Primeira Guerra Mundial: diferenças entre revisões

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m muito grande e deslocado na introdução
Etiqueta: Desfazer
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* Criação de novos países na [[Europa]] e no Oriente Médio
* Transferência das [[Império colonial alemão|colônias alemãs]] e das [[Partilha do Império Otomano|regiões do antigo Império Otomano]] para outras potências
* Criação da [[Sociedade das Nações]] ([[Primeira Guerra Mundial#Consequências|mais...]])
|situação = <!-- apenas para conflitos a decorrer -->
|casus =
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|comandante1 =
{{nowrap|{{flagicon|Terceira República Francesa}} [[Georges Clemenceau]]}}<br />[[Raymond Poincaré]]<br />[[Ferdinand Foch]]<br />{{flagicon|Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda}} [[Jorge V do Reino Unido|Jorge V]]<br />[[H. H. Asquith]]<br />[[David Lloyd George]]<br />[[Douglas Haig]]<br />[[Winston Churchill]]<br />{{flagicon|Império Russo}} [[Nicolau II da Rússia|Nicolau II]]<br />[[Nicolau Nikolaevich da Rússia (1856–1929)|Nicolau Nikolaevich]]<br />[[Aleksei Brusilov]]<br />{{flagicon|Reino de Itália (1861–1946)|civil}} [[Vítor Emanuel III da Itália|Vítor Emanuel III]]<br />[[Vittorio Emanuele Orlando|Vittorio Orlando]]<br />[[Luigi Cadorna]]<br />{{flagicon|Estados Unidos|1912}} [[Woodrow Wilson]]<br>[[John J. Pershing]]<br />{{flagicon|Reino da Sérvia}} [[Pedro I da Iugoslávia|Pedro I]]<br />{{flagicon|Reino da Romênia}} [[Fernando I da Romênia|Fernando I]]
|comandante2 = {{DEUb|Império}} [[Guilherme II da Alemanha|Guilherme II]]<br />[[Paul von Hindenburg]]<br />[[Erich Ludendorff]]<br />[[Erich von Falkenhayn]]<br />[[Helmuth Johann Ludwig von Moltke|Helmuth von Moltke]]<br />{{AHEb}} [[Francisco José I da Áustria|Francisco José I]]<br />[[Carlos I da Áustria|Carlos I]]<br />{{nowrap|[[Franz Conrad von Hötzendorf|Conrad von Hötzendorf]]}}<br />Arz von Straußenburg<br />{{IOb}} [[MehmedMaomé V Raxade]]<br />[[İsmail Enver]]<br />[[Mehmed Talat]]<br />[[Ahmed Djemal]]<br />[[Mustafa Kemal Atatürk|Mustafa Kemal]]<br />{{flagicon|Reino da Bulgária}} [[Fernando I da Bulgária|Fernando I]]<br />[[Nikola Zhekov]]
|força1 = {{Formatnum:42959850}} soldados<ref name="Tucker 2005 273">{{harvnb|Tucker|Roberts|2005|p=273}}</ref>
|força2 = {{Formatnum:25248321}} soldados<ref name="Tucker 2005 273"/>
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Depois de 1870, um conflito europeu foi evitado em grande parte através de uma rede de tratados cuidadosamente planejada entre o Império Alemão e o resto da Europa e orquestrada por Bismarck. Ele trabalhou especialmente para manter a Rússia ao lado da Alemanha e evitar uma guerra de duas frentes com a França e a Rússia. Quando [[Guilherme II da Alemanha|Guilherme II]] subiu ao trono como imperador alemão (''[[kaiser]]''), Bismarck foi obrigado a se aposentar e seu sistema de alianças foi gradualmente deteriorando-se. Por exemplo, o ''kaiser'' se recusou a renovar o [[Tratado de Resseguro]] com a Rússia em 1890. Dois anos mais tarde, a Aliança Franco-Russa foi assinada para contrabalançar a força da Tríplice Aliança. Em 1904, o Reino Unido assinou uma série de acordos com a França, a [[Entente Cordiale]], e em 1907, o Reino Unido e a Rússia assinaram a [[Convenção Anglo-Russa]]. Embora estes acordos não tenham aliado o Reino Unido com a França ou a Rússia formalmente, eles fizeram a entrada britânica em qualquer conflito futuro envolvendo a França ou a Rússia e o sistema de intertravamento dos acordos bilaterais se tornou conhecido como a [[Tríplice Entente]].<ref name=Willmott15/>
 
[[Imagem:HMS Dreadnought 1906 H61017.jpg|thumb|[[HMS Dreadnought (1906)|HMS ''Dreadnought'']]. Uma [[corrida armamentista]] naval existia entre o [[Reino Unido]] e o [[Império Alemão]].]]
[[Imagem:1908-10-07 - Moritz Schiller's Delicatessen.jpg|thumb|Cidadãos de [[Sarajevo]] leem um cartaz com a proclamação da [[Crise bósnia|anexação austríaca em 1908]].]]
 
=== Corrida armamentista ===
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=== Assassinato de Francisco Fernando ===
{{Artigo principal|Atentado de Sarajevo}}
[[Imagem:SARAJEWO Attentat.jpg|thumb|esquerda|200px|Representação do [[Atentado de Sarajevo|assassinato]] do arquiduque [[Francisco Fernando da Áustria-Hungria]] por [[Gavrilo Princip]], um estudante [[Sérvios|sérvio]] da [[Bósnia (região)|Bósnia]].]]
 
Em 28 de junho de 1914, o [[arquiduque]] [[austríaco]] [[Francisco Fernando da Áustria-Hungria|Francisco Fernando]] visitou a capital da [[Bósnia e Herzegovina (condomínio da Áustria-Hungria)|Bósnia]], [[Sarajevo]]. Um grupo de seis assassinos ([[Cvjetko Popović]], [[Gavrilo Princip]], [[Muhamed Mehmedbašić]], [[Nedeljko Čabrinović]], [[Trifko Grabež]] e [[Vaso Čubrilović]]) do grupo iugoslavista [[Jovem Bósnia]], fornecido pela [[Mão Negra]] da [[Sérvia]], reuniram-se na rua onde passaria a caravana do arquiduque com a intenção de assassiná-lo. Čabrinović jogou uma [[Granada de mão|granada]] no carro, mas errou. Alguns nas proximidades ficaram feridos pela explosão, mas o comboio de Fernando continuou. Os outros assassinos não conseguiram agir enquanto os carros passavam por eles.<ref>Dedijer, p. 318-320, 344</ref> Cerca de uma hora depois, quando Fernando estava voltando de uma visita ao Hospital de Sarajevo com os feridos na tentativa de assassinato, o comboio tomou um caminho errado em uma rua onde, por coincidência, Princip estava. Com uma pistola, Princip disparou e matou Fernando e sua esposa [[Sofia, duquesa de Hohenberg|Sofia]]. A reação entre as pessoas na [[Áustria-Hungria]] foi branda, quase indiferente. Como o historiador Zbyněk Zeman escreveu mais tarde, "o evento quase não conseguiu fazer qualquer impressão. Nos domingos e na segunda-feira (28 e 29 de junho), as multidões em [[Viena]] ouviam música e bebiam vinho, como se nada tivesse acontecido."<ref name="history">{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20130315230233/http://www.history.com/this-day-in-history/european-powers-maintain-focus-despite-killings-in-sarajevo|título=European powers maintain focus despite killings in Sarajevo &nbsp;— History.com This Day in History|data=30 de junho de 1914|publicado=History.com|acessodata=26 de dezembro de 2013}}</ref>{{sfn |Willmott |2003 |p=26}} No entanto, o impacto político do assassinato do herdeiro do trono foi significativo e foi descrito como um "efeito [[Ataques de 11 de setembro de 2001|11 de setembro]], um evento terrorista com significado histórico, transformando a química da política em Viena."<ref name="Christopher Clark 2014">{{citar vídeo|título=Month of Madness|primeiro =Christopher|último =Clark|publicado=BBC Radio 4|data=25 de junho de 2014|url=http://www.bbc.co.uk/programmes/b03t7p27}}</ref>
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=== Crise de julho ===
{{Artigo principal|Crise de Julho}}
[[Imagem:1914-06-29 - Aftermath of attacks against Serbs in Sarajevo.png|thumbnail|Multidão nas ruas após [[motins antissérvios em Sarajevo]], em 29 de junho de 1914.]]
 
O assassinato do arquiduque iniciou um mês de manobras diplomáticas entre Áustria-Hungria, Alemanha, Rússia, França e Reino Unido, no que ficou conhecido como a [[Crise de Julho]]. Querendo finalmente acabar com a interferência sérvia na Bósnia — a [[Mão Negra]] tinha fornecido bombas e pistolas, treinamento e ajuda a Princip e seu grupo para atravessar a fronteira e os austríacos estavam corretos para acreditar que os oficiais e funcionários sérvios estavam envolvidos<ref>David Stevenson, 1914–1918, p.12</ref> — a Áustria-Hungria entregou o [[Ultimato de Julho]] para a Sérvia, uma série de dez reivindicações criadas, intencionalmente, para serem inaceitáveis, com a intenção de provocar uma guerra com a Sérvia.<ref name=Willmott27>{{harvnb|Willmott|2003|p=27}}</ref> Quando a Sérvia concordou com apenas oito das dez reivindicações, a Áustria-Hungria declarou guerra ao país em 28 julho de 1914. Hew Strachan argumenta que "se uma resposta equivocada e precipitada da Sérvia teria feito alguma diferença para o comportamento da Áustria-Hungria é algo duvidoso. Francisco Fernando não era o tipo de personalidade que comandava a popularidade e sua morte não lançou o império em profundo luto."<ref>{{harvnb|Strachan|2003|p=68}}</ref>
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==== Campanha sérvia ====
[[Imagem:FirstSerbianArmedPlane1915.jpg|thumb|[[Blériot XI]] "Oluj" do exército sérvio, 1915.]]
{{Artigo principal|Campanha Sérvia}}
 
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==== Forças alemãs na Bélgica e na França ====
[[Imagem:German_soldiers_in_a_railroad_car_on_the_way_to_the_front_during_early_World_War_I,_taken_in_1914._Taken_from_greatwar.nl_site.jpg|thumb|Soldados alemães em um vagão a caminho para a frente de batalha em 1914. No início da guerra, todos os lados esperavam que o conflito fosse curto.]]
 
No início da Primeira Guerra Mundial, 80% do exército alemão foi implantado em sete exércitos de campo no oeste, de acordo com o plano ''Aufmarsch II West''. No entanto, eles também foram designados para executar o plano ''Aufmarsch I West'', também conhecido como o Plano Schlieffen. Isto fez com que os exércitos alemães marchassem através do norte da Bélgica e da França, na tentativa de cercar o exército francês e depois violar a "segunda área defensiva" das fortalezas de [[Verdun]] e Paris e o [[rio Marne]].<ref name="AJPT2"/>
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==== Ásia e Pacífico ====
{{Artigo principal|Teatro de operações da Ásia e Pacífico na Primeira Guerra Mundial}}
[[Imagem:Melbourne_recruiting_WWI.jpg|thumb|Recrutamento militar em [[Melbourne]], [[Austrália]], 1914.]]
 
A [[Nova Zelândia]] ocupou a [[Samoa alemã]] (mais tarde [[Samoa Ocidental]]) em 30 de agosto de 1914. Em 11 de setembro, a Força Expedicionária Naval e Militar Australiana pousou na ilha de Neu Pommern (mais tarde [[Nova Bretanha]]), que fazia parte da [[Nova Guiné Alemã]]. Em 28 de outubro, o cruzador alemão [[SMS Emden|SMS ''Emden'']] afundou o cruzador russo ''Zhemchug'' na [[Batalha de Penang]]. O Japão apoderou-se das colônias micronésicas da Alemanha e, após o [[Cerco de Tsingtao]], o porto de carvão alemão de [[Qingdao]] na península chinesa de [[Shandong]]. Quando [[Viena]] se recusou a retirar o cruzador austro-húngaro [[SMS Kaiserin Elisabeth|SMS ''Kaiserin Elisabeth'']] de Tsingtao, o Japão declarou a guerra não só à Alemanha, mas também à Áustria-Hungria; o navio participou da defesa de Tsingtao, onde foi afundado em novembro de 1914.<ref>DONKO, Wilhelm M.: "A Brief History of the Austrian Navy" epubli GmbH, Berlim, 2012, página 79.</ref> Dentro de alguns meses, as forças aliadas conquistaram todos os territórios alemães no Pacífico; apenas corsários de comércio isolados e algumas resistências permaneceram na Nova Guiné.{{sfn |Keegan |1998 |pp=224–232}}{{sfn |Falls |1960 |pp=79–80}}
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==== Campanhas africanas ====
{{Artigo principal|Teatro africano da Primeira Guerra Mundial}}
[[Imagem:Recruiting_for_the_Holy_War_near_Tiberias_1914.jpg|thumb|Recrutamento militar perto de [[Tiberias]], [[Império Otomano]], 1914.]]
 
Alguns dos primeiros confrontos da guerra envolveram forças coloniais britânicas, francesas e alemãs na [[África]]. Nos dias 6 e 7 de agosto, as tropas francesas e britânicas invadiram o protetorado alemão de [[Togolândia]] e [[Kamerun]]. Em 10 de agosto, as forças alemãs no [[Sudoeste Africano Alemão|Sudoeste Africano]] atacaram a [[África do Sul]]; confrontos esporádicos e ferozes aconteceram durante o resto da guerra. As forças coloniais alemãs na [[África Oriental Alemã]], lideradas pelo coronel [[Paul von Lettow-Vorbeck]], lutaram contra uma campanha de guerrilha durante a Primeira Guerra Mundial e só se renderam duas semanas depois que o armistício entrou em vigor na Europa.{{sfn |Farwell |1989 |p=353}}
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{{Artigo principal|Guerra de trincheiras}}
{{Vertambém|Armas Químicas na Primeira Guerra Mundial}}
[[Imagem:Royal Irish Rifles ration party Somme July 1916.jpg|thumb|[[Royal Ulster Rifles]] em uma trincheira de comunicações, primeiro dia em [[Batalha de Somme|Somme]], 1916.]]
 
As táticas militares desenvolvidas antes da Primeira Guerra Mundial não conseguiram acompanhar os avanços na tecnologia e se tornaram obsoletas. Esses avanços permitiram a criação de sistemas defensivos fortes, que táticas militares desatualizadas não podiam travar na maior parte da guerra. O [[arame farpado]] era um obstáculo significativo para os avanços de infantaria em massa, enquanto a [[artilharia]], muito mais letal do que na década de 1870, juntamente com [[metralhadora]]s, tornava extremamente difícil o cruzamento de terreno aberto.{{sfn |Raudzens |1990 |pp=424}} Os comandantes de ambos os lados não conseguiram desenvolver táticas para violar [[Guerra de trincheiras|posições entrincheiradas]] sem grandes baixas. Na época, no entanto, a tecnologia começou a produzir novas armas ofensivas, como a [[Armas Químicas na Primeira Guerra Mundial|guerra química]] e o [[Carro de combate|tanque]].{{sfn |Raudzens |1990 |pp=421–423}}
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==== Continuação da guerra de trincheiras ====
[[Imagem:French 87th Regiment Cote 34 Verdun 1916.jpg|thumb|esquerda|upright|87° regimento francês perto de [[Verdun]], 1916.]]
 
Nenhum dos lados provou poder dar um golpe decisivo nos próximos dois anos. Ao longo de 1915-17, o [[Império Britânico]] e a França sofreram mais baixas do que a Alemanha, por causa das posições estratégicas e táticas escolhidas pelos lados. Estrategicamente, enquanto os alemães apenas montaram uma grande ofensiva, os Aliados fizeram várias tentativas para romper as linhas alemãs. Em fevereiro de 1916, os alemães atacaram as posições defensivas francesas em na região de [[Verdun]], conhecida como [[Batalha de Verdun]]. Durando até dezembro de 1916, a batalha viu ganhos alemães iniciais, antes que os contra-ataques franceses voltassem próximos ao ponto de partida. As vítimas foram maiores para os franceses, mas os alemães também tiveram muitas baixas, com cerca de {{Formatnum:700000}}{{sfn |Dupuy |1993 |pp=1042}} a {{Formatnum:975000}}{{sfn |Grant |2005 |pp=276}} vítimas sofridas entre os dois combatentes. Verdun tornou-se um símbolo da determinação e do autossacrifício dos franceses.<ref>{{citar jornal
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A [[Batalha do Somme]] foi uma ofensiva anglo-francesa de julho a novembro de 1916. A abertura desta ofensiva (1 de julho de 1916) fez o Exército britânico passar pelo dia mais sangrento de sua história, com {{Formatnum:57470}} vítimas, incluindo {{Formatnum:19240}} mortos, apenas no primeiro dia. Toda a ofensiva da Somme custou ao exército britânico cerca de 420 mil vítimas. O francês sofreu outras duzentas mil vítimas estimadas e os alemães estimam quinhentas mil.{{sfn |Harris |2008 |pp=271}}
[[Imagem:King_George_V_and_officials_inspecting_munitions_factory_in_1917.PNG|thumb|O rei [[Jorge V do Reino Unido|Jorge V]] (frente, à esquerda) e um grupo de oficiais inspecionam uma fábrica de munições britânicas em 1917.]]
[[Imagem:Canadian_tank_and_soldiers_Vimy_1917.jpg|thumb|Tropas canadenses que avançam com um tanque britânico [[Cruiser Mk II|Mark II]] na [[Batalha de Vimy Ridge]], 1917.]]
 
A ação prolongada em Verdun ao longo de 1916, combinada com o derramamento de sangue em Somme, levou o exausto exército francês à beira do colapso. As inúmeras tentativas de ataque frontal tiveram um preço elevado tanto para os britânicos quanto para os franceses e levaram aos generalizados [[Motins do exército francês (1917)|motins do exército francês]], após o fracasso da onerosa [[Ofensiva Nivelle]], de abril a maio de 1917.{{sfn |Tucker |Roberts |2005 |p=854}} A [[Batalha de Arras (1917)|Batalha de Arras]] teve alcance mais limitado e foi mais bem-sucedida, embora, em última instância, de pouco valor estratégico.{{sfn |Keegan |1998 |pp=325–326}}{{sfn |Strachan |2003 |pp=244}} Uma parte menor da ofensiva de Arras, a [[Batalha de Vimy|captura de Vimy]] pelo [[Corpo Canadense]], tornou-se altamente significativa para aquele país: a ideia de que a identidade nacional do Canadá nasceu fora da batalha é uma opinião amplamente usada em histórias militares e gerais do Canadá.{{sfn |Inglis |1995 |pp=2}}{{sfn |Humphries |2007 |pp=66}}
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{{Mais informações|Guerra submarina irrestrita}}
No início da guerra, o [[Império Alemão]] tinha [[cruzador]]es espalhados por todo o globo, alguns dos quais posteriormente foram usados ​​para atacar o transporte marítimo aliado. A [[Marinha Real Britânica]] caçou-os sistematicamente, embora fosse incapaz de proteger o transporte aéreo aliado. Por exemplo, o cruzador leve alemão, SMS ''Emden'', parte do esquadrão da Ásia Oriental, estacionado em [[Qingdao]], apreendeu ou destruiu quinze navios mercantes, além de afundar um cruzador russo e um [[destróier]] francês. No entanto, a maioria do esquadrão alemão do Oriente-Ásia — composto pelos cruzadores blindados [[SMS Scharnhorst|SMS ''Scharnhorst'']] e [[SMS Gneisenau|SMS ''Gneisenau'']], os cruzadores leves [[SMS Nürnberg|SMS ''Nürnberg'']] e [[SMS Leipzig|SMS ''Leipzig'']] e dois navios de transporte — não tinha ordens para incitar o transporte e estava em andamento para a Alemanha quando encontrou navios de guerra britânicos. A flotilha alemã e o [[SMS Dresden|SMS ''Dresden'']] afundaram dois cruzadores blindados na [[Batalha de Coronel]], mas foram praticamente destruídos na [[Batalha das Ilhas Falkland]] em dezembro de 1914, sendo que apenas o ''Dresden'' e alguns auxiliares escaparam, mas depois da [[Batalha de Más a Tierra]], estes também tinham foram destruídos.{{sfn |Taylor |2007 |pp=39–47}}
[[Imagem:Hochseeflotte_2.jpg|thumb|esquerda|Navios de batalha da ''[[Hochseeflotte]]'', 1917.]]
 
Logo após o início das hostilidades, o Reino Unido começou um [[bloqueio naval]] contra a Alemanha. A estratégia se mostrou efetiva, cortando o estoque vital militar e civil, embora este bloqueio tenha violado o [[direito internacional]] aceito, codificado por vários acordos internacionais dos últimos dois séculos.{{sfn|Keene |2006 |p=5}} A Grã-Bretanha minou [[águas internacionais]] para impedir que qualquer navio entre em partes inteiras do oceano, o que causou perigo para até mesmo navios neutros.{{sfn|Halpern |1995 |p=293}} Uma vez que houve uma resposta limitada a essa tática dos britânicos, a Alemanha esperava uma resposta semelhante à sua guerra submarina sem restrições.{{sfn|Zieger |2001 |p=50}}
 
A [[Batalha da Jutlândia]] tornou-se a maior batalha naval da guerra. Foi o único choque em grande escala de navios de batalha durante a guerra e um dos maiores da história. A Frota do Alto Mar da ''[[Kaiserliche Marine]]'', comandada pelo vice-almirante [[Reinhard Scheer]], lutou contra a Grande Frota da Marinha Real, liderada pelo Almirante Sir [[John Jellicoe]]. O ataque foi impedido, já que os alemães eram superados pela frota britânica, mas conseguiram escapar e infligiram mais danos à frota britânica do que receberam. Estrategicamente, no entanto, os britânicos afirmaram seu controle sobre o mar e a maior parte da frota de superfície alemã permaneceu confinada ao porto durante o período da guerra.<ref>Jeremy Black, "Jutland's Place in History," ''Naval History'' (June 2016) 30#3 pp 16–21.</ref>
[[Imagem:NationaalArchief_uboat155London.jpg|thumb|[[U-155]] exibido próximo da [[Tower Bridge]], em [[Londres]], após o [[Armistício de Compiègne|Armistício de 1918]].]]
 
U-boots alemães tentaram cortar as linhas de abastecimento entre a [[América do Norte]] e o [[Reino Unido]].<ref name="Sheffield">{{citation |último =Sheffield |primeiro =Garry |título=The First Battle of the Atlantic |obra=World Wars In Depth |url=http://www.bbc.co.uk/history/worldwars/wwone/battle_atlantic_ww1_01.shtml |publicado=BBC |acessodata=11 de novembro de 2009 }}</ref> A natureza da guerra submarina significava que os ataques muitas vezes eram sem aviso prévio, dando às tripulações dos navios mercantes pouca esperança de sobrevivência.<ref name="Sheffield"/> {{sfn|Gilbert |2004 |p=306}} Os [[Estados Unidos]] lançaram um protesto e a Alemanha mudou suas regras de ataque. Após o naufrágio do navio de passageiros [[RMS Lusitania|RMS ''Lusitania'']] em 1915, a Alemanha prometeu não atacar os passageiros, enquanto a Grã-Bretanha armava seus navios mercantes, colocando-os além da proteção das "regras do cruzador", que exigiam aviso e movimento de tripulações para "um lugar seguro" (um padrão que os botes salva-vidas não tinham).{{sfn |von der Porten |1969}} Finalmente, no início de 1917, a Alemanha adotou uma política de [[guerra submarina irrestrita]], percebendo que os estadunidenses acabariam por entrar na guerra.<ref name="Sheffield"/>{{sfn|Jones |2001 |p=80}} A Alemanha procurou estrangular as vias marítimas aliadas antes que os Estados Unidos pudessem transportar um grande exército, mas após os sucessos iniciais eventualmente não conseguiram fazê-lo.<ref name="Sheffield"/>
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{{Artigo principal|Campanha Balcânica|Campanha Sérvia|Bulgária durante a Primeira Guerra Mundial|Frente da Macedônia}}
[[Imagem:Austrians_executing_Serbs_1917.JPG|thumb|esquerda|Tropas [[Áustria-Hungria|austro-húngaras]] executando sérvios capturados, 1917. A Sérvia perdeu cerca de 850 mil pessoas durante a guerra, um quarto de sua população anterior ao conflito.<ref>"[https://archive.org/stream/PAM550-99/PAM550-99_djvu.txt The Balkan Wars and World War I]". p. 28. ''[[Library of Congress Country Studies]]''.</ref>]]
[[Imagem:Bulgaria southern front.jpg|thumb|esquerda|Soldados [[búlgaros]] em uma [[trincheira]], preparando-se para disparar contra um avião.]]
 
Diante do Império Russo, a Áustria-Hungria poderia poupar apenas um terço do seu exército para atacar a Sérvia. Depois de sofrer grandes perdas, os austríacos ocuparam brevemente a capital sérvia, [[Belgrado]]. Um contra-ataque sérvio na [[Batalha de Kolubara]] conseguiu tirá-los do país até o final de 1914. Durante os primeiros dez meses de 1915, a Áustria-Hungria usou a maioria de suas reservas militares para lutar contra o [[Reino de Itália (1861–1946)|Reino da Itália]]. Os diplomatas alemães e austro-húngaros, no entanto, marcaram um golpe ao persuadir a [[Bulgária]] a participar do ataque à Sérvia.<ref name="TuckerRoberts2005">{{citar livro|primeiro1 =Spencer |último1 =Tucker |primeiro2 =Priscilla Mary |último2 =Roberts |título=World War One |url={{google books |plainurl=y |id=2YqjfHLyyj8C |página=241}} |data=1 de janeiro de 2005 |publicado=ABC-CLIO |isbn=978-1-85109-420-2 |páginas=241–}}</ref> As províncias austro-húngaras da [[Eslovênia]], [[Croácia]] e [[Bósnia (região)|Bósnia]] forneceram tropas para a Áustria-Hungria, na luta com a Sérvia, Rússia e Itália. [[Montenegro]] se aliou com a Sérvia.{{sfn |Neiberg |2005 |pp=54–55}}
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No final de 1915, uma força franco-britânica desembarcou em [[Salônica]] na Grécia, para oferecer assistência e pressionar seu governo a declarar a guerra contra as Potências Centrais. No entanto, o rei pró-alemão, [[Constantino I da Grécia|Constantino I]], demitiu o governo pró-aliado de [[Elefthérios Venizélos]] antes da chegada da força expedicionária dos Aliados.{{sfn |Neiberg |2005 |pp=108–10}} A fricção entre o [[Rei da Grécia]] e os [[Aliados da Primeira Guerra Mundial|Aliados]] continuou a se acumular com o [[Cisma Nacional]], que efetivamente dividiu a Grécia entre as regiões ainda leais ao rei e o novo governo provisório de Venizélos em Salônica. Após intensas negociações e um confronto armado em [[Atenas]] entre forças aliadas e realistas (um incidente conhecido como [[Noemvriana]]), o rei da Grécia renunciou e seu segundo filho, [[Alexandre da Grécia|Alexandre]], tomou seu lugar; a Grécia então se juntou oficialmente à guerra ao lado dos Aliados. No início, a [[Frente da Macedônia]] era principalmente estática. As forças francesas e sérvias retomaram áreas limitadas da [[Macedônia (região)|Macedônia]], recuperando [[Bitola (Macedónia)|Bitola]] em 19 de novembro de 1916, após a custosa [[Ofensiva de Monastir]], que trouxe a estabilização da frente de batalha.<ref>{{citar livro|último =Hall |primeiro =Richard |título=Balkan Breakthrough: The Battle of Dobro Pole 1918 |ano=2010 |publicado=Indiana University Press |local= |página=11 |ISBN=0-253-35452-8}}</ref>
[[Imagem:Flüchtlingstransport Leibnitz - k.k. Innenministerium - 1914.jpg|thumb|Transporte de refugiados da Sérvia em [[Leibnitz]], [[Styria]], 1914.]]
 
As tropas sérvias e francesas finalmente fizeram um avanço em setembro de 1918, depois que a maioria das tropas alemãs e austro-húngaras foram retiradas. Os búlgaros sofreram sua única derrota da guerra na [[Batalha de Dobro Pole]]. A Bulgária capitulou duas semanas depois, em 29 de setembro de 1918.{{sfn |Tucker |Wood |Murphy |1999 |p=120}} O Alto Comando Alemão respondeu enviando tropas para manter a linha, mas estas forças eram muito fracas para restabelecer uma frente.<ref name=militera>{{Citar web|url=http://militera.lib.ru/h/korsun_ng4/06.html |título=The Balkan Front of the World War |língua=Russian |primeiro=N. |último=Korsun |publicado=militera.lib.ru |acessodata=27 de setembro de 2010}}</ref>
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==== Império Otomano ====
{{Artigo principal|Teatro de operações do Oriente Médio na Primeira Guerra Mundial}}
[[Imagem:Scene just before the evacuation at Anzac. Australian troops charging near a Turkish trench. When they got there the... - NARA - 533108.tif|thumb|esquerda|Tropas australianas perto de uma trincheira turca durante a [[Campanha de Galípoli]].]]
[[Imagem:Sultan Mehmed V of Turkey greeting Kaiser Wilhelm II on his arrival at Constantinople.jpg|thumb|esquerda|[[MehmedMaomé V Raxade]] cumprimenta [[Guilherme II da Alemanha|Guilherme II]] em sua chegada a [[Constantinopla]].]]
[[Imagem:Ottoman_15th_Corps.jpg|thumb|esquerda|[[Kaiser]] Guilherme II inspecionando as tropas turcas do 15º Corpo na [[Galícia (Europa Central)|Galícia Oriental]], na [[Polônia]]. O príncipe [[Leopoldo, príncipe da Baviera|Leopoldo da Baviera]], o comandante supremo do exército alemão na frente oriental, é o segundo à esquerda.]]
 
Os otomanos ameaçaram os territórios da Rússia no [[Cáucaso]] e as comunicações da Grã-Bretanha com a [[Índia]] através do [[Canal de Suez]]. À medida que o conflito progrediu, o [[Império Otomano]] aproveitou a preocupação das potências europeias com a guerra e conduziu uma [[limpeza étnica]] em grande escala das populações nativas de [[armênios]], [[gregos]] e [[assírios]], episódios conhecidos como [[genocídio armênio]], [[genocídio grego]] e [[genocídio assírio]].<ref>{{citar livro|editor-last1=Gettleman |editor-first1=Marvin |editor-last2=Schaar |editor-first2=Stuart |título=The Middle East and Islamic world reader |data=2003 |publicado=Grove press |local=Nova Iorque |isbn=0-8021-3936-1 |páginas=119–120 |edição=4th pr. |url={{google books |plainurl=y |id=srLGT3dwTogC}}}}</ref><ref>{{citar livro|último1 =January |primeiro1 =Brendan |título=Genocide : modern crimes against humanity |data=2007 |publicado=Twenty-First Century Books |local=Minneapolis, Minn. |isbn=0-7613-3421-1 |página=14 |url={{google books |plainurl=y |id=IoPMDp2WA6cC}}}}</ref><ref name=lieberman>{{citar livro|último1 =Lieberman |primeiro1 =Benjamin |título=The Holocaust and Genocides in Europe. |data=2013 |publicado=Continuum Publishing Corporation |local=Nova Iorque |isbn=1-4411-9478-9 |páginas=80–1 |url={{google books |plainurl=y |id=ySFMAQAAQBAJ}}}}</ref>
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O general [[Nikolai Yudenich]], comandante russo de 1915 a 1916, expulsou os turcos da maior parte do sul do Cáucaso com uma série de vitórias.<ref name=caven/> Em 1917, o grande duque russo [[Nicolau Nikolaevich da Rússia (1856–1929)|Nicolau Nikolaevich]] assumiu o comando da frente do Cáucaso. Nicolau planejou uma ferrovia da [[Geórgia dentro do Império Russo|Geórgia Russa]] aos territórios conquistados, de modo que novos suprimentos pudessem ser trazidos para uma nova ofensiva em 1917. No entanto, em março de 1917 (fevereiro no calendário russo pré-revolucionário), o czar abdicou no decorrer da [[Revolução de Fevereiro]] e o [[Exército Russo do Cáucaso]] começou a desmoronar.<ref name=caven/>
[[Imagem:Sarikam.jpg|thumb|Trincheira na floresta russa na [[Batalha de Sarikamish]], 1914-1915.]]
 
A [[Revolta Árabe]], instigada pelo escritório árabe do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, começou em junho de 1916 com a [[Batalha de Meca]], liderada por [[Huceine ibne Ali, Xarife de Meca|Huceine ibne Ali]] de [[Meca]], e terminou com a rendição otomana de [[Damasco]]. [[Fakhri Pasha]], o comandante otomano da Medina, resistiu por mais de dois anos e meio durante o [[Cerco de Medina]] antes de render-se.{{sfn |Sachar |1970 |pp=122–138}}
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==== Participação italiana ====
{{Artigo principal|Campanha italiana (Primeira Guerra Mundial)|Batalhas do rio Isonzo}}
[[Imagem:Interventisti_Bologna_1914.jpg|thumb|Uma manifestação pró-guerra em [[Bolonha]], 1914.]]
 
O Reino da Itália tinha sido aliado dos impérios Alemão e Austro-Húngaro desde 1882 como parte da [[Tríplice Aliança (1882)|Tríplice Aliança]]. No entanto, a nação tinha seus próprios projetos no território austríaco em [[Trento (província autónoma)|Trento]], no [[Litoral austríaco]], Fiume ([[Rijeka]]) e na [[Dalmácia]]. Roma tinha um pacto secreto com a França desde 1902, anulando efetivamente a sua parte na Tríplice Aliança.<ref>{{citar livro|primeiro =Hall |último =Gardner |título=The Failure to Prevent World War I: The Unexpected Armageddon |url={{google books |plainurl=y |id=631TBgAAQBAJ |página=120}} |ano=2015 |publicado=Ashgate |página=120}}</ref> No início das hostilidades, a Itália se recusou a cometer tropas, argumentando que a Tríplice Aliança era defensiva e que a Áustria-Hungria era um agressor. O governo austro-húngaro iniciou negociações para garantir a neutralidade italiana, oferecendo a colônia francesa da [[Tunísia]] em troca. Os Aliados fizeram uma contraoferta em que a Itália receberia o [[Tirol do Sul]], Litoral austríaco e território austríaco na costa da Dalmácia após a derrota da Áustria-Hungria. Isso foi formalizado pelo [[Tratado de Londres (1915)|Tratado de Londres]]. Encorajado ainda mais pela invasão aliada da Turquia em abril de 1915, a Itália ingressou na [[Tríplice Entente]] e declarou a guerra à Áustria-Hungria em 23 de maio. Quinze meses depois, a Itália declarou a guerra à Alemanha.<ref>{{citar livro|primeiro =Thomas Nelson |último =Page |título=Italy and the world war |url={{google books |plainurl=y |id=nQgyAQAAIAAJ |página=142}} |ano=1920 |publicado=Scribners |páginas=142–208}}</ref>
[[Imagem:Austro-Hungarian_mountain_corps.jpg|thumb|esquerda|upright|Tropas austro-húngaras no [[Tirol]].]]
 
Os italianos tinham superioridade numérica, mas essa vantagem foi perdida, não só por causa do difícil terreno em que ocorreu a luta, mas também pelas estratégias e táticas empregadas.<ref>Marshall|page=108</ref> O [[marechal de campo]] [[Luigi Cadorna]], um firme defensor do ataque frontal, tinha o sonho de entrar no planalto esloveno, levando [[Ljubljana]] e ameaçando [[Viena]]. Na frente do Trentino, os austro-húngaros aproveitaram o terreno montanhoso, que favorecia o defensor. Depois de uma recuada estratégica inicial, a frente permaneceu praticamente inalterada, enquanto o austríaco [[Kaiserschützen]] e [[Standschützen]] envolveram em um amargo combate corpo-a-corpo com o [[Alpini]] italiano durante todo o verão. Os austro-húngaros contra-atacaram no [[Asiago|Altopiano de Asiago]], em direção a [[Verona]] e [[Pádua]], na primavera de 1916 (''[[Batalha de Asiago|Strafexpedition]]''), mas fizeram poucos progressos.<ref>{{citar livro|primeiro = Mark |último = Thompson |título= The White War: Life and Death on the Italian Front, 1915–1919 |publicado= London: Faber and Faber |página= 163}}</ref>
 
Em 1915, os italianos, sob o comando de Cadorna, montaram onze ofensas na [[Batalhas do rio Isonzo|frente de Isonzo]] ao longo do [[rio Isonzo]] (Soča), a nordeste de [[Trieste]]. Todas as onze ofensivas foram repelidas pelos austro-húngaros, que ocuparam o terreno mais alto. No verão de 1916, após a [[Batalha de Doberdò]], os italianos [[Sexta Batalha do Isonzo|capturaram]] a cidade de [[Gorizia]]. Após essa pequena vitória, a frente permaneceu estática há mais de um ano, apesar de várias ofensivas italianas, centradas no planalto de [[Banjšice]] e Karst, a leste de Gorizia.<ref>Lukachich, Géza (1918). A Doberdó védelme az első isonzói csatában. [The defense of the Doberdó in the first battle of Isonzó]. Budapest: Atheaneum. p. 89.</ref>
[[Imagem:Kämpfe auf dem Doberdo.JPG|thumb|Representação da [[Batalha de Doberdò]], lutou em agosto de 1916 entre os exércitos italiano e austro-húngaro.]]
 
As [[Potências Centrais]] lançaram uma ofensiva esmagadora em 26 de outubro de 1917, liderada pelos alemães. Eles alcançaram uma vitória na [[Batalha de Caporetto]] ([[Kobarid]]). O exército italiano foi encaminhado e recuou mais de 100 quilômetros para se reorganizar, estabilizando a frente no [[rio Piave]]. Uma vez que o [[exército italiano]] sofreu grandes perdas na Batalha de Caporetto, o governo italiano chamou as armas dos chamados "Meninos de 99" (''Ragazzi del '99''): isto é, todos os homens nascidos em 1899 ou antes, e assim tinham 18 anos ou eram mais velhos. Em 1918, os austro-húngaros não conseguiram romper em uma série de [[Batalha do Rio Piave|batalhas no Piave]] e foram finalmente derrotados decisivamente na [[Batalha de Vittorio Veneto]] em outubro daquele ano. Em 1 de novembro, a [[Marinha italiana]] destruiu grande parte da frota austro-húngara estacionada em [[Pula (Itália)|Pula]], impedindo que seja entregue ao novo [[Estado dos Eslovenos, Croatas e Sérvios]]. Em 3 de novembro, os italianos invadiram Trieste pelo mar. No mesmo dia, o [[Armistício de Villa Giusti]] foi assinado. Em meados de novembro de 1918, os militares italianos ocuparam todo o antigo Litoral austríaco e tomaram o controle da porção da Dalmácia garantida à Itália pelo Pacto de Londres.<ref>Giuseppe Praga, Franco Luxardo. ''History of Dalmatia''. Giardini, 1993. Pp. 281.</ref> No final das hostilidades em novembro de 1918,<ref name="Paul O 2005. Pp. 17">Paul O'Brien. ''Mussolini in the First World War: the Journalist, the Soldier, the Fascist''. Oxford, RU; Nova Iorque, NI, EUA: Berg, 2005. Pp. 17.</ref> o Almirante [[Enrico Millo]] se declarou o Governador da Dalmácia da Itália.<ref name="Paul O 2005. Pp. 17"/> A Áustria-Hungria se rendeu em 11 de novembro de 1918.{{sfn |Hickey |2003 |pp=60–65}}{{sfn |Tucker |2005 |pp=585–9}}
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==== Participação romena ====
{{Artigo principal|Campanha Romena}}
[[Imagem:Marshal_Joffre_inspecting_Romanian_troops_during_WWI.jpg|thumb|esquerda|Marechal [[Joseph Joffre]] inspecionando as tropas romenas, 1916.]]
[[Imagem:Romanian_troops_at_Marasesti_in_1917.jpg|thumb|esquerda|Tropas da Romênia durante a [[Batalha de Mărăşeşti]], 1917.]]
 
A [[Romênia]] tinha sido aliada das Potências Centrais desde 1882. Quando a guerra começou, no entanto, declarou sua neutralidade, argumentando que, como a Áustria-Hungria havia declarado a guerra à Sérvia, a Romênia não tinha obrigação de se juntar à guerra. Quando as potências da Entente prometeram a [[Transilvânia]] e o [[Banato]] para a Romênia, grandes territórios do leste da [[Hungria]], em troca de uma declaração de guerra da Romênia contra as Potências Centrais, o governo romeno renunciou à sua neutralidade. Em 27 de agosto de 1916, o exército romeno lançou um ataque contra a Áustria-Hungria, com apoio russo limitado. A ofensiva romena foi inicialmente bem-sucedida contra as tropas austro-húngaras na Transilvânia, mas um contra-ataque das forças das Potências Centrais os levou de volta.<ref>Michael B. Barrett, ''Prelude to Blitzkrieg: The 1916 Austro-German Campaign in Romania'' (2013)</ref> Como resultado da [[Batalha de Bucareste]], as Potências Centrais ocuparam [[Bucareste]] em 6 de dezembro de 1916. Os combates na [[Moldávia]] continuaram em 1917, resultando em um impasse custoso para as Potências Centrais. A retirada russa da guerra no final de 1917 como resultado da [[Revolução de Outubro]] significou que a Romênia seria obrigada a assinar um armistício com as Potências Centrais, o que aconteceu em 9 de dezembro de 1917.<ref>{{Citar web|url=http://www.worldwar2.ro/primulrazboi/?language=en&article=116 |título=The Battle of Marasti (July 1917) |publicado=WorldWar2.ro |data=22 de julho de 1917 |acessodata=8 de maio de 2011}}</ref><ref>Cyril Falls, ''The Great War'', p. 285</ref>
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=== Frente Oriental ===
{{Artigo principal|Frente Oriental (Primeira Guerra Mundial)}}
[[Imagem:Nastepca tronu w twierdzy przemysl.jpg|thumb|[[Herdeiro presuntivo]] Karl visitando a fortaleza de Przemyśl após o primeiro cerco. O [[Cerco de Przemyśl]] foi o mais longo cerco da guerra.]]
 
==== Ações iniciais ====
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==== Revolução Russa ====
[[Imagem:IntervenciónInternacionalEnVladivostok--throughrussianre00willuoft.jpg|thumb|Tropas estadunidenses, britânicas e japonesas passam por [[Vladivostok]] em apoio ao [[Exército Branco]].]]
[[Imagem:Brest-litovsk treaty.jpg|thumb|[[Tratado de Brest-Litovsk]], 1918.]]
{{Artigo principal|Revolução Russa}}
 
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==== Legião checoslovaca ====
[[Imagem:Czech Troops.jpg|thumb|Legião checoslovaca, Vladivostok, 1918.]]
{{Artigo principal|Legião Checoslovaca}}
 
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=== Forças de paz das potências centrais ===
[[Imagem:River Crossing NGM-v31-p338.jpg|thumb|"[[Não passarão]]!", uma frase tipicamente associada à defesa de [[Verdun]].]]
 
Em dezembro de 1916, depois de dez meses brutais da [[Batalha de Verdun]] e uma [[Campanha Romena|ofensiva bem sucedida contra a Romênia]], os alemães tentaram negociar uma paz com os Aliados. Logo depois, o então [[presidente dos Estados Unidos]], [[Woodrow Wilson]], tentou intervir como um pacificador, pedindo que ambos os lados declarassem suas demandas. O Gabinete de Guerra de [[Lloyd George]] considerou a oferta alemã como uma estratagema para criar divisões entre os Aliados. Após a indignação inicial e muita deliberação, eles levaram a nota de Wilson como um esforço separado, sinalizando que os [[Estados Unidos]] estavam prestes a entrar na guerra contra a Alemanha após os "ultrajes submarinos". Enquanto os Aliados debatiam uma resposta à oferta de Wilson, os alemães optaram por rejeitar isto em favor de "uma troca direta de pontos de vista". Ao saber sobre a resposta alemã, os governos aliados ficaram livres para fazer suas respectivas demandas como resposta em 14 de janeiro. Procuraram restauração de danos, evacuação de territórios ocupados, reparações para a França, Rússia e Romênia, e reconhecimento do princípio das nacionalidades. Isso incluía a libertação de italianos, eslavos, romenos, checos-eslovacos e a criação de uma "Polônia livre e unida". Sobre a questão da segurança, os Aliados procuraram obter garantias que impeçam ou limitem futuras guerras, com sanções, como condição para qualquer acordo de paz.{{sfn |Kernek |1970 |pp=721–766}}
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=== 1917-1918 ===
==== Desenvolvimentos em 1917 ====
[[Imagem:Guetteur_au_poste_de_l'écluse_26.jpg|thumb|esquerda|upright|Soldado do exército francês em seu posto de observação em [[Haut-Rhin]], França, 1917.]]
 
Os acontecimentos de 1917 mostraram-se decisivos para acabar com a guerra, embora os seus efeitos não fossem plenamente sentidos até 1918. O bloqueio naval britânico começou a ter um sério impacto na Alemanha. Em resposta, em fevereiro de 1917, o [[Estado-Maior General da Alemanha|Estado-Maior Alemão]] convenceu o [[chanceler]] [[Theobald von Bethmann-Hollweg]] a declarar a [[guerra submarina irrestrita]], com o objetivo de fazer a Grã-Bretanha sair da guerra. Os planejadores alemães estimaram que a guerra submarina sem restrições custaria à Grã-Bretanha uma perda mensal de transporte de 600 mil toneladas.<ref>Holwitt, p.294, for instance. Holwitt, however, persistently refuses to acknowledge armed merchantmen are not protected, and most of the merchantmen sunk by both sides in World War II were armed. See Blair, ''Silent Victory'' ''passim''; Parillo, pp.114-115; Zabecki, p.71, at [https://books.google.ca/books?id=NT7SAgAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=editions:s8QH6KCcxAIC&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwiO_5Cs2P3UAhVm5IMKHaY1CXAQuwUIKTAA#v=onepage&q=armed%20merchantmen&f=false Google Books] (retrieved 9 July 2017); Assmann, Kurt. "Why U-Boat Warfare Failed" in ''Foreign Affairs" Vol. 28, No. 4 (July 1950), pp. 659-670. Available online at [http://www.jstor.org/stable/20030803 jstor.org]; Wilson, George Grafton. "Armed Merchant Vessels and Submarines" in ''The American Journal of International Law'', Vol. 24, No. 2 (Apr., 1930), pp. 337-339. Available online at [http://www.jstor.org/stable/2189406 jstor.org];</ref>
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Em 3 de maio de 1917, durante a [[Ofensiva Nivelle]], a Divisão Colonial Francesa, veteranos da [[Batalha de Verdun]], recusou ordens, chegaram bêbado e sem armas. Seus oficiais não possuíam meios para punir uma divisão inteira e medidas severas não foram imediatamente implementadas. O [[Motins do exército francês (1917)|motins do exército francês]] acabaram por se espalhar para mais 54 divisões francesas e causou a deserção de vinte mil homens. No entanto, os apelos ao patriotismo e ao dever, bem como as prisões e julgamentos em massa, encorajaram os soldados a voltarem a defender suas trincheiras, embora os soldados franceses se recusassem a participar de mais ações ofensivas.<ref>Marshall, 292.</ref>
[[Imagem:Bundesarchiv_Bild_183-1983-0323-501,_Kriegskinematograph_im_Schützengraben.jpg|thumb|Soldados alemães gravam a batalha.]]
 
A vitória das [[Potências Centrais]] na [[Batalha de Caporetto]] levou os Aliados a convocar a [[Conferência de Rapallo]] na qual formaram o [[Conselho da Suprema Guerra]] para coordenar o planejamento. Anteriormente, os exércitos britânico e francês haviam operado sob comandos separados. Em dezembro, as Potências Centrais assinaram um armistício com a Rússia, liberando assim um grande número de tropas alemãs para uso no oeste. Com reforços alemães e novas tropas estadunidenses entrando, o resultado foi decidido na Frente Ocidental. As Potências Centrais sabiam que não podiam vencer uma guerra prolongada, mas esperavam muito sucesso com base em uma ofensiva rápida final. Além disso, ambos os lados ficaram cada vez mais temerosos de agitação social e revolução na Europa. Assim, ambos procuraram urgentemente uma vitória decisiva.{{sfn|Heyman |1997 |pp=146–147}}
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==== Conflito do Império Otomano, 1917-1918 ====
{{Artigo principal|Campanha do Sinai e Palestina|Campanha da Mesopotâmia}}
[[Imagem:Ottoman soldiers WWI.jpg|thumb|Tropas otomanas durante a [[Campanha da Mesopotâmia]].]]
[[Imagem:Capture of Jerusalem 1917d.jpg|thumb|Bateria de artilharia britânica no [[Monte Scopus]] durante a [[Batalha de Jerusalém]], 1917.]]
 
Em março e abril de 1917, na [[Primeira Batalha de Gaza|Primeira]] e [[Segunda Batalha de Gaza]], as forças alemãs e [[Império Otomano|otomanas]] impediram o avanço da [[Força Expedicionária Egípcia]], que começou em agosto de 1916 na [[Batalha de Romani]].<ref>{{citar livro|título=Ordered to Die: A History of the Ottoman Army in the First World War: Forward by General Hüseyiln Kivrikoglu |último =Erickson |primeiro = Edward J. |series= No. 201 Contributions in Military Studies |ano=2001 |publicado=Greenwood Press |local=Westport Connecticut |oclc=43481698 |página=163}}</ref><ref>{{citar livro|título=The Mounted Riflemen in Sinai & Palestine: The Story of New Zealand's Crusaders |último =Moore |primeiro =A. Briscoe |ano=1920 |publicado=Whitcombe & Tombs |local=Christchurch |oclc=156767391|página=67}}</ref> No final de outubro, a [[Campanha do Sinai e Palestina]] foi retomada, quando o XX Corpo, o XXI Corpo e o Corpo montado no deserto do general [[Edmund Allenby]] ganharam a [[Batalha de Beersheba]].<ref>{{citar livro|título=Military Operations Egypt & Palestine from June 1917 to the End of the War |último =Falls |primeiro =Cyril |series=Official History of the Great War Based on Official Documents by Direction of the Historical Section of the Committee of Imperial Defence |others=Maps by A. F. Becke |ano=1930 |volume=Volume 2 Part I |publicado=HM Stationery Office |local=London |oclc=644354483 |página=59}}</ref> Dois exércitos otomanos foram derrotados algumas semanas depois na [[Batalha de Mughar Ridge]] e, no início de dezembro, [[Jerusalém]] foi capturada após uma outra derrota otomana na [[Batalha de Jerusalém]] em 1917.<ref>{{citar livro|capítulo=The Palestine Campaigns |último =Wavell |primeiro =Earl |autorlink =Archibald Wavell, 1st Earl Wavell |editor-sobrenome =Sheppard |editor-nome =Eric William |edição=4th |título=A Short History of the British Army |ano=1968 |anooriginal=1933 |publicado=Constable & Co. |local=London |oclc=35621223 |páginas=153–5}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.firstworldwar.com/source/jerusalemdecree.htm |título=Text of the Decree of the Surrender of Jerusalem into British Control |publicado=First World War.com |acessodata=13 de maio de 2015 | arquivourl= https://web.archive.org/web/20110614214531/http://www.firstworldwar.com/source/jerusalemdecree.htm |arquivodata=14 de junho de 2011}}</ref> Neste período, [[Friedrich Kreß von Kressenstein]] foi dispensado de seus deveres como o comandante do Oitavo Exército, substituído por [[Djevad Pacha]], e alguns meses depois, o comandante do exército otomano na [[Palestina (região)|Palestina]], [[Erich von Falkenhayn]], foi substituído por [[Otto Liman von Sanders]].<ref>{{Citar web|url=http://www.firstworldwar.com/bio/kressenstein.htm |título=Who's Who – Kress von Kressenstein |publicado=First World War.com |acessodata=13 de maio de 2015}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.firstworldwar.com/bio/liman.htm |título=Who's Who – Otto Liman von Sanders |publicado=First World War.com |acessodata=13 de maio de 2015}}</ref>
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==== Entrada dos Estados Unidos ====
[[Imagem:WWIHunNatlArchives.jpg|thumb|esquerda|upright|Cartaz demonizando a Alemanha depois que a guerra foi declarada.]]
 
No início da guerra, os [[Estados Unidos]] prosseguiram uma política de não intervenção, evitando conflitos enquanto tentavam negociar uma paz. Quando o [[U-boot]] alemão U-20 afundou o navio britânico [[RMS Lusitania|RMS ''Lusitania'']] em 7 de maio de 1915 com 128 estadunidenses entre os mortos, o presidente [[Woodrow Wilson]] insistiu que "a América está muito orgulhosa por lutar", mas exigiu o fim dos ataques aos navios de passageiros. A Alemanha cumpriu. Wilson tentou então, sem sucesso, mediar um acordo. No entanto, ele também advertiu repetidamente que os Estados Unidos não tolerariam a [[guerra submarina irrestrita]], em violação do [[direito internacional]]. O ex-presidente Theodore Roosevelt denunciou os atos alemães como "pirataria".{{sfn |Brands |1997 |p=756}}
 
Em janeiro de 1917, a Alemanha retomou a guerra submarina sem restrições, percebendo que significaria a entrada estadunidense na guerra. O ministro das Relações Exteriores do Império Alemão, [[Arthur Zimmermann]], convidou o [[México]] para se juntar à guerra como aliado da Alemanha contra os Estados Unidos no que ficou conhecido como "[[Telegrama Zimmermann]]". Em contrapartida, os alemães financiariam o esforço de guerra do México e o ajudariam a recuperar os territórios do [[Texas]], do [[Novo México]] e do [[Arizona]].{{sfn |Tuchman |1966}} O [[Reino Unido]] interceptou a mensagem e apresentou-a à embaixada dos Estados Unidos em Londres, o que abriu o caminho para o presidente Wilson divulgar o Telegrama Zimmermann ao público e os estadunidenses viram isso como ''[[casus belli]]''. Wilson pedia elementos anti-guerra para acabar com todas os conflitos, ao ganhar esta guerra e eliminar o [[militarismo]] do globo. Ele argumentou que a guerra era tão importante que os Estados Unidos tinham que ter uma voz na conferência de paz.<ref name="Karp-PoW-1979">{{harvnb |Karp |1979}}</ref> Após o naufrágio de sete navios mercantes dos Estados Unidos por submarinos e a publicação do Telegrama Zimmermann, Wilson pediu por uma guerra contra a Alemanha, o que o [[Congresso dos Estados Unidos]] declarou em 6 de abril de 1917.<ref>[https://web.archive.org/web/20090219103250/http://www.nationalcenter.org/DeclarationofWWI.html "Text Of The Declaration Of War Against Germany, World War I"] The National Center for Public Policy Research website. Acessado em 14 de julho de 2007.</ref>
[[Imagem:USA bryter de diplomatiska förbindelserna med Tyskland 3 februari 1917.jpg|thumb|Presidente [[Woodrow Wilson]] anuncia no [[Congresso dos Estados Unidos|Congresso]] a interrupção nas relações com a Alemanha, 3 de fevereiro de 1917.]]
 
Os Estados Unidos nunca foram formalmente um membro dos [[Aliados da Primeira Guerra Mundial|Aliados]], mas se tornaram uma auto-denominada "Potência Associada". Os Estados Unidos tinham um pequeno exército, mas, após a aprovação do Ato do Serviço Seletivo, reuniu 2,8 milhões de homens<ref>{{Citar web|url=http://www.sss.gov/induct.htm |título=Selective Service System: History and Records |publicado=Sss.gov |acessodata=27 de julho de 2010 |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090507211238/http://www.sss.gov/induct.htm |arquivodata= 7 de maio de 2009 |df= }}</ref> e, no verão de 1918, enviava 10 mil novos soldados para a França todos os dias. Em 1917, o Congresso dos Estados Unidos concedeu a cidadania aos [[porto-riquenhos]] para permitir que eles fossem convocados para participar da Primeira Guerra Mundial, como parte da Lei Jones-Shafroth. A Alemanha acreditava que levaria muitos meses antes que os soldados estadunidenses chegassem e que a chegada deles poderia ser interrompida pelos U-boos, o que foi um erro de cálculo estratégico.{{sfn |Wilgus |1931 |p=52}}
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==== Ofensiva alemã na primavera de 1918 ====
{{Artigo principal|Ofensiva da Primavera}}
[[Imagem:British_55th_Division_gas_casualties_10_April_1918.jpg|thumb|Soldados britânicos da 55ª Divisão, cegos por gás lacrimogêneo durante a Batalha de Estaires, 10 de abril de 1918.]]
[[Imagem:General gouraud french army world war i machinegun marne 1918.JPEG|thumb|Soldados franceses sob o general Gouraud, com metralhadoras entre as ruínas de uma catedral perto da Marne, 1918.]]
 
Ludendorff elaborou planos (sob o codinome [[Operação Michael]]) para a ofensiva de 1918 na Frente Ocidental. A [[Ofensiva da Primavera]] procurou dividir as forças britânicas e francesas com uma série de fendas e avanços. A liderança alemã esperava acabar com a guerra antes que grandes forças estadunidenses chegassem. A operação começou em 21 de março de 1918, com um ataque às forças britânicas perto de [[Saint-Quentin]]. As forças alemãs alcançaram um avanço sem precedentes de sessenta quilômetros.{{sfn |Westwell |2004}}
Linha 338:
==== Ofensiva dos Cem Dias ====
{{Artigo principal|Ofensiva dos Cem Dias|República de Weimar}}
[[Imagem:Aerial_view_of_ruins_of_Vaux,_France,_1918,_ca._03-1918_-_ca._11-1918_-_NARA_-_512862.tif|thumb|esquerda|Vista aérea das ruínas de [[Vaux-devant-Damloup]], França, 1918.]]
[[Imagem:Canadian Scottish at Canal du Nord Sept 1918 IWM CO 3289.jpg|thumb|esquerda|[[Canadá|Canadenses]] avançando durante a [[Batalha do Canal du Nord]], 1918.]]
 
A contraofensiva aliada, conhecida como [[Ofensiva dos Cem Dias]], começou em 8 de agosto de 1918, com a [[Batalha de Amiens]], que envolveu mais de quatrocentos tanques e 120 mil tropas britânicas, dominicanas e francesas e que, no final de seu primeiro dia, havia sido criado um espaço de 24 quilômetros de comprimento nas linhas alemãs. Os defensores mostraram um colapso marcado da moral, fazendo com que [[Erich Ludendorff|Ludendorff]] se referisse a este dia como o "Dia Negro do exército alemão".<ref>{{citar livro|publicado=Vanwell|anooriginal=1977|ano=2004|título=Shock Army of the British Empire: The Canadian Corps in the Last 100 Days of the Great War|último =Schreiber|primeiro =Shane B|local=St. Catharines, ON|isbn=1-55125-096-9|oclc=57063659}}</ref>{{sfn |Rickard |2001}} Ao invés de continuar a Batalha de Amiens após o sucesso inicial, como já havia sido feito tantas vezes no passado, os Aliados deslocaram sua atenção para outro lugar. Os líderes aliados já tinham percebido que continuar um ataque depois que a resistência se endurecesse era um desperdício de vidas e era melhor mover as tropas do que tentar penetrar a linha inimiga. Eles começaram a realizar ataques em ordem rápida para aproveitar os avanços bem-sucedidos nos flancos e depois os quebravam quando cada ataque perdia seu ímpeto inicial.<ref name="Pitt-1962">{{harvnb |Pitt |2003}}</ref>
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Em 8 de agosto, em quase quatro semanas de combates, mais de cem mil prisioneiros alemães foram levados. A partir daquele que foi considerado "O Dia Negro do Exército Alemão", o Alto Comando alemão percebeu que a guerra estava perdida e tentou atingir um final satisfatório. No dia seguinte a essa batalha, Ludendorff disse: "Não podemos mais vencer a guerra, mas também não devemos perder." Em 11 de agosto, ele ofereceu sua renúncia ao Kaiser, que recusou, respondendo: "Vejo que devemos equilibrar. Chegamos ao limite de nossos poderes de resistência. A guerra deve ser encerrada". Em 13 de agosto, em [[Spa (Liège)|Spa]], Hindenburg, Ludendorff, o chanceler e o ministro dos Negócios Estrangeiros, [[Johannes Hintz]], concordaram que a guerra não poderia ser encerrada militarmente e, no dia seguinte, o Conselho da Coroa Alemã decidiu que a vitória no campo agora era improvável. A [[Áustria]] e a [[Hungria]] advertiram que só poderiam continuar a guerra até dezembro e Ludendorff recomendou negociações imediatas de paz. O [[Rodolfo, Príncipe Herdeiro da Baviera|Príncipe Rodolfo]] advertiu o [[Maximiliano de Baden|Príncipe Max de Baden]]: "Nossa situação militar se deteriorou tão rapidamente que não acredito mais que podemos aguentar durante o inverno, e até mesmo que uma catástrofe venha mais cedo". Em 10 de setembro, Hindenburg pediu a paz para o imperador [[Carlos da Áustria]] e a Alemanha apelou para os [[Países Baixos]] fazer a mediação. Em 14 de setembro, a Áustria enviou uma nota a todos os beligerantes e neutros sugerindo uma reunião para conversas de paz em solo neutro e, em 15 de setembro, a Alemanha fez uma oferta de paz para a Bélgica. Ambas as ofertas de paz foram rejeitadas e, em 24 de setembro, o Supremo Comando do Exército informou os líderes em [[Berlim]] de que as negociações de um [[armistício]] eram inevitáveis.<ref name="Chron-FWW"/>
[[Imagem:World War I Observation Balloon HD-SN-99-02269.JPEG|thumb|Um major estadunidense pilotando um balão de observação perto da frente de batalha, 1918.]]
 
O ataque final à linha de ''Hindenburg'' começou com a [[Ofensiva Meuse-Argonne]], lançada pelas tropas francesas e estadunidenses em 26 de setembro. Na semana seguinte, as unidades francesas e estadunidenses que cooperaram em [[Champanhe (província)|Champanhe]] na [[Batalha de Mont Blanc]], forçando os alemães a dominar as montanhas próximo da fronteira belga.{{sfn |McLellan |p=49}} Em 8 de outubro, a linha foi novamente perfurada pelas tropas britânicas na [[Batalha de Cambrai (1918)|Batalha de Cambrai]].<ref>{{citar livro|series=For King and Empire: A Social History and Battlefield Tour|título=The Canadians at Cambrai and the Canal du Nord, August–September 1918|publicado=CEF Books|ano=1997|último =Christie|primeiro =Norm M|isbn=1-896979-18-1|oclc=166099767}}</ref> O exército alemão teve que encurtar sua frente e usar a fronteira neerlandesa como uma âncora para lutar contra as ações da retaguarda, já que caiu para a Alemanha. Quando a [[Bulgária]] assinou um armistício separado em 29 de setembro, Ludendorff, tendo estado sob grande estresse por meses, sofreu algo semelhante a um [[derrame]]. Era evidente que a Alemanha não poderia mais montar uma defesa de sucesso.{{sfn |Stevenson |2004 |p=380}}{{sfn |Hull |2006 |pp=307–10}}
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=== Brasil ===
{{Principal|Brasil na Primeira Guerra Mundial}}
[[Imagem:Venceslau Brás declara guerra 1917.jpg|thumb|O [[Lista de presidentes do Brasil|Presidente do Brasil]], [[Venceslau Brás]], declarando guerra aos [[Tríplice Aliança (1882)|Poderes Centrais]]. Ao seu lado, o Ministro interino das Relações Exteriores [[Nilo Peçanha]] (em pé) e o presidente de [[Minas Gerais]], [[Delfim Moreira]] (sentado).]]
 
No [[Brasil]], o confronto foi conhecido popularmente, até a [[Segunda Guerra Mundial]], como a "Guerra de 14", em alusão a 1914. No dia 5 de abril de 1917, o vapor brasileiro ''Paraná'', que navegava de acordo com as exigências feitas a países neutros, foi [[torpedo|torpedeado]], supostamente por um [[submarino]] alemão. No dia [[11 de abril]] o Brasil rompeu relações diplomáticas com os países do bloco liderado pela [[Império Alemão|Alemanha]]. Em 20 de maio, o navio ''Tijuca'' foi torpedeado perto da costa [[França|francesa]]. Nos meses seguintes, o governo brasileiro confiscou 42 navios alemães, [[Áustria-Hungria|austro-húngaros]] e turco-[[Império Otomano|otomanos]] que estavam em portos brasileiros, como uma [[indenização]] de guerra.<ref name="eugenio vargas garcia">{{citar livro|autor=GARCIA, Eugênio Vargas|titulo=O Brasil e a Liga das Nações|local=Porto Alegre|editora=Editora da Universidade/ FUNAG |isbn=9788570255426 |ano=2000}}</ref>
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{{Principal|Portugal na Primeira Guerra Mundial}}
 
[[Imagem:Oporto - Praça de Carlos Alberto - 20110424 162946.jpg|thumb|esquerda|Monumento aos mortos da Primeira Guerra Mundial no [[Porto]], [[Portugal]].]]
 
Portugal participou no primeiro conflito mundial ao lado dos [[Aliados]], o que estava de acordo com as orientações da república ainda recentemente instaurada.<ref name="tgwchannel portugal">{{Citar vídeo|url=https://www.youtube.com/watch?v=-CxgF79aGZg|titulo=The Forgotten Ally - Portugal in the WW1|data=3 de Abril de 2017|acessodata=2017-7-22|autor=|lingua=en|obra=Youtube|publicado=The Great War channel|meio=}}</ref>
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=== Efeitos socioeconômicos ===
[[Imagem:Douaumont ossuary3.jpg|thumb|Cemitério e ossário de [[Douaumont]], na [[França]], onde estão os restos mortais de mais de 130 mil soldados desconhecidos.]]
 
Nenhuma outra guerra mudou o mapa da [[Europa]] de forma tão dramática. Quatro impérios desapareceram após o fim do conflito: o [[Império Alemão|Alemão]], o [[Império Austro-Húngaro|Austro-Húngaro]], o [[Império Otomano|Otomano]] e o [[Império Russo|Russo]]. Quatro dinastias, juntamente com as [[aristocracia]]s que as apoiavam, caíram após a guerra: os [[Casa de Hohenzollern|Hohenzollern]], os [[Habsburgos]], os [[Romanov]] e os [[Dinastia Otomana|Otomanos]]. Países como a [[Bélgica]] e a [[Sérvia]] passaram por destruições severas, assim como a [[França]], que perdeu 1,4 milhão de soldados,<ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7199127.stm "France's oldest WWI veteran dies"], ''BBC News'', 20 de janeiro de 2008.</ref> sem contar as vítimas civis. A Alemanha e Rússia foram igualmente afetadas.<ref>[http://books.google.com/books?id=2YqjfHLyyj8C&pg=PA273 Spencer Tucker (2005), ''Encyclopedia of World War I''], [[ABC-CLIO]], p. 273. ISBN 1-85109-420-2</ref>
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Doenças floresceram nas condições caóticas da guerra. Apenas em 1914, piolhos infectados pelo [[tifo epidêmico]] matou duzentas mil pessoas na Sérvia.<ref>{{harvnb|Tschanz}}</ref> Entre 1918 e 1922, a Rússia tinha cerca de 25 milhões de infecções e três milhões de mortes por tifo.<ref>{{harvnb|Conlon}}</ref> Considerando que antes da Primeira Guerra Mundial a Rússia registrava cerca 3,5 milhão de casos da [[malária]], após o conflito seu povo sofreu com mais de treze milhões de casos em 1923.<ref>[http://books.google.com/books?id=HcOAnAINJZAC&pg=PA65 William Hay Taliaferro, ''Medicine and the War''],(1972), p.65. ISBN 0-8369-2629-3</ref> Além disso, a grande [[Gripe de 1918|epidemia de gripe em 1918]] se espalhou pelo mundo. No geral, a [[pandemia]] de gripe espanhola matou ao menos cinquenta milhões de pessoas.<ref>{{harvnb|Knobler|2005}}</ref><ref>{{citation|url=http://www.influenzareport.com/ir/overview.htm|título=Influenza Report|acessodata=17 de novembro de 2009|autor1 =<Please add first missing authors to populate metadata.>}}</ref>
[[Imagem:Smyrna-massacre-refugees port-1922.jpg|thumb|esquerda|Refugiados gregos de [[Esmirna]], [[Turquia]], em 1922.]]
 
O ''[[lobby]]'' feito por [[Chaim Weizmann]] e o medo de que os judeus estadunidenses incentivassem os [[Estados Unidos]] a apoiar a Alemanha culminaram na [[Declaração Balfour]] de 1917, feita pelo governo britânico e que endossava a criação de uma [[Sionismo|pátria judaica]] na [[Palestina (região)|Palestina]].<ref>[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/50162/Balfour-Declaration "Balfour Declaration" (United Kingdom 1917)], ''Encyclopædia Britannica''.</ref> Um total de mais de {{Formatnum:1172000}} soldados judeus serviram nas forças Aliadas e nas forças dos Impérios Centrais na Primeira Guerra Mundial, incluindo 275 mil na Áustria-Hungria e 450 mil na [[Rússia czarista]].<ref>"[https://web.archive.org/web/20090208133649/http://www.jewishagency.org/JewishAgency/English/Jewish+Education/Compelling+Content/Jewish+History/Zionist+Institutions/JAFI+Timeline/1917-1919.htm The Jewish Agency for Israel Timeline]"</ref>
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=== Tratados de paz e fronteiras nacionais ===
{{Principal|Dissolução da Áustria-Hungria|Partilha do Império Otomano|Tratado de Versailles|Revolução Russa de 1917}}
[[Imagem:Map Europe 1923-pt-br.svg|thumb|upright=1.4|Mudanças territoriais na Europa após a Primeira Guerra.]]
 
Após a guerra, a [[Conferência de Paz de Paris (1919)|Conferência de Paz de Paris]], em 1919, impôs uma série de tratados de paz às [[Potências Centrais]], terminando oficialmente com a guerra. O [[Tratado de Versalhes de 1919]] lidou com a Alemanha e, com base nos [[Quatorze Pontos]] do então presidente estadunidense, [[Woodrow Wilson]], trouxe à existência a [[Liga das Nações]] em 28 de junho de 1919.<ref>{{harvnb|Magliveras|1999|pp=8–12}}</ref><ref>{{harvnb|Northedge|1986|pp=35–36}}</ref>
 
Ao assinar o tratado, a Alemanha reconheceu "toda a perda e danos a que os Aliados, os governos associados e seus nacionais foram submetidos como consequência da guerra imposta sobre eles pelas agressões da Alemanha e de seus aliados". Esta cláusula também foi inserido ''[[mutatis mutandis]]'' para os tratados assinados pelos outros membros das Potências Centrais. Esta cláusula mais tarde se tornou conhecido, para os alemães, como a cláusula de culpa da guerra. Os tratados da Conferência de Paz de Paris também impôs às nações derrotadas que pagassem reparações aos vencedores. O Tratado de Versalhes causou um enorme sentimento de amargura no povo alemão, que os movimentos nacionalistas, especialmente os [[Nazismo|nazistas]], exploraram com uma [[teoria de conspiração]] que chamaram de ''[[Dolchstoßlegende]]'' (a "Lenda da Punhalada pelas Costas"). A inflação galopante na década de 1920 que foi causada pela frustração nos gastos militares contribuiu para o colapso econômico da [[República de Weimar]] e o pagamento de indenizações foi suspenso em 1931, após a [[Quinta-Feira Negra|Quebra do Mercado de Ações de 1929]] e o início do período que posteriormente conhecido como [[Grande Depressão]] em todo o mundo.<ref>[http://www.salon.com/2004/04/20/war_inflation/ How you will pay for the war] James K. Galbraith{{Fonte melhor|{{subst:DATA}}}}</ref>
[[Imagem:William_Orpen_-_The_Signing_of_Peace_in_the_Hall_of_Mirrors,_Versailles.jpg|thumb|esquerda|upright|Assinatura do [[Tratado de Versalhes]] na [[Galeria dos Espelhos]].]]
 
A [[Áustria-Hungria]] foi dividida em vários [[Sucessão de estados|Estados sucessores]] (como a [[Áustria]], a [[Hungria]], a [[Tchecoslováquia]] e a [[Iugoslávia]]), que foram em grande parte, mas não totalmente, definidos por grupos étnicos. A [[Transilvânia]] foi transferida da Hungria para a [[Romênia Maior]]. Os detalhes foram contidos no [[Tratado de Saint-Germain-en-Laye]] e no [[Tratado de Trianon]]. Como resultado do tratado, 3,3 milhões de húngaros ficaram sob domínio estrangeiro. Apesar de 54% da população do [[Reino da Hungria]] ter sido composta por [[húngaros]] no período pré-guerra, apenas 32% de seu território foi deixado para a Hungria. Entre 1920 e 1924, 354 mil húngaros fugiram de antigos territórios húngaros ligados à Romênia, Tchecoslováquia e Iugoslávia.<ref>{{citar livro|primeiro1 =Károly|último1 =Kocsis|primeiro2 =Eszter Kocsisné|último2 =Hodosi|título=Ethnic Geography of the Hungarian Minorities in the Carpathian Basin|ano=1998|isbn=978-963-7395-84-0|página=19}}</ref>
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O [[nacionalismo italiano]] foi agitado pelo início da guerra e inicialmente foi fortemente apoiado por uma variedade de facções políticas. Um dos mais proeminentes e populares partidários nacionalistas italianos da guerra foi [[Gabriele d'Annunzio]], que promovia o [[irredentismo italiano]] e ajudou a influenciar o público italiano para apoiar a intervenção na guerra.{{sfn |Tucker |Roberts |2005 |p=335}} O [[Partido Liberal Italiano]], sob a liderança de [[Paolo Boselli]], promoveu a intervenção na guerra do lado dos Aliados e utilizou a [[Sociedade Dante Alighieri]] para promover ideias nacionalistas.{{sfn |Tucker |Roberts |2005 |p=219}} Os socialistas italianos estavam divididos sobre se apoiar a guerra ou se opor a ela; alguns militantes apoiavam a guerra, como [[Benito Mussolini]] e [[Leonida Bissolati]].{{sfn |Tucker |Roberts |2005 |p=209}} No entanto, o [[Partido Socialista Italiano]] decidiu se opor ao conflito depois que os manifestantes anti-militaristas foram mortos, resultando em uma [[greve geral]] chamada [[Semana Vermelha]].<ref name=autogenerated6>{{harvnb |Tucker |Roberts |2005 |p=596}}</ref> O Partido Socialista Italiano expurgou-se de membros nacionalistas pró-guerra, incluindo Mussolini.<ref name=autogenerated6/> Mussolini, um sindicalista que apoiava a guerra por motivos de reivindicações [[Irredentismo|irredentistas]] nas regiões da [[Áustria-Hungria]], formada pelo pró-intervencionista ''Il Popolo d'Italia'' e ''Fasci Rivoluzionario d'Azione Internazionalista'' ("Fascismo revolucionário para a ação internacional") em outubro de 1914, o que mais tarde se tornou o ''Fasci di Combattimento'' em 1919, a origem do [[fascismo]].{{sfn |Tucker |Roberts |2005 |p=826}} O nacionalismo de Mussolini permitiu-lhe arrecadar fundos da [[Ansaldo]] (uma empresa de armamento) e outras empresas para criar ''Il Popolo d'Italia'' e para convencer socialistas e revolucionários a apoiar a guerra.<ref>Dennis Mack Smith. 1997. ''Modern Italy; A Political History''. Ann Arbor: The University of Michigan Press. Pp. 284.</ref>
[[Imagem:Bundesarchiv Bild 119-0289, München, Hitler bei Einweihung "Braunes Haus".jpg|thumb|esquerda|[[Adolf Hitler]] com membros do [[Partido Nazista]] em 1930.]]
 
O surgimento do [[nazismo]] e do [[fascismo]] incluiu um renascimento do [[Nacionalismo|espírito nacionalista]] e uma rejeição de muitas mudanças pós-guerra. Da mesma forma, a popularidade da [[Dolchstoßlegende|lenda da punhalada pelas costas]] ({{lang-de|''Dolchstoßlegende''}}) foi um testemunho do estado psicológico da Alemanha derrotada e foi uma rejeição da sua responsabilidade pelo conflito. Esta teoria conspiratória de traição tornou-se comum e a população alemã passou a se ver como vítima. A aceitação generalizada da teoria "facada pelas costas" deslegitimou o governo da [[República de Weimar]] e desestabilizou o sistema, abrindo-o para os extremos da [[Extrema-direita|direita]] e da [[Extrema-esquerda|esquerda]].<ref>{{citar web |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742009000200033 |titulo=Mussolini e a ascensão do fascismo |data=2009 |autor=Marcos Gonçalves |editor=[[Universidade Estadual do Paraná]] |acessodata=10 de agosto de 2017}}</ref>
 
Os movimentos [[Comunismo|comunistas]] e fascistas em toda a Europa atraíram força desta teoria e gozaram de um novo nível de popularidade. Esses sentimentos foram mais pronunciados em áreas diretamente ou severamente afetadas pela guerra. [[Adolf Hitler]] conseguiu ganhar popularidade utilizando o descontentamento alemão com o ainda controverso [[Tratado de Versalhes]].<ref>{{citation|url=http://www.bbc.co.uk/history/worldwars/wwone/war_end_01.shtml|publicado=BBC|título=The Ending of World War One, and the Legacy of Peace|primeiro =Martin|último =Kitchen}}</ref> A [[Segunda Guerra Mundial]] foi em parte uma continuação da luta de poder que não foi totalmente resolvida pela Primeira Guerra Mundial. Além disso, era comum aos alemães na década de 1930 justificar atos de agressão devido a injustiças percebidas impostas pelos vencedores da Primeira Guerra Mundial.<ref>{{citation|url=http://www.britannica.com/eb/article-9110199/World-War-II|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080624163832/http://www.britannica.com/eb/article-9110199/World-War-II#53532.toc|arquivodata=24 de junho de 2008|título=World War II|obra=Britannica Online Encyclopedia|acessodata=12 de novembro de 2009|publicado=[[Encyclopædia Britannica, Inc.]]|urlmorta= sim|df=}}</ref><ref>{{citation|último =Baker|primeiro =Kevin|url=http://www.harpers.org/StabbedInTheBack.html|título=Stabbed in the Back! The past and future of a right-wing myth|periodical=Harper's Magazine|data=Junho de 2006|arquivourl=https://web.archive.org/web/20060715174503/http://www.harpers.org/StabbedInTheBack.html|arquivodata=15 de julho de 2006|urlmorta= sim|df=}}</ref>{{sfn |Chickering |2004}} O historiador estadunidense William Rubinstein diz:
 
<blockquote>
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=== Tecnologia ===
{{Vertambém|Aviação na Primeira Guerra Mundial}}
[[Imagem:Tanks_on_parade_in_London_at_the_end_of_World_War_I,_1918_(3056450509).jpg|thumb|[[Carro de combate|Tanques]] em desfile em [[Londres]] no final da Primeira Guerra Mundial.]]
[[Imagem:Bundesarchiv_DVM_10_Bild-23-61-15,_Panzerkreuzer_"SMS_Goeben".jpg|thumb|[[SMS Goeben|SMS ''Goeben'']] do [[Império Otomano]].]]
 
A Primeira Guerra Mundial começou como um choque entre a tecnologia do século XX e táticas do século XIX, com fatais e inevitáveis ​ consequências. No final de 1917, no entanto, os principais exércitos, que agora contavam com milhões de homens, se modernizaram e usavam telefones, [[comunicações sem fio]],{{sfn |Hartcup |1988 |p=154}} [[Carro blindado|carros blindados]], [[Carro de combate|tanques]] e [[aeronave]]s.{{sfn |Hartcup |1988 |pp=82–86}}
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==== Incidentes do ''Baralong'' e torpedeamento do HMHS ''Llandovery Castle'' ====
[[Imagem:HMS_Baralong.jpg|thumb|[[HMS Baralong|HMS ''Baralong'']].]]
[[Imagem:"HM_Hospital_Ship,_Llandovery_Castle".png|thumb|Navio hospitalar canadense [[HMHS Llandovery Castle|HMHS ''Llandovery Castle'']].]]
 
Em 19 de agosto de 1915, o submarino alemão [[SM U-27|U-27]] foi afundado pelo navio britânico [[HMS Baralong|HMS ''Baralong'']]. Todos os sobreviventes alemães foram executados sumariamente pela equipe do ''Baralong'' sob as ordens do tenente [[Godfrey Herbert]], o capitão do navio. O fuzilamento foi divulgado aos meios de comunicação por cidadãos estadunidenses que estavam a bordo do ''Nicosia'', um cargueiro britânico que levava suprimentos de guerra, que foi interrompido pelo U-27 poucos minutos antes do incidente.<ref>Halpern, Paul G. (1994). A Naval History of World War I. Routledge, p. 301; {{ISBN|1-85728-498-4}}</ref> Em 24 de setembro, o ''Baralong'' destruiu o [[SM U-41|U-41]], que estava no processo de afundar o navio de carga ''Urbin''o. De acordo com [[Karl Goetz]], o comandante do submarino, o ''Baralong'' continuou a navegar com a [[bandeira dos Estados Unidos]] depois de disparar contra o U-41 e depois afundou o bote salva-vidas, que carregava os sobreviventes alemães.<ref>Hadley, Michael L. (1995). Count Not the Dead: The Popular Image of the German Submarine. McGill-Queen's Press – MQUP, p. 36; {{ISBN|0-7735-1282-9}}.</ref>
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==== Armas químicas ====
{{Artigo principal|Armas químicas na Primeira Guerra Mundial}}
[[Imagem:French_soldiers_making_a_gas_and_flame_attack_on_German_trenches_in_Flanders._Belgium.,_ca._1900_-_1982_-_NARA_-_530722.tif|thumb|esquerda|Soldados franceses fazem um ataque de gás e chamas nas [[trincheira]]s alemãs em [[Flandres]].]]
 
O primeiro uso bem sucedido de [[gás venenoso]] como arma de guerra ocorreu durante a [[Segunda Batalha de Ypres]] (22 de abril a 25 de maio de 1915). O gás já foi usado por todos os principais beligerantes durante toda a guerra. Estima-se que o uso de [[armas químicas]] empregadas por ambos os lados ao longo da guerra provocou 1,3 milhão de mortes. Por exemplo, os britânicos tiveram mais de 180 mil vítimas de armas químicas durante a guerra e até um terço das baixas estadunidenses foram causadas por eles. O exército russo teria perdido cerca de quinhentos mil soldados para as armas químicas durante a Primeira Guerra Mundial.<ref>Schneider, Barry R. (28 February 1999). Future War and Counterproliferation: US Military Responses to NBC. Praeger, p. 84; {{ISBN|0-275-96278-4}}</ref> O uso de armas químicas na guerra violou diretamente a [[Convenções da Haia (1899 e 1907)|Declaração de Haia de 1899 e a Convenção de Haia de 1907]], que proibiam seu uso.<ref>{{citar livro|url={{google books|plainurl=y|id=hEH7KcpN-OcC|page=34}} |título=The Anatomy of the Nuremberg Trials: A Personal Memoir |primeiro =Telford |último =Taylor |data=1 de novembro de 1993 |publicado=[[Little, Brown and Company]] |isbn=0-316-83400-9 |acessodata=20 de junho de 2013}}</ref><ref>{{citar livro|url={{google books|plainurl=y|id=0PYx0j3wRvAC|page=7}} |título=Cornerstones of Security: Arms Control Treaties in the Nuclear Era |primeiro1 =Thomas |último1 =Graham |primeiro2 =Damien J. |último2 =Lavera |data=Maio de 2003 |páginas=7–9 |publicado=[[University of Washington Press]] |isbn=0-295-98296-9 |acessodata=5 de julho de 2013}}</ref>
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==== Genocídios e limpeza étnica ====
{{Artigo principal|Genocídio armênio|Genocídio assírio|Genocídio grego|Zona de assentamento judeu na Rússia}}
[[Imagem:Morgenthau336.jpg|thumb|[[Armênios]] mortos durante o [[Genocídio Armênio]]. Imagem tirada da ''História do Embaixador Morgenthau'', escrita por [[Henry Morgenthau Sr.]] e publicada em 1918.<ref>{{citation|publicado=BYU|url=http://net.lib.byu.edu/~rdh7/wwi/comment/morgenthau/Morgen25.htm|título=Ambassador Morgenthau's Story|ano=1918|capítulo=Twenty-Five: Talaat Tells Why He "Deports" the Armenians}}</ref>]]
[[Imagem:Hromadná poprava srbského obyvatelstva.jpg|thumb|Soldados [[austro-húngaros]] executam homens e mulheres na [[Sérvia]], 1916.<ref>{{citar livro|último1 =Honzík|primeiro1 =Miroslav|último2 =Honzíková|primeiro2 =Hana|título=1914/1918, Léta zkázy a naděje|ano=1984|publicado=Panorama|local=Czech Republic}}</ref>]]