Sistema Solar: diferenças entre revisões
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[[Imagem:Lhborbits.png|thumb|esquerda|400px|Simulação da órbita dos planetas gigantes a) no início; b) durante o intenso bombardeio tardio (ilustra-se igualmente a eventual troca de posição entre Urano e Netuno) e c) após o processo de migração planetária. Note como os objetos além da órbita inicial de Netuno são espalhados.<ref name="Gomes">{{citar jornal | url=http://www.nature.com/nature/journal/v435/n7041/pdf/nature03676.pdf|arquivourl=http://www.webcitation.org/6EGLsx6kN|arquivodata=7 de fevereiro de 2013|título=Origin of the cataclysmic Late Heavy Bombardment period of the terrestrial planets|autor=R. Gomes, H. F. Levison, K. Tsiganis, A. Morbidelli| jornal=Nature|ano=2005|volume=435|páginas=466| doi=10.1038/nature03676|formato=PDF|acessodata=7 de fevereiro de 2013}}</ref>]]
Essa mudança afetou a órbita dos outros dois gigantes externos, Urano e Netuno, tornando-as também mais alongadas. Netuno, então, passou a interceptar uma região povoada por rochas e gelo, dando início a um dos períodos mais violentos da história do Sistema Solar. Ao adentrar nessa região, o planeta provocou um distúrbio na órbita dos corpos menores, direcionando-os para dentro ou para fora do Sistema Solar. Muitos deles atingiram os planetas internos, durante o período denominado [[intenso bombardeio tardio]], ocorrido há quatro bilhões de anos
Apesar de conseguir responder a muitas questões que até então se colocavam, o modelo de Nice originalmente não explicava como puderam os gigantes gasosos formar-se no intervalo de tempo atualmente considerado pela comunidade científica, exigindo várias centenas de milhões de anos para lá deste. Aplicando a lógica do modelo, mas pressupondo que a nebulosa inicial seria mais densa do que a teoria original estimava, mostrou-se que a formação dos planetas exteriores no prazo indicado era exequível. Simulações de computador, respeitando o modelo de Nice, mas partindo de uma nebulosa mais densa, confirmaram a hipótese. No entanto, introduziram igualmente uma possibilidade que não havia sido equacionada: em metade das simulações efetuadas, Netuno formava-se entre Urano e Saturno, sendo progressivamente levado para uma órbita exterior a Urano. Perante a incerteza que as probabilidades registram neste aspecto particular, a hipótese da troca de posição entre os dois planetas mais exteriores mantém-se em aberto.<ref name="Steve Desch e a troca Netuno/Urano">{{citar web|url=http://www.eurekalert.org/pub_releases/2007-12/asu-sss121107.php|título=Solving solar system quandaries is simple: Just flip-flop the position of Uranus and Neptune|acessodata=24 de agosto de 2013|autor=Nikki Staab|data=11 de dezembro de 2007|publicado=eurekalert.org|língua=Inglês}}</ref><ref name"National Geo e a troca Netuno/Urano">{{citar web|url=http://news.nationalgeographic.com/news/2007/12/071219-planet-swap.html|título=Uranus, Neptune Swapped Spots, New Model Says|acessodata=24 de agosto de 2013|autor=Anne Minard|data=19 de dezembro de 2007|publicado=National Geographic News|língua=Inglês}}</ref>
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O maior planeta telúrico e o quinto maior do Sistema Solar, é o terceiro a contar do Sol. Seu [[núcleo terrestre|núcleo]] é constituído principalmente por [[ferro]], ao redor do qual encontra-se uma [[manto|camada de rochas fundidas]], por sua vez cercada por uma [[crosta terrestre|crosta]] relativamente fina e dividida em [[Placa tectónica|placas tectônicas]] em constante movimento, responsáveis pelas atividades [[Sismo|sísmica]] e [[vulcão| vulcânica]] na Terra. O núcleo metálico e a [[Rotação da Terra|rotação do planeta]] [[teoria do dínamo|permitem a formação]] de um substancial [[campo magnético terrestre|campo magnético]]. Com mais de setenta por cento de sua superfície coberta por [[água]], a Terra apresenta uma peculiaridade em relação aos demais planetas, já que é o único conhecido a abrigar [[vida]]. Os seres que nele habitam influenciam a composição e a dinâmica da [[atmosfera terrestre]], formada principalmente por [[Azoto|nitrogênio]] e [[Oxigénio|oxigênio]]. A [[Inclinação axial|inclinação]] do [[eixo terrestre|eixo de rotação]] é responsável pela ocorrência de [[Estação do ano|estações]] que regulam o [[clima]].<ref>{{citar web|url=http://solarsystem.nasa.gov/planets/profile.cfm?Object=Earth&Display=OverviewLong|arquivourl=http://www.webcitation.org/6Dv3hj3LJ|arquivodata=24 de janeiro de 2013|título=Earth|autor=[[NASA]]|publicado=Solar System Exploration|língua=Inglês|acessodata=24 de janeiro de 2013}}</ref>
Nosso planeta possui somente um satélite natural, a [[Lua]]. Como [[Atmosfera da Lua|praticamente não possui atmosfera]] nem está sujeita a outros agentes erosivos, a superfície lunar encontra-se coberta por marcas de impacto de outros corpos na forma de inúmeras crateras. Visualmente, a Lua é dividida em duas regiões conforme sua coloração: as terras altas, geralmente mais claras, e os ''[[Mare (Lua)|mares]]'', bacias de impacto preenchidas com lava que se mostram mais escuras. O período de rotação do satélite (cerca de 27 dias) é exatamente igual ao período de translação em torno da Terra, o que faz com que a Lua tenha sempre a mesma face voltada para o planeta (fenômeno denominado [[rotação sincronizada]]). Dentre as influências que a presença da Lua provoca na Terra, pode-se ressaltar a ocorrência das [[maré]]s e a estabilidade no eixo de rotação do planeta.<ref group="nota">Modelos computacionais sugerem que a presença da Lua faz com que o eixo da Terra se mantenha relativamente estável com uma inclinação de cerca de 23°. Do contrário, o eixo vagaria aleatoriamente o que, ao longo de milhões de anos, afetaria o clima e possivelmente a evolução da vida no nosso planeta. </ref><ref>{{Harvnb|McFadden|2007|p=227-228}}</ref>
==== Marte ====
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{{Distância dos corpos do Sistema Solar}}
Tomando-se como ponto de visão a parte norte do Sistema Solar,<ref group="nota">Como se o Sistema Solar fosse observado a uma gigantesca altitude imediatamente acima do polo norte terrestre</ref>
[[Imagem:Earth's Axis (small).gif|thumb|esquerda|O movimento de [[rotação da Terra]] leva aproximadamente 24 horas para se completar.]]
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== Observação e exploração ==
Por milênios a humanidade não reconheceu a existência do Sistema Solar. Contudo, ainda nos séculos [[Anno Domini|antes de Cristo]], [[Civilização grega|gregos]] e [[Babilônia|babilônios]] foram os primeiros a utilizar a matemática para tentar prever a posição das "estrelas errantes" que apresentavam um movimento irregular.<ref>{{citar web|url=https://dept.astro.lsa.umich.edu/ugactivities/Labs/planetMotions/index.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2SAmOAv|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=Motions of the Inner and Outer Planets|autor=Universidade de Michigan - Departamento de Astronomia|língua=Inglês|data=25 de outubro de 2010|acessodata=27 de janeiro de 2013}}</ref> Embora não existam registros escritos, acredita-se terem sido os [[Escola pitagórica|pitagóricos]], durante o século V a.C., a introduzir a noção de que a Terra possuía um formato esférico e que os demais corpos orbitavam à sua volta.<ref name="geocentric">{{Harvnb|McFadden|2007|p=53}}</ref> Uma das primeiras teorias para explicar o movimento planetário foi criada pelo [[filósofo]] grego [[Aristóteles]] e propunha a existência de várias esferas cristalinas que giravam ao redor da Terra. Em cada uma delas estaria incrustado um corpo celeste, como o Sol, a Lua, os planetas e o conjunto das estrelas fixas. A última esfera seria a do "movimento primordial", cuja rotação seria transmitida de uma esfera para outra, promovendo, assim, o movimento de todos os corpos. Ajustando-se as [[velocidade angular|velocidades angulares]] dessas esferas seria possível explicar o movimento planetário.
[[File:Ptolemaic elements.svg|thumb|Esquema do modelo de epiciclos de Ptolomeu, em que o planeta girava em torno de um ponto imaginário que, por sua vez, girava em torno da Terra. Note que o centro da órbita localiza-se em um ponto imaginário chamado [[deferente]], criado para explicar as irregularidades no movimento planetário.]]
Logo surgiram as incoerências na teoria, cuja solução aparente foi apresentada por [[Ptolemeu|Ptolomeu]] na sua obra [[Almagesto]]: um modelo planetário cujo centro ainda era a Terra, onde os planetas não permaneciam fixos em sua órbita mas giravam em torno de um ponto imaginário, formando um [[epiciclo]], o que explicaria diversos aspectos observados, especialmente o movimento retrógrado aparente. Essa teoria, no entanto, ainda não era capaz de descrever com exatidão a trajetória dos planetas, pelo que passou por diversos ajustes.<ref name="idade media">{{citar web|url=http://csep10.phys.utk.edu/astr161/lect/retrograde/aristotle.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E9vQSdW9|arquivodata=4 de fevereiro de 2013|título=The Universe of Aristotle and Ptolemy|autor=Departamento de Física e Astronomia da [[Universidade do Tennessee]]|língua=Inglês|acessodata=4 de fevereiro de 2013}}</ref> Contudo, ainda antes de Ptolomeu, [[Aristarco de Samos]] foi o primeiro a propor que a Terra e todos os demais planetas orbitavam o Sol, embora sua ideia não tenha se popularizado.<ref name="geocentric" />
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[[Imagem:Voyager 1 entering heliosheath region fr.jpg|thumb|Representação da helisofera e a localização das sondas Voyager.]]
Quando a matéria proveniente do Sol passa a interagir com a [[meio interestelar|matéria interestelar]], sua velocidade é drasticamente reduzida a valores [[subsônico]]s, formando uma onda de choque terminal<ref group="nota">Ou uma onda de choque de terminação, a partir da tradução literal do inglês ''termination shock''.</ref> onde o material é comprimido e sua temperatura aumenta.<ref>{{citar web|url=http://ibex.swri.edu/students/IBEX_heliosphereposter.pdf|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2TUUV1d|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=IBEX: The edge of our Solar System|autor=[[NASA]]|língua=inglês|formato=PDF|acessodata=27 de janeiro de 2013}}</ref> Até o presente momento somente duas sondas conseguiram chegar a essa área, a [[Voyager 1]] e a [[Voyager 2]], cujas leituras indicaram que a distância dessa região ao Sol era de 94 e 83,7 unidades astronômicas,<ref group="nota" name="UA"/>
=== Contexto local ===
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O Sol e os corpos que o orbitam movem-se através de uma região da galáxia repleta de gases do meio interestelar conhecida como [[nuvem interestelar local]]. Atualmente o Sol segue em direção a uma das áreas com menor densidade da nuvem chamada de [[bolha local]] e, segundo estimativas, provavelmente a cruzará em toda a sua extensão nos próximos dez mil anos. Pouco se sabe sobre essa região do espaço e como ela afeta o Sistema Solar. O fluxo da nuvem interestelar, por sua vez, é influenciado pela [[Cinemática estelar#Associações estelares|associação Scorpius-Centaurus]], uma área de [[formação estelar]] a algumas centenas de anos-luz de distância que, por sua intensa atividade, produz um [[Vento estelar|vento de plasma]] quente e de baixa densidade.<ref>{{citar web|url=http://www.nasa.gov/mission_pages/ibex/news/interstellar-difference.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2TwM03C|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=IBEX: Glimpses of the Interstellar Material Beyond our Solar System|autor=[[NASA]]|data=31 de janeiro de 2012|língua=inglês|acessodata=28 de janeiro de 2013}}</ref><ref>{{citar web|url=http://apod.nasa.gov/apod/ap000411.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2U0LMUv|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=The Local Interstellar Cloud |autor=[[Astronomy Picture of the Day]]|publicado=[[NASA]]|data=11 de abril de 2000|acessodata=28 de janeiro de 2013|língua=inglês}}</ref><ref>{{citar web|url=http://apod.nasa.gov/apod/ap020217.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2U3c4Kj|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=The Local Bubble and the Galactic Neighborhood|autor=[[Astronomy Picture of the Day]]|publicado=[[NASA]]|data=17 de fevereiro de 2002|acessodata=28 de janeiro de 2013|língua=inglês}}</ref><ref>{{Harvnb|McFadden|2007|p=27}}</ref> Entre 450 e 1 500 anos-luz de distância do Sol se encontra a [[Nebulosa de Gum]], o [[remanescente de supernova]] mais próximo de nós.<ref>{{citar web|url=http://apod.nasa.gov/apod/ap001107.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2U7iuKu|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=The Gum Nebula Supernova Remnant|autor=[[Astronomy Picture of the Day]]|publicado=[[NASA]]|data=7 de novembro de 2000|acessodata=28 de janeiro de 2013|língua=Inglês}}</ref> Outro objeto celeste relativamente próximo do Sistema Solar é a [[Nebulosa de Órion]], a cerca de 1 500 anos-luz, onde é intensa a formação de estrelas.<ref>{{citar web|url=http://apod.nasa.gov/apod/ap120715.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2UBHmBD|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=Orion Nebula: The Hubble View|autor=[[Astronomy Picture of the Day]]|publicado=[[NASA]]|data=15 de julho de 2012|acessodata=28 de janeiro de 2013|língua=inglês}}</ref>
A [[Lista de estrelas próximas|estrela mais próxima do Sistema Solar]] é a [[anã vermelha]] [[Proxima Centauri]], uma das componentes do [[sistema estelar]] triplo [[Alpha Centauri]]. A [[magnitude aparente]] combinada deste sistema, essencialmente definida pela Alpha Centauri A e, em menor grau, pela Alpha Centauri B, resulta [[Lista das estrelas mais brilhantes|numa das estrelas mais brilhantes do céu]], visível no hemisfério sul, encontrando-se a uma distância média de 4,3 anos-luz de nós. Orbitando a segunda maior constituinte, Alpha Centauri B, que é parecida com o Sol em tamanho e brilho, foi [[Alfa Centauri Bb|descoberto um planeta]] com dimensões um pouco maiores que as da Terra, sendo, portanto, o mais próximo [[planeta extrassolar]] conhecido.<ref>{{citar web|url=http://www.eso.org/public/brazil/news/eso1241/|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2UEQZgE|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=Encontrado Planeta no Sistema Estelar mais Próximo da Terra|autor=[[Observatório Europeu do Sul]]|data=16 de outubro de 2012|acessodata=28 de janeiro de 2013}}</ref> Outras estrelas relativamente próximas são a [[estrela de Barnard]], uma [[anã vermelha]] muito pequena e visível somente com telescópio, mas com um notável [[Estrela de movimento próprio|movimento próprio]], a cerca de 5,9 anos-luz de distância, e [[Sirius]], a mais brilhante vista da Terra (depois do Sol), a 8,6 anos-luz. Em geral as proximidades do Sistema Solar são pouco povoadas por estrelas, a maior parte delas com dimensões e brilho menores que os do Sol e constituintes de [[Estrela binária|sistemas binários]] ou [[Estrela múltipla|múltiplos]]. Num raio de treze anos-luz a partir do centro do Sistema Solar existem 25 sistemas estelares e, segundo estimativas, até 32 anos-luz de distância poderão vir a ser confirmados alguns que não foram ainda descobertos, por causa de seu brilho extremamente fraco.<ref>{{citar web|url=http://apod.nasa.gov/apod/ap010318.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2UJUpye|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=The nearest stars|autor=[[Astronomy Picture of the Day]]|publicado=[[NASA]]|data=18 de
De acordo com os dados obtidos pelo [[satélite artificial]] [[Hipparcos]], colocado em órbita para medir a distância e o movimento das estrelas próximas, concluiu-se que a cada um milhão de anos, pelo menos doze estrelas em média passam a uma distância menor que um [[parsec]] (equivalente a 3,26 anos-luz) do Sol. Baseado em estimativas, acredita-se que, durante toda a existência do Sistema Solar, a menor distância que uma estrela passará do Sol será de aproximadamente 900 unidades astronômicas,<ref group="nota" name="UA"/>
=== Contexto galáctico ===
[[Imagem:Artist's impression of the Milky Way (updated - annotated).jpg|thumb|esquerda|Impressão artística da Via Láctea, com a localização indicada do Sistema Solar.]]
O Sistema Solar faz parte de uma [[galáxia espiral]] denominada [[Via Láctea]]. O Sol está localizado entre 26 e 28 mil anos-luz do [[Centro da Via Láctea|núcleo galáctico]] e a cerca de vinte anos-luz acima do [[plano galáctico]], na parte mais interna de uma formação conhecida como [[Braço de Órion]] que, na verdade, é uma mera conexão entre duas estruturas mais massivas, o [[Braço de Sagitário]] e o [[Braço de Perseus|Braço de Perseu]]. Por nos encontrarmos dentro da galáxia, vemos seu plano como uma faixa brilhante percorrendo todo o céu, cujo centro se localiza na direção da [[constelação]] do [[Sagittarius|Sagitário]]. A Via Láctea possui cerca de cem mil anos-luz de diâmetro e pelo menos 200 bilhões de estrelas, embora estimativas recentes estimem mais de 400 bilhões desses objetos,<ref group="nota" name="números"/>
Nossa galáxia pertence a um [[Aglomerado de galáxias|grupo]] esparso chamado de [[Grupo Local]], composto por três galáxias dominantes e cerca de trinta outras de menores dimensões. Dentre todas, a mais extensa é a [[Galáxia de Andrômeda]], que se localiza a cerca de 2,9 milhões de anos-luz de nós, porém, de acordo com estudos, a Via Láctea possui maior massa. A mais próxima é a [[Galáxia Anã do Cão Maior]], a 42 mil anos-luz do centro galáctico, seguida pela [[Galáxia Anã Elíptica de Sagitário]]. A [[Grande Nuvem de Magalhães|Grande]] e a [[Pequena Nuvem de Magalhães]] são as maiores dentre as [[Galáxia satélite|galáxias satélites]] da Via Láctea.<ref name="Milky Way"/><ref>{{citar web|url=http://apod.nasa.gov/apod/local_group.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6MtkTXfcp|arquivodata=25 de janeiro de 2014|título=Index - Galaxies: Local Group|autor=[[Astronomy Picture of the Day]]|publicado=[[NASA]]|língua=inglês|acessodata=25 de janeiro de 2014}}</ref>
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=== Colisões planetárias ===
[[Imagem:Massive Smash-Up at Vega.jpg|thumb|esquerda|Os planetas podem entrar em rota de colisão no futuro.]]
Uma das questões debatidas entre os cientistas refere-se à estabilidade do Sistema Solar. Sabe-se que os planetas exercem atração gravitacional entre si e, portanto, suas órbitas não são perfeitamente estáveis. Uma vez que essas variações são cumulativas, o Sistema Solar poderá entrar em um [[Teoria do caos|período caótico]] no qual a relativa estabilidade existente hoje não mais prevalecerá. Os cenários acerca do movimento planetário a longo prazo são extremamente difíceis de prever, por conta da enorme quantidade de objetos e de fatores envolvidos. Não obstante, estima-se que pelo menos nos próximos quarenta milhões de anos os planetas devam ocupar aproximadamente suas órbitas atuais. Num futuro distante a órbita de Mercúrio, por exemplo, tenderá a se tornar cada vez mais excêntrica, levando o planeta a possivelmente cruzar com a órbita de Vênus ou mesmo com a da Terra, perturbando a trajetória de todos os planetas interiores e propiciando, de acordo com cenários projetados, uma colisão de Mercúrio com Vênus em 3,5 bilhões de anos<ref group="nota" name="números"/>ou a ejeção do primeiro para fora do Sistema Solar. Essas perturbações podem causar, ainda, uma colisão entre o nosso planeta e Mercúrio ou Marte em alguns bilhões de anos,<ref group="nota" name="números"/>
=== Colisão galáctica ===
{{VT|Colisão de galáxias}}
[[Imagem:Andromeda Collides Milky Way.jpg|thumb|Início da colisão das galáxias tal como seria observada a partir da Terra, daqui a quatro bilhões de anos.<ref group="nota" name="números"/>
Daqui a cerca de quatro bilhões de anos<ref group="nota" name="números"/>a Via Láctea entrará em um processo de fusão com a [[Galáxia de Andrômeda]], atualmente a 2,5 milhões de anos-luz de distância. Apesar de o [[Expansão métrica do espaço|Universo estar em expansão]], com a maioria das galáxias se afastando umas das outras, as duas exercem interação gravitacional mútua, direcionando-as para uma colisão a uma velocidade de aproximação de cerca de 400 mil quilômetros por hora em relação à Via Láctea. As chances de ocorrerem embates entre as estrelas que as compõem são muito remotas, devido à imensa distância a que se encontram umas das outras; no entanto, serão direcionadas para órbitas aleatórias totalmente diferentes em torno do novo centro galáctico que se formará. Por isso, o Sol e consequentemente os outros corpos do Sistema Solar serão movidos para outra região da galáxia, provavelmente bem mais afastada do centro, mas sem o risco de serem destruídos. A fusão das galáxias levará mais dois bilhões de anos<ref group="nota" name="números"/>para se completar, e no fim formarão uma imensa [[galáxia elíptica]].<ref>{{citar web|url=http://www.nasa.gov/mission_pages/hubble/science/milky-way-collide.html|título=NASA's Hubble Shows Milky Way is Destined for Head-On Collision|autor=[[NASA]]|data=31 de maio de 2012|acessodata=31 de janeiro de 2013|língua=inglês}}</ref>
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=== Anã branca, negra e o fim do Sistema Solar ===
Após a ejeção das camadas externas da estrela, seu núcleo remanescente continua a se contrair, mas agora a pressão central não é mais suficiente para dar origem a novos processos de fusão e gerar energia. Com isso, por ação da gravidade a estrela se contrai até um certo ponto e irradia sua energia restante, mas não é capaz de realizar a fusão nuclear e produzir mais luz e calor. A massa restante corresponde a somente trinta por cento da massa original do Sol e suas dimensões são semelhantes às da Terra. O Sol agora se torna uma estrela [[anã branca]]. Os possíveis corpos remanescentes do Sistema Solar entrarão numa era de frio profundo, já que o pequeno núcleo que ainda permanece libera lentamente sua energia, e seu brilho e temperatura vão gradualmente diminuindo durante um período que se prolonga por cerca de um bilhão de anos,<ref group="nota" name="números">Este artigo está redigido em [[português brasileiro]] e, portanto, é utilizada a [[Escalas curta e longa|escala numérica curta]], diferente dos [[Geografia da língua portuguesa|outros países lusófonos]], nos quais é utilizada a [[escala longa]]. Por isso, o numeral um bilhão, na escala curta, equivale a mil milhões, na escala longa. Da mesma forma, um trilhão equivale a um bilião.</ref>
{{wide image|Ciclo de vida do Sol.png|1500px|Ciclo de vida do Sol, onde estão descritas as principais etapas da evolução da estrela (tamanhos fora de escala e intervalos de tempo<ref group="nota" name="números"/>desiguais, conforme indicado).}}
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* {{citar livro|url=http://catdir.loc.gov/catdir/samples/cam032/99019679.pdf|sobrenome=Murray|nome=Carl D.|coautor=Stanley F. Dermott|título=Solar System Dynamics|editora=Cambridge University Press|ano=1999|isbn=0-521-57295-9|páginas=608|língua=Inglês|acessodata=26 de janeiro de 2013|ref=harv}}
* {{citar livro|url=http://books.google.com.br/books?id=5iacbufd4kEC&pg=PA52&lpg=PA52&dq=planets+elongation+transit+conjunction&source=bl&ots=M3axDqwlxD&sig=vah2RhnczTVjnI8eyqLXsuXPnI0&hl=pt&sa=X&ei=n1wGUY7vGIqo9gSm5YDIBA&redir_esc=y#v=onepage&q=planets%20elongation%20transit%20conjunction&f=false|título=Unfolding our Universe|sobrenome=Nicolson|nome=Iain|ano=1999|editora=Cambridge University Press|língua=Inglês|isbn=0-521-59270-4|acessodata=27 de janeiro de 2013|ref=harv}}
* {{citar jornal|título= The astronomical system of Copernicus|sobrenome=Rufus|nome=W. Carl|jornal=Popular Astronomy|volume=31|url=http://adsabs.harvard.edu/full/1923PA.....31..510R|publicado=NASA Astrophysics Data System|
* {{Citar livro|sobrenome=Oliveira Filho|nome=Kepler de Souza|coautores=Maria de Fátima Oliveira Saraiva|título=Astronomia e Astrofísica|local=São Paulo|editora=Livraria da Física|ano=2004|edição=2ª|isbn=85-88325-23-3|páginas=557|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Serway|nome=R.A.|coautores=J.W Jewett Jr. |título=Princípios de Física|local=São Paulo|editora=[[Cengage Learning]]|ano = 2008|volume=1|isbn = 85-221-0382-8|ref=harv}}
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