José Eduardo dos Santos: diferenças entre revisões

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|nascimento_local = [[Luanda]], [[Luanda (província)|LUA]], [[Angola]], ou Almeirim (ilha de S.Tomé)
|morte_local =
|alma_mater = Instituto de Petróleo e Química de Baku<ref>{{citar web|URL=http://www.dn.pt/globo/africa/interior/toma-posse-pela-1-vez-em-33-anos-de-presidencia-2792122.html|título=Toma posse pela 1.ª vez em 33 anos de Presidência|autor=Leonor Mateus Ferreira|data=26 de setembro de 2012|publicado=26 de setembro de 2012|acessodata=26 de agosto de 2017}}</ref><ref>{{citar web|URL=https://www.dinheirovivo.pt/economia/jose-eduardo-dos-santos-ja-tomou-posse-em-angola/?amp=1|título=José Eduardo dos Santos já tomou posse em Angola|autor=Lusa|data=26 de setembro de 2012|publicado=26 de setembro de 2012|acessodata=26 de agosto de 2017}}</ref>
|partido = [[Movimento Popular de Libertação de Angola|MPLA]]
|religião = [[Católico romano]] {{pequeno|(não praticante)}}
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José Eduardo dos Santos, segundo as fontes oficiais, teria nascido onde hoje é o bairro de [[Sambizanga]] em [[Luanda]].<ref>W. Martin James e Susan Herlin Broadhead, ''Historical Dictionary of Angola'' (2004), Scarecrow Press, pagina 145</ref> Seu local de nascimento é assunto de controvérsia; algumas fontes indicam que ele nasceu em [[Almeirim (São Tomé e Príncipe)|Almeirim]] ([[Ilha de São Tomé]]).
É filho de Avelino Eduardo dos Santos, [[pedreiro]], e de sua mulher Jacinta José Paulino, ambos já falecidos.<ref name=MPLA/> Seus pais eram imigrantes de [[São Tomé e Príncipe]].<ref name=MPLA>[http://mpla-angola.org/opresidente.php#bio Biography at MPLA website] {{pt icon}}.</ref>
 
Frequentou a escola primária em [[Luanda]] onde também fez o ensino secundário no [[Liceu Salvador Correia]]<ref>{{citar web|url=[http://www.adangola.ae/bio.html |título=The Embassy of the Republic of Angola in Abu Dhabi] |publicado= Adangola.ae |acessodata 9 de Janeiro de 2011.}}</ref><ref>{{citar web|url=[http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=13391&catogory=Brasil |título=Notícias do Brasil |obra= NoticiasNotícias do Brasil, Portugal e países de língua portuguesa e comunidades portuguesas] |publicado= Noticiaslusofonas.com (|data=23 de Fevereiro de 2006) | acessodata = 9 Janeiro de 2011}}</ref> que hoje se chama Mutu-ya-Kevela.
 
== Carreira militar ==
Durante os estudos José Eduardo dos Santos juntou-se ao MPLA quando este foi constituído em 1958,<ref>{{citar web|url=[http://www.mpla-angola.org/10_de_dezembro.php |título=Directiva para as comemorações do 48° aniversarioaniversário da fundação do MPLA] recuperado|data= 3 de Setembro de 2011; |obra= Lúcio & Ruth Lara (orgs), ''um amplo movimento: Itinerário do MPLA através de depoimentos e anotações de Lúcio Lara'', vol. I, ''até fev.fevereiro de 1961'', Luanda: Edição dos organizadores, 1998}}</ref> o que marcou o começo da sua carreira política.
 
Após a eclosão, em Luanda, da luta contra o poder colonial português, em {{DataExt|4|2|1961}}, José Eduardo dos Santos abandonou em Novembro desse mesmo ano Angola, e passou a coordenar na segurança do exílio a atividade da [[Juventude do Movimento Popular de Libertação de Angola|Juventude do MPLA]], organismo do qual foi um dos fundadores e durante algum tempo vice-presidente.
Eduardo dos Santos partiu para o exílio ao país vizinho [[República do Congo]].
Integrou, em 1962, o Exército Popular de Libertação de Angola (EPLA), braço armado do MPLA, e em 1963 foi o primeiro representante do MPLA em [[Brazzaville|Brazavile]], capital da [[República do Congo]]. Em Novembro do mesmo ano, beneficiou de uma bolsa de estudo para o Instituto de Petróleo e Gás de [[Baku|Bacu]], na antiga [[União Soviética]], tendo-se licenciado em Engenharia de Petróleos em Junho de [[1969]]. {{nota de rodapé|As informações dadas sobre este período pela Embaixada de Angola em Atenas não são inteiramente consistentes com as do site oficial do MPLA. Ver {{citar web|url=http://liveweb.archive.org/http://www.angolanembassy.gr/English/BIOGRAPHY.htm|título=Biography of His Excellency Mr. Eng. José Eduardo dos Santos, President of the Republic of Angola|autor=|data=|publicado=Embaixada de Angola em Atenas|acessodata=3 de outubro de 2011}}.}}
 
Ainda na URSS, depois de terminados os estudos superiores, frequentou um curso militar de Telecomunicações. Isso o habilitou a exercer, quando voltou para Angola (em 1970), funções nos Serviços de Telecomunicações na 2.ª Região Político-Militar do MPLA, em [[Cabinda (província)|Cabinda]] de [[1970]] a [[1974]].<ref>{{citar livro|título=Profiles of people in power: the world's government leaders |último =East |primeiro =Roger |autorlink = |autor2 =Thomas, Richard |ano=2003 |publicado=Psychology Press |local= |isbn=978-1-85743-126-1 |pagina=12 |páginas= |url=http://books.google.com/books?id=Mz-fXRsedPMC&pg=PA12 |acessodata=}}</ref>
 
Em 1970 Angola ainda era um território Português conhecido como [[Província Ultramarina de Angola]] e Eduardo dos Santos desempenhou um papel significativo na luta pela independência de Angola.<ref>[http://www.thefamouspeople.com/profiles/jos-eduardo-dos-santos-5973.php José Eduardo dos Santos Biography], The Famous people</ref>
 
Em 1974, foi promovido a sub-comandante do serviço de telecomunicações da segunda região. Ele serviu como representante do MPLA para [[Jugoslávia]], a [[República Democrática do Congo]] e a [[República Popular da China]] antes de ser eleito para a Comité Central<ref name=foren>{{citar livro|último =Louis Gates|primeiro =Henry|autor2 =Anthony Appiah|ano=1999|título=Africana: The Encyclopedia of the African and African American Experience|página=624}}</ref> e Politburo do MPLA em [[Moxico]] em Setembro de 1974.<ref name=MPLA/>
 
== Percurso político ==
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[[Imagem:Bundesarchiv Bild 183-Z1014-018, Berlin, Staatsoberhaupt Angolas an der Grenze.jpg|miniatura|esquerda|Dos Santos (Quinto da esquerda) no [[Portão de Brandemburgo]] durante visita de Estado de 1981, com oficiais da [[Alemanha Oriental]].]]
Com a morte do primeiro presidente de Angola, [[Agostinho Neto]], a 10 de Setembro de 1979, José Eduardo dos Santos foi eleito Presidente do MPLA a 20 de Setembro de 1979 e investido, no dia seguinte, nos cargos de presidente da República Popular de Angola e comandante-em-chefe das FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola). Também foi eleito Presidente da Assembleia do Povo a 9 de Novembro de 1980. <ref name=MPLA/>
 
== Processo de paz ==
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O maior problema com qual teve que lidar foi o conflito continuo com seu maior rival e movimento de liberação: a União Nacional para a Integração Total de Angola (UNITA). UNITA, liderada por Jonas Savimbi e apoiada pela África do Sul e os Estados Unidos, nunca totalmente reconheceu a legitimidade do MPLA como o governo no poder em Angola e provocou vários conflitos armados ao longo dos anos para expressar sua oposição, o que resultou em uma guerra civil de 27 anos que devastou o país e os fundos públicos angolanos.
 
A guerra teve intervenção estrangeira intensa. Devido ao apoio da União Soviética e Cuba, os Estados Unidos e África do Sul apoiaram UNITA como uma forma de limitar a expansão da influência soviética em África.<ref> [http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-13036732 Angola country profile - Overview], BBC news, Angola country profil, 2015</ref>
 
Com o fim da [[Guerra Fria]] e pressionado pela comunidade internacional, mas simultaneamente a braços com dificuldades económicas internos e a continuação de uma guerrilha de desgaste por parte da UNITA, José Eduardo dos Santos procurou uma solução negociada com a [[UNITA]]. Impôs a passagem de Angola para um regime democrático que, baseando-se numa constituição adotada em 1992, permitiu o pluralismo político e a economia de mercado.
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Em 1993 enquanto UNITA recusava-se desistir do território que ganhou através de batalha, os Estados Unidos, envolvidos na resolução de negociações de paz entre os dois partidos e líderes rivais, a fim de elaborar um acordo de partilha de poder decidiu retirar o seu apoio à UNITA e oficialmente reconheceram o governo do MPLA como órgão dirigente oficial de Angola.<ref name ="IPU"/> Dos Santos dirigiu pessoalmente essa intensa atividade diplomática que culminou no reconhecimento do governo angolano pelos [[Estados Unidos]] em [[19 de Maio]] de [[1993]], e a seguir no reconhecimento pela maior parte dos países.<ref>{{citar web|url=http://www.embaixadadeangola.org/politica02.htm|título=Embaixada da República de Angola em Portugal|website=www.embaixadadeangola.org}}</ref>
 
A Guerra Civil Angolana terminou em [[2002]], com a morte violenta de Jonas Savimbi a [[22 de Fevereiro]] e a assinatura dos acordos de paz no dia [[4 de Abril]] do mesmo ano, nos quais a UNITA desistiu da luta armada, concordando com a desmobilização dos seus 50,000 militares, ou da sua integração nas Forças Armadas Angolanas,<ref>[http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/africaandindianocean/angola/1389946/Unita-signs-peace-treaty-with-Angolan-army-to-end-27-year-civil-war.html Unita signs peace treaty with Angolan army to end 27-year civil war], Telegraph, April 5, de abril de 2002</ref> chegando-se deste modo a pôr termo a 27 anos da guerra civil. A paz foi declarada oficialmente em 2 de Agosto de 2002.<ref>[Angolan (1992-2002). Civil Wars of the World: Major Conflicts Since World War II, Volume 1, published by Karld Derouen Jr and Uk Heo, p.140.]</ref>
 
Na sequência desta decisão, o Conselho de Segurança da ONU reabriu o Escritório das Nações Unidas em Angola e autorizou o estabelecimento da Missão das Nações Unidas em Angola (UNMA), destinada a consolidar a paz no país.<ref>[http://www.un.org/press/en/2002/sc7486.doc.htm SECURITY COUNCIL AUTHORIZES ESTABLISHMENT OF UNITED NATIONS MISSION IN ANGOLA], UN, August 15, 2002</ref>
 
Uma vez que continuou a haver, em [[Cabinda (província)|Cabinda]], uma resistência contra a integração daquele enclave no Estado angolano, José Eduardo dos Santos concluiu a [[1 de Agosto]] de [[2006]] o ''Memorando de Entendimento para a Paz e Reconciliação na província de Cabinda'' formalmente assinado pelo ministro da Administração do Território de Angola, Virgílio de Fontes Pereira, e pelo presidente do Fórum Cabindês para o Diálogo (FCD), general [[António Bento Bembe]],{{Nota de rodapé|António Bento Bembe também era vice-presidente e secretário-geral da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) e ex-presidente da FLEC/Renovada até a sua fusão em 2004 com a FLEC/FAC de Nzita Tiago, radicado em Paris}} no Salão Nobre da Câmara da cidade de Namibe (hoje [[Moçâmedes]]), na presença de governantes, políticos e diplomatas acreditados na capital angolana, líderes religiosos e tradicionais, para além de representantes da sociedade civil. Este acordo destinou-se a pôr definitivamente fim à luta armada iniciada em [[1975]] pela [[FLEC]], com o fim de obter a independência de Cabinda.<ref> {{citar web
|url = http://www.publico.pt/Mundo/angola-e-forum-cabindes-para-o-dialogo-assinam-memorando-de-entendimento_1265914|ano =2006|titulo = Angola e Fórum Cabindês para o Diálogo assinam Memorando de Entendimento |mes =|acessodata = 21/08/ de agosto de 2011|formato =|acessodiames =|obra =|acessomesdia =|publicado =|acessoano =|paginas =|autor = LUSA|ultimo =|doi =|primeiro =|arquivourl =|autorlink =|arquivodata =|coautores =|citacao =|data =}} </ref>
 
[[Imagem:LulaSantos.jpg|miniatura|Dos Santos e o [[Presidente do Brasil]], [[Lula da Silva]], em 2003]]
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== Questões de governança após a guerra civil ==
Em 2001, dos Santos anunciou que não se candidataria a presidente na próxima eleição, que o próprio indicou que ocorreria em 2002 ou 2003.<ref>[http://www.irinnews.org/Report.aspx?ReportId=25333 "Dos Santos to bow out"], IRIN, 24 de Agosto de 2001.</ref> No entanto, em Dezembro de 2003 foi reeleito Presidente do MPLA<ref>[http://www.irinnews.org/Report.aspx?ReportId=47718 "Dos Santos at the helm"], IRIN, 17 de Dezembro de 2003.</ref> e desde então não foram realizadas eleições presidenciais, apesar destas serem anunciados para 2006,<ref>[http://www.irinnews.org/Report.aspx?ReportId=58168 "Uncertainty increases over election date"], IRIN, 16 de Fevereiro de 2006.</ref> depois para 2007 e finalmente para 2009.<ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/africa/6201093.stm "New delay for Angolan elections"], BBC News, 21 de dezembro de 2006.</ref>
Depois de uma eleição legislativa em 2008 (as primeiras eleições legislativas desde 1992), em que o MPLA venceu com 81.64% dos votos,<ref>{{citar web|url=http://www.bbc.co.uk/portugueseafrica/news/story/2008/09/080917_angolaresultsfinaltl.shtml|título=BBCParaAfrica.com: Confirmada vitória esmagadora do MPLA|publicado=www.bbc.co.uk|acessodata=2008-09-18 de setembro de 2008}}</ref> o partido começou a elaborar uma nova Constituição, que foi introduzida no início de 2010. Nos termos da nova Constituição, o líder do partido com mais assentos no Parlamento torna-se automaticamente o presidente do país.
 
José Eduardo dos Santos supostamente escapou de uma tentativa de assassinato em 24 de outubro de 2010, quando um veículo tentou interceptar seu carro quando voltava da praia com sua família. Sua escolta abriu fogo matando dois passageiros no veículo, e armas foram encontradas a bordo.<ref>[http://www.africaintelligence.com/LCE/court-circular/2010/11/11/zedu-targeted%2C86146047-BRE-login ANGOLA – Zedu targeted] retrievedConsultado onem 9 Januaryjaneiro de 2011</ref> Este incidente não foi confirmado por nenhuma outra fonte.
 
Em fevereiro / março de 2011, e depois novamente em setembro de 2011, manifestações públicas foram organizadas em Luanda por jovens angolanos, principalmente através da ''Internet''.<ref>[http://www.publico.pt/Mundo/manifestacao-contra-presidende-de-angola-travada-violentamente-pela-policia_1510401 "Manifestação contra Presidente de Angola travada violentamente pela polícia" (manifestation against President of Angola violently repressed by police)] ''Público'' (Lisboa), acessodata 4 de Setembro de 2011</ref>
 
Durante algum tempo, José Eduardo dos Santos parecia ser o candidato do MPLA em eleições presidenciais a serem marcadas proximamente,<ref>{{citar web|url = http://www.cmjornal.xl.pt_noticia.aspx?channelid=00000021-0000-0000-0000-000000000021&contentid=3BEC099A-CD49-4D91-A48E-E178ACD7429D|ano =2009|titulo = Angola: Eduardo dos Santos recandidata-se |mes =|acessodata = 21/08/ de agosto de 2011|formato =|acessodiames =|obra =|acessomesdia =|publicado =|acessoano =|paginas =|autor = Correio de Manhã|ultimo =|doi =|primeiro =|arquivourl =|autorlink =|arquivodata =|coautores =|citacao =|data =}}</ref> no entanto, em inícios de 2010 foi adotada uma nova constituição. Esta abandona, por um lado o princípio da divisão entre os poderes legislativo, executivo e judiciário, concentrando os poderes efetivos no presidente. Por outro lado, esta constituição já não prevê eleições presidenciais, mas um mecanismo pelo qual é eleito presidente da República e chefe do Executivo o cabeça de lista, pelo círculo nacional, do partido político ou coligação de partidos políticos mais votado no quadro das eleições gerais. As eleições legislativas seguintes foram entretanto agendadas para 2012, tendo José Eduardo dos Santos dado a conhecer a sua intenção de não voltar a candidatar-se, apontando como o seu sucessor [[Manuel Domingos Vicente]], na altura presidente da [[Sonangol]].<ref>[http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=39E54F00-1729-473F-9761-CD624BDF7698&channelID=00000091-0000-0000-0000-000000000091 José Eduardo dos Santos terá escolhido sucessor] Artigo no Correio de Manha, 3 de Setembro de 2011, recuperado 3 de Setembro de 2011</ref>
Porém, mais tarde voltou atrás, assumindo o estatuto de cabeça-de-lista dos candidatos pelo [[MPLA]]. Durante a posse, José Eduardo dos Santos apontou sempre a "estabilidade política" como prioridade do mandato presidencial. Esta estabilidade política também foi assegurada pelo cumprimento de um programa de reformas para a melhoria da organização, gestão e controlo das finanças públicas.<ref>{{citar web|URL = http://www.dw.de/jos%C3%A9-eduardo-dos-santos-toma-posse-em-angola-pela-primeira-vez/a-16267500|título = José Eduardo dos Santos toma posse em Angola|data = 26 de setembro de 2012|acessodata=8 de agosto de 2014|autor = |publicado = }}</ref>
 
A {{DataExt|31|8|2012}} decorreram [[Eleições Gerais em Angola 2012|eleições gerais]], também estas ganhas pelo MPLA, e de acordo com a Constituição aprovada em 2010, José Eduardo dos Santos, como número um da lista eleitoral do MPLA, foi automaticamente eleito presidente da República, legitimando desta forma a sua permanência no cargo por um período de mais cinco anos.<ref>{{citar web|url=http://expresso.sapo.pt/jose-eduardo-dos-santos-no-poder-por-mais-cinco-anos=f750533|título=José Eduardo dos Santos no poder por mais cinco anos|autor=|data=|publicado=Expresso|acessodata=2 de setembro de 2012}}</ref> A sua posse formal foi a 25 de Setembro de 2012.<ref> ''Público'' (Lisboa), 26-09- de setembro de 2012</ref>
 
Em Setembro de 2014, José Eduardo dos Santos anunciou a cessação da acumulação do cargo de governador provincial, com o de primeiro secretário provincial do [[MPLA]]. Esta medida tinha como objetivo melhorar o funcionamento do aparelho da administração provincial e das administrações municipais, de forma a ajustar o modelo de governo ao novo contexto e maior procura dos serviços públicos.<ref>{{citar web|URL = http://www.angonoticias.com/Artigos/item/44229/pr-cessa-acumulacao-de-governador-e-1-secretario-do-mpla-em-luanda|título = PR cessa acumulação de governador e 1.º secretário do MPLA em Luanda|data = 23 de setembro|acessadoem = 02 de outubro|autor = Ango Notícias|publicado = }}</ref>
 
Em 2014, o historiador e investigador angolano, Patrício Batsîkama, lançou um livro intitulado "''José Eduardo dos Santos e a ideia da Nação Angolana''". A obra questiona alguns aspetos do passado recente de [[Angola]] e responde a certas curiosidades em relação à participação do Presidente da República na luta pela independência nacional.<ref>[http://www.portalangop.co.ao/angola/pt_pt/noticias/lazer-e-cultura/2014/11/51/Angola-Escritor-Patricio-Batsikama-lanca-obra-Jose-Eduardo-dos-Santos-ideia-Nacao-Angolana,57c96f8c-b4b7-47cb-81db-4ad394327c74.html Patrício Batsîkama lança obra "José Eduardo dos Santos e a ideia da Nação Angolana"] Agência Angola Press, 19 de Dezembro de 2014</ref><ref>[http://www.rna.ao/canalA/noticias.cgi?ID=97735 Patrício Batsîkama lança livro sobre feitos do Presidente da República em prol da nação] Rádio Nacional de Angola, 20 de Dezembro de 2014</ref>
 
== Contribuição para o desenvolvimento económico ==
Começando no início dos [[década de 1990|anos 90]], Eduardo dos Santos abandonou progressivamente a ideologia marxista e estabeleceu uma economia liberal de mercado livre em Angola, colocando o país no caminho para se tornar a terceira maior economia da África subsariana<ref>[http://data.worldbank.org/data-catalog/GDP-ranking-table GDP ranking], Worldbank, Sept 18, 2015</ref> depois da África do Sul e Nigéria, o segundo maior produtor de petróleo Africano e um dos melhores locais para investimento estrangeiro em África.<ref>[http://www.opec.org/opec_web/en/about_us/147.htm Angola facts and figures], OPEC</ref><ref>[http://afkinsider.com/96565/egypt-angola-attracts-most-foreign-investment-in-2014/ Egypt, Angola Attract Most Foreign Investment In 2014], AFK Insider, 19 de Maio de 2015</ref>
 
Em Novembro de 2006, dos Santos foi cofundador da Associação dos Países Africanos Produtores de Diamantes (ADPA) uma organização que conta com aproximadamente 20 nações Africanas, e com a meta de promover cooperação no mercado e investimento estrangeiro na industriaindústria diamantífera Africana.<ref> [http://allafrica.com/stories/200611030842.html "Angola: African Diamond Producing Countries Ministers Meet"] ANGOP, 4 Novembernovembro de 2006</ref>
 
== Controvérsias ==
José Eduardo dos Santos tem sido frequentemente associado à grande [[Corrupção em Angola|corrupção]] e ao desvio de recursos do petróleo, em grande parte proveniente do [[enclave de Cabinda]].<ref>Gates, Henry Louis; Anthony Appiah (1999) Page Africana: The Encyclopedia of the African and African American Experience. pp. 624</ref><ref>[http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/angola-procura-milhoes-desviados221534940 Correio de Manhã: Angola procura milhões desviados] 5 de junho de 2011</ref><ref>[http://www.dw-world.de/dw/article/0,,6482215,00.html Deutsche Welle: Filho de Presidente angolano suspeito de lavagem de dinheiro] 24 de março de 2011</ref> Sua família é detentora de imenso património, que inclui casas nas principais capitais europeias, participações em grandes empresas, ''holdings'' em [[paraísos fiscais]] e contas bancárias na Suíça - um património acumulado ao longo de décadas de exercício do poder. Seus oponentes o acusam de ignorar as necessidades sociais e económicas de Angola, concentrando seus esforços em acumular riqueza para sua família, ao mesmo tempo em que silencia a oposição ao seu governo.<ref>[http://www.publico.pt/destaque/jornal/o-baton-da-ditadura-142050 O "bâton" da ditadura]. Por [[Rafael Marques (jornalista)|Rafael Marques]]. ''[[Público (jornal)|Público]],'' 1.º de abril de 2000</ref>
 
Em Angola, cerca de 70% da população vive com menos de 2 [[USD|dólares]] por dia, enquanto Santos e sua família acumularam uma imensa fortuna, que inclui participações nas principais empresas do país, bem como em grandes empresas estrangeiras.<ref>{{citar web|último =Nsehe|primeiro =Mfonobong|título=The Five Worst Leaders In Africa|obra=Forbes|data=9 de fevereiro de 2012| url =http://www.forbes.com/sites/mfonobongnsehe/2012/02/09/the-five-worst-leaders-in-africa/}}</ref>
 
Santos enriqueceu desde que assumiu o poder, mas acumulou uma enorme quantidade de bens sobretudo durante e depois das guerras civis angolanas. A partir do [[cessar-fogo]], quando grande parte da economia do país foi parcialmente [[privatizações|privatizada]], ele assumiu o controlo de diversas empresas emergentes e apoiou ''[[takeover]]s'' de várias outras companhias de exploração de recursos naturais.<ref name=dad> {{citar web|último =Dolan|primeiro =Kerry|título=Daddy's Girl: How An African 'Princess' Banked $3 Billion In A Country Living On $2 A Day|obra=Forbes|data=14 de agosto de 2013| url =http://www.forbes.com/sites/kerryadolan/2013/08/14/how-isabel-dos-santos-took-the-short-route-to-become-africas-richest-woman/}}</ref>
 
Eventualmente o [[Parlamento de Angola]] considerou ilegal que o presidente pessoalmente, tivesse participação financeira em empresas. Na sequência, o governo passou a assumir o controlo acionário em empresas que o presidente indiretamente controlava.<ref name=dad/>
 
Ao mesmo tempo, o [[orçamento governamental]] chegou a 69 bilhões de dólares em 2012, graças aos rendimentos proporcionados pelo petróleo, os quais saltaram de 3 bilhões de dólares, em 2002, para 60 bilhões, em 2008.<ref>[http://www.forbes.com/sites/kerryadolan/2013/01/23/isabel-dos-santos-daughter-of-angolas-president-is-africas-first-woman-billionaire/ Isabel Dos Santos, Daughter Of Angola's President, Is Africa's First Woman Billionaire]. ''[[Forbes]]'', 23 de janeiro de 2013.</ref> No entanto, segundo o [[Fundo Monetário Internacional]], 32 mil milhões de dólares das receitas de petróleo sumiram dos registos do governo. Afinal, descobriu-se que o dinheiro faltante foi usado em atividades quase fiscais.<ref name=dad/><ref>Global Witness. Open Society Initiative for Southern Africa-Angola (OSISA-Angola). [https://www.globalwitness.org/sites/default/files/library/Oil%20Revenues%20in%20Angola_0.pdf ''Oil revenues in Angola''] </ref>
 
José Eduardo dos Santos e o regime que representa tornaram-se alvo de protestos políticos por parte dos jovens angolanos, desde fevereiro de 2011. Uma grande manifestação pública realizada em Luanda, no início de setembro de 2011, foi duramente reprimida pela polícia, com dezenas de pessoas detidas e vários manifestantes feridos.<ref>{{pt}} [http://www.portugues.rfi.fr/africa/20110905-manifestacao-em-angola-travada-violentamente-pela-policia"Manifestação contra Presidente de Angola travada violentamente pela polícia"]. RFi, 5 de setembro de 2011</ref> A contestação ocorre sob outras formas, inclusive pelo "kuduro" ''[[rap]]'' e através de [[redes sociais]] da ''Internet''.<ref> {{Lien web|langue=en|url=http://www.bti-project.org/laendergutachten/esa/ago/2012/#outlook|titre=BTI 2012 - Angola Country Report|éditeur=Bertelsmann Stiftung|consulté le=}}</ref>
 
Em Junho de 2016, José Eduardo dos Santos nomeou [[Isabel dos Santos]] para as funções de presidente do conselho de administração da petrolífera estatal [[Sonangol]].<ref name=Analistas>{{Citar web|url=http://www.africa21digital.com/politica/ver/20048611-analista-angolano-defende-nomeacao-de-isabel-dos-santos-para-presidir-a-sonangol|titulo=Analista angolano defende nomeação de Isabel dos Santos para presidir à Sonangol|acessodata=2016-07-28 de julho de 2016|obra=www.africa21digital.com}}</ref> Um grupo de 12 juristas angolanos apresentou uma providência cautelar para suspender a eficácia da posse da empresária.<ref name=Analistas/> Antes disso, a empresária angolana já tinha renunciado aos lugares que ocupava como administradora não-executiva da [[NOS]], do [[Banco BIC Português|Banco BIC]] e da [[Efacec]] para evitar problemas de conflito de interesses.<ref>{{Citar web|url=http://economico.sapo.pt/noticias/isabel-dos-santos-deixa-boards-da-nos-bic-e-efacec-para-evitar-conflitos-de-interesse-com-sonangol_251369.html|titulo=Isabel dos Santos deixa 'boards' da NOS, BIC e Efacec para evitar conflitos de interesse com Sonangol|acessodata=2016-08-26 de agosto de 2016|obra=economico.sapo.pt}}</ref> Aquando da nomeação para o cargo, Isabel dos Santos afirmou ainda que "a preocupação com a redução de custos, bem como o aumento dos lucros e da competitividade, são hoje prioridades estratégicas obrigatórias".<ref>{{Citar web|url=http://www.dn.pt/dinheiro/interior/isabel-dos-santos-na-sonangol-para-cortar-custos-e-subir-lucro-5207921.html|titulo=Isabel dos Santos na Sonangol para cortar custos e subir lucro|acessodata=2016-08-26 de agosto de 2016|obra=www.dn.pt}}</ref>
 
== Prémios e reconhecimentos ==
José Eduardo dos Santos foi eleito o "Homem do Ano 2014" pela revista “''Africa World''”. Segundo a publicação, a escolha do líder angolano deve-se ao seu contributo para o excelente processo de recuperação económica e democrática de [[Angola]] desde o fim da guerra.<ref>[http://www.africaworldnewspaper.com/jose-eduardo-dos-santos-is-africaworld-man-of-the-year-2014/ José Eduardo dos Santos is AFRICAWORLD MAN OF THE YEAR 2014] Africa World, 25 de Dezembro de 2014</ref><ref>[http://www.conexaolusofona.org/jose-eduardo-dos-santos-eleito-homem-do-ano/#.VMqFtmisVrh José Eduardo dos Santos eleito Homem do Ano] Conexão Lusófona, 29 de Dezembro de 2014</ref> A 8 de Maio de 2015, o Presidente angolano foi galardoado com o prémio de boa governação “Meafrica Award”, no [[Dubai]], nos [[Emirados Árabes Unidos]].<ref>{{citar web|url=http://jornaldeangola.sapo.ao/politica/chefe_de_estado_foi_distinguido|título=Chefe de Estado foi distinguido|data=11 de Maio de 2015|publicado=Jornal de Angola}}</ref> O Meafrica Awards é uma organização sem fins lucrativos que distingue personalidades individuais que contribuem na facilitação de investimentos e das relações económicas, para as economias em desenvolvimento.<ref>{{citar web|url=http://www.portalangop.co.ao/angola/pt_pt/noticias/economia/2015/4/19/Angola-distinguido-com-premio-Meafrica-Award-boa-governacao,b7f909ca-e712-445a-a3ed-ecfea13a3f20.html|título=PR distinguido com prémio Meafrica Award de boa governação|data=9 de Maio de 2015|publicado=Agência Angola Press}}</ref>
 
* Recebeu o Grande-Colar da [[Ordem do Infante D. Henrique]] a 25 de Janeiro de 1988.<ref name="OHe">{{citar web|url=http://www.ordens.presidencia.pt/?idc=154 |título=Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas |autor=|data=|publicado=Presidência da República Portuguesa|acessodata=2 de dezembro de 2014-12-02 |notas=Resultado da busca de "José Eduardo dos Santos".}}</ref>
 
* Recebeu o Grande-Colar da [[Ordem Militar de Sant'Iago da Espada]] a 16 de Janeiro de 1996.<ref name="OHe"/>
 
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== Ligações externas ==
* {{Oficial|http://www.mpla.ao/mpla.6/o-presidente.10.html|pt}}
* {{Lk|en|
url=http://www.answers.com/topic/jos-eduardo-dos-santos|título=Biografia de José Eduardo dos Santos|descri=no ''Answers.com''|
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* {{Link|pt|2=http://www.dw.com/pt-002/jos%C3%A9-eduardo-dos-santos/t-17421813 |3=José Eduardo dos Santos - Especial da DW sobre o Presidente de Angola }}
* [http://visao.sapo.pt/opiniao/ricardo-araujo-pereira/2017-08-31-O-homem-novo-do-MPLA-envelheceu-mal O homem novo do MPLA envelheceu mal]
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{{NM|1942||Jose Eduardo Santos}}
 
[[Categoria:Descendentes de são-tomenses]]
[[Categoria:Engenheiros de Angola]]