último =Sartre
|primeiro =Jean-Paul
|editor-lastsobrenome =Priest
|editor-firstnome =Stephen
|contribuição=Existentialism and Humanism
|título=Jean-Paul Sartre: Basic Writings
Linha 170:
|ano=2001
|contribuição=Sartre in the world
|editor-lastsobrenome =Priest
|editor-firstnome =Stephen
|título=Jean-Paul Sartre: Basic Writings
|local=London
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=== Antiga religião hindu ===
Escolas ateístas são encontradas no [[hinduísmo]] antigo, e existem desde o tempo da [[religião védica]]. Entre as seis escolas ortodoxas (''āstika'' e ''nāstika'') da filosofia hindu, [[Sankhya]], o mais antigo sistema filosófico, não aceita Deus, enquanto a antiga [[Mimamsa]] também rejeita a noção de divindade,<ref>{{citar livro|último= Dasgupta|primeiro= Surendranath|título= A history of Indian philosophy, Volume 1|editora= Motilal Banarsidass Publ.|ano= 1992|página= 258| url = http://books.google.com/?id=PoaMFmS1_lEC&pg=PA258| isbn= 978-81-208-0412-8|acessodata=9 de abril de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> e sustenta que a própria ação humana é suficiente para criar as circunstâncias necessárias à apreciação dos seus frutos.<ref>{{citar livro|último= Tripathi|título= Psycho-Religious Studies of Man, Mind and Nature|editora= Global Vision Publishing House|ano= 2001|página= 81| url = http://books.google.com/?id=zWFM_SaX24AC&pg=PA81| isbn= 978-81-87746-04-1|acessodata=9 de abril de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref>
 
A completamente materialista e antiteísta escola filosófica [[Carvaka]] que se originou na [[Índia]] em torno do {{-séc|VI}} é provavelmente a escola de filosofia mais explicitamente ateísta da Índia, similar à [[escola cirenaica]] grega. Este ramo da filosofia indiana é classificado como [[heterodoxo]] devido à sua rejeição da autoridade dos [[Vedas]] e não é considerado parte das seis escolas ortodoxas do hinduísmo, mas é notável como evidência de um movimento materialista dentro do hinduísmo.<ref>Sarvepalli Radhakrishnan and Charles A. Moore. ''A Sourcebook in Indian Philosophy''. (Princeton University Press: 1957, Twelfth Princeton Paperback printing 1989) pp. 227–249. ISBN 0-691-01958-4.</ref> Chatterjee e Datta explicam que a nossa compreensão da filosofia Carvaka é fragmentária, baseada principalmente na crítica das suas ideias por outras escolas, e que não é uma tradição viva:
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[[Imagem:Socrates Louvre.jpg|thumb|esquerda|Na ''[[Apologia de Sócrates|Apologia]]'' de [[Platão]], [[Sócrates]] (imagem) foi acusado por [[Meleto]] de não acreditar nos deuses]]
 
O ateísmo ocidental tem suas raízes na [[filosofia grega]] [[Pré-socráticos|pré-socrática]], mas não emerge como uma visão do mundo distinta até o final do [[Iluminismo]].<ref>{{harvnb|Baggini|2003|pp=73–74}}. "Atheism had its origins in Ancient Greece but did not emerge as an overt and avowed belief system until late in the Enlightenment."</ref> O filósofo grego do {{-séc|V}} [[Diágoras de Melos|Diágoras]] é conhecido como o "primeiro ateu"<ref>[[Friedrich Solmsen|Solmsen, Friedrich]] (1942). ''[http://books.google.com/books?vid=0blEqYn0npw5h4r_qPHc_fk&id=rLASAAAAIAAJ&pgis=1 Plato's Theology]''. Cornell University Press. p 25.</ref> e é citado como tal por [[Cícero]] no seu ''[[De Natura Deorum]]''.<ref name="CIC">''...nullos esse omnino Diagoras et Theodorus Cyrenaicus...'' Cicero, Marcus Tullius: ''De natura deorum.'' Comments and English text by Richard D. McKirahan. Thomas Library, Bryn Mawr College, 1997, page 3. ISBN 0-929524-89-6</ref> [[Crítias]] via a religião como uma invenção humana usada para assustar as pessoas e fazê-las seguir a ordem moral.<ref>{{citar web|url=http://search.eb.com/eb/article-38045|título=Religion, study of|ano=2007|publicado=Encyclopædia Britannica|língua3língua=en|acessodata=2 de abril de 2007}}</ref> [[Atomismo|Atomistas]] como [[Demócrito]] tentaram explicar o mundo de uma forma puramente [[materialista]], sem referência ao espiritual ou místico. Entre outros filósofos pré-socráticos, que provavelmente tinham pontos de vista ateístas, incluem-se [[Pródico]] e [[Protágoras de Abdera|Protágoras]]. No {{-séc|III}} os filósofos gregos [[Teodoro, o Ateu]]<ref name=CIC/><ref>Diogenes Laërtius, The Lives and Opinions of Eminent Philosophers, ii</ref> e [[Estratão de Lâmpsaco]]<ref>Cicero, ''Lucullus'', 121. in Reale, G., ''A History of Ancient Philosophy''. SUNY Press. (1985).</ref> também não acreditavam que deuses existiam.
 
[[Sócrates]] (c. 471-{{AC|399|x}}) foi acusado de [[impiedade]] (ver [[Dilema de Eutífron]]) baseado no fato de ele ter inspirado o questionamento dos [[Estado confessional|deuses do Estado]].<ref>{{citar web|url=http://www.bartleby.com/65/at/atheism.html |arquivourl=http://web.archive.org/web/20061104032305/http://www.bartleby.com/65/at/atheism.html |arquivodata=4 de novembro de 2006 |título=Atheism |ano=2005 |obra=The Columbia Encyclopedia, Sixth Edition |publicado=Columbia University Press |língua3língua=en|acessodata=9 de abril de 2011}}</ref> Embora ele tenha contestado a acusação de que era um "ateu completo",<ref>{{citar livro|primeiro=Thomas C. |último=Brickhouse |coautores=Nicholas D. Smith |título=Routledge Philosophy Guidebook to Plato and the Trial of Socrates |ano=2004 |editora=Routledge |isbn=0-415-15681-5 |página=112|língua3língua=en|ref=harv}} Em particular, ele argumenta que a sugestão de que ele é um completo ateu contradiz a outra parte da acusação, a de que havia introduzido "novas divindades".</ref> dizendo que não podia ser um ateu, visto que acreditava em espíritos,<ref>{{citar web|url=http://classics.mit.edu/Plato/apology.html |título=Apology |publicado=Classics.mit.edu |língua3língua=en|acessodata=9 de abril de 2011}}</ref> acabaria por ser condenado à morte. Sócrates também reza a vários deuses no [[Fedro (diálogo)|Fedro]]<ref>{{citar web|url=http://oll.libertyfund.org/index.php?option=com_staticxt&staticfile=show.php&title=111 |título=The Dialogues of Plato, vol. 1 |publicado=Oll.libertyfund.org |língua3língua=en|acessodata=9 de abril de 2011}}</ref> de Platão e diz "Por Zeus" no diálogo ''[[A República]]''.<ref>{{citar web|url=http://classics.mit.edu/Plato/republic.html |título=The Republic |publicado=Classics.mit.edu |língua3língua=en|acessodata=9 de abril de 2011}}</ref>
 
[[Evêmero]] (c. 330-260 aC) publicou sua visão de que os deuses eram apenas os governantes, conquistadores e fundadores do passado deificados, e que os seus cultos e religiões eram, em essência, a continuação dos reinos que desapareceram e das estruturas políticas anteriores.<ref>Fragmentos da obra de Evêmero na tradução latina de Quinto Ênio foram preservados em escritos [[Padres da Igreja|patrísticos]] (p.e. por [[Lactâncio]] e [[Eusébio de Cesareia]]), todos com base em fragmentos anteriores em [[Diodorus Siculus|Diodoro]] 5,41–46 & 6.1. Testemunhos, especialmente no contexto do criticismo polêmico, são encontrados p.e. em [[Calímaco]], ''Hino a Zeus'' 8.</ref> Embora não fosse estritamente um ateu, Evêmero mais tarde foi criticado por ter "espalhado o ateísmo por toda a terra habitada ao obliterar os deuses."<ref>[[Plutarco]], ''Moralia—Isis ann Osiris'' [http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Plutarch/Moralia/Isis_and_Osiris*/B.html#23 23]</ref>
 
O atomista e materialista [[Epicuro]] (c. 341-270 aC) disputou muitas doutrinas religiosas, incluindo a existência de [[vida após a morte]] ou uma divindade pessoal; ele considerava a alma puramente material e mortal. Embora o [[epicurismo]] não tenha descartado a existência de deuses, ele acreditava que, se existissem, eles estavam despreocupados com a humanidade.<ref name="BBC">{{citar web|autor=BBC |autorlink=BBC |título=Ethics and Religion—Atheism |url=http://www.bbc.co.uk/religion/religions/atheism/ |publicado=[[bbc.co.uk]] |língua3língua=en|acessodata=9 de abril de 2011}}</ref>
 
O poeta [[Roma antiga|romano]] [[Lucrécio]] (c. 99-{{AC|55|x}}), concordou que, se houvesse deuses, estavam despreocupados com a humanidade e eram incapazes de afetar o mundo natural. Por esta razão, ele acreditava que a humanidade não devia ter medo do sobrenatural. Ele expõe seus pontos de vista epicuristas sobre o [[cosmos]], [[átomo]]s, [[alma]], [[mortalidade]] e [[religião]] em ''[[De rerum natura]]'' ({{lang-pt|"''Sobre a natureza das coisas''"}}),<ref>{{Gutenberg|no=785|name=On the Nature of Things by Lucretius}} Book I, "Substance is Eternal". Translated by W.E. Leonard. 1997. Acessado em 12 de abril de 2007.</ref> que popularizou a [[filosofia]] de Epicuro em [[Roma antiga|Roma]].<ref>[[Júlio César]] (100–{{AC|44|x}}), que se inclinava consideravelmente para o epicurismo, rejeitava também a ideia de uma vida após a morte, o que conduziu ao seu apelo contra a pena de morte durante o julgamento de [[Lúcio Sérgio Catilina|Catilina]], durante o qual falou contra o [[Estoicismo|estoicista]] [[Marco Pórcio Catão Uticense|Catão]]. (cf. [[Salústio]], ''The War With Catiline'', Caesar's speech: [http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Sallust/Bellum_Catilinae*.html#51.20 51.29] & Cato's reply: [http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Sallust/Bellum_Catilinae*.html#52.13 52.13]).</ref>
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As eras do [[Renascimento]] e da [[Reforma protestante|Reforma]] testemunharam um ressurgimento do fervor religioso, como evidenciado pela proliferação de novas ordens religiosas, confrarias e devoções populares no mundo [[Catolicismo|católico]] e o aparecimento de seitas [[Protestantismo|protestantes]] cada vez mais austeras, como os [[calvinistas]]. Esta era de rivalidade interconfessional permitiu uma abrangência ainda maior de especulação teológica e filosófica, muita da qual viria a ser usada para promover uma visão de mundo religiosamente cética.
 
A [[crítica do cristianismo]] tornou-se cada vez mais frequente nos séculos XVII e XVIII, principalmente depois do [[Sismo de Lisboa de 1755]], e em especialmente na [[França]] e na [[Inglaterra]], onde parece ter existido um mal-estar religioso, de acordo com fontes contemporâneas. Alguns pensadores protestantes, como [[Thomas Hobbes]], defendiam uma filosofia materialista e um ceticismo em relação às ocorrências sobrenaturais, enquanto que o filósofo [[Judaísmo|judeu]] [[Holandeses|holandês]] [[Baruch Spinoza]] rejeitava a [[providência divina]] em favor de um naturalismo [[Panenteísmo|panenteísta]]. No final do {{séc|XVII}}, o [[deísmo]] passou a ser abertamente defendido por intelectuais como [[John Toland (filósofo)|John Toland]], que cunhou o termo "[[panteísta]]". Apesar de ridicularizarem o [[cristianismo]], muitos deístas desprezavam o ateísmo. O primeiro ateu que se sabe ter jogado fora o manto do deísmo, negando de modo contundente a existência de deuses, foi [[Jean Meslier]], um padre francês que viveu no início do {{séc|XVIII}}.<ref>{{citar web |url=http://ww3.wpunj.edu/newpol/issue40/Onfray40.htm |titulo=Michel Onfray on Jean Meslier |publicado=William Paterson University |língua3língua=en|acessodata=7 de abril de 2011}}</ref> Ele foi seguido por outros pensadores abertamente ateus, como o [[Barão d'Holbach]] e [[Jacques-André Naigeon]].<ref name=Holbach-SoN>{{citar livro |último1=d'Holbach |primeiro1=P. H. T. |autorlink1=Barão d'Holbach |titulo=The System of Nature |url=http://fulltextarchive.com/page/The-System-of-Nature-Vol-21/ |acessodata=7 de abril de 2011 |ano=1770 |volume=2|ref=harv|língua3língua=en}}</ref> O filósofo [[David Hume]] desenvolveu uma [[epistemologia]] cética fundamentada no [[empirismo]], enfraquecendo a base metafísica da teologia natural. Outros ateus que se destacaram no [[Iluminismo]] foram [[Denis Diderot]]<ref>{{citar livro|título = Enlightenment Contested|sobrenome = Israel|nome = Jonathan I.|edição = |local = |editora = Oxford University Press|ano= 2006|página = 791, 818|isbn= }}</ref> e [[Jean le Rond d’Alembert|Jean le Rond d'Alembert]],<ref>{{citar livro|título = Democratic Enlightenment: Philosophy, Revolution, and Human Rights 1750-1790|sobrenome = Israel|nome = Jonathan |edição = |local = |editora = Oxford University Press|ano= 2011|página = 115|isbn=}}</ref> autores do [[Encyclopédie]], documento que reunia todos os conhecimentos de até então.
 
A [[Revolução Francesa]] tirou o ateísmo e o deísmo [[Anticlericalismo|anticlerical]] dos salões e colocou-os na esfera pública. Um dos principais objetivos da Revolução Francesa foi uma reestruturação e subordinação do [[clero]] em relação ao [[Estado]] através da [[Constituição Civil do Clero]]. As tentativas para aplicá-la levaram à violência anticlerical e à expulsão de muitos clérigos da [[França]]. Os eventos políticos caóticos da [[Paris]] revolucionária, acabaram por permitir aos [[jacobinos]] mais radicais tomar o poder em 1793, inaugurando o [[Terror (Revolução Francesa)|Reino do Terror]]. Os jacobinos eram deístas e introduziram o [[Culto do Ser Supremo]] como uma [[Estado confessional|religião estatal]] da França. Alguns ateus próximos de [[Jacques Hébert]] procuraram estabelecer um culto da razão, uma forma de pseudo-religião ateia com uma deusa personificando a [[razão]]. Ambos os movimentos, em parte, contribuíram para as tentativas forçadas de descristianizar a França. O [[Culto da Razão]] terminou depois de três anos, quando a sua liderança, incluindo Jacques Hébert, foi [[guilhotina]]da pelos jacobinos. As perseguições anticlericais terminaram com a [[9 Termidor|Reação Termidoriana]].
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A [[era napoleônica]] institucionalizou a [[secularização]] da sociedade francesa e exportou a revolução para o norte da [[Itália]], na esperança de criar repúblicas flexíveis. No {{séc|XIX}}, os ateus contribuíram para várias revoluções políticas e sociais, facilitando os [[Revoluções de 1848|levantes de 1848]], o ''[[Risorgimento]]'' na Itália e o crescimento de um movimento [[Socialismo|socialista]] internacional.
 
Na segunda metade do {{séc|XIX}}, o ateísmo ganhou proeminência sob a influência de filósofos [[Racionalismo|racionalistas]] e [[Pensamento livre|livre-pensadores]]. Muitos proeminentes filósofos alemães da época negaram a existência de divindades e eram [[Crítica da religião|críticos da religião]], incluindo [[Ludwig Feuerbach]], [[Arthur Schopenhauer]], [[Max Stirner]], [[Karl Marx]] e [[Friedrich Nietzsche]].<ref>{{citar livro |url=http://books.google.com/?id=BKz2FcDrFy0C&pg=PA1&dq=nietzsche+schopenhauer+marx+feuerbach |titulo=Subjectivity and Irreligion: Atheism and Agnosticism in Kant, Schopenhauer, and Nietzsche |editora=Ashgate Publishing, Ltd. |último=Ray |primeiro=Matthew Alun |ano=2003 |isbn=978-0-7546-3456-0 | acessodata=9 de abril de 2011|ref=harv|língua3língua=en}}</ref>
 
=== Século XX ===
{{Vertambém|Ateísmo Marxista-leninista|Estado ateu}}
 
O ateísmo no {{séc|XX}}, particularmente na forma de ateísmo prático, avançou em muitas sociedades. O pensamento ateu encontrou reconhecimento em uma ampla variedade de outras filosofias mais amplas, como o [[existencialismo]], o [[objetivismo]], o [[humanismo secular]], o [[niilismo]], o [[positivismo lógico]], o [[anarquismo]], o [[marxismo]], o [[feminismo]]<ref>{{citar livro|url=http://books.google.com/?id=tAeFipOVx4MC&pg=PA233&lpg=PA233&dq=%22Feminism+and+Atheism%22&q=%22Feminism%20and%20Atheism%22 |último=Overall |primeiro=Christine |título=Feminism and Atheism |isbn=978-0-521-84270-9 |ano=2007 |acessodata=9 de abril de 2011|língua3língua=en|ref=harv}} em {{harvnb|Martin|2007|pp=233–246}}</ref> e o movimento científico e [[Racionalismo|racionalista]] geral.
 
O positivismo lógico e o [[cientificismo]] pavimentaram o caminho para o [[neopositivismo]], a [[filosofia analítica]], o [[estruturalismo]] e o [[naturalismo]]. O neopositivismo e a filosofia analítica descartaram o racionalismo clássico e a metafísica em favor do empirismo estrito e do [[nominalismo]] epistemológico. Proponentes como [[Bertrand Russell]], rejeitaram enfaticamente a crença em Deus. Em seus primeiros trabalhos, [[Ludwig Wittgenstein]] tentou separar a linguagem metafísica e sobrenatural do discurso racional. [[Alfred Jules Ayer|A. J. Ayer]] afirmou a inverificabilidade e a falta de sentido das afirmações religiosas, citando a sua adesão às ciências empíricas. Relacionado com esta ideia, o estruturalismo aplicado de [[Lévi-Strauss]] ligou a origem da linguagem religiosa ao subconsciente humano ao negar o seu significado transcendental. John Niemeyer Findlay e [[J. J. C. Smart]] argumentaram que a [[existência de Deus]] não é logicamente necessária. Naturalistas e [[Monismo|monistas]] [[Materialismo|materialistas]], tais como [[John Dewey]], consideravam o mundo natural como a base de tudo, negando a existência de Deus ou a [[imortalidade]].<ref name="stanford"/><ref>{{harvnb|Zdybicka|2005|p=16}}</ref>
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[[Imagem:Christ saviour explosion.jpg|thumbnail|esquerda|Demolição da [[Catedral de Cristo Salvador de Moscou]], em 1931, durante a [[perseguição aos Cristãos na União Soviética]]]]
 
O {{séc|XX}} também assistiu ao avanço político do ateísmo, estimulado pela interpretação das obras de [[Karl Marx|Marx]] e [[Friedrich Engels|Engels]]. Após a [[Revolução Russa de 1917]], houve mais [[liberdade religiosa]] para as minorias religiosas, o que durou alguns anos. Embora a Constituição Soviética de 1936 garantisse a liberdade para realizar cultos, o [[União das Repúblicas Socialistas Soviéticas|Estado soviético]], sob a política de [[Estado ateu]] de [[Josef Stalin|Stalin]], não considerava a religião um assunto privado; o governo soviético ilegalizou o ensino religioso e promoveu campanhas para convencer as pessoas a abandonar a religião.<ref name="Liquidation">{{citar livro|autor=Gerhard Simon|url=http://books.google.com/books?id=sTLc8H3b4vUC&pg=PA64&dq=militant+atheism+soviet+union&hl=en&ei=cZ_1TY64Eo26sAOa57C-Cw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=8&ved=0CE0Q6AEwBzgK#v=onepage&q=militant%20atheism%20soviet%20union&f=false|título=Church, State, and Opposition in the U.S.S.R.|editora=[[University of California Press]]|citação=Por outro lado, o Partido Comunista nunca fez nenhum segredo do fato, antes ou depois de 1917, de que considera o "ateísmo militante", como parte integrante de sua ideologia e verá 'a religião como de nenhuma maneira um assunto privado.' Usa, portanto, 'meios de influência ideológica para educar as pessoas no espírito do materialismo científico e para superar preconceitos religiosos ..' Assim, é objetivo do P.C.U.S. e, portanto, também do Estado soviético, para o qual é afinal a 'célula orientadora', liquidar gradualmente as comunidades religiosas.|data=19 de outubro de 2009|língua3língua=en|ref=harv}}</ref><ref name="Vote">{{citar livro|autor=Dimitry Pospielovsky|url=http://books.google.com/books?id=2cP0wc_E6yEC&pg=PA395&dq=liquidation+of+religion+militant+atheism&hl=en&ei=xKz1Td2nLYr4swPXvYy8Cw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=4&ved=0CD4Q6AEwAw#v=onepage&q=liquidation%20of%20religion%20militant%20atheism&f=false|título=The Orthodox Church in the History of Russia|editora=St Vladimir's Seminary Press|citação=Poderia esperar-se que, como um líder cristão, ele declararia pelo menos que um cristão não podia votar num partido que pregou e praticou o genocídio, seja racial ou de classes, nem num partido cuja ideologia incluiu um ateísmo militante com o objetivo de liquidar a religião.|data=19 de outubro de 2009|língua3língua=en|ref=harv}}</ref><ref name="Islam">{{citar livro|autor=Simon Richmond|url=http://books.google.com/books?id=jcNZUzdd-ukC&pg=PA79&dq=liquidation+of+religion+militant+atheism&hl=en&ei=xKz1Td2nLYr4swPXvYy8Cw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=9&ved=0CFQQ6AEwCA#v=onepage&q=liquidation%20of%20religion%20militant%20atheism&f=false|título=Russia & Belarus|editora=[[BBC Worldwide]]|citação= O 'ateísmo militante' soviético levou ao encerramento e à destruição de quase todas as mesquitas e madrassas (escolas religiosas muçulmanas) na Rússia, embora algumas tenham permanecido nos estados da [[Ásia Central]]. Sob Stalin houve deportações em massa e liquidação da elite muçulmana.|data=19 de outubro de 2009|língua3língua=en|ref=harv}}</ref><ref name="Soviet Union">{{citar livro|url=http://books.google.com/books?id=qzkttrhVe9gC&pg=PA125&dq=soviet+union+state+atheism&hl=en&ei=ib6iTf3AHO3OiAKIyMj5Ag&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CCcQ6AEwADgU#v=onepage&q=soviet%20union%20state%20atheism&f=false|título=Politics, ethics and challenges to democracy in 'new independent states'|editora=[[Berghahn Books]]|citação=Durante os últimos 150 anos no [[Azerbaijão]], o [[Islã]] tem experimentado uma ascendência sobre a ortodoxia oficial do [[Império Russo]] e, mais tarde, o ateísmo de Estado da [[União Soviética]]|acessodata=5 de março de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref><ref name="USSR">{{citar livro|url=http://books.google.com/books?id=8pciFcaGXR0C&pg=PA379&dq=soviet+union+state+atheism&hl=en&ei=Xr2iTen1EIPegQfJgf3ZBQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=9&ved=0CFEQ6AEwCDgK#v=onepage&q=soviet%20union%20state%20atheism&f=false|título=Russian postmodernism: new perspectives on post-Soviet culture|editora=[[Berghahn Books]]|citação=As sete décadas de ateísmo soviético, quer se lhe chame de "ateísmo em massa", "ateísmo científico" ou "ateísmo de Estado", foi sem dúvida um fenômeno novo na história mundial.|acessodata=5 de março de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> Diversos outros [[Lista de estados comunistas atuais|estados comunistas]] também se [[Perseguição aos Cristãos no Bloco do Leste|opuseram à religião]] e promoveram o [[Estado ateu|ateísmo estatal]],<ref>{{citar periódico|url=http://newhumanist.org.uk/627/the-perils-of-atheism |último =Baggini |primeiro =Julian |título=The Perils of Atheism |publicadopor=New Humanist |volume=118 |issuenúmero=2 |data=Verão de 2003 |acessodata=07-04-2011}} Extraído do livro ''Atheism: A Very Short Introduction'' (2003), Oxford University Press</ref> incluindo os antigos governos socialistas da [[Albânia]],<ref name="Documentatie Bureau voor Oost-Europees Recht">{{citar livro|url=http://books.google.com/books?id=aAtQZ0vjf5gC&pg=PA18&dq=The+State+recognizes+no+religion,+and+supports+and+carries+out+atheistic+propaganda+in+order+to+implant+a+scientific+materialistic+world+outlook+in+people&hl=en&ei=rVCWTeC9Eoz2gAed572-CA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CDQQ6AEwAg#v=onepage&q&f=false|título=The Constitutions of the Communist World|autor=William B. Simons, Rijksuniversiteit te Leiden|editora=[[Springer Science+Business Media|Springer]]|citação=Artigo 37. O Estado reconhece nenhuma religião e apoia e realiza propaganda ateísta, a fim de implantar uma visão de mundo materialista científica nas pessoas.|acessodata=5 de março de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref><ref name="Robert Elsie">{{citar livro|url=http://books.google.com/books?id=aAtQZ0vjf5gC&pg=PA18&dq=The+State+recognizes+no+religion,+and+supports+and+carries+out+atheistic+propaganda+in+order+to+implant+a+scientific+materialistic+world+outlook+in+people&hl=en&ei=rVCWTeC9Eoz2gAed572-CA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CDQQ6AEwAg#v=onepage&q&f=false|título=A Dictionary of Albanian Religion, Mythology, and Folk culture|autor=Robert Elsie|editora=[[New York University Press]]|citação=Artigo 37 da Constituição albanesa de 1976 estipula: "O Estado reconhece nenhuma religião e apoia e realiza propaganda ateísta, a fim de implantar uma visão de mundo materialista científica nas pessoas."|acessodata=5 de março de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref><ref name="Richard Felix Staar">{{citar livro|url=http://books.google.com/books?id=ugeMgomY7hAC&pg=PA13&dq=The+State+recognizes+no+religion,+and+supports+and+carries+out+atheistic+propaganda+in+order+to+implant+a+scientific+materialistic+world+outlook+in+people&hl=en&ei=rVCWTeC9Eoz2gAed572-CA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CC8Q6AEwAQ#v=onepage&q=The%20State%20recognizes%20no%20religion%2C%20and%20supports%20and%20carries%20out%20atheistic%20propaganda%20in%20order%20to%20implant%20a%20scientific%20materialistic%20world%20outlook%20in%20people&f=false|título=Communist Regimes in Eastern Europe|autor=Richard Felix Staar|editora=[[Hoover Institution|The Hoover Institution on War, Revolution and Peace, Stanford University]]|citação=No entanto, o regime teve de admitir que a religião ainda mantém vários seguidores entre os albaneses. A fim de suprimir a vida religiosa, o seguinte artigo foi incluído na Constituição de 1976: "O Estado reconhece nenhuma religião apoia e realiza propaganda ateísta, a fim de implantar uma visão de mundo materialista científica nas pessoas" (artigo 37). Em suas movimentações anti-religiosas, o regime foi tão longe como ordenar às pessoas que mudassem seus nomes se eles tivessem de origem religiosa.|acessodata=5 de março de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> e, atualmente, da [[República Popular da China|China]],<ref name="China">{{citar livro|url=http://books.google.com/books?id=X49uEF5XUX0C&pg=PA108&dq=state+atheism+china&hl=en&ei=c8GiTaLkEIXegQet67XaBQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CDEQ6AEwAQ#v=onepage&q&f=false|título=China in the 21st century|editora=[[Oxford University Press]]|citação=A China ainda é oficialmente um país ateu, mas muitas religiões estão crescendo rapidamente, incluindo o [[cristianismo evangélico]] (estimativas de quantos chineses se converteram a alguma forma de [[protestantismo]] variam amplamente, mas pelo menos dezenas de milhões o fizeram) e várias seitas híbridas que combinam elementos de credos e sistemas de crenças tradicionais (o [[budismo]] misturado com cultos de populares locais, por exemplo).|acessodata=5 de março de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref><ref name="Atheist State">{{citar livro|url=http://books.google.com/books?id=BY4YAQAAMAAJ&q=north+korea+atheist+state&dq=north+korea+atheist+state&hl=en&ei=wUabTedhhMuBB9_U3I4H&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CDEQ6AEwAQ|título=The State of Religion Atlas|editora=[[Simon & Schuster]]|citação= O ateísmo continua a ser a posição oficial dos governos da China, Coreia do Norte e Cuba.|acessodata=5 de março de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> [[Coreia do Norte]]<ref name="Atheist State" /><ref name="State Atheism">{{citar livro|url=http://books.google.com/books?id=YG2AFyFppJQC&pg=PA933&dq=north+korea+atheist+state&hl=en&ei=wUabTedhhMuBB9_U3I4H&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CCwQ6AEwAA#v=onepage&q=north%20korea%20atheist%20state&f=false|título=World and Its Peoples: Eastern and Southern Asia|editora=[[Marshall Cavendish]]|citação=A Coreia do Norte é oficialmente um estado ateu no qual quase toda a população é não-religiosa.|acessodata=5 de março de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> e [[Cuba]].<ref name="Atheist State" /><ref name="Cuba">{{citar livro|url=http://books.google.com/books?id=EkIvbxefBNsC&pg=PA43&dq=cuba+state+atheism&hl=en&ei=dMCiTdTrHYe_gQfz0_naBQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CCkQ6AEwAA#v=onepage&q=cuba%20state%20atheism&f=false|título=Freeing God's Children: The Unlikely Alliance for Global Human Rights|editora=[[Rowman & Littlefield]]|citação=Cuba é o único país das Américas que tentou impor o ateísmo do estado e desde a década de 1960 as suas prisões têm-se enchido de pastores e outros crentes.|acessodata=5 de março de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref>
 
Outros líderes como Periyar E. V. Ramasamy, um proeminente líder ateu da [[Índia]], lutaram contra o [[hinduísmo]] e os [[brâmane]]s por eles discriminarem e dividirem as pessoas em nome de [[Sistema de castas da Índia|castas]] e religião.<ref>{{citar livro|último=Michael |primeiro=S. M. |ano=1999 |capítulo=Dalit Visions of a Just Society |editor=S. M. Michael (ed.) |editora=Lynne Rienner Publishers |título=Untouchable: Dalits in Modern India |isbn=1-55587-697-8 |páginas=31–33|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> Tal foi sublinhado em 1956, quando ele erigiu uma estátua representando um deus hindu em uma representação humilde e fez declarações [[Antiteísmo|antiteístas]].<ref>"Aquele que criou deus era um louco, aquele que espalha o seu nome é um patife, e aquele que o adora é um bárbaro." [[Finngeir Hiorth|Hiorth, Finngeir]] (1996). "[http://www.iheu.org/node/548 Atheism in South India]". [[International Humanist and Ethical Union]], ''International Humanist News''. Acessado em 30/05/2007</ref>
 
Em 1966, a [[Time (revista)|revista ''Time'']] perguntava: "Deus está morto?",<ref>{{citar web|url=http://www.time.com/time/covers/0,16641,19660408,00.html|título=Time Magazine|publicado=Time|data=8 de abril de 1966|língua3língua=en|acessodata=17 de abril de 2007}}</ref> em resposta ao [[Deus Está Morto|movimento teológico Morte de Deus]], citando a estimativa de que quase metade de todas as pessoas no mundo viviam sob um poder anti-religioso e milhões mais na [[África]], [[Ásia]] e [[América do Sul]] pareciam não ter conhecimento sobre o Deus único.<ref>{{citar web|url=http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,835309,00.html|título=Toward a Hidden God|publicado=Time Magazine|data=8 de abril de 1966|língua3língua=en|acessodata=17 de abril de 2007}}</ref>
 
Em 1967, o governo [[Albânia|albanês]] de [[Enver Hoxha]] anunciou o fechamento de todas as instituições religiosas no país, declarando a Albânia o primeiro [[Estado ateu|estado oficialmente ateu]],<ref>{{citar periódico|último1 = Majeska |primeiro1 = George P. |ano= 1976 |título= Religion and Atheism in the U.S.S.R. and Eastern Europe, Review | url = http://links.jstor.org/sici?sici=0037-6752(197622)1%3A20%3A2%3C204%3ARAAITU%3E2.0.CO%3B2-G |periódico= The Slavic and East European Journal | volume = 20 | issue número= 2|páginas= 204–206}}</ref> embora a prática religiosa na Albânia tenha sido restaurada em 1991. Estes regimes acentuaram as associações negativas do ateísmo, especialmente onde o sentimento [[Anticomunismo|anticomunista]] era forte, como nos [[Estados Unidos]], apesar do fato de que ateus proeminentes serem anticomunistas.<ref>{{citar periódico|quotes= |último =Rafford |primeiro =R.L. |ano=1987 |título=Atheophobia—an introduction |periódico=Religious Humanism |volume=21 |issuenúmero=1 |páginas=32–37 |ref= harv}}</ref>
 
=== Século XXI ===
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[[Imagem:Four_Horsemen.jpg|thumb|Os "[[Novo Ateísmo#"Quatro Cavaleiros do Não Apocalipse"|Quatro Cavaleiros do Não Apocalipse]]" (sentido horário): [[Richard Dawkins]], [[Christopher Hitchens]], [[Daniel Dennett]] e [[Sam Harris]]]]
 
Desde a queda do [[Muro de Berlim]], o número de regimes ativamente anti-religiosos tem diminuído consideravelmente. Em 2006, Timothy Shah do [[Pew Research Center|Fórum Pew]] constatou "uma tendência mundial em todos os grandes grupos religiosos, na qual movimentos baseados em Deus e na fé, em geral, estão experimentando confiança e influência crescentes face aos movimentos e ideologias seculares".<ref>{{citar web|url=http://pewforum.org/Politics-and-Elections/Timothy-Samuel-Shah-Explains-Why-God-is-Winning.aspx|título=Timothy Samuel Shah Explains 'Why God is Winning'|data=18 de julho de 2006|publicado=The Pew Forum on Religion and Public Life|língua3língua=en|acessodata=7 de abril de 2011}}</ref> No entanto, Gregory S. Paul e Phil Zuckerman consideram isso um mito e sugerem que a situação real é muito mais complexa e matizada.<ref>{{citar periódico|primeiro =Gregory |último =Paul |autorlink=Gregory S. Paul |coautores=Phil Zuckerman |título=Why the Gods Are Not Winning |periódico=Edge |volume=209 |ano=2007 |url=http://www.edge.org/documents/archive/edge209.html#gp |ref=harv |acessodata=09-04-2011}}</ref>
 
A motivação religiosa dos [[ataques terroristas de 11 de setembro de 2001]] e as tentativas parcialmente bem-sucedidas do ''[[Discovery Institute]]'' para mudar o currículo de ciências das escolas estadunidenses para incluir ideias [[Criacionismo|criacionistas]], juntamente com o apoio dessas ideias pelo ex-[[presidente dos Estados Unidos|presidente]] [[George W. Bush]] em 2005, desencadearam uma onda de publicações de conhecidos autores ateus como [[Sam Harris]], [[Daniel C. Dennett]], [[Richard Dawkins]], [[Victor J. Stenger]] e [[Christopher Hitchens]], cujas obras foram ''[[best-seller]]s'' nos Estados Unidos e em todo o mundo, movimento que passou a ser conhecido como [[Novo Ateísmo]].<ref name="sharedvalues">[http://lawreview.vermontlaw.edu/articles/13%20Garfield%20Book%202,%20Vol%2033.pdf Vermont Law Review Vol. 33:225 2008], Finding Shared Values in a Diverse Society: Lessons From the Intelligent Design Controversy by Alan E. Garfield (página 231).</ref>
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Um levantamento de 2010 descobriu que aqueles que se identificam como ateus ou agnósticos estão, em média, mais bem informados sobre religião do que os seguidores das religiões principais. Descrentes tiveram melhores pontuações respondendo a questões sobre os princípios centrais das fés [[Protestantismo|protestante]] e [[Catolicismo|católica]]. Apenas fiéis [[Mormonismo|mórmons]] e [[Judaísmo|judeus]] tiveram tão boas pontuações sobre religião quanto os ateus e agnósticos.<ref name="religion knowledge">{{citar jornal|último =Landsberg|primeiro =Mitchell|título=Atheists, agnostics most knowledgeable about religion, survey says |url=http://articles.latimes.com/2010/sep/28/nation/la-na-religion-survey-20100928|jornal=Los Angeles Times|data=28 de setembro de 2010 |acessodata=08-04-2011}}</ref>
 
O [[Ateísmo 3.0]] é um movimento dentro do ateísmo que não acredita na [[existência de Deus]], mas que diz que a religião tem sido benéfica para os indivíduos e para a sociedade, e que eliminá-la é menos importante do que outras coisas que precisam ser feitas.<ref name="RNS">{{citar web|título=Atheism 3.0 |url=http://www.religionnews.com/index.php?/rnspremiumtext/single/atheism_30_finds_a_little_more_room_for_belief1|citação=The "new" new atheists – call it Atheism 3.0 – say there's still no God, but maybe belief isn't all that bad.|data=15 de outubro de 2009|língua3língua=en|acessodata=8 de abril de 2011}}</ref><ref name=Sheiman-1>{{citar web|último=Sheiman|primeiro=Bruce|título=The Great Debate Stalemate |url=http://www.anatheistdefendsreligion.com/index.php?id=37&page=The_Great_Debate_Stalemate&div=divid_37 |citação= Estou fazendo uma afirmação ampla sobre o papel afirmativo da religião no mundo contemporâneo ... A fé é uma das forças mais poderosas no desenvolvimento humano e um ímpeto forte para a transformação pessoal e o progresso coletivo. Há inúmeros exemplos de pessoas levantando-se da miséria pessoal por meio da fé ... O que não está em discussão é que a religião é adaptativa, construtiva e saudável - e, assim, faz uma diferença positiva na vida das pessoas.|língua3língua=en|acessodata=8 de abril de 2011}}</ref>
 
== Demografia ==
[[Imagem:Europe No Belief enhanced.png|esquerda|thumb|Porcentagem de pessoas em vários países europeus que disseram: "Eu não acredito que haja algum tipo de espírito, Deus ou força vital." (2005)<ref>{{citar web|url=http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/ebs/ebs_225_report_en.pdf |título=ReportDGResearchSocialValuesEN2.PDF |formato=PDF |data= |língua3língua=en|acessodata=24 de fevereiro de 2011}}</ref>]]
 
É difícil quantificar o número de ateus no mundo. Institutos de pesquisas de crença religiosa podem definir o "ateísmo" de várias maneiras diferentes ou fazer diferentes distinções entre ateísmo, convicções não-religiosas e crenças religiosas e espirituais não-teístas.<ref>{{citar web|url=http://www.adherents.com/Religions_By_Adherents.html#Nonreligious|título=Major Religions of the World Ranked by Number of Adherents, Section on accuracy of non-Religious Demographic Data|língua3língua=en|acessodata=28 de março de 2008}}</ref> Por exemplo, um ateu [[Hinduísmo|hindu]] iria declarar-se como hindu, apesar de também ser, ao mesmo tempo, ateu.<ref>{{citar livro|último= Huxley|primeiro= Andrew|título= Religion, law and tradition: comparative studies in religious law|editora= Routledge|ano= 2002|página= 120| url = http://books.google.com/?id=YsUMTA4MebwC| isbn= 978-0-7007-1689-0|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> Um estudo de 2005, publicado na ''[[Encyclopædia Britannica]]'', revelou que os [[irreligião|não-religiosos]] representam cerca de 11,9% da população mundial e os ateus cerca de 2,3%. Este número não inclui aqueles que seguem religiões ateias, como alguns [[Budismo|budistas]].<ref name="Britannica demographics">{{citar web|url=http://search.eb.com/eb/article-9432620|título=Worldwide Adherents of All Religions by Six Continental Areas, Mid-2005|publicado=Encyclopædia Britannica|ano=2005|língua3língua=en|acessodata=15 de abril de 2007}}
* 2,3% dos ateus: Pessoas que professam o ateísmo, ceticismo, descrença, ou irreligião, incluindo os militantemente anti-religiosos (oposição a todas as religiões).
* 11,9% não-religiosos: Pessoas que professam nenhuma religião, não-crentes, agnósticos, livres-pensadores, desinteressados, ou secularistas desreligionizados indiferente a todas as religiões, mas não tão militantes.</ref>
 
Uma enquete realizada entre novembro e dezembro de 2006, publicada no ''[[Financial Times]]'', mostrou as taxas de população ateia nos [[Estados Unidos]] e em cinco [[país]]es [[Europa|europeus]]. As menores taxas de ateísmo estão nos Estados Unidos com apenas 4%; as taxas de ateísmo nos países europeus pesquisados foram consideravelmente mais altas: [[Itália]] (7%), [[Espanha]] (11%), [[Reino Unido]] (17%), [[Alemanha]] (20%) e [[França]] (32%).<ref name="Harris">{{citar web|url=http://www.harrisinteractive.com/news/allnewsbydate.asp?NewsID=1131|título=Religious Views and Beliefs Vary Greatly by Country, According to the Latest Financial Times/Harris Poll|publicado=Financial Times/Harris Interactive|data=20 de dezembro de 2006|língua3língua=en|acessodata=17 de janeiro de 2007}}</ref><ref name="abs">{{citar web|url=http://www.abs.gov.au/AUSSTATS/abs@.nsf/Lookup/1301.0Feature+Article7012009%E2%80%9310|título=Characteristics of the Population|publicado=Australian Bureau of Statistics|ano=2006|língua3língua=en|acessodata=23 de janeiro de 2011}}</ref> Os números europeus são semelhantes aos de uma pesquisa oficial da [[União Europeia]] (UE), que relatou que 18% da população da UE não acredita em um [[deus]].<ref name="EU">{{citar livro|último= |primeiro= |autorlink= |coautores=|título=Social values, Science and Technology|editora=Directorate General Research, European Union|ano=2005 |local=|páginas=7–11|url=http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/ebs/ebs_225_report_en.pdf|doi= |id=|isbn= |formato=PDF|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> Outros estudos têm mostrado uma porcentagem estimada de ateus, agnósticos e outros não-crentes em um deus pessoal de apenas um dígito em países como [[Polônia]], [[Romênia]], [[Chipre]] e outros países europeus,<ref name="Martin2007b">{{citar livro|último=Zuckerman|primeiro=Phil|editor=Martin, Michael T|título=The Cambridge companion to atheism|ano=2007|editora=Cambridge University Press|local=Cambridge, England|isbn=0-521-84270-0|página=51|url=http://books.google.com/books?id=tAeFipOVx4MC&pg=PA51|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> e de até 85% na [[Suécia]], 80% na [[Dinamarca]], 72% na [[Noruega]] e 60% na [[Finlândia]].<ref name="Martin2007"/> Segundo o [[Australian Bureau of Statistics]], 19% dos [[Austrália|australianos]] declararam-se como "[[sem religião]]", uma categoria que inclui os ateus.<ref name="abs"/> Entre 64% e 65% dos [[Japão|japoneses]] são ateus, agnósticos, ou não acreditam em um deus.<ref name="Martin2007" />
 
{{Quote2|Somente na Europa, nos últimos 100 anos, o ateísmo cresceu de aproximadamente 1,7 milhão para cerca de 130 milhões de pessoas.|Centro de Treinamento Cristão European Apologetics Network, de [[Londres]]<ref name="enfoque na Europa">{{citar web |url= http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=74&materia=837|título= Deus não existe!|língua3=pt|acessodata= 20 de março de 2011|autor= Oziel Alves|coautores= [[Revista Enfoque]]|data= Setembro de 2007|citação= Segundo o Centro de Treinamento Cristão European Apologetics Network, de Londres, “somente na Europa, nos últimos 100 anos, o ateísmo cresceu de aproximadamente 1,7 milhão para cerca de 130 milhões de pessoas”.}}</ref>}}
 
Na [[América Latina]] os índices de ateísmo variam de 1 a 3%, exceto em [[Cuba]] (7%), [[México]] (7%), [[Argentina]] (8%) e [[Uruguai]] (12%).<ref name="enfoque na américa latina">{{citar web |url= http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=74&materia=837|título= Deus não existe!|língua3=pt|acessodata= 20 de março de 2011|autor= Oziel Alves|coautores= [[Revista Enfoque]]|data= Setembro de 2007|citação= Na América Latina, região formada por 20 países tipicamente de Terceiro Mundo, ou em desenvolvimento – incluindo o Brasil –, os índices de ateísmo permanecem baixos, variando de 1% a 3%, exceto em Cuba, México (7%), Argentina (8%) e Uruguai, com cerca de 12% de sua população ateísta e, entre 30% e 50%, assumidamente sem religião.}}</ref> No Uruguai, entre 30 e 50% da população assume não ter religião.<ref name="enfoque na américa latina"/>
 
[[Imagem:Irreligion map.png|thumb|upright=1.9|Mapa indicando a porcentagem de ateus e agnósticos no mundo (2009)]]
 
Um estudo internacional relatou correlações positivas entre os níveis de educação e os índices de descrença em uma divindade,<ref name="Zuckerman">{{citar periódico|primeiro1 =Phil |último1 =Zuckerman|ano=2009 |título= Atheism, Secularity, and Well-Being: How the Findings of Social Science Counter Negative Stereotypes and Assumptions| url=http://www.pitzer.edu/academics/faculty/zuckerman/Zuckerman_on_Atheism.pdf |periódico=Sociology Compass |volume=3|issuenúmero=6 |páginas= 949–971 |doi = 10.1111/j.1751-9020.2009.00247.x}}</ref> enquanto uma pesquisa da [[União Europeia]] encontrou uma correlação positiva entre o abandono escolar precoce e a crença em um deus.<ref name="EU"/> Uma carta publicada na revista ''[[Nature]]'' em 1998, relatou uma pesquisa sugerindo que a crença em um [[deus]] pessoal ou na [[vida após a morte]] alcançou o nível mais baixo de todos os tempos entre os membros da [[Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos]], sendo que apenas 7,0% dos membros disseram acreditar em um deus pessoal, em forte contraste com os mais de 85% da população geral dos Estados Unidos que acredita em um deus.<ref>{{citar periódico|título=Correspondence: Leading scientists still reject God |último =Larson |primeiro =Edward J. |coautores=Larry Witham |ano=1998 |periódico=Nature |volume=394 |issuenúmero=6691 |páginas=313–4 |doi=10.1038/28478 |pmid=9690462 |ref=harv}} Available at [http://www.stephenjaygould.org/ctrl/news/file002.html StephenJayGould.org], Stephen Jay Gould archive. Acessado em 17/12/2006</ref> Em contrapartida, um artigo publicado pela [[Universidade de Chicago]] que discutiu o referido estudo, afirmou que 76% dos médicos estadunidenses acreditam em [[Deus]], mais do que os 7% dos cientistas acima, mas ainda inferior aos 85% da população em geral.<ref name="Physicians">{{citar web|url = http://chronicle.uchicago.edu/050714/doctorsfaith.shtml|título=Survey on physicians’ religious beliefs shows majority faithful|publicado= [[Universidade de Chicago]]|língua3língua=en|acessodata=18 de outubro de 2007}}</ref> No mesmo ano, [[Frank Sulloway]], do [[Instituto de Tecnologia de Massachusetts]], e [[Michael Shermer]], da [[Universidade do Estado da Califórnia]], conduziram um estudo que encontrou em sua amostra de pesquisa de "credenciados" adultos dos Estados Unidos (12% doutorados e 62% eram graduados universitários) 64% que acreditavam em Deus e houve uma [[correlação]] indicando que a convicção religiosa diminuiu com o aumento do nível de escolaridade.<ref>{{citar livro|último=Shermer|primeiro=Michael|autorlink=Michael Shermer|coautores=|título=How We Believe: Science, Skepticism, and the Search for God|editora=William H Freeman|ano=1999|local=New York|páginas=pp76–79|url= |doi=|isbn=0-7167-3561-X|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> Uma correlação inversa entre religiosidade e inteligência foi encontrada por 39 estudos realizados entre 1927 e 2002, de acordo com um artigo na ''[[Mensa International]] Magazine''.<ref>De acordo com Dawkins (2006), p. 103. Dawkins cita Bell, Paul. "Será que você acredita?" ''Mensa Revista'', UK Edition, fevereiro 2002, pp 12-13. Analisando 43 estudos realizados desde 1927, Bell descobriu que apenas quatro não exibiam tal conexão e ele concluiu que "quanto maior a inteligência ou o nível de escolaridade, menos provável é ser-se religioso ou um crente de qualquer tipo."</ref> Estes resultados concordam em geral com uma [[metanálise]] realizada em 1958 pelo professor [[Michael Argyle]], da [[Universidade de Oxford]]. Ele analisou sete estudos que investigaram a correlação entre a atitude em relação à religião e o [[Quociente de inteligência|nível de inteligência]] entre os estudantes do ensino médio e universitários dos Estados Unidos. Apesar de uma clara correlação negativa ter sido encontrada, a análise não identificou existência de [[causalidade]], mas observou que fatores como histórico familiar autoritário e [[classe social]] também poderiam desempenhar algum papel.<ref>{{citar livro|último=Argyle|primeiro=Michael|autorlink=Michael Argyle (psychologist)|coautores=|título=Religious Behaviour|editora=Routledge and Kegan Paul|ano=1958|local=London|páginas=93–96|url= |doi=|isbn=0-415-17589-5|língua3língua=en|ref=harv}}</ref>
 
=== Brasil ===
De acordo com dados do [[Censo brasileiro de 2010]] do IBGE, 8,0% da população brasileira declarou-se "[[sem religião]]" (15,3 milhões), dentre as quais cerca de 615 mil declararam-se ateias.<ref name="ibge2010">{{citar web|título= População residente, por situação do domicílio e sexo, segundo os grupos de religião - Brasil -2010| url=ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Caracteristicas_Gerais_Religiao_Deficiencia/tab1_4.pdf|publicado=[[IBGE]]|língua3=pt|acessodata=12 de novembro de 2012}}</ref> No [[Censo brasileiro de 2000|Censo de 2000]], estes correspondiam a<ref>IBGE, [http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/populacao/religiao_Censo2000.pdf ''População residente, por sexo e situação do domicílio, segundo a religião''], Censo Demográfico 2000. Acessado em 13 de dezembro de 2007</ref> 7,4% (cerca de 12,5 milhões) da população.<ref name="super" /> Em 1991 essa porcentagem era de 4,7%.<ref name="super" />
 
Uma pesquisa realizada pela empresa [[Ipsos]] a pedido da agência de notícias [[Reuters]] revelou que 3% dos brasileiros entrevistados não acreditam em deuses ou seres supremos.<ref>{{citar web |url=http://noticias.uol.com.br/bbc/2011/04/25/brasil-e-3-pais-onde-mais-se-cre-em-deus-em-pesquisa.jhtm |título=Brasil é 3º país onde mais se crê em Deus, mostra pesquisa |língua3=pt|acessodata=30 de abril de 2011 |autor=[[BBC Brasil]] |data=25 de abril de 2011 |publicado=[[UOL]] notícias |citação=A pesquisa, feita pelo empresa de pesquisa de mercado Ipsos para a agência de notícias Reuters [...] No Brasil, apenas 3% dos entrevistados declararam que não acreditam em Deus, ou deuses ou seres supremos.}}</ref>
 
No [[Brasil]], o estado da [[Bahia]] é o terceiro com maior número de pessoas [[sem religião]]; o primeiro é o [[Rio de Janeiro]].<ref name="veja bahia">{{citar web |url= http://veja.abril.com.br/261207/p_070.shtml|título= Como a fé resiste à descrença|língua3língua=en|acessodata= 19 de março de 2011|autor= [[André Petry]]|coautores= [[Veja]]|data= 26 de dezembro de 2007|citação= Entre os brasileiros sem religião, a maior curiosidade está na Bahia de Todos os Santos, terra onde frei Henrique de Coimbra rezou a mítica primeira missa, em 26 de abril de 1500. A Bahia, que abriga Nova Ibiá e seu esquadrão de sem-religião, é o terceiro estado com o maior contingente de brasileiros sem filiação religiosa. E Salvador, entre as capitais, é a campeã nacional: 18% dos soteropolitanos não têm religião. Considerando-se o país todo, os sem-religião são mais numerosos entre os homens e entre os brasileiros com menos de 55 anos. [...] O Rio de Janeiro, por exemplo, é o estado menos católico do país e, simultaneamente, tem o maior pelotão de sem-religião. }}</ref> A capital baiana, [[Salvador (Bahia)|Salvador]], tem a maior porcentagem nacional de pessoas sem religião entre as capitais, 18% da população.<ref name="veja bahia" /> No país todo, são mais numerosos entre os homens e entre os habitantes com menos de 55 anos.<ref name="veja bahia" /> A cidade com o maior número de ateus é [[Nova Ibiá]], com 59,85% dos habitantes, de acordo com o censo de 2000 do IBGE.<ref name="veja bahia:ibiá">{{citar web |url= http://veja.abril.com.br/261207/p_070.shtml|título= Como a fé resiste à descrença|língua3=pt|acessodata= 19 de março de 2011|autor= [[André Petry]]|coautores= [[Veja]]|data= 26 de dezembro de 2007|citação= Desde que se espalhou a notícia extraída do censo demográfico do [[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]] (IBGE) de 2000, Nova Ibiá, vilarejo de 7 000 habitantes no interior da Bahia, ganhou um estigma e uma obsessão. Como os números do censo mostravam que 59,85% dos seus habitantes diziam não ter religião alguma, Nova Ibiá passou a conviver com o estigma de ser a cidade mais ateia do Brasil. Em nenhuma outra, em ponto algum do país, tanta gente dizia não ter filiação religiosa. A segunda cidade com a maior tropa de sem-religião era Pitimbu, no interior da Paraíba, mas com números mais modestos – 42,44%.}}</ref> O segundo lugar fica com [[Pitimbu]], na [[Paraíba]], com 42, 44%.<ref name="veja bahia:ibiá" />
 
=== Correlação entre ateísmo, instrução e riqueza ===
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[[Imagem:Lightmatter buddha3.jpg|thumb|upright|esquerda|Devido à [[Deus no budismo|inexistência]] de um [[Divindade criadora|deus criador]], o [[budismo]] é comumente descrito como religião não-teísta]]
 
Assume-se frequentemente que pessoas que se auto-identificam como ateus são [[Irreligião|irreligiosas]], mas algumas seitas dentro das principais religiões, rejeitam a existência de uma [[divindade criadora]] e pessoal.<ref name="winston2">{{citar livro|último=Winston |primeiro=Robert (Ed.) |título=Human |editora=New York: DK Publishing, Inc |ano=2004 |isbn=0-7566-1901-7 |página=299 |citação=Nonbelief has existed for centuries. For example, Buddhism and Jainism have been called atheistic religions because they do not advocate belief in gods.|língua3língua=en|ref=harv}}</ref> Nos últimos anos, certas denominações religiosas têm acumulado uma série de seguidores abertamente ateus, tais como o [[judaísmo humanístico]] e [[Judaísmo ateístico|ateísta]]<ref>{{citar web|url=http://www.bbc.co.uk/religion/religions/judaism/subdivisions/humanistic.shtml |título=Humanistic Judaism |data=20 de julho de 2006 |publicado=BBC |língua3língua=en|acessodata=9 de abril de 2011}}</ref><ref>{{citar periódico|último =Levin |primeiro =S. |ano=1995 |month=May |título=[[Jewish Atheism]] |periódico=New Humanist |volume=110 |issuenúmero=2 |páginas=13–15 |ref=harv}}</ref> e [[Ateísmo cristão|ateus cristãos]].<ref>{{citar web|url=http://www.bbc.co.uk/religion/religions/atheism/types/christianatheism.shtml |título=Christian Atheism |data=17 de maio de 2006 |publicado=BBC |língua3língua=en|acessodata=9 de abril de 2011}}</ref><ref>{{citar livro|último=Altizer |primeiro=Thomas J. J. |autorlink=Thomas J. J. Altizer |título=The Gospel of Christian Atheism |url=http://www.religion-online.org/showbook.asp?title=523 |ano=1967 |editora=London: Collins |páginas=102–103 |acessodata=9 de abril de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref><ref>{{citar periódico|último =Lyas |primeiro =Colin |ano=1970 |month=January |título=On the Coherence of Christian Atheism |periódico=Philosophy: the Journal of the Royal Institute of Philosophy |volume=45 |issuenúmero=171 |páginas=1–19 |ref=harv | doi = 10.1017/S0031819100009578}}</ref>
 
O sentido mais estrito do [[Ateísmo forte|ateísmo positivo]] não implica quaisquer crenças específicas fora da descrença em qualquer divindade, como tal, os ateus podem ter qualquer número de crenças espirituais. Pela mesma razão, os ateus podem ter uma grande variedade de crenças éticas, que vão desde o [[universalismo moral]] do [[humanismo]], que defende que um [[código moral]] deve ser aplicado consistentemente a todos os [[seres humanos]], ao [[niilismo moral]], que sustenta que a [[moralidade]] não tem sentido.<ref>{{harvnb|Smith|1979|pp=21–22}}</ref>
 
=== Mandamento divino vs. ética ===
Embora seja um truísmo filosófico, encapsulado no [[Dilema de Eutífron]] de [[Platão]], que o papel dos deuses na diferenciação entre certo e errado ou é desnecessário ou arbitrário, o argumento de que a [[moralidade]] tem que ser derivada de Deus e que não pode existir sem um criador sábio tem sido uma característica persistente de debate político, ainda que não tanto do filosófico.<ref>{{harvnb|Smith|1979|p=275}}. "Entre os muitos mitos associados com a religião, nenhum é mais disseminado - ou mais desastroso nos seus efeitos - do que o mito de que os valores morais não podem ser divorciados da crença num deus."</ref><ref>Em ''[[Os Irmaõs Karamazov]]'' de [[Dostoievski]] (Livro 11: ''Irmão Ivan Fyodorovich'', Capítulo 4) encontra-se o famoso argumento de que ''Se não existe Deus, todas as coisas são permitidas.: "'Mas o que será então dos homens?' perguntei-lhe, 'sem Deus e vida imortal? Todas as coisas são legais então, podem eles fazer o que querem?'"</ref><ref name="Kant CPR A811">Para [[Kant]], a pressuposição de Deus, alma, e liberdade era uma preocupação prática, pois a "Moralidade", por si mesma, constitui um sistema, mas a felicidade não, a menos que seja distribuída na proporção exata da moralidade. Tal, porém, é possível num mundo inintelegível apenas sob um autor e senhor sábio. A razão compele-nos a admitir tal senhor, juntamente com a vida em um tal mundo, que temos de considerar como vida futura, senão todas as leis morais devem ser consideradas como sonhos ociosos...." (''Critique of Pure Reason'', A811).</ref> Preceitos morais, como "o assassinato é errado" são vistos como leis divinas, requerendo um legislador ou juiz divino. No entanto, muitos ateus argumentam que o tratamento legalista da moralidade envolve uma [[falsa analogia]] e que a moralidade não depende de um legislador da mesma forma que as leis.<ref>{{harvnb|Baggini|2003|p=38}}</ref> Outros ateus, como [[Friedrich Nietzsche]], discordaram desta opinião e declararam que a moralidade "tem verdade apenas se Deus é a verdade, portanto fica em pé ou cai de acordo com a fé em Deus."<ref name="Fortin & Benestad">{{citar livro|url = http://books.google.com/books?id=19ccmx1W58IC&pg=PA16&dq=has+truth+only+if+God+is+truth%E2%80%93it+stands+or+falls+with+faith+in+God&hl=en&ei=a2R5TZLIBILxrAGTnvDCBQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=5&ved=0CEIQ6AEwBA#v=onepage&q=has%20truth%20only%20if%20God%20is%20truth%E2%80%93it%20stands%20or%20falls%20with%20faith%20in%20God&f=false|título=Human Rights, Virtue, and the Common Good|editora= [[Rowman & Littlefield]]|citação=Que o problema foi-nos trazido com uma clareza impressionante por Nietzsche, que refletiu mais profundamente do que qualquer de seus contemporâneos sobre as implicações da inexistência de Deus, chegando à conclusão de que uma contradição fatal estava no coração do empreendimento teológico moderno: este achava que a moralidade cristã, que pretendia preservar, era independente do dogma cristão, o qual rejeitava. Isto, na mente de Nietzsche, era um absurdo. Equivalia a nada menos que demitir o arquiteto ao tentar manter o edifício ou se livrar do legislador ao reivindicar a proteção da lei. |acessodata=9 de abril de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref><ref name="Craig & Moreland">{{citar livro|url = http://books.google.com/books?id=g8bHRrVu3SsC&pg=PA392&dq=there+is+no+God+there+is+no+morality+Nietzsche&hl=en&ei=nl95TdmvIJH5rAHI-u3vBQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=9&ved=0CFMQ6AEwCA#v=onepage&q=there%20is%20no%20God%20there%20is%20no%20morality%20Nietzsche&f=false|título=The Blackwell Companion to Natural Theology|editora= [[Wiley-Blackwell]]|citação=A moralidade "tem verdade apenas se Deus é a verdade, portanto fica em pé ou cai de acordo com a fé em Deus." (Nietzche 1968, p. 70). O argumento moral para a existência de Deus toma essencialmente a afirmação de Nietzche como uma de suas premissas: se não há Deus, então "simplesmente não existem fatos morais." |acessodata=9 de abril de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref><ref name="Miller">{{citar livro|url = http://books.google.com/books?id=VgMB9-tMSMoC&pg=PA85&dq=has+truth+only+if+God+is+truth%E2%80%93it+stands+of+falls+with+faith+in+God&hl=en&ei=eWJ5TezrI4XgrAGzx_TfBQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=4&ved=0CDcQ6AEwAzgK#v=onepage&q=has%20truth%20only%20if%20God%20is%20truth%E2%80%93it%20stands%20of%20falls%20with%20faith%20in%20God&f=false|título=Victorian Subjects|editora= [[Duke University Press]]|citação=Como outros escritores de meados do {{séc|XIX|língua3=en|ref=harv}}, [[George Eliot]] não tinha plena consciência das implicações de seu [[humanismo]], e, como Nietzsche viu, tentou a difícil tarefa de defender a moral cristã do [[altruísmo]], sem fé no Deus cristão.|acessodata=09-04-2011}}</ref>
 
Existem [[Ética normativa|sistemas normativos éticos]] que não necessitam que os princípios e regras sejam fornecidos por uma divindade. Alguns incluem [[ética da virtude]], [[contrato social]], [[Immanuel Kant|ética kantiana]], [[utilitarismo]] e o [[objetivismo]]. [[Sam Harris]] propôs que a prescrição moral (criar regras éticas) não é apenas uma questão a ser explorada pela [[filosofia]], mas que podemos praticar significativamente uma [[ciência da moralidade]]. Um tal sistema científico deve, no entanto, responder ao criticismo consubstanciado na [[falácia naturalista]].<ref>{{citar livro|título=Principia Ethica |url=http://fair-use.org/g-e-moore/principia-ethica/s.13 |ano=1903 |primeiro=G. E. |último=Moore |autorlink=G. E. Moore |acessodata=9 de abril de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}</ref>
 
Os filósofos [[Susan Neiman]]<ref>{{citar vídeo|pessoas=[[Susan Neiman]] |título=Beyond Belief Session 6 |medium=Conference |publicadopor=The Science Network |local=[[Salk Institute]], La Jolla, CA |data=6 de novembro de 2006}}</ref> e [[Julian Baggini]]<ref>{{harvnb|Baggini|2003|p=40}}</ref> (entre outros) afirmam que o comportamento ético apenas devido ao mandato divino não é o comportamento ético verdadeiro, mas apenas a obediência cega. Baggini argumenta que o ateísmo é uma base superior para a ética, afirmando que uma base moral externa aos imperativos religiosos é necessária para avaliar a moralidade dos próprios imperativos - para ser capaz de discernir, por exemplo, que "furtarás" é imoral, mesmo que a sua religião o instrua a fazer isso - e que os ateus, portanto, têm a vantagem de estarem mais inclinados a fazer tais avaliações.<ref>{{harvnb|Baggini|2003|p=43}}</ref> O político e filósofo contemporâneo [[britânico]] Martin Cohen ofereceu o exemplo historicamente mais revelador de injunções [[Bíblia|bíblicas]] em favor da [[tortura]] e [[escravidão]] como evidência de que as injunções religiosas seguem os costumes políticos e sociais, e não vice-versa, mas também observou que a mesma tendência parece ser verdadeira para filósofos supostamente imparciais e objetivos.<ref>101 Ethical Dilemmas, 2nd edition, by Cohen, M., Routledge 2007, pp184-5. (Cohen nota particularmente que Platão e Aristóteles argumentaram a favor da escravatura.)</ref> Cohen explana esse argumento com mais detalhes na ''Filosofia Política de Platão a Mao'', no caso do [[Alcorão]] que ele vê como tendo tido um papel geralmente infeliz na preservação dos códigos sociais do início do {{séc|VII}} por meio de mudanças na sociedade [[Secularismo|secular]].<ref>''Political Philosophy from Plato to Mao'', de Cohen, M, Segunda edição, 2008</ref>
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* [[Bertrand Russell|Russell, Bertrand]], ''Why I am not a Christian, and other essays on religion and related subjects'', Simon and Schuster, 1957</ref> Os ateus têm-se envolvido muitas vezes em debates com defensores da religião, e os debates por vezes tratam a questão de saber se as religiões oferecem um benefício líquido para os indivíduos e para a sociedade.
 
Um argumento de que as religiões podem ser prejudiciais, feito por ateus como Sam Harris, é que a dependência das religiões ocidentais da autoridade de Deus presta-se ao [[autoritarismo]] e ao [[dogmatismo]].<ref>{{citar web|último=Harris |primeiro=Sam |autorlink=Sam Harris (autor) |título=The Myth of Secular Moral Chaos |url=http://www.secularhumanism.org/index.php?section=library&page=sharris_26_3 |publicado=[[Free Inquiry]] |ano=2006a |língua3língua=en|acessodata=9 de abril de 2011}}</ref> Os ateus também citaram dados mostrando que há uma correlação entre [[fundamentalismo religioso]] e [[Psicologia da religião|religião extrínseca]] (quando a religião é praticada porque serve a interesses ocultos)<ref name=Moreira-almeida2006>{{citar periódico|doi=10.1590/S1516-44462006005000006 |autor=Moreira-almeida, A. |coautores=Lotufo Neto, F.; Koenig, H.G. |ano=2006 |título=Religiousness and mental health: a review |periódico=Revista Brasileira de Psiquiatria |volume=28 |páginas=242–250 |url=http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44462006000300018&script=sci_arttext |acessodata=12-07-2007 |pmid=16924349 |issuenúmero=3 |ref=harv}}</ref> e autoritarismo, dogmatismo e [[preconceito]].<ref>Veja por exemplo: {{citar periódico|último1 =Kahoe |primeiro1 = R.D.| month=June |ano=1977 |título=Intrinsic Religion and Authoritarianism: A Differentiated Relationship|periódico=Journal for the Scientific Study of Religion|volume=16|issuenúmero=2 |páginas= 179–182 |jstor=1385749}} Ver também: {{citar periódico|último1 =Altemeyer |primeiro1 = Bob |primeiro2 = Bruce|último2 = Hunsberger |ano=1992| url=http://www.informaworld.com/smpp/content~content=a785040926~db=all |título=Authoritarianism, Religious Fundamentalism, Quest, and Prejudice|periódico= [[International Journal for the Psychology of Religion]]| volume=2|issuenúmero=2|páginas= 113–133 | doi = 10.1207/s15327582ijpr0202_5 |acessodata=09-04-2011}}</ref> Estes argumentos, combinados com eventos históricos que são argumentos para demonstrar os perigos da religião, como as [[Cruzadas]], [[Inquisição]], [[caça às bruxas]] e os [[Ataques de 11 de setembro de 2001|ataques terroristas]], têm sido usados em resposta às reivindicações dos efeitos benéficos da crença na religião.<ref>{{citar web|último=Harris |primeiro=Sam |autorlink=Sam Harris |título=An Atheist Manifesto |url=http://www.truthdig.com/dig/print/200512_an_atheist_manifesto |publicado=[[Truthdig]] |ano=2005 |citação=In a world riven by ignorance, only the atheist refuses to deny the obvious: Religious faith promotes human violence to an astonishing degree. |língua3língua=en|acessodata=9 de abril de 2011}}</ref> Os crentes contra-argumentam que alguns regimes que defendem o ateísmo, como foi a [[Rússia soviética]], também foram [[Assassinatos em massa sob regimes comunistas|culpados de assassinatos em massa]],<ref name="John S. Feinberg, Paul D. Feinberg">{{citar livro|url = http://books.google.com/books?id=Nl-f5SKq9mgC&pg=PA697&dq=Aleksandr+Solzhenitsyn+But+if+I+were+asked+today+to+formulate+as+concisely+as+possible+the+main+cause+of+the+ruinous+revolution+that+swallowed+up+some+60+million+of+our+people,+I+could+not+put+it+more+accurately+than+to+repeat:+'Men+have+forgotten+God;+that's+why&hl=en&ei=poxYTfTSHcTflgfhpOjHBw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=6&ved=0CEMQ6AEwBQ#v=onepage&q&f=false|autor=John S. Feinberg, Paul D. Feinberg|título=Ethics for a Brave New World|editora=[[Stand To Reason]]|citação=Há mais de meio século, quando eu ainda era uma criança, lembro-me de ouvir algumas pessoas idosas oferecerem a seguinte explicação para os grandes desastres que se abateram sobre a Rússia: "Os homens esqueceram-se de Deus; é por isso que tudo isso aconteceu." Desde então, passei quase 50 anos trabalhando na história da nossa revolução; no processo li centenas de livros, coletei centenas de testemunhos pessoais e já contribui com oito volumes do meu próprio esforço de limpar os escombros deixados por essa reviravolta. Mas se me pedissem hoje para formular, tão sucintamente quanto possível, a principal causa da revolução ruinosa que engoliu cerca de 60 milhões de pessoas do nosso povo, eu não poderia dizê-lo com mais precisão do que repetir: "Os homens esqueceram-se de Deus; é por isso que tudo isso aconteceu."|acessodata=18 de outubro de 2007|língua3língua=en|ref=harv}}</ref><ref name="Totalitarianism and Atheism">{{citar web|url = http://catholiceducation.org/articles/apologetics/ap0214.htm|título=Answering Atheist’s Arguments|publicado= Catholic Education Resource Center|autor=[[Dinesh D'Souza]]|língua3língua=en|acessodata=9 de abril de 2011}}</ref> apesar destes atos não conterem relação alguma com a ausência de religião do regime.
 
== Discriminação e preconceito ==
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[[Imagem:States with death penalty for apostasy.svg|thumb|upright=1.8|Países onde, em 2007, a [[apostasia]] era punida com a [[pena de morte]] de acordo com legislações nacionais (''preto'') ou regionais (''cinza escuro''). Atualmente, isto acontece apenas em [[países islâmicos]]]]
 
O ateísmo sempre foi uma [[doutrina]] perseguida, clandestina e discriminada.<ref name="pstu henrique">{{citar web |url= http://www.pstu.org.br/teoria_materia.asp?id=6637&ida=70|título= Por que somos ateus?|língua3=pt|acessodata= 19 de março de 2011|autor= Henrique Carneiro|coautores= [[PSTU]]|data= 8 de maio de 2007|citação= Os sacerdotes foram os primeiros agentes do aparelho coercitivo do Estado. Duvidar dos deuses, portanto, sempre foi, na história das civilizações, um crime contra o Estado. Por isso, o ateísmo sempre foi uma doutrina clandestina, perseguida, denunciada, estigmatizada, e seus porta-vozes são, por milênios, praticamente inexistentes na história do pensamento. [...] lembremo-nos sempre que o debate do ateísmo sempre se fez de forma clandestina e, portanto, cifrada, sem uma exposição pública total de ideias cujo preço a se pagar por sustentá-las podia ser a morte ou até mesmo pior do que a morte, a tortura e a humilhação.}}</ref> Durante a [[cristianização]] do [[Império Romano]], o ateísmo foi considerado crime terrível e praticamente deixou de existir na história das ideias europeias.<ref name="pstu henrique 2">{{citar web |url= http://www.pstu.org.br/teoria_materia.asp?id=6637&ida=70|título= Por que somos ateus?|língua3=pt|acessodata= 19 de março de 2011|autor= Henrique Carneiro|coautores= [[PSTU]]|data= 8 de maio de 2007|citação= Com o advento da [[cristianização]] do [[Império Romano]], pela primeira vez, uma religião monoteísta tornava-se dominante numa vasta área territorial. Para impor seu domínio declarou guerra implacável contra todos os outros deuses [[Paganismo|pagãos]]. Mais forte ainda, no entanto, foi a repressão às ideias negadoras da [[existência de deus]]. O ateísmo foi considerado um crime terrível e praticamente desapareceu da história das ideias na Europa.}}</ref> Até o {{séc|XIX}}, devido ao poder político-eclesiástico, o indivíduo que assumisse oposição aos ensinamentos da Igreja seria recriminado pela sociedade e pelo governo com acusações de desonestidade, rebeldia, incredulidade e libertinagem.<ref>{{citar web |url= http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=74&materia=837|título=Deus não existe! |língua3=pt|acessodata=20 de março de 2011|último=Alves|primeiro=Oziel|coautores=[[Revista Enfoque]] |data=Setembro de 2007 |citação= Até meados do {{séc|XIX}}, toda a humanidade acreditava na existência de um "deus", [...] O poder político-eclesiástico não admitia contradições em relação aos textos bíblicos e ser cristão era praticamente uma imposição. O indivíduo que quisesse assumir publicamente oposição aos ensinamentos da Igreja, de antemão sabia: seria recriminado pelo governo e pela sociedade com acusações de incredulidade, rebeldia, libertinagem e desonestidade. Para manter a boa imagem, era preferível não admitir tal posicionamento.}}</ref>
 
Uma pesquisa feita pelo Instituto Gallup em 1999 comprova que 95% dos [[estadunidenses]] votaria em uma [[mulher]] para presidente, 92% votaria em um [[Judaísmo|judeu]] ou [[Negros|negro]], 79% em um [[Homossexualidade|homossexual]] mas apenas 49% votaria em um ateu.<ref name="super">{{citar web|url= http://super.abril.com.br/ciencia/aitola-ateus-447166.shtml|título=O aitolá dos ateus|língua3=pt|acessodata= 19 de março de 2011|último=Axt|primeiro=Barbara|coautores=[[Super Interessante]]|data= Agosto de 2007|citação= [...] ele cita uma pesquisa feita pelo Instituto Gallup em 1999. Segundo o levantamento, 95% dos americanos votariam em uma mulher para presidente, 92% em um negro ou judeu e 79% em um homossexual. Mas apenas 49% colocariam um ateu na Casa Branca.}}</ref> A revista [[Newsweek]] estima uma porcentagem ainda menor: 37%<ref>{{citar web |url=http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EDG75728-5990,00.html |título= As questões dos ateus 3- Como seria o mundo sem religião?|língua3=pt|acessodata= 20 de março de 2011|autor= [[Alexandre Mansur]] e [[Luciana Vicária]] com [[Mariana Sanches]]|publicado= [[Época (revista)|Época]]|data= 13 de novembro de 2006|citação= Segundo a revista Newsweek, só 37% dos americanos afirmam que votariam em um ateu para presidente.}}</ref> Uma pesquisa de 2007 encomendada pela CNT/Sensus revela que 84% dos [[brasileiros]] votariam em um negro para [[Presidente da República]], 57% em uma mulher, 32% em um homossexual mas apenas 13% votaria em um ateu.<ref>{{citar web |url= http://veja.abril.com.br/261207/p_070.shtml|título= Como a fé resiste à descrença|língua3língua=en|acessodata= 19 de março de 2011|autor= [[André Petry]]|coautores= [[Veja]]|data= 26 de dezembro de 2007|citação= Uma pesquisa encomendada por VEJA, realizada pela CNT/Sensus, mostra que 84% dos brasileiros votariam em um negro para presidente da República, 57% dariam o voto a uma mulher, 32% aceitariam votar em um homossexual, mas – perdendo de capote – apenas 13% votariam em um candidato ateu (veja quadro). Pior que isso só o capeta.}}</ref> Uma pesquisa de agosto de 2010 realizada pelo Núcleo de Opinião Pública em uma iniciativa da Fundação Perseu Abramo (FPA) e [[SESC]] revelou que 66% das mulheres brasileiras jamais votariam em um ateu e 11% dificilmente votaria, enquanto 61% dos homens brasileiros nunca votaria e 13% dificilmente votaria.<ref>{{citar web |url=http://www.fpabramo.org.br/sites/default/files/pesquisaintegra.pdf |título=MULHERES BRASILEIRAS E GÊNERO NOS ESPAÇOS PÚBLICO E PRIVADO|língua3=pt|acessodata=27 de março de 2011 |autor= [[Fundação Perseu Abramo]] |data= agosto de 2010|páginas=279}}</ref> Uma pesquisa realizada no dia 13 de dezembro de 2012 pelo Datafolha indica que 86% dos brasileiros acreditam que a crença em Deus torna as pessoas melhores, enquanto que apenas 13% acreditam que a implicação não é obrigatória.<ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/poder/1206138-tendencia-conservadora-e-forte-no-pais-diz-datafolha.shtml|título=Tendência conservadora é forte no país, diz Datafolha|publicado=Folha de S. Paulo - Poder|data=25 de dezembro de 2012|língua3=pt|acessodata=28 de dezembro de 2012}}</ref>
 
== Visibilidade ==
Conforme a Associação Americana de Livreiros, em 2005 as obras da categoria "céticos e ateus" registraram o maior crescimento da história até então e o segundo maior entre os demais gêneros.<ref name="época publicações">{{citar web |url=http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EDG75728-5990,00.html |título= As questões dos ateus 3- Como seria o mundo sem religião?|língua3=pt|acessodata=20 de março de 2011|autor= [[Alexandre Mansur]] e [[Luciana Vicária]] com [[Mariana Sanches]]|publicado=Época|data= 13 de novembro de 2006|citação= Foi nos Estados Unidos que o grupo de militantes ateus ficou mais ruidoso. O fenômeno cultural já pode ser observado nas bancas de jornal e nas livrarias. De acordo com a Associação Americana dos Livreiros, em 2005 as obras que se enquadram na categoria "céticos e ateus" registraram o maior crescimento da História e o segundo maior entre os gêneros catalogados. A Sociedade dos Céticos edita uma revista mensal com a quinta maior tiragem entre as publicações especializadas do país. Na televisão, a dupla de mágicos Penn Jillette e Raymond Joseph Teller desmascara truques místicos e agora prega o ateísmo no programa Bullshit, no canal Fox News (exibido no Brasil pelo canal pago FX).}}</ref> A revista mensal com a quinta maior tiragem dos Estados Unidos, entre as especializadas, é uma publicada pela [[Sociedade dos Céticos]].<ref name="época publicações"/> Na [[Fox News]], o programa ''[[Bullshit!]]'' dissemina o ateísmo e a dupla de mágicos [[Penn Jillette]] e [[Raymond Joseph Teller]] desmascara truques místicos.<ref name="época publicações"/>
 
=== Ateus famosos ===
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== Bibliografia ==
* {{citar livro|último=Arvon|primeiro=Henri|autorlink=Henry Arvon|título=O Ateísmo|editora=[[Publicações Europa-América]]|ano=1974 |isbn=9789721001749 |url=https://books.google.com.br/books?id=eajBNAAACAAJ|local=Sintra|acessadoem=8 de abril de 2015|páginas=128|ref=harv}}
* {{citar livro|último=Baggini|primeiro=Julian|autorlink=Julian Baggini|título=Atheism: A Very Short Introduction|ano=2003|local=Oxford|editora=[[Oxford University Press]]|isbn=0-19-280424-3|língua3língua=en|ref=harv}}
* {{citar livro|último=Cancian|primeiro=André Dispore|título=Ateísmo e Liberdade: Uma Introdução do Livre-Pensamento|local=São José do Rio Preto|editora=ADC|ano=2002|edição=7|isbn=9788590555810|páginas=300|url=https://books.google.com.br/books?id=mw9skEBV4sIC|acessadoem=8 de abril de 2015|ref=harv}}
* {{citar web |url=http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/ebs/ebs_225_report_en.pdf |ligação inativa= |datali= |título=Special Eurobarometer 225: Social Values, Science and Technology |acessodata=8 de abril de 2015 |acessomesdia= |acessoano= |nocaps= |autor=[[Comissão Europeia]] |ultimo= |primeiro= |autorlink= |coautores= |data= |ano=2005 |mes= |formato=PDF |obra= |publicado=[[Eurobarômetro]] |páginas= |língua=inglês |língua2= |língua3= |lang= |doi= |arquivourl= |arquivodata= |wayb= |arquivourl_li= |arquivourl_datali= |citação= |notas= |página=7-12 |ref=harv}}
* {{Citar livro|nome=George|sobrenome=Minois|autorlink=George Minois|título=História do Ateísmo|subtítulo=Os Descrentes no Mundo Ocidental, Das Origens aos Nossos Dias|local=São Paulo|editora=[[UNESP (editora)|UNESP]]|ano=2014|anooriginal=1998|páginas=762|isbn=978-85-393-0524-7|ref=harv}}
* {{citar livro|sobrenome=Martin|nome=Michael (ed.)|autorlink=Michael Martin|título=The Cambridge Companion to Atheism|url=http://books.google.ca/books?id=tAeFipOVx4MC&lpg=PA8&dq=The%20Cambridge%20Companion%20to%20Atheism&pg=PA8#v=onepage&q&f=true|local=Cambridge|editora=[[Cambridge University Press]]|ano=2007|isbn=0-521-60367-6|acessodata=9 de abril de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}
* {{citar livro|último=Smith|primeiro=George H|autorlink=George H. Smith|título=Atheism: The Case Against God|ano=1979|local=Amherst|editora=[[Prometheus Books]]|isbn=0-87975-124-X|língua3língua=en|url=https://books.google.com.br/books?id=3HX8undhcmsC|acessadoem=8 de abril de 2015|páginas=200|ref=harv}}
* {{citar livro|último=Souza|primeiro=Draiton Gonzaga de|título=O Ateísmo Antropológico de Ludwig Feuerbach|local=Porto Alegre |editora=[[EDIPUCRS]]|ano=1994|url=https://books.google.com.br/books?id=fsoEPc94-tgC|acessadoem=8 de abril de 2015|páginas=83|ref=harv}}
* {{citar livro|último=Thrower|primeiro=James|autorlink=James Thrower |url=https://books.google.com.br/books?id=Mt59PQAACAAJ|título=Breve história do ateísmo ocidental|local=São Paulo|editora=Edições 70|ano=1982|obra=Coleção Saber da Filosofia|acessadoem=8 de abril de 2015|páginas=144|isbn=9789724400716|ref=harv}}
* {{citar livro|último= Zdybicka|primeiro= Zofia J|ano=2005|contribuição= Atheism|url=http://ptta.pl/pef|contribution-url=http://ptta.pl/pef/haslaen/a/atheism.pdf|editor-firstnome = Andrzej|editor-lastsobrenome = Maryniarczyk|título=Universal Encyclopedia of Philosophy|volume = 1|editora=Polish Thomas Aquinas Association|acessodata=9 de abril de 2011|língua3língua=en|ref=harv}}
 
== Ligações externas ==