Ciclone Catarina: diferenças entre revisões

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Um [[Análise meteorológica de superfície|núcleo-frio]] estacionário [[cavado]] formou-se ao longo do dia 19 de março de 2004 na costa do [[Região Sul do Brasil|sul do Brasil]] e deslocou-se a leste-sudeste, até o dia 22 de março, quando uma [[Crista (meteorologia)|crista]] ao seu sudeste o manteve estacionário. Com ventos excepcionalmente favoráveis e incomuns, pouco acima da média,<ref>{{citar web|url=http://www.osdpd.noaa.gov/data/sst/anomaly/2004/anomnight.3.23.2004.gif|título=NOAA/NESDIS 50 KM GLOBAL ANALYSIS: SST&nbsp;— Climatology (C), 3/23/2004|último =OSDPD|primeiro =NOAA|obra=The Office of Satellite Data Processing and Distribution|publicado=National Oceanic and Atmospheric Administration|acessodata=6 de março de 2010}}</ref> e as águas do litoral ligeiramente quentes — entre 24-26 °C —, a perturbação atmosférica desenvolveu-se gradualmente, assemelhando-se a uma [[tempestade subtropical]] durante o dia 24 de março. Localizada a {{fmtn|1010}} quilômetros a leste-sudeste do município de [[Florianópolis]], ela dirigia-se lentamente para o oeste e apareceu para se tornar uma [[tempestade tropical]] no dia 25 de março.<ref name="GPTCS">{{citar web|autor =Gary Padgett|título=March 2004 Tropical Cyclone Summary|ano=2004|publicado=Thomas R. Metcalf (Australian Severe Weather)|acessodata=2008-10-23|url=http://australiasevereweather.com/cyclones/2004/summ0403.htm}}</ref>
 
Como uma tempestade compacta, continuou dirigindo-se para o oeste, enquanto progressivamente se intensificava. A estrutura da tempestade continuou a se fortificar e, devido a uma determinada característica do [[Olho (ciclone)|olho]] mostrada em satélites, a tempestade iria atingir a força equivalente a de um furacão em 26 de março.<ref name="WWCBH">{{citar web|autor =Bob Henson|título=What was Catarina?|ano=2005|publicado=UCAR Communications|acessodata=20 de outubro de 2008|url=http://www.ucar.edu/communications/quarterly/summer05/catarina.html|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160603153603/http://www.ucar.edu/communications/quarterly/summer05/catarina.html|arquivodata=3 de Junho de 2016|urlmorta=yes}}</ref> Um jornal brasileiro então fez uma manchete que dizia que "Um furacão ameaçava Santa Catarina". Em parte devido a este título, a tempestade passou a ser oficialmente chamada de Catarina. A tempestade continuou a encontrar condições favoráveis e atingiu ventos de até 180 quilômetros por hora durante a manhã do dia 27, o que tornou a tempestade o equivalente a um furacão de categoria 2 na [[Escala de furacões de Saffir-Simpson|escala Saffir-Simpson]].<ref name="GPTCS"/>
 
== Nome ==
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Os meteorologistas estadunidenses, no entanto, tão surpresos quanto os brasileiros, consideraram que esta tempestade era um furacão imediatamente após a observação das provas provenientes de imagens satélite. Uma vez que a tormenta tinha a estrutura do olho claramente delimitada por profundas convectivas e características tropicais notadas pelas faixas centrais densas bem definidas, espirais exteriores, estrutura de escoamento, temperatura da água quente em {{fmtn|26|°C}}, pouco [[cisalhamento]] e um núcleo-quente baixo, além de ter ocorrido em março (equivalente ao setembro do [[Hemisfério Norte]], o pico da [[temporada de furacões]]), ela foi classificada como um furacão pelo [[Centro Nacional de Furacões]] dos [[Estados Unidos]].<ref>{{citar web|url=http://www.nhc.noaa.gov/archive/text/TWDAT/2004/TWDAT.200403262356|título=Tropical Weather Discussion|publicado=[[National Hurricane Center]] |acessodata=3 de dezembro de 2012}}</ref><ref>{{citar web |url=http://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,para-nasa-ciclone-catarina-foi-furacao,20040407p2057 |título=Para Nasa, ciclone Catarina foi furacão |editor=[[O Estado de S. Paulo]] |data=7 de abril de 2004 |acessodata=4 de dezembro de 2014}}</ref>
 
Embora ela seja mais comumente conhecida como Catarina, todos os nomes para esta tempestade são "não-oficiais", visto que nenhuma agência meteorológica filiada da [[Organização Meteorológica Mundial]] atribuiu um nome à tormenta. (Nomes de ciclone tropicais são predeterminados por um comitê internacional da Organização Meteorológica Mundial).<ref>{{citar web|url=http://www.nhc.noaa.gov/aboutnames.shtml|título=Worldwide Tropical Cyclone Names|publicado=National Hurricane Center|acessodata=21 de outubro de 2008}}</ref> Ela também foi extra-oficialmente chamada de "Aldonça"<ref>{{citar web|url=http://www.drdisk.com.hk/aldonca.htm|título=Hurricane Catarina/Aldonca&nbsp;— Rare South Atlantic Hurricane|publicado=Phil Smith|autor =NLMRY|data=Março de 2004|acessodata=21 de outubro de 2008|arquivourl=httphttps://web.archive.org/web/20080922124548/http://www.drdisk.com.hk/aldonca.htm <!--Added by H3llBot-->|arquivodata=22 de setembroSetembro de 2008|urlmorta=yes}}</ref> e seus nomes consultivos foram "01T-ALPHA" para o [[Met Office]] do [[Reino Unido]] e "50L-NONAME" para o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, que a mantém fora designação normal, que começam em 1L para tempestades nomeadas e usa 90L a 99L para possíveis tempestades.<ref name="GPTCS"/>
 
Também não há convenção de nomenclatura oficial para o termo meteorológico de ciclones tropicais com ventos de pelo menos 119 km/h na bacia do Atlântico Sul; no entanto, porque ter sido no [[Hemisfério Sul]], é geralmente considerado Ciclone Catarina, por "ciclone" ser o termo predominante para ciclones tropicais do Hemisfério Sul.<ref name="GPTCS"/>
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Normalmente, os ciclones tropicais não se formam no sul do [[Oceano Atlântico]], devido ao forte [[cisalhamento]] de nível superior, águas de temperaturas frias e pela falta de uma [[Zona de convergência (meteorologia)|zona de convergência]] de [[convecção]]. Ocasionalmente, porém, como visto [[Ciclone tropical do Atlântico Sul|em 1991 e no início de 2004]], as condições podem tornar-se ligeiramente mais favoráveis para a formação deste tipo de fenômeno. Para o Catarina, houve uma combinação de anomalias climáticas e atmosféricas. A temperatura da água no trajeto de Catarina era de 24 a {{fmtn|25|°C}}, um pouco menos do que a temperatura de {{fmtn|26.5|°C}} de um ciclone tropical normal, mas suficiente para uma tempestade de origem [[baroclinia]].<ref name="WWCBH"/>
 
Até aquele momento, nenhum ciclone tropical observado via [[Imagem de satélite|imagens de satélite]] havia alcançado a força de um furacão no sul do Atlântico, imagens que começaram a ser registradas em meados dos anos 1970.<ref>{{citar web| url = https://courseware.e-education.psu.edu/public/meteo/upperlevel_lows.html|autor = Department of Meteorology, e-Education Institute|publicado= [[Universidade da Pensilvânia]]|título= Upper-Level Lows|obra= Meteorology 241: Fundamentals of Tropical Forecasting|acessodata= 24 de outubro de 2006|arquivourl= https://web.archive.org/web/20160303214919/https://courseware.e-education.psu.edu/public/meteo/upperlevel_lows.html|arquivodata= 3 de Março de 2016|urlmorta= yes}}</ref> Embora o Catarina tenha se formado em uma área incomum, sua relação com o [[aquecimento global]] ou qualquer outro tipo de [[mudança climática]] global ainda está em debate. A [[Sociedade Brasileira de Meteorologia]] atribuiu a formação da tempestade a "mudanças climáticas e anomalias atmosféricas",<ref name="Informativo SBMET"/> enquanto outros pesquisadores têm indicado que ela poderia ser o resultado do [[Oscilação antártica|Modo Anular do Hemisfério Sul]] ou de outras variações sazonais no tempo dentro do [[Hemisfério Sul]], também ligadas às mudanças no clima mundial.<ref name = "Pezza and Simmons">{{citar web|autor = Pessa, Alexandre B. and Ian Simmonds|título= Catarina: The First South Atlantic Hurricane and its Association with Vertical Wind Shear and High Latitude Blocking| url = http://gemini.dpi.inpe.br/col/cptec.inpe.br/adm_conf/2005/09.29.06.38/doc/353-364.pdf|formato= PDF|publicado= [[Universidade de Melbourne]]|obra= 8th International Conference on Southern Hemisphere Meteorology and Oceanography|data= Abril de 2006|acessodata= 24 de dezembro de 2006|arquivourl= httphttps://web.archive.org/web/20070616130344/http://gemini.dpi.inpe.br/col/cptec.inpe.br/adm_conf/2005/09.29.06.38/doc/353-364.pdf |arquivodata= 16 de junhoJunho de 2007|urlmorta= simyes}}</ref> No entanto, mais pesquisas na área ainda são necessárias para que se chegue a uma conclusão.<ref name = "Pezza and Simmons"/>
 
== Impacto ==
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Assim como os ciclones tropicais normais, o Catarina trouxe fortes [[inundações]] com ele. Apesar da incerteza sobre o trajeto e potência da tempestade, as autoridades brasileiras tomaram as medidas adequadas para garantir a segurança dos moradores que viviam ao longo da costa. A evacuação da população ao longo da costa foi executada com sucesso, embora algumas pessoas tenham decidido enfrentar a tempestade por conta própria e em suas casas.<ref name="WWCBH"/> A tempestade danificou cerca de 40 mil casas e destruiu outras {{fmtn|1500}}; 40% da safra de [[arroz]] também foi perdida. Os danos totais foram estimados em 850 milhões de reais (cerca de 430 milhões de dólares). Ela também matou pelo menos três pessoas e feriu pelo menos outras 75. Pelo menos duas mil pessoas ficaram desabrigadas após a tempestade.<ref>{{citar web|autor =Jefferson Bernardes|publicado=''USA Today''|data=30 de março de 2004|acessodata=23 de fevereiro de 2009|título=First South Atlantic hurricane hits Brazil|url=http://www.usatoday.com/weather/news/2004-03-28-brazil-storm_x.htm}}</ref><ref>{{citar web |url=http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2012/03/passagem-do-furacao-catarina-pelo-sul-do-estado-completa-8-anos-3708522.html |título=Passagem do Furacão Catarina pelo Sul do Estado completa 8 anos |data=27 de março de 2012 |acessodata=1 de dezembro de 2014 |editor=[[Diário Catarinense]]}}</ref>
 
Em [[Passo de Torres]], muitos [[estaleiro]]s foram destruídos, pois eles não foram projetados para suportar as diferenças de pressão causadas pelos ventos do Catarina; danos generalizados em telhados também foram relatados neste município.<ref name="Emerson Marcelino">{{citar web|autor = Marcelino, Emerson Vieira; Isabela Pena Viana de Oliveira Marcelino; Frederico de Moraes Rudorff|título= Cyclone Catarina: Damage and Vulnerability Assessment| url = http://www.dsr.inpe.br/geu/Rel_projetos/Relatorio_IAI_Emerson_Marcelino.pdf|formato= PDF|ano= 2004|acessodata= 24 de dezembro de 2006|publicado= [[Universidade Federal de Santa Catarina]] (UFSC)|arquivourl= https://web.archive.org/web/20160303181933/http://www.dsr.inpe.br/geu/Rel_projetos/Relatorio_IAI_Emerson_Marcelino.pdf|arquivodata= 3 de Março de 2016|urlmorta= yes}}</ref>
[[Imagem:Cyclone_Catarina_landfall2004.jpg|thumb|esquerda|upright|O ciclone Catarina [[Landfall (meteorologia)|em terra firme]]]]
 
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=== Bibliografia ===
* {{citar periódico|último =McTaggart-Cowan|primeiro =Ron|autor2 =Lance F. Bosart |autor3 =Christopher A. Davis |autor4 =Eyad H. Atallah |autor5 =John R. Gyakum |autor6 =Kerry A. Emanuel |título=Analysis of Hurricane Catarina (2004)|periódico=[[Monthly Weather Review]]|volume=134|número=11|páginas=3029–3053|data=Novembro de 2006|url=http://ams.allenpress.com/perlserv/?request=get-abstract&doi=10.1175%2FMWR3330.1|doi=10.1175/MWR3330.1|formato=abstract|bibcode = 2006MWRv..134.3029M }}
* {{citar periódico|último =Marcelino|primeiro =Emerson Vieira|coautor=Isabela Pena Viana de Oliveira Marcelino e Frederico de Moraes Rudorff|título=Ciclone Catarina: Danos e Vulnerabilidade |publicado=Divisão de Sensoriamento Remoto|ano=2005|url=http://www.dsr.inpe.br/geu/Rel_projetos/Relatorio_IAI_Emerson_Marcelino.pdf|jornal=|acessodata=16 de Julho de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160303181933/http://www.dsr.inpe.br/geu/Rel_projetos/Relatorio_IAI_Emerson_Marcelino.pdf|arquivodata=3 de Março de 2016|urlmorta=yes}}
* {{citar conferência|primeiro =Alexandre B.|último =Pezza|autor2 =Ian Simmonds|título=Catarina: The First South Atlantic Hurricane and its Association with Vertical Wind Shear and High Latitude Blocking|títulolivro=Proceedings of the 8th International Conference on Southern Hemisphere Meteorology and Oceanography|páginas=353–364|publicado=Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais|data=Abril de 2006|local=[[Foz do Iguaçu]], [[Brasil]]|url=http://gemini.dpi.inpe.br/col/cptec.inpe.br/adm_conf/2005/09.29.06.38/doc/353-364.pdf}}
* {{citar conferência|primeiro =Augusto José Pereira|último =Filho|autor2 =Raquel Silva Lima|título=Synoptic and Mesoscale Analysis of Hurricane Catarina, Brazil|títulolivro=Proceedings of the 8th International Conference on Southern Hemisphere Meteorology and Oceanography|páginas=1901–1907|publicado=Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais|data=Abril de 2006|local=Foz do Iguaçu, Brazil|url=http://gemini.dpi.inpe.br/col/cptec.inpe.br/adm_conf/2005/10.31.23.31/doc/1901-1908.pdf}}
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{{Commons category|Cyclone Catarina}}
* [http://www.inpe.br/crs/geodesastres/conteudo/artigos/Marcelino-etal_2005_Impacto_Furacao_Catarina.pdf Impacto do Furacão Catarina] - [[Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais]] (INPE)
* [https://web.archive.org/web/20160303214919/https://courseware.e-education.psu.edu/public/meteo/upperlevel_lows.html Penn State writeup]
* [httphttps://web.archive.org/web/20060627184851/http://www.sbmet.org.br/internas/publicacoes/informativo/2005_07/index_en.html Fenômeno Catarina] ([[Sociedade Brasileira de Meteorologia]])
* [http://cimss.ssec.wisc.edu/tropic/brazil/brazil.html Hurricane Catarina] (Cooperative Institute for Meteorological Satellite Studies)
* [http://www.ssd.noaa.gov/PS/TROP/catarina.html NOAA satellite and Dvorak info] - [[NOAA]]