Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m
Formatei algumas referências.
Linha 5:
|datas=[[27 de maio]] de [[1964]] - [[27 de junho]] de [[2017]]<ref>{{citar web|URL=https://noticias.r7.com/internacional/farc-entregam-armas-e-deixam-de-existir-como-guerrilha-27062017|título=Farc entregam armas e deixam de existir como guerrilha|publicado=[[R7]]|acessodata=10 de julho de 2018}}</ref>
|logo=Flag of the FARC-EP.svg
|líder=[[Manuel Marulanda Vélez]] †<ref>{{Citar periódico|url=http://www.nytimes.com/2008/05/26/world/americas/26marulanda.html?_r=0|título=Manuel Marulanda, Top Commander of Colombia’s Largest Guerrilla Group, Is Dead|publicado=The New York Times|data=26 de maio de 2008|autor=Simon Romero}}</ref><br />[[Raúl Reyes]] †<ref>[http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=newsarchive&sid=a5HnABwKGrZc Colombian Rebel Leader Raul Reyes Killed by Army, Minister Says] Bloomberg Newsweek. 28 de março de 2008. Joshua Goodman.</ref><br />[[Iván Ríos]] †<ref>[http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2008/03/07/ult34u200975.jhtm Saiba quem era Iván Ríos, o economista-guerrilheiro das Farc] Uol. 7 de março de 2008</ref><br />[[Alfonso Cano]] †<ref>[{{Citar web|url=http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/11/morre-na-colombia-o-lider-maximo-das-farc-alfonso-cano.html|título=Morre na Colômbia o chefe máximo das Farc, Alfonso Cano, diz governo|data=5/11/2011|publicado=G1}}</ref><br />[[Timoleón Jiménez]]<ref>{{Citar web|url=http://www.diarioliberdade.org/america-latina/batalha-de-ideias/31400-primeira-entrevista-com-o-m%C3%A1ximo-comandante-das-farc-ep,-timole%C3%B3n-jim%C3%A9nez.html|título=Primeira entrevista com o máximo comandante das FARC-EP, Timoleón Jiménez|publicado=Diário Liberdade|data=21 de setembro de 2012}}</ref>
|motivos=Fundação de um estado [[Socialismo|socialista]] [[Colômbia|colombiano]]
|área={{COL}}<br />{{PER}}<br />{{VEN}} (2017)<br />{{BRA}}<ref>{{Citar web|url=http://colombiareports.com/colombia-news/news/9791-farc-have-drug-trafficking-networks-in-brazil.html|título=FARC have 'drug trafficking networks' in Brazil – Colombia news |publicado=Colombia Reports|data=19 de maio de 2010|acessodata=19 de dezembro de 2015}}</ref><br />{{ARG}}<br />{{PRY}}<br />[[América Central]]
Linha 14:
}}
 
'''Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia — Exército do Povo'''<ref>[http{{Citar web|url=https://www.brasilescola.uol.com.br/historia/farc.htm]|titulo=Farc. Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Farc|data=|acessodata=|obra=Brasil Escola|publicado=|ultimo=|primeiro=|lingua=pt-BR}}</ref> ({{lang-es|''Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia–Ejército del Pueblo''}}), também conhecidas pelo acrônimo '''FARC''' ou '''FARC-EP''', foi uma organização paramilitar de inspiração [[comunismo|comunista]], autoproclamada guerrilha revolucionária marxista-leninista, que operava mediante táticas de [[guerrilha]]. Lutaram pela implantação do [[socialismo]] na [[Colômbia]]<ref>[{{citar web|url=http://www.inverta.com.br/site/semefeito/farc.html |titulo=Entrevista com Hernán Ramírez]|data=|acessodata=|publicado=www.inverta.com.br|ultimo=Jesus|primeiro=Bianka de|ultimo2=Silva|primeiro2=Fernando|wayb=20070627085808}}</ref> e defendiam o direito dos presos colombianos.<ref>[{{citar web|url=http://www.telesurtv.net:80/articulos/2013/02/08/farc-aboga-por-veeduria-publica-en-carceles-colombianas-2725.html/ |titulo=FARC pide al Gobierno de Colombia permitir veeduría pública en cárceles] |data=8 de fevereiro de /2/2013. |acessodata=|publicado=Telesur.|ultimo=|primeiro=|lingua=es|wayb=20130209195523}}</ref> Existia uma intensa cooperação entre a [[Exército de Libertação Nacional (Colômbia)|ELN]] e as FARC.<ref>[{{Citar web|url=http://www.rebelion.org/noticia.php?id=113150 |titulo=FARC y ELN alcanzan acuerdo para finalizar confrontaciones entre sí] |data=17 de setembro de 2010|acessodata=|obra=www. Rebelionrebelion.org|publicado=Rebelión|ultimo=|primeiro=|lingua=es}}</ref>
 
As FARC eram consideradas uma [[terrorismo|organização terrorista]] pelo governo da Colômbia, pelo governo dos [[Estados Unidos]],<ref name="list:0">{{citationCitar web|obraurl=Uhttps://2001-2009.Sstate. Department of Stategov/s/ct/rls/fs/2001/6531.htm|títulotitulo=ComprehensiveE.O. List13224: ofIdentified Terrorists and Groups Identified Under Executive Order 1322|data=|acessodata=172019-01-18|obra=The deOffice marçoof deElectronic 2017Information|publicado=U.SDepartamento Departamentde ofEstado dos StateEUA|ultimo=|primeiro=|lingua=en}}</ref> [[Canadá]]<ref>[{{citar web|url=http://www.presidencia.gov.co/cne/2003/abril/03/03032003.htm Presidence of the Republic of Colombia – |titulo=FARC, ELN andy AUC, inen thelista listcanadiense ofde terroristgrupos groupsterroristas|data=3/4/2003|acessodata=|publicado=Presidência ofda Canada]Colômbia|ultimo=|primeiro=|lingua=es}}</ref> e pela [[União Europeia]].<ref>[http{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=18.10.2005|titulo=FARC, ELN and AUC in the list of terrorist groups of E.U.|url=https://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/site/es/oj/2005/l_272/l_27220051018es00150017.pdf|jornal=Diario EuropeanOficial Unionde la FARC,Unión ELN and AUC in the list of terrorist groups of EEuropea|lingua=Es|arquivourl=https://web.Uarchive.])org/web/20061210012602/https://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/site/es/oj/2005/l_272/l_27220051018es00150017.pdf|arquivodata=10/12/2006|acessodata=}}</ref><ref>{{Citar nameweb|url="EU: Article 2(3) of Regulation (EC) No 2580/2001">Article 2(3) of Regulation (EC) No 2580/2001 [httphttps://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:32004D0306:EN:HTML].|titulo=EUR-Lex Visitado- a32004D0306 [[20- deEN|data=3/04/2004|acessodata=2019-01-18|obra=Official fevereiro]]Journal deL [[2008]].099|publicado=|ultimo=|primeiro=|lingua=EN}}</ref> Os governos de [[Equador]],<ref name="aporrea.org">[http{{Citar web|url=https://www.aporrea.org/actualidad/n66816.html |titulo=Ecuador ratifica FARC no son terroristas]|data=3/10/2005|acessodata=2019-01-18|publicado=Aporrea|primeiro=|lingua=es}}</ref> [[Bolívia]]{{Carece de fontes|data=janeiro de 2013}}, [[Brasil]],<ref name="news.bbc.co.uk">[{{Citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=2003-02-20|titulo=FARC: Colombia y Brasil en desacuerdo|url=http://news.bbc.co.uk/hi/spanish/latin_america/newsid_2782000/2782299.stm|jornal=BBC FARC: Colombia y Brasil en desacuerdo]Mundo|lingua=es|acessodata=}}</ref> [[Argentina]]<ref name="cumbre">[http{{Citar web|url=https://www.pagina12.com.ar/diario/elpais/1-100330-2008-03-08.html |titulo=Titanes en la Cumbre después de la batalla]|data=|acessodata=2019-01-18|obra=www.pagina12.com.ar|publicado=Página/12|ultimo=Piqué|primeiro=Martín|lingua=es}}</ref> e [[Chile]]<ref name=cumbre/> não lhes aplicaram esta classificação. O presidente [[Hugo Chávez]] rejeitou publicamente esta classificação em janeiro de [[2008]], e apelou à Colômbia, como outros governos, a um reconhecimento diplomático das guerrilhas enquanto "força beligerante", argumentando que elas estariam assim obrigadas a renunciarem a sequestro e atos de terror a fim de respeitarem as [[Convenções de Genebra]].<ref>[http{{Citar web|url=https://www.voltairenet.org/article154330.html |titulo=Chávez: Beligerancia a las FARC sólo bajo convenios de Ginebra]|data=13/01/2008|acessodata=2019-01-18|obra=Red Voltaire|publicado=Voltaire|ultimo=|primeiro=|lingua=ES}}</ref><ref>[{{citar web|url=http://www.abn.info.ve/go_news5.php?articulo=117198&lee=17 |titulo=Chávez proposal about the FARC creates deep analysis in Mexican press]|data=18/1/2008|acessodata=|publicado=Agencia Bolivariana de Noticias|ultimo=|primeiro=|lingua=en|wayb=20081211180802}}</ref> [[Cuba]] e [[Venezuela]] adotam o termo "insurgentes" para as FARC.<ref>[http{{Citar web|url=https://oglobo.globo.com/mundo/farc-eln-sao-insurgentes-nao-terroristas-diz-chavez-3852908 |titulo=Farc e ELN são insurgentes, não terroristas, diz Chávez] |data=2008-01-11|acessodata=|publicado=O Globo. 11 de janeiro de 2008.|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
A origem das FARC remonta as disputas entre [[liberalismo|liberais]] e [[conservadores]] na Colômbia, retratadas pela obra de [[Gabriel García Márquez]], "Cem Anos de Solidão", marcada por massacres, como o período da [[La Violencia]]. Em 1948, os liberais, com apoio dos comunistas, iniciam uma guerra civil contra o governo conservador. Após 16 anos de luta guerrilheira e a conquista de algumas reivindicações políticas, os liberais passaram a temer que a experiência cubana de 1959 se repetisse na Colômbia. Rompem com a esquerda e passam para o lado conservador.
 
Ao longo da história do grupo guerrilheiro, o [[Partido Comunista Colombiano]] teve relações mais próximas ou mais distantes com as FARC. Enquanto originaram-se como um puro movimento de [[guerrilha]], a organização já na década de 1980 foi acusada de se envolver no [[tráfico]] ilícito de [[droga|entorpecentes]],<ref name="drugrelation">[[BBC{{Citar News]]. "Colombia’speriódico|ultimo=|primeiro=|data=2003-09-19|titulo=Colombia's most powerful rebels." [[19 de setembro]] de 2003. [|url=http://news.bbc.co.uk/12/hi/world/americas/1746777.stm|jornal=BBC Disponível online]. Visitado a [[News|lingua=en-GB|acessodata=7 de abril]] de 2007.}}</ref> o que provocou a separação formal do Partido Comunista e a formação de uma estrutura política chamada [[Partido Comunista Colombiano Clandestino]].<ref>[http{{Citar web|url=https://www.broadleft.org/co.htm|titulo=Leftist PartidosParties deof esquerda colombianos]Colombia|data=|acessodata=2019-01-18|obra=www.broadleft.org|publicado=|ultimo=|primeiro=|lingua=en}}</ref>
 
As FARC-EP se definiam como um movimento guerrilheiro paramilitar. Segundo estimativas do governo colombiano, as FARC, no seu auge, chegaram a possuir entre 6 000 e 16 000 membros, perto de [[2001]]<ref name="BBC estimate">[[BBC{{Citar News]]. "Colombia’speriódico|ultimo=McDermott|primeiro=Jeremy|data=2008-02-01|titulo=Colombia's rebels: A fading force?" 1 de Fevereiro de 2008.[|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/7217817.stm|jornal=BBC Disponível online]. Visitado a [[News|lingua=en-GB|acessodata=4 de Fevereiro]] de 2008.}}</ref> (aproximadamente 20% a 30% deles são recrutas com menos de 18 anos de idade<ref>{{citar nameweb|url="Crianças">[[Human Rights Watch]]http://hrw. "org/english/docs/2005/02/22/colomb10202.htm|titulo=Colombia: Armed Groupsgroups Sendsend Childrenchildren to War." [[war|data=22 de fevereiro]] de 2005.|acessodata=|publicado=[[Human [http://hrw.org/english/docs/2005/02/22/colomb10202.htmRights Watch]]|ultimo=|primeiro=|lingua=inglês|wayb=20050222222900}}</ref>). Outras estimativas disponíveis avaliavam em mais de 18 000 guerrilheiros, números que as próprias FARC afirmaram em [[2007]] numa entrevista com [[Raul Reyes]].<ref>{{citar nameweb|url="colombiajournal.org">[http://www.colombiajournal.org/colombia259.htm |titulo=Interview with FARC Commander Raul Reyes. |data=12 de julho de 2007.]|acessodata=|publicado=Colombia Journal Online|ultimo=Leech|primeiro=Garry|lingua=en|wayb=20070716141051}}</ref>
 
As FARC-EP tinham presença armada em 15-20% do território colombiano, principalmente nas selvas do sudeste e nas planícies localizadas na base da [[Cordilheira dos Andes]].<ref>{{citar livro|último =Leonard|primeiro =Thomas M.|título=Encyclopedia Of The Developing World|publicado=[[Routledge]]|ano=2005|month=October|isbn=1-57958388-1|página=1362}}</ref> Segundo informações do Departamento de Estado dos Estados Unidos, as FARC controlam a maior parte do refino e distribuição de [[cocaína]] dentro da Colômbia, sendo responsável por boa parte do suprimento mundial de cocaína e pelo tráfico dessa droga para os Estados Unidos.<ref>[http{{Citar web|url=https://www.state.gov/p/inl/narc/rewards/63844.htm|titulo=Manuel PáginaMunoz-Ortiz|data=|acessodata=|obra=Bureau dofor DepartamentoInternational deNarcotics Estadoand dosLaw EstadosEnforcement Unidos onde é descrito o papel das FARC no tráficoAffairs|publicado=U.S. internacionalDepartament deof cocaína]State|ultimo=|primeiro=|wayb=20060417193912}}</ref>
 
Em junho de 2016, as FARC assinaram um acordo de [[cessar-fogo]] junto ao presidente da Colômbia, [[Juan Manuel Santos|Juan Manoel Santos]], em [[Havana]]. Embora o acordo de paz final exigirá um referendo, o acordo tem sido visto como um passo histórico para acabar com a guerra que já dura há cinquenta anos.<ref>{{Citar web|url=http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2016/06/governo-colombiano-e-farc-oficializam-acordo-de-cessar-fogo.html|titulo=Governo colombiano e as Farc oficializam acordo de cessar-fogo|data=2016-06-23|acessodata=2016-10-05|publicado=G1|ultimo=Santana|primeiro=Felipe}}</ref> Em 25 de agosto de 2016, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou que quatro anos de negociação já garantiu um acordo de paz com as FARC e que o referendo nacional será no dia 02 de outubro.<ref>{{Citar web|url=http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2016/08/governo-da-colombia-e-farc-assinam-acordo-de-paz-historico.html|titulo=Governo da Colômbia e Farc assinam acordo de paz histórico|data=2016-08-25|acessodata=2016-10-05|publicado=G1|ultimo=|primeiro=}}</ref> O referendo falhou com 50,24% de votos contra.<ref>{{Citar web|url=http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/02/internacional/1475420001_242063.html|titulo=Colômbia diz ‘não’ ao acordo de paz com as FARC|data=2016-10-03|acessodata=2016-10-05|publicado=El Pais|ultimo=Lafuente|primeiro=Javier}}</ref> Apesar do resultado, o líder das FARC e o presidente colombiano continuaram a assinar o tratado de paz.<ref>{{Citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=2016-10-03|titulo=Farc mantêm sua vontade de paz, diz líder após derrota em plebiscito - ISTOÉ Independente|jornal=ISTOÉ Independente|url=http://istoe.com.br/farc-mantem-sua-vontade-de-paz-diz-lider-apos-derrota-em-plebiscito/|jornal=ISTOÉ Independente|acessodata=}}</ref> Pelos esforços, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, recebeu o [[Nobel da Paz|Prêmio de Nobel da Paz]] de 2016.<ref>{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/10/1820721-presidente-da-colombia-juan-manuel-santos-vence-o-nobel-da-paz.shtml|titulo=Presidente da Colômbia vence Nobel da Paz por negociações com as Farc - 07|data=7/10/2016 - Mundo - Folha de S.Paulo|acessodata=2016-10-07|obra=www1.folha.uol.com.br|publicado=Folha de S.Paulo|ultimo=Bercito|primeiro=Diogo}}</ref>
 
Segundo a [[Organização das Nações Unidas|ONU]], as FARC e o [[Exército de Libertação Nacional (Colômbia)|ELN]] são responsáveis ​​por 12 % das mortes de civis no conflito armado na [[Colômbia]], com 80% cometidos por milícias paramilitares de extrema-direita, e os restantes 8% cometidos por forças de segurança.<ref>{{Citar web|url=http://www.ipsnews.net/2008/08/colombia-international-criminal-court-scrutinises-paramilitary-crimes/|titulo=COLOMBIA: International Criminal Court Scrutinisesscrutinises Paramilitary Crimes {{!}} Inter Pressparamilitary Servicecrimes|data=27/8/2008|acessodata=2017-01-31|obra=www.ipsnews.net|publicado=Inter Press Service|ultimo=Vieira|primeiro=Constanza|lingua=en}}</ref>
 
No final de 2016, as FARC anunciaram que teriam abandonado a luta armada, nos termos do cessar fogo firmado com o governo colombiano. Em 27 de junho de 2017, seu braço armado oficialmente deixou de existir, seus membros foram dispersados e suas armas de fogo entregues as [[Nações Unidas]]. Um mês mais tarde, eles se reformaram em um partido político, a [[Força Alternativa Revolucionária do Comum]], a fim de conseguir poder de forma legal na Colômbia.<ref>{{citar web|url=https://www.reuters.com/article/us-colombia-peace-politics/after-decades-of-war-colombias-farc-rebels-debut-political-party-idUSKCN1B705U |título=After decades of war, Colombia's FARC rebels debut political party |publicado=[[Reuters]] |data=27 de junho de 2017 |acessodata=4 de setembro de 2017|publicado=[[Reuters]]|ultimo=Bocanegra|primeiro=Nelson|ultimo2=Cobb|primeiro2=Julia Symmes|lingua=en}}</ref>
 
== Origem ==
Linha 46:
Em 26 de fevereiro de 1991, um grupo de 40 guerrilheiros das '''Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia''', que se autodenominava "Comando Simón Bolívar", adentrou em território brasileiro, próximo a fronteira entre [[Brasil]] e [[Colômbia]], às margens do [[Rio Traíra]] no [[Estado do Amazonas]], e atacou de surpresa o Destacamento Traíra do [[Exército Brasileiro]], que estava em instalações semi-permanentes e possuía efetivo muito inferior a coluna guerrilheira que o atacara. Operações de inteligência afirmam que o ataque foi motivado pela repressão exercida pelo destacamento de fronteira ao garimpo ilegal na região, uma das fontes de financiamento das [[FARC]]. Nesse ataque morreram três militares brasileiros e nove ficaram feridos. Várias armas, munições e equipamentos foram roubados.
 
Em [[3 de junho]] de [[1991]], reiniciam-se as negociações de paz em território neutro em [[Caracas]] e [[Tlaxcala]], no [[México]].<ref>[{{Citar web|url=http://www.bbc.co.uk/spanish/specials/1441_farc/page8.shtml «|titulo=40 años de las FARC. Pág. 6: Otros acercamientos»], en ''|data=|acessodata=2019-01-18|obra=www.bbc.co.uk|publicado=BBC Mundo''.|ultimo=|primeiro=|lingua=es}}</ref>
 
Porém a violência não cessou, com ataques de ambos os lados, até que em [[1993]], as negociações cessaram por falta de acordo e a coordenação das FARC se dissolveu e os grupos guerrilheiros passaram a agir de forma independente. As FARC se dividiram em 70 frentes espalhadas pelo país, com efetivo entre 7000 e 10000 membros.
 
Antes do fim das negociações, um grupo de intelectuais colombianos, entre os quais o escritor premiado com o Nobel da Literatura [[Gabriel Garcia Marquez]], escreveu uma carta à coordenação dos grupos guerrilheiros denunciando as consequência das ações das FARC-EP.<ref>[{{citar web|url=http://www.nuso.org/upload/articulos/2246_1.pdf |titulo=Carta de los intelectuales colombianos a la Coordinadora Guerrilla Simón Bolívar], in ''|data=|acessodata=|publicado=Nueva Sociedad'' 125: May-June 1993.|ultimo=|primeiro=|lingua=es}}</ref>
 
De 1996 a 1998, as FARC efetuaram uma série de ações contra o exército colombiano, incluindo uma batalha de três dias em [[Mitú]], departamento de [[Vaupés]], aprisionando um expressivo número de soldados, e iniciam o processo de criação do [[Partido Comunista Colombiano Clandestino]] (PCCC).
 
No final dos anos 2000, o grupo começou a se enfraquecer, devido a prisão de seus membros, morte ou captura de seus líderes e falta de apoio dentre a sociedade. Em junho de 2016, um acordo histórico de cessar-fogo foi firmado com o governo colombiano e em junho de 2017, o grupo entregou suas armas a ONU, formalmente encerrando suas atividades como uma organização paramilitar, anunciando que buscariam poder agora apenas pela "via política-democrática".<ref>{{citar web|URL=http://jornaldesantacatarina.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2017/06/guerrilha-das-farc-deixa-de-existir-nesta-sexta-apos-entrega-de-armas-a-onu-9823313.html|título=Guerrilha das FARC "deixa de existir" nesta sexta após entrega de armas à ONU|data=23/06/2017|acessodata=10 de julho de 2018|publicado=Jornal de Santa Catarina|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
== Os Paramilitares ==
Linha 60:
 
== Visão geral ==
As FARC-EP, o maior grupo paramilitar na América do Sul, eram dirigidas por um secretariado liderado desde março de 2008 por [[Alfonso Cano]] (morto em 2011),<ref>[{{citar web|url=http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a1892687.xml&template=3898.dwt&edition=9937&section=68 |titulo=Morte de líder enfraquece as Farc]|data=26 de maio de 2008|acessodata=|publicado=Zero Hora|ultimo=|primeiro=|wayb=20080529181004}}</ref> e seis outros membros, incluindo o comandante militar [[Jorge Briceño]], também conhecido por "[[Mono Jojoy]]". A "face internacional" da organização era representada por um outro membro do secretariado, "[[Raúl Reyes]]", morto durante o ataque do exército colombiano contra um campo das FARC no [[Equador]] em março de [[2008]].<ref name="estadao.com.br">[http://www.estadao.com.br/internacional/not_int133207,0.htm Exército colombiano mata número dois das Farc] Visitado em 6 de março de 2008.</ref> Depois da morte de Cano, [[Timoleón Jiménez]] o substituiu na liderença das FARC em 5 de novembro de 2011.
 
As FARC estão organizadas segundo as linhas militares e incluem diversas frentes urbanas ou células de milícia. A organização adicionou o "-EP" (Ejército del Pueblo) ao seu nome oficial durante a sua sétima conferência em 1982 como expressão da expectativa de evolução de uma guerra de guerrilha a uma acão militar convencional, esboçada nessa ocasião.
Linha 73:
A [[Human Rights Watch]] estima que as FARC possuem a maioria das crianças-soldados na Colômbia, aproximadamente 20% a 30% dos guerrilheiros possuem menos de 18 anos.<ref name="Children">[[Human Rights Watch]]. "Colombia: Armed Groups Send Children to War." [[22 de Fevereiro]] de 2005. [http://hrw.org/english/docs/2005/02/22/colomb10202.htm Available online]. Visitado 1 de setembro de 2006.</ref> Crianças que tentam escapar às fileiras podem ser punidas com tortura e morte por um pelotão de fuzilamento.<ref name="hrw2003">Human Rights Watch. "'You'll Learn Not to Cry: Child Combatants in Colombia." September 2003. ISBN 1-56432-288-2. [http://www.hrw.org/reports/2003/colombia0903/colombia0903.pdf Available online]. Visitado em 1 de setembro de [[2006]].</ref> Quanto às mulheres membros, a Human Rights Watch constata que uma das razões pela qual elas integram a organização é a fim de escapar do abuso sexual. Mulheres guerrilheiras possuem as mesmas prerrogativas e chances de serem promovidas como os homens. Contudo, meninas na guerrilha ainda estão submissas às pressões sexuais. Mesmo que o violo e o molestamento sexual não seja tolerado, vários comandantes homens usam seu poder para ter relações sexuais com garotas de baixa idade. Meninas como de 12 anos são obrigadas a usar contraceptivos, e devem abortar caso fiquem grávidas".<ref name="hrw2003"/>
 
O [[Departamento de Estado dos Estados Unidos]] inclui as FARC-EP em sua ''Lista de Organizações Terroristas Estrangeiras'', bem como a [[União Europeia]]. Ao todo, 31 países as classificam como grupo terrorista ([[Colômbia]], [[Peru]],<ref>[http://es.noticias.yahoo.com/ap/20080117/twl-ams-gen-venezuela-colombia-peru-3fb9d3b_1.html Comprehensive List of Terrorists and Groups Identified Under Executive Order 13224]</ref> [[Estados Unidos]],<ref name=list":0" /> [[Canadá]]<ref>[http://www.presidencia.gov.co/cne/2003/abril/03/03032003.htm FARC, ELN Y AUC, en la lista canadiense de grupos terroristas]</ref> e a [[União Europeia]]<ref>[http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/site/es/oj/2005/l_272/l_27220051018es00150017.pdf Decisión del Consejo de la Unión Europea relativa a la aplicación del apartado 3 del artículo 2 del Reglamento (CE) no 2580/2001 sobre medidas restrictivas específicas dirigidas a determinadas personas y entidades con el fin de luchar contra el terrorismo.]</ref>). Os governos de outros países latino-americanos como [[Equador]],<ref name="aporrea.org"/> [[Bolívia]]{{Carece de fontes|data=janeiro de 2013}}, [[Brasil]],<ref name="news.bbc.co.uk"/> [[Argentina]],<ref name="cumbre"/> Uruguay e [[Chile]]<ref name=cumbre/> não lhes aplicam esta classificação. O governo da [[Venezuela]] solicitou que lhes outorgue o status de força beligerante e não lhes considerem um grupo terrorista.<ref>[http://www.clarin.com/diario/2008/01/11/um/m-01582986.htm Chávez pidió sacar a las FARC de la lista de organizaciones terroristas]</ref>
 
Presentes em 24 dos 32 departamentos da Colômbia<ref>[http://www.elpais.com.co/historico/mar032007/NAL/elecciones.html El País: Grupos ilegales tienen en riesgo las elecciones]</ref> concentradas ao sul e leste do país, sobretudo nos departamentos e regiões do [[Putumayo (departamento)|Putumayo]], [[Huila]], [[Nariño (departamento)|Nariño]], [[Cauca (departamento)|Cauca]] e [[Valle del Cauca]].<ref>[http://www.fco.gov.uk/servlet/Front?pagename=OpenMarket/Xcelerate/ShowPage&c=Page&cid=1007029390518&a=KCountryAdvice&aid=1013618385774 Acciones armadas]</ref> Foi reportada a existência de operações militares e acampamentos nos países que fazem fronteira com a Colômbia como a [[Venezuela]],<ref>[http://www.clarin.com/diario/2005/01/17/um/m-905822.htm Clarin - Colombia reitera que aportará pruebas sobre la presencia de líderes de las FARC en Venezuela]</ref><ref>[http://actualidad.terra.es/nacional/articulo/uribe_chavez_farc_venezuela_2045475.htm Noticias Terra - Uribe entregó a Chávez datos sobre campamento FARC en Venezuela según radio]</ref> [[Equador]],<ref>[http://news.bbc.co.uk/hi/spanish/latin_america/newsid_1875000/1875832.stm BBC Mundo - Campamento de las FARC en Ecuador]</ref> [[Panamá]]<ref name="Paises">[http://www.clarin.com/diario/1997/06/18/t-03001d.htm - La guerrilla colombiana se extiende a 5 países]</ref> e [[Brasil]].<ref name=Paises/>
Linha 118:
 
== Soldados adolescentes ==
As FARC foram acusadas de recrutar adolescentes como soldados. A [[Human Rights Watch]] estima em 2005 que as FARC possuem uma parte dos combatentes menores de idade na Colômbia. Estima-se que entre 10% a 20% dos combatentes da FARC têm menos de 18 anos, num total de aproximadamente 1500 combatentes adolescentes.<ref name="Crianças" >[http://hrw.org/english/docs/2005/02/22/colomb10202.htm]</ref> As FARC recrutavam boa parte de seus novos membros entre garotos de 14 a 18 anos de idade. Após se embrenharem na selva, os jovens eram isolados do mundo exterior, da família e perdem o próprio nome, substituído por um "nome de guerra".
 
== As FARC e o governo de Álvaro Uribe ==