Acre: diferenças entre revisões

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Na viagem feita por João Gabriel de Carvalho ao [[rio Purus]], em [[1878]], foi escrita uma carta pelo colonizador que teve como destinatário o comerciante paraense visconde de Santo Elias. Na carta que o colonizador nordestino escreveu, registra-se o pedido de mercadorias que chegaram à "boca do rio Aquiri".<ref name="Revista Galileu" /> Devido à incapacidade de entendimento pela [[letra]] de João Gabriel na observação do proprietário e das pessoas que trabalhavam no [[estabelecimento comercial]] sediado em [[Belém (Pará)|Belém]], ou por causa da grafia errônea desse colonizador que escreveu às pressas como ''Acri'' ou ''Aqri'', no lugar de ''Aquiri'', o destino de chegada das mercadorias e das faturas foi o [[Rio Acre]].<ref name="Revista Galileu" /><ref name="etimologia"/>
 
O Acre possui alguns apelidos: Extremo do Brasil, Estado das Seringueiras, Estado do Látex e Extremo Oeste.<ref name="apelidos e gentilico">{{citar web|url=http://www.cidades.in/etimologia-do-estado-do-acre/|título=Etimologia|autor=|data=|publicado=Cidades.in|acessodata=11 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131029210205/http://www.cidades.in/etimologia-do-estado-do-acre/|arquivodata=29 de Outubro de 2013|urlmorta=yes}}</ref>
 
Os habitantes naturais do Acre são denominados acr'''e'''anos pela lei estadual,<ref name=":0" /> embora o acordo ortográfico defina a grafia como ''acr'''i'''anos.''<ref name="gentilico">{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/portugues/adjetivos-patrios-veja-gentilicos-dos-estados-do-brasil.jhtm|título=Veja gentílicos dos Estados do Brasil|autor=UOL Educação|data=2011|publicado=UOL Educação|acessodata=11 de novembro de 2011}}</ref> Até a entrada em vigor do [[Acordo Ortográfico de 1990]], a grafia correta era ''acr'''e'''ano'' no [[singular]] e no [[plural]] ''acr'''e'''ano'''s'''''.<ref name="gentilico"/> Em 2009, com o novo acordo ortográfico, a mudança do [[gentílico]] gerou polêmica entre a [[Academia Acriana de Letras]] e a [[Academia Brasileira de Letras]], alegando que a mudança significaria a negação das raízes [[história|históricas]] e [[cultura]]is do estado, mudando a última letra do [[topônimo]] de "[[E]]" para "[[I]]".<ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u540006.shtml|titulo=Novo acordo ortográfico gera polêmica no Acre |autor=PICHONELLI, Matheus|data=24 de março de 2009 |publicado=Folha Online|acessodata=5 de junho de 2010}}</ref> A mudança gerou discussões sobre o assunto, e é notório que a imensa maioria da população do estado não gostou e não adotou o "novo" gentílico, continuaram a se autodenominarem ''acr'''e'''ano'''s''''',<ref name="apelidos e gentilico"/> e então foi oficializado localmente a grafia com "E" pelo governo do estado do Acre como patrimônio histórico e cultural.<ref name=":0" />
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As [[seca]]s [[Região Nordeste do Brasil|nordestinas]] e o apelo econômico da [[borracha]] — produto que, no fim do [[século XIX]], começava sua trajetória de preços altos nos [[Comércio internacional|mercados internacionais]] — inscrevem-se entre as causas predominantes na movimentação de massas humanas em busca do [[Eldorado]] acriano.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> As penetrações [[Portugal|portuguesas]] do período colonial já haviam atingido seus pontos máximos no [[Brasil]] durante o [[século XVIII]].<ref>{{citar web|url=http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/expansao-territorial-do-brasil|título=Expansão Territorial do Brasil|autor=Cola da Web|data=2011|publicado=Cola da Web|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref> Consequência inevitável foi a dilatação do horizonte geográfico na direção oeste, atingindo terras de posse [[Espanha|espanhola]], fato que se tornou matéria dos tratados de [[Tratado de Madrid (1750)|Madri]] ([[1750]])<ref>{{citar web|url=http://www.historiabrasileira.com/brasil-colonia/tratado-de-madrid/|título=Tratado de Madrid|autor=Antonio Gasparetto Junior|data=4 de dezembro de 2010|publicado=História Brasileira|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref> e de [[Tratado de Santo Ildefonso (1777)|Santo Ildefonso]] (1777).<ref>{{citar web|url=http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/tratado-de-santo-ildefonso/|título=Tratado de Santo Ildefonso|autor=Giulianna Oliveira Santos|data=4 de janeiro de 2010|publicado=Info Escola|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref> Ambos os tratados, partindo das explorações feitas por Manuel Félix de Leme nas [[Bacia hidrográfica|bacias]] do [[Rio Guaporé|Guaporé]] e do [[Rio Madeira|Madeira]], estabeleceram como linha divisória das possessões respectivas, na área em questão, os leitos do [[Rio Mamoré|Mamoré]] e do Guaporé até seu limite máximo ocidental, na margem esquerda do [[Rio Javari|Javari]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57">{{citar enciclopédia|ano=1998 |título=Acre: História |enciclopédia=Nova Enciclopédia Barsa |publicado=Encyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda |local=São Paulo |páginas=57|edição=volume 11 |id=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v17n2/11.pdf|título=A viagem de José Gonçalves da Fonseca e a cartografia do rio Madeira (1749‑1752)|autor=André Ferrand de Almeida|data=2009|publicado=The Scientific Electronic Library Online|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.rondoniagora.com/noticias/a-formacao-do-territorio-de-rondonia.htm|título=A formação do Território de Rondônia|autor=Rondônia Agora|data=13 de novembro de 2009|publicado=Rondônia Agora|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref>
 
O povoamento da zona, estimulado pela criação da nova [[Capitania de Mato Grosso|capitania real de Mato Grosso]] (1751), deu-se na direção da fronteira, surgindo alguns centros importantes: [[Vila Bela da Santíssima Trindade|Vila Bela]] (1752),<ref>{{citar web|url=http://www.zsee.seplan.mt.gov.br/sinf/estrutura/historico/Vila%20Bela%20da%20Sant%C3%ADssima%20Trindade.htm|titulo=História da Vila Bela da Santíssima Trindade|autor=FERREIRA, João Carlos Vicente|data=|publicado=Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral de Mato Grosso|acessodata=15 de setembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100822032557/http://www.zsee.seplan.mt.gov.br/sinf/estrutura/historico/Vila%20Bela%20da%20Sant%C3%ADssima%20Trindade.htm|arquivodata=22 de Agosto de 2010|urlmorta=yes}}</ref> às margens do Guaporé, [[Cáceres (Mato Grosso)|Vila Maria]] (1778),<ref>{{citar web|url=http://www.brasilviagem.com/pontur/?CodAtr=2681|titulo=Cáceres|autor=|data=|publicado=BrasilViagem.com|acessodata=15 de setembro de 2010}}</ref> no [[rio Paraguai]], e [[Presídio de Casalvasco|Casalvasco]] (1783).<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> Até meados do [[século XIX]] não se pensou em povoamento sistemático da área.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> Nessa época, o grande manancial virgem de borracha que aí se encontra atraíra o interesse mundial, provocando sua [[colonização]] de modo inteiramente espontâneo.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/>
 
A [[política econômica]] do [[Império do Brasil|império]], orientada para a atividade agrário-exportadora com base no [[café]],<ref>{{citar web|url=http://www.culturabrasil.org/reicafe.htm|título=O Apogeu do Império e o Rei Café (1850 – 1870)|autor=LCC Publicações Eletrônicas|data=2011|publicado=Cultura Brasil|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20111224231520/http://www.culturabrasil.org/reicafe.htm|arquivodata=24 de Dezembro de 2011|urlmorta=yes}}</ref> não comportava o aproveitamento e a incorporação dos [[território]]s do extremo ocidental. Desse descaso, resultou que, no ''Atlas do Império do Brasil'' (1868), de [[Cândido Mendes de Almeida]], modelar em seu tempo, não figurassem o [[Rio Acre]] e seus principais [[Afluente|tributários]], completamente desconhecidos dos [[geógrafo]]s.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/><ref>{{citar web|url=http://www2.senado.gov.br/bdsf/bitstream/id/179473/1/000018080.pdf|título=Atlas do Imperio do Brazil|autor=Cândido Mendes de Almeida|data=1868|publicado=Senado Federal do Brasil|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref>
 
Apesar de tal política, alguns [[sertanista]]s [[brasileiro]]s exploravam aquela região agreste e despovoada, desconhecendo se pertenciam ao [[Brasil]], ao [[Peru]] ou à [[Bolívia]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/><ref>{{citar web|url=http://www.dioceseriobranco.com.br/jm/index.php?option=com_content&view=article&id=1729:o-acre-o-nordeste-e-os-nordestinos&catid=174:paginas-de-nossa-historia&Itemid=240|titulo=O Acre, o Nordeste e os nordestinos|autor=Pertiñez, Dom Joaquín|data=|publicado=Site Oficial da Diocese de Rio Branco|acessodata=15 de setembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110706152145/http://www.dioceseriobranco.com.br/jm/index.php?option=com_content&view=article&id=1729:o-acre-o-nordeste-e-os-nordestinos&catid=174:paginas-de-nossa-historia&Itemid=240|arquivodata=6 de Julho de 2011|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=29&Itemid=55|título=Seringueiros e Ribeirinhos|autor=Governo do Acre|data=2011|publicado=Biblioteca da Floresta|acessodata=14 de novembro de 2011}}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref> Assim, ainda em meados do [[século XIX]], no impulso que a procura da borracha ocasionou, solicitada que era no [[mercado internacional]], várias expedições esquadrinharam a área, buscando facilitar a instalação dos colonos. Nessa época, João Rodrigues Cametá iniciou a conquista do [[rio Purus]];<ref name="www.roraimaemfoco.com">{{citar web|url=http://www.roraimaemfoco.com/colunistas/clio-boriola-colunistas-37/9108-artigo-rio-purus-hiram-reis-e-silva.html|titulo=João Rodrigues Cametá|autor=SILVA, Hiram Reis e|data=7 de julho de 2009 |publicado=Roraima em Foco|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110715202838/http://www.roraimaemfoco.com/colunistas/clio-boriola-colunistas-37/9108-artigo-rio-purus-hiram-reis-e-silva.html|arquivodata=15 de Julho de 2011|urlmorta=yes}}</ref> [[Manuel Urbano da Encarnação]], índio [[Muras|mura]] grande conhecedor da região, atingiu o [[Rio Acre]], subindo-o até as proximidades do [[Rio Xapuri|Xapuri]];<ref name="www.roraimaemfoco.com"/> e João da Cunha Correia alcançou a bacia do alto [[Rio Tarauacá|Tarauacá]].<ref>{{citar web|url=http://rosauramourao.blogspot.com/2011/04/tarauaca-ontem-hoje-e-amanha.html|título=TARAUACÁ: Ontem, hoje e amanhã|autor=Escola Rosaura Maranhão|data=23 de abril de 2011|publicado=Blog da Escola|acessodata=14 novembro de 2011}}</ref> Todo esse desbravamento se deu, na maior parte, em [[Geografia da Bolívia|terras bolivianas]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/>
 
As atividades exploradoras, a importância industrial das reservas de [[borracha]] e a penetração de colonos [[brasileiros]] na região suscitaram o interesse da Bolívia, que solicitou melhor fixação de limites.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> Após várias negociações fracassadas, em [[1867]] assinou-se o [[Tratado de Ayacucho]], que reconhecia o ''[[uti possidetis]]'' colonial.<ref>{{citar web|url=http://www.grupoescolar.com/materia/o_tratado_de_madrid_e_o_tratado_de_ayacucho.html|titulo=O Tratado de Madrid e o Tratado de Ayacucho|autor=|data=|publicado=GrupoEscolar.com|acessodata=15 de setembro de 2010}}</ref> A divisória foi estabelecida pelo paralelo da confluência dos [[rio]]s [[Rio Beni|Beni]]-[[Rio Mamoré|Mamoré]], em direção ao leste, até a [[Nascente (hidrografia)|nascente]] do [[Rio Javari|Javari]], embora ainda não fossem conhecidas as cabeceiras desse rio.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/>
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Também na segunda metade do [[século XIX]] registraram-se perturbações no equilíbrio demográfico e geo-econômico do império, com o surto cafeeiro no [[Região Sul do Brasil|Sul]] canalizando os recursos financeiros e de [[mão-de-obra]], em detrimento do [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]].<ref name="marcilio.com">{{citar web|url=http://www.marcillio.com/rio/hireveco.html|titulo=A evolução da economia na República Velha|autor=FURTADO, Celso|data=|publicado=Marcilio.com|acessodata=15 de setembro de 2010}}</ref> O empobrecimento crescente dessa região impulsionou ondas migratórias em direção aos estados do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]], [[Minas Gerais]] e [[São Paulo (estado)|São Paulo]].<ref name="marcilio.com"/> O movimento de populações tornou-se particularmente ativo durante a seca prolongada no [[Sertão brasileiro|interior nordestino]], de [[1877]] a [[1880]], expulsando centenas de nordestinos, que rumaram para os seringais em busca de trabalho.<ref name="www.portalbrasil.net">{{citar web|url=http://www.portalbrasil.net/estados_ac.htm|titulo=Estados Brasileiros: Acre|autor=TOSCANO, Fernando|data=|publicado=Portal Brasil|acessodata=15 de setembro de 2010}}</ref>
 
O avanço da migração nordestina processou-se até as margens do [[Rio Juruá|Juruá]]<ref>{{citar web|url=http://www.bv.am.gov.br/portal/conteudo/municipios/ipixuna.php|titulo=História de Ipixuna|autor=|data=|publicado=Site Oficial da Biblioteca Pública do Amazonas|acessodata=15 de setembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20050518111644/http://www.bv.am.gov.br/portal/conteudo/municipios/ipixuna.php|arquivodata=18 de Maio de 2005|urlmorta=yes}}</ref> e acelerou a ocupação das terras que mais tarde a [[Bolívia]] reclamaria.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> Os grandes leitos fluviais e a rede de seus [[Afluente|tributários]] eram então intensamente trafegados por flotilhas de embarcações do mais variado porte, transportando colonos, mercadorias e material de abastecimento para os núcleos mais afastados.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> Os governos do [[Amazonas]] e do [[Pará]] logo instituíram as chamadas ''casas aviadoras'', que financiavam vários tipos de operações, garantiam créditos e promoviam o incentivo comercial nos [[Seringal|seringais]].<ref>{{citar web|url=http://www.colegioweb.com.br/historia-brasil/as-casas-aviadoras|titulo=As Casas Aviadoras|autor=|data=|publicado=Colégio WEB|acessodata=15 de setembro de 2010}}</ref>
 
Planta nativa, a [[seringueira]] escondia-se no emaranhado de outras [[árvore]]s, igualmente nativas, obrigando o homem que saía no encalço da [[borracha]] a construir um verdadeiro labirinto, com trilhas em [[ziguezague]] na selva.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/> Do seringal surgiu a figura humana do [[seringueiro]], associado à planta para explorá-la. Seringueiro-patrão, beneficiário do crédito da casa aviadora, e seringueiro-extrator, aviado, por sua vez, do patrão.<ref name="seringal seringueiro seringalista"/> Um morando no barracão, sempre localizado à beira do rio, com aparências de domínio patriarcal, outro, na [[barraca]], de construção tosca, no meio da selva.<ref name="seringal seringueiro seringalista">{{citar web|url=http://portalamazonia.globo.com/pscript/artigos/artigo.php?idArtigo=210|título=Seringal, Seringalista e Seringueiro|autor=Jorgemar Monteiro|data=4 de agosto de 2006|publicado=Portal Amazônia|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131004224410/http://portalamazonia.globo.com/pscript/artigos/artigo.php?idArtigo=210|arquivodata=4 de Outubro de 2013|urlmorta=yes}}</ref> (De [[1920]] em diante usa-se o neologismo seringalista para designar o patrão.)<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/><ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58">{{citar enciclopédia|ano=1998 |título=Acre: História |enciclopédia=Nova Enciclopédia Barsa |publicado=Encyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda |local=São Paulo |páginas=58|edição=volume 11 |id=}}</ref>
 
Completara-se, assim, antes de findar o [[século XIX]], a ocupação [[brasil]]eira do espaço geográfico do Acre, onde mais de cinquenta mil pessoas formavam, no recesso da mata dos três [[vale]]s [[Hidrografia|hidrográficos]], uma sociedade original, cujo objetivo único era produzir [[borracha]].<ref>{{citar web|url=http://www.unicamp.br/nee/epremissas/pdfs/2/05.02.pdf|acessodata=14 de novembro de 2011|publicado=Universidade Estadual de Campinas|ultimo=|primeiro=|autor=Ligia Osório Silva|título=O Acre em dois tempos: a luta pela terra na fronteira Ocidental|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130729152024/http://www.unicamp.br/nee/epremissas/pdfs/2/05.02.pdf|arquivodata=29 de Julho de 2013|urlmorta=yes}}</ref> Todo esse labor, porém, se operava no [[solo]] da [[Bolívia]], país que, por fatalidade da [[geografia]], não pudera completar a integração [[Sociedade|social]] e [[Economia|econômica]], e mesmo [[política]] e geográfica, dos extensos vales do [[Rio Acre|Acre]], do alto [[rio Purus|Purus]] e do alto [[Rio Juruá|Juruá]] na comunidade nacional.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/>
 
Com efeito, o artigo 2.º do [[Tratado de Ayacucho]], concluído pelo [[Brasil]] e pela [[Bolívia]] em 1867, mandara que a linha de [[fronteira]] fosse uma paralela tirada da foz do [[rio Beni]] com o [[Rio Mamoré|Mamoré]] (10º20'), até encontrar a [[Nascente (hidrografia)|nascente]] do [[Rio Javari|Javari]].<ref name="Tratado de Ayacucho Documento">{{citar web|url=http://pt.wikisource.org/wiki/Tratado_de_Ayacucho|titulo=Tratado de Ayacucho|autor=|data=27 de março de [[1867]]|publicado=Wikisource em português|acessodata=15 de setembro de 2010}}</ref> Com um adendo: se o Javari tivesse as nascentes ao norte dessa linha leste-oeste, a fronteira correria, desde a mesma latitude, por uma reta a buscar a origem principal do Javari''.<ref name="Tratado de Ayacucho Documento"/> ''
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Em 1890, um oficial [[Bolívia|boliviano]], [[José Manuel Pando]], alertou seu governo para o fato de que na [[bacia hidrográfica]] do [[Rio Juruá|Juruá]] havia mais de 300 [[Seringal|seringais]], com a ocupação dos [[brasileiros]] implantando-se cada vez mais rapidamente em solo da Bolívia.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/> A penetração brasileira avançara em profundidade para oeste do meridiano de 64º até além do de 72º, numa extensão de mais de mil quilômetros, muito embora já estivessem fixadas as fronteiras acima da confluência do [[Rio Beni|Beni]]-[[Rio Mamoré|Mamoré]], segundo o [[Tratado de Ayacucho|tratado de 1867]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/><ref name="Tratado de Ayacucho Documento"/>
 
Em 1895, criou-se uma comissão para o ajuste da divisa.<ref name="educacao.uol.com.br"/> O representante [[brasileiros|brasileiro]], [[Gregório Taumaturgo de Azevedo]], demitiu-se após verificar que a ratificação do tratado de 1867 iria prejudicar os seringueiros ali estabelecidos.<ref>{{citar web|url=http://www.filologia.org.br/revista/43/03.pdf|titulo=A Questão do Acre|autor=ALBUQUERQUE, Kátya Fernandez|data=|publicado=Site Oficial do Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos|acessodata=15 de setembro de 2010}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.roraimaemfoco.com/colunistas/clio-boriola-colunistas-37/8711-artigo-a-linha-cunha-gomes-hiram-reis-e-silva.html|titulo=Tenente-Coronel Gregório Taumaturgo de Azevedo|autor=SILVA, Hiram Reis e|data=20 de junho de 2009|publicado=Roraima em Foco|acessodata=15 de setembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110715203351/http://www.roraimaemfoco.com/colunistas/clio-boriola-colunistas-37/8711-artigo-a-linha-cunha-gomes-hiram-reis-e-silva.html|arquivodata=15 de Julho de 2011|urlmorta=yes}}</ref>
 
Em 1899, os bolivianos estabeleceram um posto administrativo em [[Puerto Alonso]], cobrando impostos e lançando taxas aduaneiras sobre as atividades dos brasileiros.<ref name="biblioteca.ibge.gov.br">{{citar web|url=http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/acre/portoacre.pdf|titulo=História de Porto Acre|autor=|data=|publicado=Biblioteca do IBGE|acessodata=15 de setembro de 2010}}</ref> No ano seguinte, o Brasil aceitou a soberania da Bolívia na zona, quando reconheceu oficialmente os antigos limites na [[confluência]] Beni-Mamoré.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/> Os seringueiros, alheios às tramitações diplomáticas, julgaram lesados seus interesses e iniciaram movimentos de rebeldia,<ref name="biblioteca.ibge.gov.br"/> ocorrendo duas sérias contestações.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/>
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Em consequência, dissolveu-se o Estado Independente, passando o Acre Meridional e o Acre Setentrional a constituírem o [[território brasileiro]] do Acre, organizado, segundo os termos da lei n° 1.181, de [[25 de fevereiro]] de [[1904]], e do decreto 5 188, de [[7 de abril]] de 1904, em três departamentos administrativos: o do '''Alto Acre''', o do '''Alto Purus''' e o do '''Alto Juruá''', chefiados por [[prefeito]]s da livre escolha e nomeação do [[presidente do Brasil|presidente da república]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/><ref name="As capitais do acre"/>
 
Solucionada a parte da [[Bolívia]], um outro caso tinha de ser resolvido com o [[Peru]]. O governo de Lima, alegando validez de títulos coloniais, reivindicava todo o território do Acre e mais uma extensa área do estado do [[Amazonas]].<ref name="História do Acre Brasil Channel"/> Delegações administrativas e militares desse país tentaram estabelecer-se no Alto Purus ([[1900]], [[1901]] e [[1903]]) e no Alto Juruá (1898 e [[1902]]).<ref name="História do Acre Brasil Channel">{{citar web|url=http://www.brasilchannel.com.br/estados/index.asp?nome=Acre&area=historia|título=Acre: História|autor=Brasil Channel|data=2007|publicado=Brasil Channel|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref> Os brasileiros, com seus próprios recursos, forçaram os peruanos a abandonar o Alto Purus (setembro de [[1903]]).<ref>{{citar web|url=http://www.dc.mre.gov.br/imagens-e-textos/revista2-mat13.pdf|título=O Estado do Acre|autor=Departamento Cultural do MRE|data=2011|publicado=Ministério das Relações Exteriores do Brasil|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110516030846/http://www.dc.mre.gov.br/imagens-e-textos/revista2-mat13.pdf|arquivodata=16 de Maio de 2011|urlmorta=yes}}</ref>
 
Rio Branco, para evitar novos conflitos, sugeriu um ''[[modus vivendi]]'' para a neutralização de áreas no Alto Purus e no Alto Juruá e o estabelecimento de uma administração conjunta (julho de [[1904]]). Isso não impediu um conflito armado entre peruanos e um destacamento do exército brasileiro em serviço no recém-criado departamento do Alto Juruá. A luta findou com a retirada das forças peruanas.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/><ref name="As capitais do acre"/>
 
À luz dos títulos brasileiros e dos estudos das comissões mistas que pesquisaram as zonas do Alto Purus e do Alto Juruá, Rio Branco propôs ao governo do [[Peru]] o acerto de limites firmado a [[8 de setembro]] de [[1909]].<ref name="História da Polícia Militar">{{citar web|url=http://www.pm.ac.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=54&Itemid=151|título=História da PMAC|autor=PMAC|data=2011|publicado=Polícia Militar do Acre|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110930055604/http://www.pm.ac.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=54&Itemid=151|arquivodata=30 de Setembro de 2011|urlmorta=yes}}</ref> Com esse ato completou-se a integração [[política|político]]-[[Direito|jurídica]] do território na comunidade brasileira.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/><ref name="História da Polícia Militar"/>
 
=== Movimento Autonomista - De Território a Estado ===
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=== História recente ===
Em 2005, foi iniciada a construção da [[Estrada do Pacífico]], que dá ao Brasil, pelo Acre, acesso a três [[Porto (transporte)|portos]] peruanos no [[Oceano Pacífico]] ([[Ilo (cidade)|Ilo]], Maratani e San Juán) para facilitar as exportações para a [[Ásia]].<ref name="História recente 1">{{citar web |url = http://www.estadao.com.br/arquivo/economia/2005/not20050908p9052.htm |título = Começa construção de Rodovia Interoceânica |autor = O Estado de S. Paulo |data = 8 de setembro de 2005 |publicado = Site Oficial do Jornal |acessodata = 15 de novembro de 2011 }}</ref> A estrada foi concluída em 2011.<ref name="História recente 2">{{citar web |autor = Governo do Estado do Acre |título = Estrada do Pacífico integra economia e cultura com o Peru |url = http://www.agencia.ac.gov.br/noticias/acre/estrada-do-pacifico-integra-economia-e-cultura-com-o-peru |publicado = Agência de Notícias do Acre (AGEC) |data = 2 junho de 2013 |acessodata = 23 de Maio de 2015 |arquivourl = https://web.archive.org/web/20150630152157/http://www.agencia.ac.gov.br/noticias/acre/estrada-do-pacifico-integra-economia-e-cultura-com-o-peru |arquivodata = 30 de Junho de 2015 |urlmorta = yes }}</ref>
 
Em 2007, a [[Assembleia Legislativa do Acre|assembleia legislativa do estado]] aprovou uma regularização fundiária para legitimar a posse e a alienação de propriedades públicas rurais, que beneficia 600 famílias em cerca de dez municípios acrianos, um feito inédito no país.<ref name="História recente 3">{{citar web |url = http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1554&Itemid=26 |título = Regularização fundiária |autor = Viviane Teixeira |data = 2007 |publicado = Agência de Notícias do Acre (AGEC) |acessodata = 15 de novembro de 2011 }}</ref> Em junho de 2008, entrou em vigor a lei que alterou os [[Fusos horários no Brasil|fusos horários brasileiros]] e o Acre passou a ter uma hora a menos, e não duas, em relação ao fuso de [[Brasília]].<ref name="Referendo sobre o fuso horario"/> Apesar do referendo, o Acre mantém o antigo fuso horário.<ref name="Referendo sobre o fuso horario">{{citar web |url = http://www1.folha.uol.com.br/poder/882249-quatro-meses-apos-referendo-fuso-horario-do-acre-continua-o-mesmo.shtml |título = Quatro meses após referendo, fuso horário do Acre continua o mesmo |autor = Jean-Philip Struck |data = 28 de fevereiro de 2011 |publicado = Folha de S. Paulo |acessodata = 15 de novembro de 2011 }}</ref>
 
A partir de 2008, o Brasil reforçou o efetivo do [[Exército Brasileiro|Exército]] na fronteira do Acre com o [[Departamentos da Bolívia|departamento boliviano]] de [[Pando]].<ref>{{citar web|url=http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br/2008/09/19/exercito-brasileiro-ocupa-pontes-na-fronteira-apos-massacre-na-bolivia/|título=Exército brasileiro ocupa pontes na fronteira após massacre na Bolívia|autor=Altino Machado|data=19 de setembro de 2008|publicado=Blog da Amazônia|acessodata=15 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120121063530/http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br/2008/09/19/exercito-brasileiro-ocupa-pontes-na-fronteira-apos-massacre-na-bolivia/|arquivodata=21 de Janeiro de 2012|urlmorta=yes}}</ref> Essa região da fronteira se tornara instável com o massacre de 30 camponeses bolivianos, feito por opositores ao referendo de aprovação de uma nova Constituição,<ref>{{citar web|url=http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=40625&id_secao=7|título = Governador boliviano acusado de chacinar 30 camponeses |autor = PCdoB |data = 14 de setembro de 2008 |publicado = Partido Comunista do Brasil |acessodata = 15 de novembro de 2011 }}</ref> mas os conflitos se dissiparam com a realização do referendo na Bolívia, em janeiro de 2009.<ref>{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/atualidades/referendo-na-bolivia.jhtm|título=Referendo na Bolívia: Nova Constituição é aprovada, mas nação segue dividida|autor=José Renato Salatiel|data=28 de janeiro de 2009|publicado=UOL Educação|acessodata=15 de novembro de 2011}}</ref>
 
Em abril de 2008, o Acre vence uma questão judicial com o Estado do [[Amazonas]] em relação ao litígio em torno da linha Cunha Gomes,<ref name="vestuol" /><ref>{{citar web|url=https://tj-ac.jusbrasil.com.br/noticias/1594981/tjs-do-acre-e-amazonas-discutem-a-nova-divisao-territorial-entre-os-dois-estados |título=TJs do Acre e Amazonas discutem a nova divisão territorial entre os dois estados
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{| class="wikitable"
|- style="background:#87CEFA; color:white"
| '''Cor/Raça''' (IBGE 2006)<ref>{{Citar web|url=http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2007/indic_sociais2007.pdf|data=|acessodata=|obra=|publicado=|ultimo=|primeiro=|autor=|título=Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2007|língua=|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150319223145/http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2007/indic_sociais2007.pdf|arquivodata=19 de Março de 2015|urlmorta=yes}}</ref>
| '''Porcentagem'''
|- align="center"
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<small>Fonte: [[PNAD]] (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração).</small>
 
Existem no Acre, 34 terras indígenas ocupadas por mais de 12.000 índios, que representam 2% da população total do Estado. Esse contingente populacional pertence a 14 diferentes etnias, de línguas Pano, Aruak e Arawá: ([[Yaminawa]], [[Manchineri]], [[Kaxinawá]], [[Ashaninka]], [[Shanenawa]], [[Katukina]], [[Arara]], [[Nukini]], [[Poyanawa]], [[Nawa]], [[Jaminawa-Arara]] e Isolados). As etnias isoladas, sem contato com a sociedade, têm o seu território tradicional ao longo da fronteira internacional Brasil-Peru.<ref>{{Citar web |url=http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/ARQUIVOS_2/Indios/Povos_do_Acre.pdf |título=Povos Indígenas do Acre |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090612002348/http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/ARQUIVOS_2/Indios/Povos_do_Acre.pdf|arquivodata=12 de Junho de 2009|urlmorta=yes}}</ref>
 
== Política ==
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{{Legenda|#FF0000|Mesorregião do Vale do Juruá}}]]
 
Mesorregião constitui-se numa subdivisão dos estados brasileiros, que reúne diversos municípios de uma área geográfica com similaridades econômicas e sociais. Essa subdivisão, criada pelo IBGE, é utilizada para fins estatísticos e não constitui, portanto, uma entidade política ou administrativa. Oficialmente, o Acre possui apenas duas mesorregiões, as quais são: [[Mesorregião do Vale do Acre|Vale do Acre]] e [[Mesorregião do Vale do Juruá|Vale do Juruá]].<ref name="Subdivisões do Acre 1">{{citar web |url= http://www.citybrazil.com.br/ac/mesoregiao |título = Conheça as mesorregiões do Acre |publicado= CityBrazil UOL |acessodata= 12 de janeiro de 2017 |arquivourl= https://web.archive.org/web/20170113165915/http://www.citybrazil.com.br/ac/mesoregiao |arquivodata= 13 de Janeiro de 2017 |urlmorta= yes }}</ref> Quando se trata de uma microrregião, a [[Constituição brasileira de 1988]] a define como um agrupamento de [[município]]s limítrofes, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum, definidas por [[lei complementar]] estadual. O Acre é dividido oficialmente em cinco microrregiões: [[Microrregião de Brasileia|Brasileia]], [[Microrregião de Cruzeiro do Sul|Cruzeiro do Sul]], [[Microrregião de Rio Branco|Rio Branco]], [[Microrregião de Sena Madureira|Sena Madureira]] e [[Microrregião de Tarauacá|Tarauacá]].<ref name="Subdivisões do Acre 2">{{citar web |url = http://www.citybrazil.com.br/ac/microregiao |título = Conheça as microrregiões do Acre |publicado = CityBrazil UOL |acessodata = 12 de janeiro de 2017 |arquivourl = https://web.archive.org/web/20170113165912/http://www.citybrazil.com.br/ac/microregiao |arquivodata = 13 de Janeiro de 2017 |urlmorta = yes }}</ref>
 
O Acre é formado pela união de vinte e dois municípios, desde a última alteração feita em 1992, através das lei estaduais n.º 1.025, 1.026, 1.027, 1.028, 1.029, 1.030, 1.032, 1.033, 1.034, que criaram dez novos municípios no estado (Acrelândia, Bujari, Capixaba, Epitaciolândia, Jordão, Marechal Thaumaturgo, Porto Acre, Porto Walter, Rodrigues Alves e Santa Rosa do Purus).<ref name="Subdivisões do Acre 3">{{citar web|url= https://www.achetudoeregiao.com.br/ac/historia_do_acre.htm |título = História do Acre |publicado = Ache tudo e região |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref>
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[[Imagem:Passarela joaquim Macedo.jpg|miniatura|direita|Passarela Joaquim Macedo, símbolo da capital acriana, Rio Branco, centro político e financeiro do estado.]]
 
[[Imagem:Tree Map-Exportacoes do Acre (2012).png|miniatura|Exportações do Acre - (2012)<ref name="dataviva.info">{{citar web | titulo=Exportações do Acre (2012) | obra=Plataforma DataViva | url=http://dataviva.info/apps/builder/tree_map/secex/ac/all/all/hs/?depth=hs_6&value_var=val_usd&color_var=color&controls=true&year=2012 | acessodata= 13 de janeiro de 2014 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20140116102750/http://dataviva.info/apps/builder/tree_map/secex/ac/all/all/hs/?depth=hs_6&value_var=val_usd&color_var=color&controls=true&year=2012 | arquivodata=16 de Janeiro de 2014 | urlmorta=yes }}</ref>]]
O Acre possui o [[Lista de unidades federativas do Brasil por PIB|25.º maior]] [[Produto Interno Bruto]] (PIB) do país, baseado principalmente na exploração de recursos naturais e no setor primário. De acordo com dados do IBGE, relativos a 2014, o PIB acriano era de 13.459.000 bilhões, enquanto o [[PIB per capita]] era de 17.034 reais.<ref name="Economia IBGE">{{citar web |url= http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=3315 |publicado= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) |titulo= Contas Regionais 2014: cinco estados responderam por quase dois terços do PIB do país |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref> Apesar de possuir uma das maiores taxas de aumento de economia (4,4% em 2014) e um PIB per capita tido como alto, este último é o segundo menor valor entre os estados de sua macrorregião, superando apenas o Pará. Além disto, a economia do estado é avaliada como a terceira pior entre todas as unidades federativas brasileiras e sua capital, Rio Branco, está na última posição entre as capitais estaduais no quesito PIB per capita.<ref name="Economia do Acre 1">{{citar web |url= http://www.ac24horas.com/2016/11/28/%E2%80%8Bibge-aponta-acre-sendo-um-dos-estados-com-maior-crescimento-do-pib/ |publicado= Acre 24 horas |titulo = IBGE aponta Acre sendo um dos com maior crescimento do PIB |data = 28 de novembro de 2016 |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref><ref name="Economia do Acre 2">{{citar web |url= http://www.ac24horas.com/2016/11/30/economia-do-acre-esta-entre-as-tres-piores-do-pais-diz-ibge/ |publicado= Acre 24 horas |titulo = Economia do Acre está entre as três piores do pais, diz IBGE |data = 30 de novembro de 2016 |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref><ref name="Economia do Acre 3">{{citar web |url= http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2013/12/rio-branco-e-capital-brasileira-com-menor-pib-capita-diz-ibge.html |publicado= Acre 24 horas |titulo = Rio Branco é a capital brasileira com menor PIB per capita, diz IBGE: Dados foram divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (17). No país, 55 municípios concentram cerca de 50% do PIB brasileiro |data = 18 de novembro de 2013 |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref>
 
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A [[pecuária]] começou a ser desenvolvida só a partir da [[década de 1970]]. O [[solo]] utilizado nos [[plantation|plantios]] desgasta-se pelas [[desflorestamento|derrubadas]] e [[queimada]]s e passa a construir área de magra pastagem. Não há campos naturais e os que são abertos na [[floresta|mata]], se ainda não esgotados pela [[lavoura]], são facilmente invadidos pela capoeira. Em [[2008]], contava o Acre com 155.861 [[porco|suínos]],<ref name="Pecuária 2008">{{citar web|url=http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=ac&tema=pecuaria2008|titulo=Pecuária 2008|autor=|data=|publicado=[[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]]|acessodata=26 de abril de [[2010]]}}</ref> 2.425.687 [[boi|bovinos]],<ref name="Pecuária 2008" /> 77.623 [[Ovelha|ovinos]],<ref name="Pecuária 2008" /> 7.201 [[burro|muares]],<ref name="Pecuária 2008" /> 60.668 [[cavalo|equinos]]<ref name="Pecuária 2008" /> e 15.433 [[Capra aegagrus hircus|caprinos]].<ref name="Pecuária 2008" />
 
A [[pesca]] é praticada em pequena escala, sendo na maioria dos casos de subsistência. Em [[2005]], foram produzidas 3.510 t de [[pescado]],<ref>{{citar web|url=http://www.mpa.gov.br/mpa/seap/Dados_estatisticos/boletim2005a%28tabela%29.pdf|titulo=Produção total de pescado estimada, por ano, segundo as regiões e unidades da Federação|autor=|data=|publicado=Ministério da Pesca e Aquicultura|acessodata=26 de abril de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110706155815/http://www.mpa.gov.br/mpa/seap/Dados_estatisticos/boletim2005a%28tabela%29.pdf|arquivodata=6 de Julho de 2011|urlmorta=yes}}</ref> a antepenúltima [[produção]] do [[país]]. A [[mineração]] é escassa e caracterizada pela [[garimpo|garimpagem]] mais primitiva — feita através de [[bateia]]s —, sendo desconhecidos dados estatísticos de sua produção.
 
=== Indústria ===
A [[indústria]] do [[Estado (subdivisão)|estado]], em [[2009]], ocupava 13 mil pessoas<ref name="Indústria Acriana">{{citar web|url=http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=11206&Itemid=26|titulo=Indústria acriana em pleno vapor|autor=|data=|publicado=[[Agência de Notícias do Acre]]|acessodata=26 de abril de 2010}}</ref> em 1416 [[estabelecimento]]s e unidades,<ref name="Acre em números 2009">{{citar web|url=http://www.ac.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=75&Itemid=165|titulo=Acre em números 2009|autor=|data=|publicado=[[Governo do Acre]]|acessodata=26 de abril de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20101202021745/http://www.ac.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=75&Itemid=165|arquivodata=2 de Dezembro de 2010|urlmorta=yes}}</ref> que produziram bens no valor de R$ 773 milhões. A [[indústria]] ainda é de pouca escala no estado, sendo em grande parte de produtos alimentícios, como queijos, manteiga, refrigerantes e outros; e à transformação rudimentar de alguns produtos [[agricultura|agrícolas]], como a [[farinha de mandioca]] e o [[açúcar]] bangüê. O estado também possui indústrias na produção de barcos, carrocerias de caminhões, laminados e pisos de madeira,móveis, vidros temperados, preservativos (sendo a única do mundo a usar borracha natural proveniente de látex nativo), dentre outros produtos. Nas [[Colônia (comunidade)|colônias]] mais importantes do Alto [[Rio Juruá|Juruá]] e do Alto [[rio Purus|Purus]], ou mesmo em locais que possam atender em várias colônias, estão instalados "conjuntos mecânicos", pertencentes quase todos ao [[governo]]. Nos conjuntos mecânicos encontram-se máquinas para debulhar o [[milho]], descorticar o [[arroz]], ralar, prensar e cozer a [[mandioca]], além de moendas e [[tocha]]s para o fábrico de [[cana-de-açúcar|açúcar de cana]]. A [[potência]] instalada das usinas geradoras em [[2004]] é de 331 [[gigawatts|GWh]], com um [[consumo]] mínimo de 405 GWh.<ref>{{citar web|url=http://www.portalbrasil.eti.br/estados_ac.htm|titulo=Brasil - Acre|autor=TOSCANO, Fernando|data=|publicado=Portal Brasil|acessodata=26 de abril de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090708141237/http://www.portalbrasil.eti.br/estados_ac.htm|arquivodata=8 de Julho de 2009|urlmorta=yes}}</ref>
Atualmente o estado possui 2 Distritos Indústriais: 1 na capital [[Rio Branco]] e outro no município de [[Acrelândia]].
 
No estado está sendo criada a chamada ZPE (Zona de Processamento para Exportação), um Distrito Industrial incentivado, onde as empresas localizadas operam com redução/suspensão de impostos e contribuições federais e liberdade cambial (podem manter no exterior 100% das divisas obtidas nas exportações), com a condição de destinarem pelo menos 80% de sua produção de bens e serviços ao mercado externo, pretendendo levar os produtos fabricados no Acre para os mercados da Bolívia, Peru e os países asiáticos, quando concluída a Estrada do Pacífico. A ZPE do Acre será localizada na BR-317, entre a capital Rio Branco e o município de [[Senador Guiomard]].<ref>[{{Citar web |url=http://www.agencia.ac.gov.br/images/stories/downloads/manual_atualizado.pdf] |titulo=Cópia arquivada |acessodata=3 de Setembro de 2010 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131029210840/http://www.agencia.ac.gov.br/images/stories/downloads/manual_atualizado.pdf |arquivodata=29 de Outubro de 2013 |urlmorta=yes }}</ref>
 
=== Comércio ===
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{| class=wikitable style="float:right; margin: 1em;border-collapse:border;"
|- align="center"
|+ '''Composição econômica<ref>{{Citar web |url=http://www.ac.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=75&Itemid=165 |título= Acre em Números 2009 |autor= Governo do Estado do Acre |obra= |data=9 de Março de 2010 |acessodata=2 de Agosto de 2010 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20101202021745/http://www.ac.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=75&Itemid=165 |arquivodata=2 de Dezembro de 2010 |urlmorta=yes }}</ref>'''
|-
| [[Serviços]] || {{percentagem|69|68,2|6988AA}}
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!style="width=10%; background:#ccf;"| Redação
|-valign="middle" align="center"
| 2006<ref name="download.globo.com">{{Citar web |url=http://download.globo.com/vestibular/enem2006_desempenhoregiaouf.doc |titulo=Cópia arquivada |acessodata=22 de Maio de 2009 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110522154832/http://download.globo.com/vestibular/enem2006_desempenhoregiaouf.doc |arquivodata=22 de Maio de 2011 |urlmorta=yes }}</ref><br />Média
| 31,05 (25.º)<br />36,90
| 47,97 (24.º)<br />52,08