=== Idade Contemporânea ===
Em 1790, [[Iázide de Marrocos|Iázide]], Sultão de Marrocos, subindo ao poder, ordenou a destruição total do bairro judeu de [[Tetuão]]. Os seus exércitos saquearam, mataram e violaram. As comunidades de [[Larache]], [[Arzila]], [[Alcácer Quibir|Alcácer-Quibir]], [[Taza]], [[Fez]] e [[Meknès]] sofreram o mesmo destino.Todos os judeus que tinham servido ao anterior Sultãosultão foram pendurados pelos pés nos portões de Meknés, onde permaneceram até morrer. Alguns notáveis e povo muçulmanos, porém, intervieram em favor dos judeus, escondendo muitos em suas casas e salvando muitos outros. Outras atrocidades se seguiram. Pouco antes de morrer como resultado de uma ferida recebida em uma batalha perto de Marraquexe, Al Iázide ordenou a elaboração de longas listas de notáveis judeus e muçulmanos em Fez, Meknès e [[Essaouira|Mogador]] que seriam executados - no entanto morreu antes da ordem ser realizada.<ref>{{citar web|url=https://www.jewishvirtuallibrary.org/morocco-virtual-jewish-history-tour|titulo=Morocco Virtual Jewish History Tour|acessodata=4 de Julho de 2018|publicado=Jewish Virtual Library}}</ref><ref>{{citar livro|título=The Jews of Arab Lands|ultimo=Stillman|primeiro=Norman A.|ano=1979|páginas=309}}</ref>
O historiador Martin Gilbert escreve que foi no {{séc|XIX}} que a posição dos judeus se agravou nos países muçulmanos. [[Benny Morris]] escreve que um símbolo da degradação judaica foi o fenômeno do apedrejamento de judeus por crianças muçulmanas. Morris cita um viajante do {{séc|XIX}}: "Eu vi um rapazinho de seis anos de idade, com uma tropa de crianças gordas de apenas três e quatro anos, ensinando-as a atirar pedras contra um judeu, e um pequeno menino, com a maior frieza, ir até ao homem e, literalmente, cuspir na sua gabardine. A tudo isso, o judeu é obrigado a submeter-se, seria mais do que sua vida valia atacar um maometano." <ref>{{citar livro|título=Righteous victims: a history of the Zionist-Arab conflict, 1881-2001|ultimo=Morris|primeiro=Benny|ano=1999|páginas=11}}</ref>
Em meados do {{séc|XIX}}, J.J. Benjamin escreveu sobre a vida dos judeus persas, descrevendo as condições e crenças que remontam ao {{séc|XVI}}: ''... eles são obrigados a viver em uma parte separada da cidade ... Sob o pretexto de serem impuros, eles são tratados com a maior severidade e se entrarem numa rua, habitada por muçulmanos, eles são atingidos pelos meninos e multidões com pedras e lixo...''<ref>{{citar livro|título=The Jews of Islam|ultimo=Lewis|primeiro=Bernard|editora=Princeton University Press|ano=1984|páginas=181-183}}</ref>
Contudo, pelo menos em Jerusalém, as condições para alguns judeus melhoravam. [[Moses Montefiore]], em sua sétima visita em 1875, observou que novos e belos edifícios haviam surgido e; "certamente estamos nos aproximando do tempo de testemunhar a promessa santificada de Deus para Sião". Árabes muçulmanos e cristãos participavam da festa de [[Purim]] e da [[Páscoa]]; os árabes tratavam os judeus de "filhos dos árabes"; os Ulema[[ulemá]]s e os Rabinos[[rabino]]s ofereciam orações conjuntas por chuva em tempo de seca.<ref>{{citar livro|título=Jerusalem : the biography|ultimo=Montefiore|primeiro=Simon Sebag|ano=2011|páginas=429-432}}</ref>
Em 1850, o compositor alemão [[Richard Wagner]] - que foi chamado de "o inventor do antissemitismo moderno" - publicou ''Das Judenthum in der Musik'' ("O Judaísmo na Música") sob pseudônimo. O ensaio começava por um ataque aos compositores judeus, particularmente os contemporâneos de Wagner, e seus rivais, [[Felix Mendelssohn Bartholdy|Felix Mendelssohn]] e [[Giacomo Meyerbeer]], mas alargava-se para acusar os judeus de serem um elemento nocivo e alienígena na cultura alemã; corrompiam a moral e era, de fato, parasitas incapazes. de criar "arte verdadeiramente alemã". O ponto crucial era a manipulação e controle da economia pelos judeus: ''De acordo com a atual constituição deste mundo, o judeu na verdade já é mais do que emancipado: ele governa e governará, enquanto o dinheiro permanecer como o poder diante do qual todos os nossos atos e nossos negócios perdem sua força.''<ref>{{citar livro|url=https://books.google.pt/books?id=twCXU4ROpRkC&printsec=frontcover&dq=Steinberg,+Jonathan+(2011)+Bismarck:+A+Life+New+York:+Oxford,+pp.388%E2%80%9390.&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwjq7L66ibbcAhWGzaQKHeEcDKgQ6AEILzAB#v=onepage&q&f=false|título=Bismarck: A Life New York: Oxford|ultimo=Steinberg|primeiro=Jonathan|ano=2011|páginas=388-389}}</ref>
As acusações de Zola e a resposta do governo (que o processou) moveram milhares de pessoas para a controvérsia. Aqueles que discordavam das conclusões de Zola foram para as ruas, onde atacaram empresas judaicas, sinagogas e lares — incluindo a residência de Dreyfus. Houve tumultos contra os judeus em cerca de 70 cidades.
Em 1899, as evidências da inocência de Dreyfus possibilitaram um segundo julgamento, que o condenou novamente. A 19 de Setembrosetembro de 1899 éfoi amnistiado apesar de continuar a ser considerado culpado. O tribunal não declarou Dreyfus inocente até 1906 - doze anos após sua primeira condenação. Só então ele foi reintegrado no exército.
O caso Dreyfus mudou a forma como muitos judeus na Europa Ocidental se viam a si próprios e aos outros . Em 1894, [[Theodor Herzl]], então um repórter de um jornal austríaco, cobriu a cerimónia militar em que Dreyfus foi degradado. Embora Herzl tenha reconhecido a força do antissemitismo muito antes do caso Dreyfus, este fortaleceu seus pontos de vista. Herzl propunha uma solução: a criação de um Estado judaico, já que os judeus eram persehguidos em toda a parte.<ref>{{citar livro|título=A CONVENIENT HATRED: THE HISTORY OF ANTISEMITISM (Cap.11)|ultimo=Goldstein|primeiro=Phyllis|ano=2012}}</ref>
Entre 1900 e 1924, aproximadamente 1,75 milhões de judeus migraram para os Estados Unidos, sendo a maior parte proveniente da Europa do Leste. Antes do ano de 1900, formavam menos de 1% da população, mas cerca de 1930 eram já cerca de 3,5%. Esse aumento, assim como a mobilidade social ascendente de alguns deles, contribuiu para um ressurgimento do antissemitismo nos EUA. Na primeira metade do {{séc|XX}}, os judeus eram discriminados nos empregos, no acesso a zonas de residência e recreio, clubes e organizações, e acesso ao ensino e ao professorado. Em 1915, deu-se o linchamento do judeu [[Leo Frank]], por um grupo de proeminentes cidadãos de [[Marietta (Geórgia)|Marietta]] ([[Geórgia (Estados Unidos)|Georgia]]), o qual fora acusado, sem provas palpáveis, pela morte de uma garota de 13 anos, Mary Phagan.<ref>{{citar livro|título=Antisemisitism - a Reference Handbook|ultimo=Chanes|primeiro=Jerome|ano=2004|páginas=72}}</ref>
Em Outubrooutubro de 1917, dádeu-se a [[Revolução Russa de 1917|Revolução Russa.]] O antissemistismo éfoi, na ocasião, declarado contrário aos ideais da revolução, e os judeus russos gozamgozaram de um breve período de aceitação, embora todas as religiões fossem desencorajadas.<ref name=":5">{{citar livro|título=Semites & Anti Semites|ultimo=Lewis|primeiro=Bernard|editora=W.W.Norton and Co.|ano=1986|páginas=34-39}}</ref> Porém, em breve se dáocorreu um retrocesso. Em 1936, [[Josef Stalin|Estaline]] desencadeou o chamado [[Grande Expurgo]], durante o qual foram assassinados milhões de soviéticos, entre eles muitos judeus. ; aA situação piorou após o [[Pacto Molotov-Ribbentrop|pacto Nazi-Soviético]] na [[Segunda Guerra Mundial]], e não cessou de se agravar até ao fim da guerra. Contudo, em 1947, na ONU, Estaline apoiaapoiou a fundação do estado de [[Israel]].
Em janeiro de 1948, o ator e activista Solomon Mikhoels foi assassinado por ordem de Estaline. Seguiram-se prisões e assassinatos de dezenas de líderes ou intelectuais judeus Em 12 de Agostoagosto de 1952, 13 intelectuais judeus foram executados no que veio a ser conhecida como a [[Noite dos Poetas Assassinados]].
As execuções foram seguidas pela prisão de vários médicos judeus (no assim chamado [[Complô dos médicos|Complô dos Médicos]]), que em janeiro de 1953 foram publicamente acusados de colaborar com organizações judaicas no estrangeiro para envenenar os principais funcionários do Kremlin.
Circulavam rumores de que Stalin se preparava para enviar os judeus soviéticos para campos de trabalho na Sibéria, mas a sua morte em 1953 deixou esses planos por cumprir. <ref name=":3" /> <ref name=":4" /> <ref name=":5" />
O antissemitismo na América atingiu o seu máximo durante o período entre as duas guerras mundiais. O pioneiro fabricante de automóveis [[Henry Ford]], simpatizante do nazismo alemão, propagou ideias antissemitas em artigos no seu jornal ''The Dearborn Independent'' (publicado de 1919 a 1927), reunidos mais tarde sob o título ''The International Jew''<ref name=":2">{{citar livro|título=America, Its Jews and the Rise of Nazism|ultimo=Arad|primeiro=Gulie Ne'Eman|editora=Indiana University Press|ano=2000|páginas=66, 174}}</ref> <ref>{{citar web|url=https://timesmachine.nytimes.com/timesmachine/1922/12/20/98799625.pdf|titulo=Berlin Hears Ford is Backing Hitler|data=20 de Dezembro de 1922|publicado=The New York Times}}</ref>Os discursos radiofônicos do padre Coughlin, no final da década de 1930, atacaram o [[New Deal]] de [[Franklin Delano Roosevelt|Franklin D. Roosevelt]] e promoveram a idéia de uma conspiração financeira judaica. Alguns políticos proeminentes compartilhavam tais visões. <ref name=":2" /> Ford deu a conhecer também ao público americano o livro [[Os Protocolos dos Sábios de Sião]], uma fraude da Rússia czarista. Hitler elogiou H.Ford no ''Mein Kampf'',<ref>{{citar livro|título=Mein Kampf|ultimo=Hitler|primeiro=Adolf|editora=Reynal and Hitchcock|ano=1941|páginas=930}}</ref> e o governo alemão condecorou-o em 1938 com a [[Ordem de Mérito da Águia Alemã]]. <ref>{{citar web|url=http://www.axishistory.com/component/content/article/360-germany-unsorted/militaria/8693-order-of-the-german-eagle?highlight=WyJoZW5yeSIsImZvcmQiLCJoZW5yeSBmb3JkIl0=|titulo=Order of the German Eagle|data=24 de Fevereiro de 2013|publicado=Axis History}}</ref> O grau do colaboracionismo de Ford com o nazismo continua a ser objecto de pesquisas de historiadores.<ref>{{citar web|url=http://www.washingtonpost.com/wp-srv/national/daily/nov98/nazicars30.htm|titulo=Ford and GM Scrutinized for Alleged Nazi Collaboration|data=30 de Novembro de 1998|publicado=The Washington Post|ultimo=Dobbs|primeiro=Michael}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/northamerica/usa/1445822/Ford-used-slave-labour-in-Nazi-German-plants.html|titulo=Ford 'used slave labour' in Nazi German plants|data=3 de Novembro de 2003|publicado=The Telegraph|ultimo=English|primeiro=Simon}}</ref>
[[Imagem:The Liberation of Bergen-belsen Concentration Camp, April 1945 BU4260.jpg|miniatura|esquerda|Vala comum no campo de concentração de Bergen-Belsen]] Na então [[República de Weimar]], sobiusubiu ao poder, em janeiro de 1933, [[Adolf Hitler]], após um terço da população alemã ter votado a favor do partido nazi. Hitler começou imediatamente a pôr em prática as ideias que já tinha exposto no livro ''[[Mein Kampf]]'' — "purificar" a nação dos seus elementos judaicos. Na [[Noite dos Cristais]], em 9 de novembro de 1938, deu-se a expropriação e destruição de bens e propriedades judaicas e o primeiro encarceramento em massa (cerca de {{fmtn|30000}}) de judeus. Durante o domínio nazi, foi levada a cabo a [[Solução final]] — a eliminação sistemática da população judaica, na Alemanha e nos países conquistados. Cerca de seis milhões de judeus — e também ciganos, comunistas, socialistas, católicos, homossexuais, testemunhas de Jeová e, de um modo geral, todos os opositores, foram executados até ao fim da [[Segunda Guerra Mundial]].<ref>{{citar livro|título=Antisemitism - A Reference Handbook|ultimo=Chanes|primeiro=Jerome A.|editora=ABC Clio|ano=2004|páginas=67, 142-143}}</ref> Uma pesquisa iniciada em 2000 por [[Geoffrey Megargee]] e [[Martin Dean]] para o [[Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos]], estimou em 2013 que 15 a 20 milhões de pessoas, no total, morreram ou foram aprisionadas nos milhares de campos e guetos identificados até ao momento.<ref>{{citar web|url=https://www.nytimes.com/2013/03/03/sunday-review/the-holocaust-just-got-more-shocking.html|titulo=The Holocaust Just Got More Shocking|data=1 de Março de 2013|publicado=The New York Times|ultimo=Lichtblau|primeiro=Eric}}</ref>
Em 23 de Junho de 1941, tropas nazis entram na pequena povoação de [[Jedwabne]], na Polónia,que até ali estivera nas mãos do exército russo. Imediatamente começaram as perseguições, torturas e assassínios de judeus, por parte da população católica polaca, com a morte de cerca de 1500 judeus - homens, mulheres e crianças - a maior parte deles queimados vivos num celeiro. <ref>{{citar web|url=https://www.jewishvirtuallibrary.org/the-massacre-in-jedwabne|titulo=Jews in Occupied Poland: The Massacre in Jedwabne (Summer 1941)|acessodata=4 de Agosto de 2018|publicado=Jewish Virtual Library}}</ref> <ref>{{citar livro|título=Neighbors : the destruction of the Jewish community
==== Século XXI ====
Durante o {{séc|XXI}}, houve um aumento do anti-semitismo e das suas manifestações, não só na Europa como em todo Mundoo mundo, o que foi sendo observado em diversos relatórios anuais do Departamento de Estado dos EUA, e também por outros governos, instituições, líderes mundiais e figuras públicas. A Conferência da [[Organização para a Segurança e Cooperação na Europa|OSCE]] sobre Anti-Semitismoantissemitismo, realizada em Berlim em Abrilabril de 2004, culminou com a emissão de uma declaração - “A Declaração de Berlim” - que ''“reconhece que o anti-semitismoantissemitismo ... assumiu novas formas e expressões que, juntamente com outras formas de intolerância, representam uma ameaça à democracia, aos valores da civilização e, portanto, à segurança geral ”'' <ref>{{citar web|url=https://2009-2017.state.gov/documents/organization/102301.pdf|titulo=Contemporary Global anti-Semitism: a report provided to the United States Congress|data=Março de 2008|publicado=United States Department of State}}</ref>
O actual antissemitismo provém simultaneamente de sectores da [[Esquerda (política)|esquerda]] e [[Extrema-esquerda|extrema esquerda]], da [[Extrema-direita|extrema direita]] e dos [[islamistas]]; misturando, sem fronteiras bem definidas, a oposição a [[Israel]], ao [[Sionismosionismo]], e a aversão aos judeus em geral. <ref>{{citar web|url=https://www.theguardian.com/uk/2005/jan/30/religion.world|titulo=Anti-Jewish attacks at record level|data=30 de Janeiro de 2005|publicado=The Guardian|ultimo=Doward|primeiro=Jamie}}</ref><ref name=":6">{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20120729171012/http://warrenkinsella.com/oldsite/old/words_extremism_nas.htm|titulo=The New Anti Semitism|data=29 de Julho de 2012|publicado=WarrenKinsella.com (Arq. em WayBack Machine)|ultimo=Kinsella|primeiro=Warren}}</ref> <ref>{{citar web|url=https://books.google.pt/books?id=Lmym8zUBCKcC&pg=PA65&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|titulo=Contemporary Antisemitism: Canada and the World|data=2005|publicado=University of Toronto Press|ultimo=Marrus|primeiro=Michael Robert (editor - e outros)|paginas=66, 67}}</ref> <ref>{{citar web|url=https://books.google.pt/books?id=DYR7SqcMe9gC&pg=PA30&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|titulo=Aftershock: Anti-zionism and Anti-semitism|data=2005|publicado=Dundurn Press|ultimo=Matas|primeiro=David|paginas=30-39}}</ref> <ref>{{citar livro|título=From Ambivalency to Betrayal - The Left, The Jews and Israel|ultimo=Wistrich|primeiro=Robert S.|editora=University of Nebraska Press|ano=2012|páginas=625}}</ref> <ref>{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20040302181955/http://yaleglobal.yale.edu:80/display.article?id=2791&page=4|titulo=Antiglobalism's Jewish Problem|data=2 de Março de 2004|publicado=Yale Global OnLine (Arq. em WayBack Machine)|ultimo=Strauss|primeiro=Mark}}</ref> Afirma-se que o actual antissemitismo emprega motivos antissemitas tradicionais, incluindo motivos mais antigos, como o [[libelo de sangue]]. <ref name=":6">{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20120729171012/http://warrenkinsella.com/oldsite/old/words_extremism_nas.htm|titulo=The New Anti Semitism|data=29 de Julho de 2012|publicado=WarrenKinsella.com (Arq. em WayBack Machine)|ultimo=Kinsella|primeiro=Warren}}</ref> <ref>{{citar livro|título=Poison - Modern Manifestations Of A Blood Libel|ultimo=Israeli|primeiro=Raphael|editora=Lexington Books|ano=2002|páginas=368}}</ref> Em Julhojulho de 2014, Osama Hamdan, representante do [[Hamas]] no Líbano, afirmou ''"todos nos lembramos como os judeus costumavam chacinar cristãos para misturar o seu sangue nos [[Pão ázimo|matza]]."'' E acrescentou: "''é um facto, comprovado pelos seus próprios livros e pela evidência histórica" ''.<ref>{{citar web|url=https://www.nationalreview.com/corner/top-hamas-offical-jews-use-blood-matzos-molly-wharton/|titulo=Top Hamas Offical: Jews Use Blood for Matzos|data=4 de Agosto de 2014|publicado=National Review|ultimo=Wharton|primeiro=Molly}}</ref>''
[[Robert L. Bernstein]], fundador da [[Human Rights Watch]], afirma que o antissemitismo está ''"profundamente enraizado e institucionalizado "'' nos países árabes nos tempos modernos. <ref>{{citar web|url=https://www.washingtonpost.com/opinions/why-do-human-rights-groups-ignore-palestinians-war-of-words/2011/09/26/gIQAWU5y2K_story.html?utm_term=.b2050161ef6c|titulo=Why do human rights groups ignore Palestinians’ war of words?|data=27 de Setembro de 2011|publicado=The Washington Post|ultimo=Bernstein|primeiro=Robert L.}}</ref>
Numa pesquisa realizada em 2011 pelo [[Pew Research Center]], em todos os países de maioria muçulmana do Médio Oriente existiam poucas opiniões positivas sobre os judeus. No questionário, apenas 2% dos egípcios, 3% dos muçulmanos libaneses e 2% dos jordanianos relataram ter uma visão positiva dos judeus. Quanto aos países de maioria muçulmana fora do Médio Oriente, da mesma forma, poucos tinham opiniões positivas sobre os judeus, com 4% dos turcos e 9% dos indonésios vendo os judeus favoravelmente. <ref>{{citar web|url=http://www.pewglobal.org/2011/07/21/muslim-western-tensions-persist/3/|titulo=Muslim-Western Tensions Persist - Common Concerns About Islamic Extremism|data=21 de Julho de 2011|publicado=Pew Research Center}}</ref>
Os clérigos muçulmanos no Oriente Médio freqüentementefrequentemente se referem aos judeus como descendentes de macacos e porcos, que são epítetos convencionais para judeus e cristãos. <ref>{{citar livro|título=The Jews of Islam|ultimo=Lewis|primeiro=Bernard|editora=Princeton University Press|ano=1984|páginas=33}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.memri.org/reports/based-koranic-verses-interpretations-and-traditions-muslim-clerics-state-jews-are|titulo=Based on Koranic Verses, Interpretations, and Traditions, Muslim Clerics State: The Jews Are the Descendants of Apes, Pigs, And Other Animals|data=31 de Outubro de 2002|publicado=MEMRI|ultimo=Dankowitz|primeiro=Aluma}}</ref>
Segundo o professor [[Robert Wistrich]], diretor do [[Centro Internacional Vidal Sassoon para o Estudo do Anti-semitismo]] (SICSA), os apelos para a destruição de Israel pelo Irã ou pelo [[Hamas]], o [[Hezbollah]], a Jihad Islâmica ou a [[Irmandade Muçulmana]], representam um modo contemporâneo de antissemitismo genocida.<ref>{{citar web|url=http://blogs.timesofisrael.com/holocaust-remembrance-day-a-somber-anniversary/|titulo=Holocaust Remembrance Day — a somber anniversary|data=27 de Janeiro de 2013|publicado=The Times of Israel|ultimo=Wistrich|primeiro=Robert S.}}</ref>
Os judeus em vários países da Europa estão em fuga para Israel em números crescentes, dado o aumento constante do antissemitismo e dos ataques terroristas islâmicos. Em França, mais de 8000 judeus deixaram a França em 2015 ; também os judeus alemães, e britânicos não se sentem seguros.<ref name=":7">{{citar web|url=https://www.independent.co.uk/news/world/europe/jews-are-leaving-france-in-record-numbers-amid-rising-anti-semitism-and-fears-of-more-isis-inspired-a6832391.html|titulo=Jews are leaving France in record numbers|data=25 de Janeiro de 2016|publicado=The Independent|ultimo=Hall|primeiro=John}}</ref> Todas as sinagogas, todas as creches e escolas judaicas na Alemanha estão sob proteção policial. <ref name=":8">{{citar web|url=http://www.spiegel.de/international/germany/our-antennae-are-up-rise-in-anti-semitism-unsettles-germany-a-1220179.html|titulo=Rise in Anti-Semitism Unsettles Gemany's Jews (part 1)|data=26 de Julho de 2018|publicado=Spiegel|ultimo=Großbongardt|primeiro=Annette}}</ref> <ref>{{citar web|url=http://www.spiegel.de/international/germany/our-antennae-are-up-rise-in-anti-semitism-unsettles-germany-a-1220179-2.html|titulo=Rise in Anti-Semitism Unsettles Gemany's Jews (part 2)|data=26 de Julho de 2018|publicado=Spiegel|ultimo=Großbongardt|primeiro=Annette}}</ref> A migração muçulmana para os países da Europa, trazendo com eles o antissemitismo das suas culturas de origem, e o apelo a ataques pelo ISIS, aumentaram o medo nas comunidades judaicas.
Uma pesquisa da UE em 2013 revelou que 74% dos judeus franceses agora têm tanto medo de serem atacados por sua religião que tomam medidas para evitar serem identificados como judeus.<ref name=":7">{{citar web|url=https://www.independent.co.uk/news/world/europe/jews-are-leaving-france-in-record-numbers-amid-rising-anti-semitism-and-fears-of-more-isis-inspired-a6832391.html|titulo=Jews are leaving France in record numbers|data=25 de Janeiro de 2016|publicado=The Independent|ultimo=Hall|primeiro=John}}</ref>
Em 23 de Marçomarço de 2018, num caso que chocou a França, [[Mireille Knoll,]] de 85 anos, sobrevivente do [[Holocausto]], foi assassinada a facadas no seu apartamento em Paris. <ref>{{citar web|url=https://www.algemeiner.com/2018/08/09/son-of-murdered-french-holocaust-survivor-mireille-knoll-expresses-fear-over-jewish-future-in-europe/|titulo=Son of Murdered French Holocaust Survivor Mireille Knoll Expresses Fear Over Jewish Future in Europe|data=9 de Agosto de 2018|publicado=The Algemeiner|ultimo=Cohen|primeiro=Ben}}</ref> Isto sucedeu quase um ano depois de outro caso semelhante, o assassínio de [[Sarah Halimi]], judia, de 66 anos, em 4 de Abrilabril de 2017, morta a golpes de arma branca e atirada depois dum terceiro andar.<ref>{{citar web|url=https://www.telegraph.co.uk/news/2018/02/28/murder-jewish-woman-paris-reclassified-anti-semitic-attack/|titulo=Murder of Jewish woman in Paris reclassified as anti-semitic attack|data=28 de Fevereiro de 2018|publicado=The Telegraph|ultimo=Chazan|primeiro=David}}</ref> Estes dois episódios fizeram reviver o de Ian Halimi, também judeu, de 23 anos, raptado, torturado e finalmente morto em Janeirojaneiro de 2006, por unuma gangue. <ref>{{citar web|url=https://www.nysun.com/foreign/tale-of-torture-and-murder-horrifies-the-whole/27948/|titulo=Tale of Torture and Murder Horrifies the Whole of France|data=22 de Fevereiro de 2006|publicado=The New York Sun|ultimo=Gurfinkiel|primeiro=Michel}}</ref> No [[Ocidente]], também existe a vertente conservadora do antissemitismo performada pelo [[Partido Conservador (Reino Unido)|Partido Conservador]].<ref>[https://antisemitism.uk/confusion-over-suspension-of-antisemitic-conservative-councillor/ CONFUSION OVER SUSPENSION OF ‘ANTISEMITIC’ CONSERVATIVE COUNCILLOR]</ref>
== O antissemitismo contemporâneo ==
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