Revolução Constitucionalista de 1932: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
PauloMSimoes (discussão | contribs)
m Foram revertidas as edições de 201.46.24.116 para a última revisão de PauloMSimoes, de 06h52min de 18 de maio de 2019 (UTC)
Etiqueta: Reversão
→‎Impacto cultural: Informações adicionadas
Linha 304:
 
{{quote2|''Por toda parte faziamos pressão, e também a guerra pelo radio; assim, reinstallamos-nos em Porto Esperança; isolado Coimbra de Corumbá e da flotilha, fomos buscar esta no seu pretendido repouso e a inquietamos tanto que fizemos o panico e preparavamos a nossa entrada naquella cidade; ao mesmo tempo que Porto Murtinho, também isolado e sabedor do desamparo em que se achava, ia novamente ser hostilizado e occupado finalmente. Feito isso, Coimbra teria que se resignar a entregar-se sem hostilidades inúteis. Emfim, estavamos com a iniciativa e a preponderância moral; 'expremiamos' o adversário no Paraguay, emquanto Coxim repousava tranquilo e em Três Lagôas o major Noronha apenas aguardava uns dias mais para dar o bote seguro e fechar a bocca do sacco em que, entre o Sucuriú e o Paraná, se haviam intromettido os imprudentes adversários...''}}
Até a data de rendição, ocorrida em 2 de outubro, o território do estado de Maracaju permaneceu com livre-trânsito para os paulista, tendo inclusive boa parte dos líderes do levante fugido via Campo Grande do cerco governista na véspera do armistício. Porém, entre 3 e 4 de outubro, as tropas rebeldes situadas em Campo Grande, após tomarem conhecimento do armistício em São Paulo, se amotinaram e prenderam o seu comandante, o coronel Nicolau Horta Barbosa. No entanto, as demais regiões do estado continuaram nas mãos dos revoltosos por mais algumas semanas até negociarem a deposição de armas e sua rendição às tropas federais. O último reduto revolucionário foi na região de Bela Vista e [[Ponta Porã]], cujo destacamento constitucionalista comandandocomandado pelo coronel Jaguaribe de Mattos se rendeu somente no dia 25 de outubro perante as tropas federais comandadas pelo tenente-coronel Castelo Branco. Apesar da derrota militar dos rebeldes, em 1º de janeiro de 1979 a divisão regional ocorrida em 1932 foi consumada com a criação dos estados de [[Mato Grosso]] e [[Mato Grosso do Sul]], uma divisão desejada desde o término da [[Guerra do Paraguai]].<ref name=":1" /><ref name=":23" /><ref name=":24" /><ref name=":19" /><ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=1932-10-30|titulo=Telegrammas: serviço especial d'O Matto Grosso|url=https://memoria.bn.br|jornal=O Matto Grosso|local=Bela Vista|pagina=página 1|acessodata=2019-02-24|wayb= 20190417093119|urlmorta= sim}}</ref>
 
;Rio Grande do Sul
Linha 457:
Em homenagem à Revolução de 1932, no início de julho, um grupo de paulistas faz a "''Caminhada 9 de Julho''", percorrendo, todos os anos, a pé, 927 quilômetros pelo estado de São Paulo. Cruzam o estado de São Paulo, saindo de [[Rubineia]], no extremo oeste do estado, e vão terminar a caminhada em [[Cruzeiro (São Paulo)|Cruzeiro]], no Vale do Paraíba, onde foi assinada a rendição dos paulistas. Os organizadores desta caminhada cívica pretendem entrar para o livro [[Guinness World Records|Guiness]] dos recordes como a maior caminhada cívica do mundo.
 
A cidade de Cruzeiro recebeu, por meio da lei estadual nº 13.203 de 10 de setembro de 2008, o honroso título honorífico de "Capital da Revolução Constitucionalista de 1932" em virtude dos marcantes episódios desse conflito ocorridos no município, dentre os quais a assinatura do [[armistício]], termo de cessação da Revolução que se deu no dia 2 de outubro de 1932 na Escola Arnolfo Azevedo, localizada (na épocaregião transformadacentral emda quartel-generalcidade, dascujo tropasprédio paulistas),também localizadafoi nautilizado regiãocomo centralquartel-general dapelas cidadetropas paulistas.
 
O Exército Constitucionalista simbolicamente ainda existe e anualmente é representado nos desfiles cívico-militares respectivos às comemorações do 9 de julho em São Paulo. Ao longo dos anos, a entidade Sociedade dos Veteranos de 1932 vem preservando a memória e um variado acervo de documentos, relíquias e demais itens históricos da Revolução de 1932.<ref>{{Citar web|titulo=Mulher comandará o Exército Constitucionalista pela 1ª vez|url=http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/ultimas-noticias/mulher-comandara-o-exercito-constitucionalista-pela-1-vez/|obra=Governo do Estado de São Paulo|data=2008-07-10|acessodata=2019-05-29|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Legislação|url=http://www.legislacao.sp.gov.br/legislacao/dg280202.nsf/5fb5269ed17b47ab83256cfb00501469/1dc71e2e6cde8d0283257950003f7e57?OpenDocument|obra=www.legislacao.sp.gov.br|acessodata=2019-05-29}}</ref>
O Exército Constitucionalista ainda existe e é presidido por veteranos de 1932. A Sociedade dos Veteranos de 1932 preserva a memória, documentos e relíquias de 1932.
 
=== Impacto cultural ===
Nos anos que se seguiram ao fim da guerra houve um significativo esforço por parte de muitos ex-combatentes e pessoas que atuaram diretamente na revolução em publicar obras com relatos de suas experiências, como foi o caso de [[Paulo Junqueira Duarte|Paulo Duarte]], [[Menotti Del Picchia]], [[Alfredo Ellis Jr.|Alfredo Ellis Junior]], [[Guilherme de Almeida]], [[Arnon Afonso de Farias Melo|Arnon de Mello]], entre outros, constituindo um importante acervo histórico e literário. A história da revolução foi também abordada em importantes obras da literatura brasileira, como foi o caso do romance [[Éramos Seis]] publicado em 1943 pela escritora [[Maria José Dupré]].<ref>{{citar web|url=http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/121692/118586|titulo=Bibliografia da Revolução Constitucionalista|data=1962-09-29|acessodata=2019-05-29|publicado=Revista de História - USP|ultimo=Leite|primeiro=Aureliano|paginas=144-166}}</ref><ref>{{citar livro|url=http://polo3.assis.unesp.br/posgraduacao/teses/historia/joao%20paulo%20rodrigues.pdf|título=O levante "Constitucionalista" de 1932 e a força da tradição|ultimo=Rodrigues|primeiro=João Paulo|editora=Unesp|ano=2009|local=Assis|páginas=264-333|acessodata=2019-05-29}}</ref><ref>{{citar periódico|ultimo=Camargo|primeiro=Áureo Almeida|data=1972-09-04|titulo=Bibliografia - Roteiro de 32|url=http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/131816|jornal=Revista de História - USP|acessodata=2019-05-29}}</ref>
O conflito foi retratado em novelas da televisão brasileira como a Novela [[Éramos Seis (1994)|Éramos Seis]] (1994), produzida e transmitida pelo [[Sistema Brasileiro de Televisão|SBT]];<ref>{{Citar web|titulo = Éramos Seis (1994)|url = http://www.teledramaturgia.com.br/eramos-seis-1994/|website = Teledramaturgia|acessodata = 2016-02-21}}</ref> e a Novela [[Esperança (telenovela)|Esperança]] (2002), produzida e transmitida pela Rede Globo,<ref>{{Citar web|titulo = "Esperança" destaca a Revolução de 32 - 03/07/2002 - Da Redação|url = http://televisao.uol.com.br/ultimas-noticias/2002/07/03/esperanca-destaca-a-revolucao-de-32.jhtm|website = televisao.uol.com.br|acessodata = 2016-02-21}}</ref> ambas com uma perspectiva favorável a causa dos constitucionalistas. A minissérie da Rede Globo [[JK (minissérie)|JK]] (2006), sobre a vida do ex-presidente [[Juscelino Kubitschek]], narra sua participação no conflito, em que atuou como médico na região do Túnel em Passa Quatro-MG.<ref>{{Citar web|titulo = JK - Tudo pela perfeição|url = http://jk.globo.com/Series/JK/0,,AA1092126-5074,00.html|website = jk.globo.com|acessodata = 2016-02-22}}</ref> Em 2002 foi produzido pela [[TV Cultura]] e a [[TV Assembleia SP|TV Assembleia]] o documentário ''A Guerra dos Paulistas - A Revolução Constitucionalista de 1932'', em comemoração aos 70 anos do movimento armado.<ref>{{Citar web|titulo = Assembléia realiza pré-estréia do documentário A Guerra dos Paulistas|url = http://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=263567|website = www.al.sp.gov.br|acessodata = 2016-02-22}}</ref>
 
O conflito também foi retratado em produções da televisão brasileira, como na novela [[O Casarão]] (1976); na novela [[Os Imigrantes]] (1981); na novela [[Éramos Seis (1994)|Éramos Seis]], nas suas quatro versões, baseadas no romance de Dupré; e na novela [[Esperança (telenovela)|Esperança]] (2002), todas elas com perspectiva favorável a causa dos revolucionários. A Rede Globo também realizou a minissérie [[JK (minissérie)|JK]] (2006) sobre a vida do ex-presidente [[Juscelino Kubitschek]], onde narra também a participação dele na guerra. Em 2002, em comemoração aos 70 anos do movimento armado, foi produzido pela [[TV Cultura]] e a [[TV Assembleia SP|TV Assembleia]] o documentário ''A Guerra dos Paulistas - A Revolução Constitucionalista de 1932''.<ref>{{Citar web|titulo=Éramos Seis (1994)|url=http://www.teledramaturgia.com.br/eramos-seis-1994/|website=Teledramaturgia|acessodata=2016-02-21}}</ref><ref>{{Citar web|titulo="Esperança" destaca a Revolução de 32 - 03/07/2002 - Da Redação|url=http://televisao.uol.com.br/ultimas-noticias/2002/07/03/esperanca-destaca-a-revolucao-de-32.jhtm|website=televisao.uol.com.br|acessodata=2016-02-21}}</ref><ref>{{Citar web|titulo = Assembléia realiza pré-estréia do documentário A Guerra dos Paulistas|url = http://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=263567|website = www.al.sp.gov.br|acessodata = 2016-02-22}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=JK - Tudo pela perfeição|url=http://jk.globo.com/Series/JK/0,,AA1092126-5074,00.html|website=jk.globo.com|acessodata=2016-02-22}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Os Imigrantes Resumo {{!}} Personagens {{!}} Trilha Sonora|url=https://novelasdobrasil.com/os-imigrantes-resumo/|obra=Resumo das Novelas - Personagens -Trilha Sonora|acessodata=2019-05-29|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=O CASARÃO - GALERIA DE PERSONAGENS|url=http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/novelas/o-casarao/galeria-de-personagens.htm|obra=memoriaglobo.globo.com|acessodata=2019-05-29}}</ref>
 
Anualmente, desde 1934, é realizado o desfile cívico-militar de 9 de julho na capital paulista e em cidades do interior do estado. O evento durante muitos anos contou com a participação dos batalhões de veteranos do conflito. Como parte das comemorações há também a ''Prova Ciclística 9 de julho'' criada pelo jornalista [[Cásper Líbero]] e realizada desde 1933 na cidade São Paulo.<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=1934-07-01|titulo=9 de julho: cresce de dia para dia o enthusiasmo pelas commemorações da nossa maior data histórica|url=http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=090972_08&pesq=desfile%20de%209%20de%20julho&pasta=ano%20193|jornal=Correio Paulistano|pagina=1|acessodata=2019-05-29}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=090972_08&PagFis=7776&Pesq=Azarias%20Silva|título=O projecto do coronel Azarias Silva sobre as commemorações do 9 de julho|data=1935|página=5|autor=Correio Paulistano|local=São Paulo|edição=24302|idioma=pt}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=090972_08&PagFis=7776&Pesq=Azarias%20Silva|título=As commemorações de 23 de maio e do 9 de julho|data=1935-05-25|página=5|edição=24285|autor=Correio Paulistano|local=São Paulo|idioma=pt}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Prova Ciclística 9 de Julho|url=https://www.gazetaesportiva.com/prova9dejulho/|obra=Gazeta Esportiva|acessodata=2019-05-29}}</ref>
 
Em 1935, foi iniciada a campanha pró-[[Obelisco de São Paulo|Monumento e Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932]], com o objetivo de preservar a memória da causa Constitucionalista defendida pelos revolucionários e homenagear aqueles que tombaram por ela no conflito. Naquele ano, a comissão formada iniciou suas atividades com medidas para angariação de fundos e a abertura da seleção dos melhores projetos para a obra artística e arquitetônica, baseada em condições formuladas por um grupo de arquitetos, engenheiros e artistas plásticos, que julgaram os trabalhos apresentados. O monumento foi construído no [[Parque do ibirapuera|Parque Ibirapuera]] e inaugurado em 9 de julho de 1955, embora efetivamente concluída as obras somente em [[1970]].<ref>{{citar livro|título=Cruzes paulistas (edição digital)|ultimo=Montenegro|primeiro=Benedicto|editora=Civilização brasileira|ano=1936|local=São Paulo|páginas=82 e 84-86|acessodata=}}</ref>
 
== Ver também ==