Acordo Ortográfico de 1990: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Acordo ortografico PT.jpg|thumb|Dicionário com indicação das palavras alteradas com a entrada em vigor do Acordo Ortográfico.]]
 
O '''Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990''' é um [[Tratado|tratado internacional]] firmado em 1990 com o objetivo de criar uma [[ortografia]] unificada para o [[língua portuguesa|português]], a ser usada por todos os [[Comunidade dos Países de Língua Portuguesa|países de língua oficial portuguesa]]. Foi assinado por representantes oficiais de [[Angola]], [[Brasil]], [[Cabo Verde]], [[Guiné-Bissau]], [[Moçambique]], [[Portugal]] e [[São Tomé e Príncipe]] em [[Lisboa]], em 16 de dezembro de 1990.<ref name="reforma">{{citar web |url = http://download.uol.com.br/educacao/UOL_Educacao_Integra_do_Acordo_Ortografico.pdf |título=Íntegra do Acordo Ortográfico |obra=Reforma Ortográfica |publicado=UOL |acessodata=06-05-2013}}</ref> Depois de recuperar a independência, [[Timor-Leste]] aderiu ao Acordo em 2004. O processo negocial que resultou no Acordo contou com a presença de uma delegação de observadores da [[Galiza]].<ref name=deleg>{{citar web |url=http://www.lusografia.org/ao/participantes-90.htm |título=Delegações e intervenientes no Encontro de Unificação Ortográfica, a convite da Secretaria de Estado do Governo Português e Academia das Ciências de Lisboa, que elaboraram o Acordo Ortográfico de 1990 ou «Ortografia Unificada da Língua» | autor = Academia das Ciências de Lisboa | data = 6-12 de outubro de 1990 |acessodata=21-06-2011 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090228082504/http://www.lusografia.org/ao/participantes-90.htm |arquivodata=2009-02-28 |urlmorta=yes }}</ref>
 
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 pretende instituir uma ortografia oficial unificada para a língua portuguesa, com o objetivo explícito de pôr fim à existência de duas normas ortográficas oficiais divergentes, uma no Brasil e outra nos restantes países de língua oficial portuguesa, contribuindo assim, nos termos do preâmbulo do Acordo, para aumentar o prestígio internacional do português. Na prática, o acordo estabelece uma unidade ortográfica de 98% das palavras, contra cerca de 96% na situação anterior. Contudo, um dos efeitos do Acordo foi o de dividir ainda mais estes países, criando agora três normas ortográficas: a do Brasil, de Portugal e dos restantes países africanos que não implantaram o Acordo apesar de o terem assinado. É dado como exemplo motivador pelos proponentes do Acordo<ref>{{citar web | url= http://www.dsilvasfilho.com/Problemas%20ortográficos.htm | título= O caso espanhol | autor=D' Silvas Filho |obra= Problemas Ortográficos |data= |acessodata= 16-06-2011}}</ref> o [[Língua castelhana|castelhano]], que apresenta diferenças, quer na pronúncia quer no vocabulário entre a [[Espanha]] e a [[América espanhola|América Hispânica]], mas está sujeito a uma só forma de escrita, regulada pela [[Associação de Academias da Língua Espanhola]]. Por outro lado, os oponentes têm apontado o facto de a ortografia da [[língua inglesa]] (e de tantas outras) apresentar [[Inglês britânico#Diferenças|variantes]] nos diversos países anglófonos, sem que a ortografia inglesa tenha sido objecto de regulação estatal legislada.
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Até ao início do [[século XX]], tanto em [[Portugal]] como no [[Brasil]], seguia-se uma [[ortografia]] que, por regra, se baseava nos [[etimologia|étimo]]s [[latim|latino]] ou [[Língua grega antiga|grego]] para escrever cada palavra<ref>{{citar web |url=http://www.ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=27222 | título = Ciberdúvidas da Língua Portuguesa |acessodata=20-06-2011}}</ref> (exemplos: ''[[arquitetura|architectura]]'', ''[[caravela|caravella]]'', ''[[dicionário|diccionario]]'', ''[[ditongo|diphthongo]]'', ''[[estilo (arte)|estylo]]'', ''[[gramática|grammatica]]'', ''[[lírio|lyrio]]'', ''[[paróquia|parochia]]'', ''[[quilômetro|kilometro]]'', ''[[ortografia|orthographia]]'', ''[[farmácia|pharmacia]]'', ''[[fleuma|phleugma]]'', ''prompto'', ''[[psicologia|psychologia]]'', ''[[Livro de Salmos|psalmo]]'', ''[[reumatismo|rheumatismo]]'', ''[[sanção jurídica|sanccionar]]'', ''[[teatro|theatro]]'' etc.).
 
Em 1911, no seguimento da [[Proclamação da República Portuguesa|implantação da república]] em [[Portugal]], foi levada a cabo uma profunda reforma ortográfica — a [[Reforma Ortográfica de 1911]] — que modificou completamente o aspeto da língua escrita, aproximando-o muito do atual. No entanto, essa reforma foi feita sem qualquer acordo com o Brasil,<ref name="acordosciberduvidas">{{citar web |url=http://www.ciberduvidas.com/perguntas/get/294000 | título = Reformas e acordos ortográficos em Portugal | autor=Carlos Rocha |obra=Ciberdúvidas |data=23-06-2008 |acessodata=20-06-2011 }}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref> pelo que os dois países passaram a ter ortografias diferentes: [[Portugal]] com uma ortografia reformada, o Brasil com a ortografia tradicional (dita ''pseudoetimológica'').<ref>{{citar web | url = http://www.ciberduvidas.com/textos/controversias/11321 | título= Bastidores de acordos de 1911 e 1945. Uma história com 20 anos... ou com um século |autor=Alexandra Prado Coelho |obra=Público|data=30-12-2009 |acessodata=20-06-2011}}</ref>
 
Ao longo dos anos seguintes, a [[Academia das Ciências de Lisboa]] e a [[Academia Brasileira de Letras]] foram protagonizando sucessivas tentativas de estabelecimento de uma grafia comum a ambos os países. Em 1931 foi feito um primeiro acordo, no entanto, como os vocabulários que se publicaram, em 1940 (em Portugal) e 1943 (no Brasil), continuavam a conter algumas divergências, realizou-se um novo encontro que deu origem ao [[Acordo Ortográfico de 1945]]. Este acordo tornou-se lei em Portugal, pelo Decreto 35.228/45.<ref name="portaldalingua">{{citar web | url= http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=acordo&version=1945 |título=Decreto N.º 35.228 | data = 8 de Dezembro de 1945 | obra= Portal da língua portuguesa}}</ref> No Brasil, o Acordo de 1945 foi aprovado pelo Decreto-Lei 8.286/45,<ref>{{citar web | url= http://pt.wikisource.org/wiki/Decreto-Lei_Federal_do_Brasil_8286_de_1945 | título =Decreto-Lei 8.286 | data =5 de dezembro de 1945 | obra= Wikisource}}</ref> mas não foi ratificado pelo [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]], sendo por fim revogado pela Lei 2.623/55,<ref>{{citar web |url=http://pt.wikisource.org/wiki/Lei_Federal_do_Brasil_2623_de_1955 |título=Lei Federal 2.623 | data = 21 de outubro de 1955 |obra= Wikisource}}</ref> continuando os brasileiros a regular-se pela ortografia do [[Formulário Ortográfico de 1943]].<ref>{{citar web | url = http://www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/especial/200904-reformaortografica2.php |título= O Acordo de 1945 |obra= Biblioteca virtual |acessodata = 20-06-2011}}</ref>
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Novo entendimento entre Portugal e o Brasil — efetivo em 1971, no Brasil, e em 1973, em Portugal — aproximou a escrita dos dois países, suprimindo-se os [[Acentuação gráfica|acentos]] gráficos responsáveis por 70% das divergências entre as duas ortografias oficiais<ref>{{citar web |url=http://wwo.uai.com.br/UAI/html/sessao_7/2008/12/31/em_noticia_interna,id_sessao=7&id_noticia=93871/em_noticia_interna.shtml |título=Cronologia das reformas ortográficas na língua portuguesa |obra= Uai |data= 2008-12-31 |acessodata= 20-06-2011}}</ref> e aqueles que marcavam a sílaba subtónica nos vocábulos derivados com o sufixo ''-mente'' ou iniciados por ''-z-'' (ex.: ''sòmente'', ''sòzinho'', ''pèzão''). Novas tentativas de acordo saíram goradas em 1975 — em parte devido ao [[Processo Revolucionário em Curso|período de convulsão política]] que se vivia em Portugal — e em 1986 — devido à reação que se levantou em ambos os países, principalmente a propósito da supressão da acentuação gráfica nas palavras [[Proparoxítona|esdrúxulas]] (ou proparoxítonas).<ref>{{citar web | url= http://www.ava-pereira.com.br/ava/arquivos/sistema_de_acentuacao_grafica.pdf |título=Sistema de Acentuação Gráfica |obra= Ava Pereira | acessodata = 20-06-2011}}</ref>
 
No entanto, como, segundo os proponentes da unificação, a persistência de duas ortografias oficiais da [[língua portuguesa]] — a luso-africana e a brasileira — impedia a unidade intercontinental do português e diminuía o seu prestígio no mundo, foi elaborado um "Anteprojeto de Bases da Ortografia Unificada da Língua Portuguesa"<ref>{{citar web | url= http://www.lusografia.org/ao/Doc6.pdf | título= Anteprojeto de Bases da Ortografia Unificada da Língua Portuguesa | obra= Lusografia | data= 1988 | acessodata= 2008-08-22 | arquivourl= https://web.archive.org/web/20090529235547/http://www.lusografia.org/ao/Doc6.pdf | arquivodata= 2009-05-29 | urlmorta= yes }}</ref> em 1988, atendendo às críticas feitas à proposta de 1986, que conduziu à assinatura do novo Acordo Ortográfico em 1990.<ref>{{citar web | url= http://www.senado.gov.br/noticias/jornal/cidadania/acordoOrtografico/not03.htm | título= Primeiro acordo é de 1931 |obra = Jornal do Senado | acessodata=20-06-2011}}</ref>
 
Os estudiosos que estão contra o Acordo, apontam para o facto de que nenhum Acordo pode dar prestígio a nenhuma língua, ficando isso à responsabilidade dos falantes. Também não pode aproximar variantes de culturas separadas, dado que cada variante deve ser representativa da sua cultura e não de uma outra. Linguistas, historiadores e críticos comparam o Acordo com uma tentativa de neocolonianismo por parte do Brasil. Defendem que, para as variantes de juntarem, há-que se juntar as pessoas - verdadeiras criadoras da língua - e enquanto estas estiverem separadas culturalmente, cada Acordo é um abuso por parte dos políticos. {{carece de fontes|data=julho de 2017}}
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* '''Cabo Verde''': Gabriel Moacyr Rodrigues e [[Manuel Veiga]]
* '''Galiza''' (observadores): [[António Gil Hernández]] e José Luís Fontenla<ref name = "Fontenla">{{citar web | url= http://www.lusografia.org/fontenla-curriculum.htm |título= José Luís Fontenla |obra= Lusografia | acessodata=21-06-2011}}</ref>
* '''Guiné-Bissau''': António Soares Lopes Júnior<ref name = "Tcheka">{{citar web | url= http://www.didinho.org/tonytchekabiografia.htm | título= António Soares Lopes Júnior | obra= Didinho | acessodata= 21-06-2011 | arquivourl= https://web.archive.org/web/20090616051916/http://www.didinho.org/tonytchekabiografia.htm | arquivodata= 2009-06-16 | urlmorta= yes }}</ref> e João Wilson Barbosa
* '''Moçambique''': João Pontífice e Maria Eugénia Cruz
* '''Portugal''': Américo da Costa Ramalho, [[Aníbal Pinto de Castro]], Fernando Cristóvão,<ref>{{citar web |url=http://www.almedina.net/catalog/autores.php?autores_id=184 | título= Fernando Cristóvão | obra= Almedina |acessodata= 21-06-2011}}</ref> Fernando Roldão Dias Agudo,<ref>{{citar web | url = http://academiadascienciasdelisboa.freehostia.com/joomla/index.php?option=com_content&task=view&id=88&Itemid=68 |título=Fernando Roldão Dias Agudo |obra = Academia das ciências de Lisboa |acessodata=21-06-2011}}</ref> [[João Malaca Casteleiro]], José Tiago de Oliveira,<ref>{{citar web |url= http://www.instituto-camoes.pt/cvc/ciencia/p40.html |título=José Tiago de Oliveira |autor= Instituto Camões |acessodata=21-06-2011}}</ref> [[Luís Filipe Lindley Cintra]], [[Manuel Jacinto Nunes]], [[Maria Helena da Rocha Pereira]] e Vasconcelos Marques
* '''São Tomé e Príncipe''': Albertino dos Santos Bragança<ref>{{citar web |url=http://www.infopedia.pt/$albertino-homem-dos-santos-sequeira-braganca |título = Albertino dos Santos Bragança | obra= Infopedia | acessodata=21-06-2011}}</ref> e João Hermínio Pontífice
 
Para além destes, no Anteprojeto de Bases da Ortografia Unificada da Língua Portuguesa,<ref>{{citar web |url= http://www.lusografia.org/ao/Doc6.pdf | título = Bases da Ortografia Unificada da Língua Portuguesa |obra= Lusografia |data= 1988 |acessodata= 2008-08-22 |arquivourl= https://web.archive.org/web/20090529235547/http://www.lusografia.org/ao/Doc6.pdf |arquivodata= 2009-05-29 |urlmorta= yes }}</ref> de 1988, e no Encontro de Unificação Ortográfica da Língua Portuguesa, realizado na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, entre 6 e 12 de maio de 1986,<ref name=deleg/> intervieram ainda: Maria Luísa Dolbeth e Costa (Angola); [[Abgar Renault]], Adriano da Gama Kury, [[Austregésilo de Ataíde]], [[Celso Ferreira da Cunha]], [[Eduardo Portella|Eduardo Mattos Portella]], Francisco de Assis Balthar Peixoto de Vasconcellos e José Olympio Rache de Almeida (Brasil); [[Corsino Fortes]] (Cabo Verde); Paulo Pereira (Guiné-Bissau); Luís Filipe Pereira (Moçambique); Maria de Lourdes Belchior Pontes e Mário Quarin Graça (Portugal).{{carece de fontes|data=julho de 2017}}
 
=== Acordo e protocolos modificativos ===
No artigo 3.º, o "Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990)" previa a sua entrada em vigor a 1 de janeiro de 1994, mediante a ratificação de todos os membros. No entanto, como apenas [[Portugal]] (em 23 de agosto de 1991<ref>Ratificação pelo presidente da República, [[Mário Soares]], a 4 de agosto de 1991 ([http://www.legix.pt/Pbadz%7B455A6BFB%2DE078%2D42C1%2D975F%2D2E2D8E1D8C9C%7D0-AC79686474DA86CC98B083F507A47022/incmredirect.asp?dll=LegixIsamLLDB&base=EcoLegis&id=27923&dp=23-08-1991&dd=23-08-1991&n=193&se=I-A&sup=0&pr=4370&prs=0&pult=4388&pults=0 Decreto 43/1991 de 23 de agosto] {{Wayback|url=http://www.legix.pt/Pbadz%7B455A6BFB%2DE078%2D42C1%2D975F%2D2E2D8E1D8C9C%7D0-AC79686474DA86CC98B083F507A47022/incmredirect.asp?dll=LegixIsamLLDB&base=EcoLegis&id=27923&dp=23-08-1991&dd=23-08-1991&n=193&se=I-A&sup=0&pr=4370&prs=0&pult=4388&pults=0 |date=20120516165214 }}, publicado no ''Diário da República'', I série-A, n.º 193, 23-08-1991), na sequência da Resolução da [[Assembleia da República]] n.º 26/91, de 4 de junho.</ref>), o Brasil (em 18 de abril de 1995<ref>{{citar web |url=http://www.ipol.org.br/ler.php?cod=130 |título=Decreto Legislativo N.º 54, promulgado por José Sarney, Presidente do Senado Federal, após aprovação do Congresso Nacional | obra= iPol |data= 1995 |acessodata=2008-06-21 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20081226044946/http://www.ipol.org.br/ler.php?cod=130 |arquivodata=2008-12-26 |urlmorta=yes }}</ref>) e [[Cabo Verde]]<ref name=perguntas>{{citar web |url = http://static.publico.clix.pt/docs/cultura/acordoOrtografico.aspx |título = Perguntas e respostas sobre o Acordo Ortográfico | obra = Público | publicado = Clix | acessodata = 21-06-2011 |arquivourl = https://web.archive.org/web/20090125021722/http://static.publico.clix.pt/docs/cultura/acordoOrtografico.aspx |arquivodata = 2009-01-25 |urlmorta = yes }}</ref> ratificaram o documento, a sua entrada em vigor ficou pendente.
 
Assim, em 17 de julho de 1998, na cidade da [[Praia (Cabo Verde)|Praia]], [[Cabo Verde]], foi assinado um "Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa" que retirou do texto original a data para a sua entrada em vigor, embora continuasse a ser necessária a ratificação de todos os signatários para o Acordo de 1990 entrar em vigor.<ref name="camaradosdeputados">{{citar web |url= http://educaterra.terra.com.br/educacao/acordo_ortografico.htm |título= Acordo ortográfico |obra= EducaTerra |acessodata=20/06/2011}}</ref>
[[Ficheiro:CPLP abertura.jpg|thumb|esquerda|Reunião dos chefes de Estado e de governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.]]
Em julho de 2004, os chefes de Estado e de governo da [[Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]] (CPLP), reunidos em [[São Tomé e Príncipe]], aprovaram um "Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico"<ref>{{citar web |url= http://www.cplp.org/docs/documentacao/Acordo%202o%20Protocolo%20Modificatv%20Acordo%20ortogr%20LP.pdf |título= Acordo do Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa | obra= CPLP |acessodata= 2008-04-17 |arquivourl= https://web.archive.org/web/20070606203710/http://www.cplp.org/docs/documentacao/Acordo%202o%20Protocolo%20Modificatv%20Acordo%20ortogr%20LP.pdf |arquivodata= 2007-06-06 |urlmorta= yes }}</ref> que, para além de permitir a adesão de [[Timor-Leste]], previa que, em lugar da ratificação por todos os países, fosse suficiente que três membros da CPLP ratificassem o Acordo Ortográfico para que este entrasse em vigor nesses países.<ref name=perguntas/>
 
[[Vasco Graça Moura]], escritor e ex-eurodeputado, um dos mais conhecidos opositores do Acordo, defende que o Segundo Protocolo Modificativo, como qualquer outra convenção internacional, só obriga à sua aplicação em cada país se for ratificado por todos os países signatários, o que ainda não aconteceu. Ou seja, só depois de todos os países ratificarem este Protocolo é que estes ficam obrigados a implementar o Acordo internamente. No entanto, este argumento da ilegalidade da ratificação do Protocolo Modificativo de 2004 é contestado pelo [[Jurisconsulto|jurista]] e [[eurodeputado]] [[Vital Moreira]].<ref>{{citar web | url =http://causa-nossa.blogspot.com/2008/03/bisar-no-erro.html | título= =“Bisar no erro" | obra = Causa nossa }} — Vital Moreira a propósito da opinião de Vasco Graça Moura. No entanto, Graça Moura discorda dessa contestação {{Citation | url = http://dn.sapo.pt/2008/04/09/opiniao/trisar_indefensavel.html | titulo = Trisar no indefensável | data = 2008-4-9 | periódico = Sapo | local = PT | type = opinião | título = Cópia arquivada | dataacceso = 2008-05-17 | urlarquivo = https://web.archive.org/web/20080413054203/http://dn.sapo.pt/2008/04/09/opiniao/trisar_indefensavel.html | dataarquivo = 2008-04-13 | urlmorta = si }}</ref>
 
O Brasil ratificou o "Segundo Protocolo Modificativo" em outubro de 2004 e, em abril de 2005, [[Cabo Verde]] também. A 17 de novembro de 2006, de uma assentada, [[São Tomé e Príncipe]] ratificou o Acordo e os dois protocolos modificativos,<ref name = "AL">{{citar web |url=http://www.agencialusa.com.br/index.php?iden=5278 |título=Agência Lusa. |acessodata= |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090227165840/http://www.agencialusa.com.br/index.php?iden=5278 |arquivodata=2009-02-27 |urlmorta=yes }}</ref> cumprindo-se o estabelecido por este Protocolo. Apesar de, na prática, as novas normas já poderem ter entrado em vigor nos três países que ratificaram o Acordo e os protocolos modificativos, considerou-se inviável avançar sem que Portugal também desse por concluído todo o processo. Após alguns adiamentos, a [[Assembleia da República]] portuguesa acabou por ratificar o Segundo Protocolo Modificativo em 16 de maio de 2008,<ref>{{citar web |url= http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/322710 |título= Acordo Ortográfico: Votação na Assembleia da República |obra= AEIOU | publicado = Expresso}}</ref> sendo o texto promulgado pelo presidente da república [[Aníbal Cavaco Silva|Cavaco Silva]] a 21 de julho de 2008.<ref>{{citar web |url=http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?channelid=00000021-0000-0000-0000-000000000021&contentid=D6365F81-7DB5-4DDC-BA74-8B0254786E41 |título=Presidente da República promulga o AO | obra= Correio da Manhã}}</ref>
 
Reunidos em Lisboa no dia 25 de julho de 2008, na ''Declaração sobre a Língua Portuguesa'' os chefes de Estado e de governo da CPLP manifestaram "O seu regozijo pela futura entrada em vigor do Acordo Ortográfico, reiterando o compromisso de todos os Estados membros no estabelecimento de mecanismos de cooperação, com vista a partilhar metodologias para a sua aplicação prática".<ref>{{citar web | url=http://www.cplp.org/Admin/Public/DWSDownload.aspx?File=%2fFiles%2fFiler%2fcplp%2fdocsVIICCEG%2fDeclarLPvf.pdf | título= Declaração sobre a Língua Portuguesa | obra= CPLP}}</ref> Na declaração final da reunião dos ministros da Cultura e Educação havida em Lisboa, em 15 de novembro de 2008, apelou-se "aos Estados Membros que ainda o não fizeram para que ratifiquem os protocolos modificativos e implementem o Acordo Ortográfico e aos que já ratificaram os protocolos modificativos para que estabeleçam no mais curto espaço de tempo uma data comum para implementar a sua utilização nos documentos e publicações oficiais".<ref>{{citar web |url = http://www.cplp.org/Default.aspx?ID=317&Action=1&NewsId=592&currentPage=5&PID=305 |título=Declaração Final da Reunião Extraordinária de Ministros da Cultura e Educação |obra= CPLP}}</ref> Paralelamente, o ministro português [[José Pinto Ribeiro|José António Pinto Ribeiro]] afirmou que "assim que tivermos o Acordo ratificado por todos os membros da CPLP, temos o instrumento necessário para avançar na [[Organização das Nações Unidas|ONU]] e fazer com que o Português seja uma das línguas de trabalho".<ref>{{citar web |url=http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=372826&visual=26&rss=0 | título =CPLP: Ministros da Cultura de Portugal e Brasil discutem Acordo Ortográfico, televisão e portal cultural |obra= RTP}}</ref>
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A 3 de setembro de 2009, o ministro [[Timor-Leste|timorense]] da Educação, João Câncio Freitas, informou que a ratificação do Acordo Ortográfico já se tinha efetuada, "conforme Resolução do Parlamento Nacional da República Democrática de Timor-Leste".<ref name="ReferenceC">{{citar web |url= http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/533770 | título= Acordo Ortográfico: Timor-Leste é o quinto membro da CPLP a ratificar documento |obra= AEIOU | publicado = Expresso}}</ref> A 24 de novembro do mesmo ano foi a vez de os deputados da Assembleia Nacional Popular da [[Guiné-Bissau]] também ratificarem, por unanimidade, o Acordo Ortográfico.<ref>{{citar web | url= http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5juk-uBJZsOeETgYc1RBA6fn8BnYw | título=Parlamento guineense ratifica por unanimidade Acordo Ortográfico | publicado = Google}}</ref> Finalmente, a 7 de junho de 2012, o Conselho de Ministros de Moçambique ratificou também o Acordo Ortográfico.<ref name="sicnoticias.sapo.pt">{{citar web |url=http://sicnoticias.sapo.pt/Lusa/2012/06/08/mocambique-conselho-de-ministros-ratifica-acordo-ortografico?tabPane=Comments |título=Moçambique: Conselho de ministros ratifica Acordo Ortográfico |publicado=[[SIC Notícias]] |data=08-06-2012 |acessodata=08-06-2012}}</ref>
 
Fica a faltar apenas [[Angola]]<ref>{{citar web | url=http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/acordo-ortografico-angola-mocambique-ratificado-tvi24/1354003-4071.html | título=Acordo Ortográfico: só falta Angola | publicado = TVI24 |data=08-06-2012 |acessodata=14-06-2012}}</ref> que, através do Ministério da Educação, começou também a preparar a ratificação do documento, afirmando que o mesmo entrará em vigor logo que seja ratificado.<ref name = "ww1.rtp.pt">{{citar web | url = http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=349523&visual=26&tema=5 | título = Angola: Ministério da Educação prepara ratificação do Acordo Ortográfico | obra = RTP | acessodata = 2008-06-21 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20090224095323/http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=349523&visual=26&tema=5 | arquivodata = 2009-02-24 | urlmorta = yes }}</ref>
 
=== Vocabulário comum ===
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=== Bases ===
* '''Base I – Do alfabeto e dos nomes próprios estrangeiros e seus derivados''': Descreve o [[alfabeto]] com a designação usualmente dada a cada letra, introduzindo a letra ''[[w]]'' e restaurando ''[[k]]'' e ''[[y]]'', proscritas do [[alfabeto português]]<ref>{{citar web |url= http://orto.no.sapo.pt/c03.htm | título= =Razões da inclusão do k, do w e do y |obra= Sapo |acessodata= 15 de junho de 2009 |arquivourl= https://web.archive.org/web/20090601101015/http://orto.no.sapo.pt/c03.htm |arquivodata= 2009-06-01 |urlmorta= yes }}</ref> desde [[Reforma Ortográfica de 1911|1911]] em [[Portugal]] e desde [[Formulário Ortográfico de 1943|1943]] no Brasil. Mantêm-se, no entanto, as regras fixadas anteriormente que restringem o seu uso às abreviaturas, palavras de origem estrangeira ou seus derivados, assim como unidades de medida de curso internacional (p.ex., [[kilowatt]], citado explicitamente no Acordo).<ref name= bases>{{citar web | url = http://www.priberam.pt/docs/AcOrtog90.pdf | título = Anexo I | obra = Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa | publicado = Priberam |data=16-12-1990 | acessodata= 20-06-2011}}</ref>
* '''Base II – Do ''h'' inicial e final''': Aborda o uso do ''h'' no início e no final das palavras. Não altera as normas anteriores. No entanto, o facto de não fazer referência expressa à palavra ''húmido'' como tendo ''h'' inicial, ao contrário do que acontecia no texto do [[Acordo Ortográfico de 1945]], levou a que se aventasse a hipótese dessa palavra passar a ser grafada exclusivamente ''úmido'' em toda a Lusofonia, tal como é uso no Brasil. No entanto, os [[dicionário]]s publicados subsequentemente têm mantido ambas as grafias — ''húmido'' e ''úmido'' — como válidas.<ref name = bases />
* '''Base III – Da homofonia de certos grafemas consonânticos''': Aborda a [[homofonia]] existente entre certos [[grafema]]s consonânticos consequência, fundamentalmente, da história das palavras. Especificamente, dá-se atenção à distinção gráfica entre ''ch'' e ''x''; entre ''g'', com valor de [[Consoante fricativa|fricativa]] [[Consoante palatal|palatal]], e ''j''; entre as letras ''s'', ''ss'', ''c'', ''ç'' e ''x'', que representam [[Consoante sibilante surda|sibilantes surdas]]; entre ''s'' de fim de [[sílaba]] (inicial, interior e final) e ''x'' e ''z'' com idêntico valor fónico; e entre as letras interiores ''s'', ''x'' e ''z'', que representam sibilantes sonoras. Não estão previstos nesta base os casos em que a tradição lexicográfica portuguesa e a brasileira divergem no uso de ''ch''/''x'' (por exemplo: ''champô''/''xampu'', ''chichi''/''xixi''); no uso de ''g''/''j'' (por exemplo: ''alforge''/''alforje'', ''beringela/berinjela''); no uso de ''ss''/''ç'' (por exemplo: ''missanga''/''miçanga''). No entanto, são explicitamente citados os exemplos ''Singapura'' e ''Sintra'', pelo que se deduz que as variantes ''Cingapura'' e ''Cintra'', ainda comuns no Brasil, são arcaicas e constituem erro.<ref name=bases/>
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Segundo [[Vasco Graça Moura]], o reconhecimento oficial de grafias duplas e múltiplas enfraquece seriamente a unidade da língua portuguesa escrita e "vai mesmo contra o conceito de ortografia". Ainda segundo o escritor e político português, as facultatividades permitem "pôr num saco todos os casos duvidosos, a pretexto de que pode haver diferenças entre a pronúncia portuguesa e brasileira, abrindo inaceitavelmente a porta a todas as diferenças de grafia e mesmo, no limite, à opção individual por determinada maneira de escrever (…) chegando ao ponto da ''lei do menor esforço'' e do facilitismo".<ref>{{citar web |url=http://www.gracamoura.org/docs/2008414125948.%20a%20perspectiva%20do%20desastre.doc |título= Vasco Graça Moura, A perspectiva do desastre, intervenção na Audição Parlamentar sobre o Acordo Ortográfico, Lisboa, Alêtheia Editores | formato = MS Word DOC |obra= A perspectiva do desastre |data= 7/4/2008 |acessodata=}}</ref> e afirma que a ideia do Acordo partiu do presidente brasileiro [[José Sarney]], tendo na altura enviado um emissário aos [[Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa|PALOP]] com esta finalidade, e salienta que "para o Brasil, mais realista e mais pragmático, tudo era, desde o início, uma pura questão de mercado".<ref>{{citar web |url=http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=338216&visual=26&rss=0 |título=Vasco Graça Moura, RTP |acessodata=}}</ref> Na Assembleia da República, o eurodeputado afirmou que, apesar das intenções do Acordo Ortográfico, "o tratado serve interesses geopolíticos e empresariais brasileiros, em detrimento de interesses inalienáveis dos demais falantes de português no mundo", em especial de Portugal, e representa "uma lesão inaceitável de um capital simbólico acumulado e de projeção planetária".<ref>{{citar web |url=http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1325103 | título= Choque de titãs deixa deputados hesitantes face ao Acordo Ortográfico | obra = Jornal Público}}</ref>
 
A [[Associação Portuguesa de Linguística]], em parecer de 2005 solicitado pelo [[Instituto Camões]] e elaborado por Inês Duarte, professora catedrática de Linguística da [[Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa]]: "os negociadores do Acordo autorizam duplas ou múltiplas grafias no interior de cada país, com base num ''critério da pronúncia'', que em nenhuma língua pode ser tomado como propriedade identificadora dum sistema linguístico e da(s) sua(s) respetiva(s) norma(s) nacionais, mas sempre e apenas de uma sua variedade dialetal ou social".<ref>{{citar web | url= http://localhostr.com/files/cd9764/07_APL.pdf | título= Associação Portuguesa de Linguística, Parecer sobre as consequências da entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990 | obra = blogoficial da petição Em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico | data= | acessodata= }}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref> João Andrade Peres, também professor catedrático de Linguística da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, num parecer de 2008 sobre as facultatividades, escreveu: "O Acordo em análise admite grafias facultativas para a língua portuguesa em toda a sua extensão, sem quaisquer restrições além da existência (onde quer que seja) de uma ''pronúncia culta'' que as sancione. Segundo a sua letra (…), dois alunos portugueses, em Portugal (ou brasileiros, no Brasil, etc.), sentados lado a lado, ou dois professores em salas contíguas seriam livres de usar a seu bel-prazer as grafias alternativas. Em última análise, é deixada ao livre arbítrio de cada cidadão a escolha da grafia, pondo-se em causa a função da língua escrita como fator de coesão social".<ref>{{citar web |url= http://localhostr.com/download/d6fbbf/09_JAP.pdf |título=João Andrade Peres, Breve parecer sobre a entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990 | obra= blogoficial da petição Em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico |data= 2008}}</ref>
 
A ex-ministra da Cultura de Portugal, professora catedrática da [[Faculdade de Letras da Universidade do Porto]] e deputada do [[Partido Socialista (Portugal)|Partido Socialista]] [[Isabel Pires de Lima]], apontou como uma das principais fragilidades do Acordo Ortográfico "o facto de acabar por nem sequer se revelar uma ''versão fraca'' de unificação ortográfica, como se pretendia, mas antes uma versão permissiva, erigindo o princípio da facultatividade excessiva, o qual vai contra o próprio conceito normativo de ortografia, originando nomeadamente a possibilidade do uso de duplas grafias dentro do mesmo país, isto é, abrindo a porta à heterografia".<ref>{{citar web | url= http://dn.sapo.pt/2008/06/02/artes/em_favor_revisao_acordo_ortografico_.html |título= Em favor da revisão do Acordo ortográfico: três ordens de razões culturais | autor= Isabel Pires de Lima |obra= Diário de Notícias |data= 2/6/2008 }}</ref> O professor de Linguística da [[Universidade Nova de Lisboa]] [[António Emiliano]], acentuando a linha de argumentação de Pires de Lima, afirmou que "o estabelecimento generalizado da grafia dupla nos domínios da acentuação, das consoantes mudas e da maiusculização, minará a estabilidade do ensino da Língua Portuguesa (ferramenta que abre a porta a todas as outras disciplinas) e porá em causa a integridade do uso e da difusão internacional da língua portuguesa, valores que a Constituição consagra (Art.º 9.º. al. f). A possibilidade de se escrever de forma alternativa uma quantidade enorme de palavras e de expressões complexas deixa ao arbítrio de cada utilizador individual a estrutura da 'sua' ortografia pessoal — imagine-se o que seria cada um de nós poder pôr em vigor a sua versão personalizada do Código de Processo Penal ou do Código da Estrada!"<ref>{{citar web |url=http://emdefesadalinguaportuguesa.blogspot.com/2008/06/fixar-o-caos-ortogrfico.html | título= Fixar o caos ortográfico | autor= António Emiliano |obra= Jornal de Notícias, no blog oficial da petição Em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico |data= 15/6/2008 |acessodata= 26/7/2008}}</ref> O mesmo foi subscrito por Luísa Mesquita, após o Acordo Ortográfico ter sido analisado pela Assembleia da República.<ref>{{citar web |url=http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/516220 |título= As línguas — também a portuguesa — não entram em convergência porque o poder político o decide… |autor= Luísa Mesquita |obra= Expresso |data= 22 de maio de 2009 |acessodata=}}</ref>
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Entretanto, em 2008 foi fundada a [[Academia Galega da Língua Portuguesa]], defendendo a convergência do falar galego com a Língua Portuguesa e a implementação do Acordo Ortográfico.<ref>{{citar web |url=http://www.lavozdegalicia.com/cultura/2008/10/07/0003_7203461.htm |título=Unha nova academia galega tenta a confluencia co idioma portugués | acessodata = 19-04-2009 |obra= La voz de Galícia |data= 2008-10-7}}</ref> Entre outras atividades, a AGLP, que faz parte dos membros consultivos da CPLP, elaborou já um vocabulário de léxico galego a incorporar no Vocabulário Ortográfico Comum.<ref>{{citar web |url=http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/9445162.html |título= Língua Portuguesa: Académicos galegos apresentam contribuição para o Vocabulário Comum | obra= Sapo}}</ref>
 
O ''Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa'' da Porto Editora, lançado em outubro de 2009, incorpora esse léxico.<ref name="PEN">{{citar web |url=http://www.portoeditora.pt/produtos/catalogo/ficha/id/2050845 | título= Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa | publicado = Porto Editora |acessodata=2009-10-16 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20100607225110/http://www.portoeditora.pt/produtos/catalogo/ficha/id/2050845 |arquivodata=2010-06-07 |urlmorta=yes }}</ref> Em janeiro de 2011, o jornal [[reintegracionismo|reintegracionista]] ''[[Novas da Galiza]]'' passou a aplicar o Acordo Ortográfico.<ref name="DDS">{{citar web |url=http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=9&id_news=493415&page=0 |título=Jornal galego aplica novo acordo ortográfico |obra=Diário Digital |data=10 de fevereiro de 2011 | acessodata =12 de fevereiro de 2011}}</ref>
 
A Associação AGAL (Ass. Galega da Língua) adatou a sua proposta gráfica para representar os falares galegos visando incluir também o acordo ortográfico através do seu livro "Ortografia Galega Moderna, , confluente com o português no mundo".<ref>{{citar web|url=https://a.gal/ortografia-galega-moderna-confluente-com-o-portugues-no-mundo/|titulo=Ortografia Galega Moderna|data=|acessodata=14 05 2019|publicado=através|ultimo=|primeiro=AGAL}}</ref>
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No entanto, pela mesma altura, em entrevista à revista brasileira ''[[Isto É]]'', o escritor moçambicano [[Mia Couto]] afirmou: "Não faço guerra contra o acordo ortográfico, mas acho que algumas grafias não atrapalham a leitura (...). Quando os meus livros começaram a ser publicados no Brasil, esta opção foi posta, se eu queria transpor para a grafia brasileira aquilo que era a minha escrita, e eu não aceitei".<ref>{{citar web |url= http://portalliteral.terra.com.br/Literal/calandra.nsf/0/FFA8D8251FEC0ACE03257346007A7ACC?OpenDocument&pub=T&proj=Literal&sec=Entrevista | título= Entrevista com Mia Couto | obra = Portal Literal}}</ref> E em fevereiro de 2008 acrescentou: "o acordo ortográfico tem tanta exceção, omissão e casos especiais que não traz qualquer mudança efetiva".<ref>{{citar web | url =http://www.agencialusa.com.br/index.php?iden=%2013845 |título= Acordo ortográfico não é necessário, afirma autor Mia Couto | obra = Agência Lusa}}</ref>
 
Em abril de 2008, o então [[Lista de presidentes de Moçambique|presidente da República]] [[Armando Guebuza]] afirmou: "Moçambique está a analisar o acordo ortográfico e, como é óbvio, um dia vai assiná-lo"<ref name= "ReferenceA" /> e, em novembro, o governo moçambicano reafirmou o desejo de ratificar o acordo, assim que estivesse concluída a avaliação técnica que, entretanto, decidiu levar a cabo.<ref>{{citar web |url=http://www.govnet.gov.mz/noticias/news_folder_sociedad_cultu/novembro2008/nots_sc_543_nov_08 |título=Moçambique reafirma ratificação do acordo ortográfico | obra= GovNet }}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref>
 
Em julho de 2011, no arranque de um ciclo de seminários de divulgação e auscultação pública sobre o Acordo Ortográfico, o coordenador da Comissão Nacional do [[Instituto Internacional de Língua Portuguesa]], Lourenço do Rosário, estabeleceu julho de 2012 como o prazo provável para Moçambique clarificar a sua posição relativa à adoção do Acordo Ortográfico, altura em que o país assumiria a presidência da CPLP.<ref name="AAP">{{citar web |url= http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/africa/2011/6/29/Estado-decide-ate-Julho-2012-adopcao-Acordo-Ortografico,6d0f8936-c095-4214-b011-40d687816f91.html |título=Moçambique: Estado decide até Julho de 2012 adopção do Acordo Ortográfico | obra=Angop |data=19-07-2011 |acessodata=23-07-2011}}</ref> No entanto, em setembro de 2011, Lourenço do Rosário afirmou que "ainda há muito caminho pela frente e provavelmente não irá ser tão já que os moçambicanos irão implementar o novo acordo".<ref>{{citar web | url= http://www.tim.co.mz/Noticias/Nacional/Nao-vai-ser-tao-ja-que-Mocambique-ira-ratificar-o-novo-acordo-ortografico | título= Não vai ser tão já que Moçambique irá ratificar o novo acordo ortográfico | obra=TIM |data=12 de setembro de 2011 |acessodata=24 de fevereiro de 2012}}</ref> Finalmente, a 7 de junho de 2012, o Conselho de Ministros de Moçambique ratificou o Acordo Ortográfico.<ref name="sicnoticias.sapo.pt"/> Uma posição governamental que teve em conta a presidência da CPLP que o país assumiu em julho do mesmo ano.<ref name="imz">{{citar web |url=http://www.ionline.pt/mundo/governo-mocambicano-ratifica-acordo-ortografico |título=Governo moçambicano ratifica Acordo Ortográfico |publicado=[[i (jornal)|i]] |data=08-06-2012 |acessodata=08-06-2012}}</ref>
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==== Posição da imprensa ====
A imprensa portuguesa não tem tido posição fixa sobre o Acordo Ortográfico. Através de editorial, o jornal ''[[Público (jornal)|Público]]'' fez saber que não irá adotar as regras do Acordo Ortográfico.<ref>"Editorial" in ''Público'' (Lisboa). Edição de 30-12-2009</ref> José António Lima, diretor adjunto do semanário ''[[Sol (jornal)|Sol]]'', jornal vendido em Portugal, [[Angola]] e [[Cabo Verde]], declarou que "a intenção é começar a aplicar o acordo o mais rapidamente possível",<ref>{{citar web |url=http://jornal.publico.clix.pt/noticia/30-12-2009/sol-e-lusa-avancam-ja-em-janeiro-18500254.htm|título=Sol e Lusa avançam já em Janeiro| autor=Inês Sequeira|obra= Público|data= 30-12-2009|acessodata= 6-01-2010}}</ref> aguardando apenas pela disponibilização de um corretor adaptado às novas regras. Menos reservas tiveram o semanário ''[[Expresso (Portugal)|Expresso]]'' que, após ter manifestado publicamente o seu apoio ao Acordo Ortográfico,<ref>{{citar web |url= http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/537753| título= Editorial. Um apelo ao voto (penúltimo parágrafo) | obra = Expresso|data=25-09-2009|acessodata=06-01-2010}}</ref> começou a utilizá-lo em 26 de junho de 2010;<ref>{{citar web | url= http://aeiou.expresso.pt/expresso-poupa-letras-e-adota-acordo-ortografico=f590263|título=Expresso poupa letras e adota acordo ortográfico | obra=Expresso|data=26-06-2010|acessodata = 27-06-2010}}</ref> os jornais regionais ''O Despertar'',<ref>{{citar web |url=http://dn.sapo.pt/2009/01/10/media/o_despertar_adotou_novo_acordo_ortog.html | título ="O Despertar" já "adotou" novo Acordo Ortográfico | autor=Paula Carmo|obra=Diário de Notícias|data= 10-01-2009|acessodata= 6-01-2010}}</ref> o ''Falcão do Minho'',<ref>{{citar web |url=http://www.falcaodominho.pt/jornal/fm_news.php?nid=6010|titulo=Para quando a entrada em vigor da nova ortografia| obra= Falcão do Minho |data= 23-07-2009|acessodata= 17-10-2009}}</ref> o ''Barlavento''<ref>{{citar web | url= http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=39505 | título = «barlavento» adere ao Acordo Ortográfico e torna-se no 1.º jornal algarvio com nova ortografia|autor= Agência Lusa|obra= Barlavento |data= 3-02-2010 | acessodata =01-05-2010}}</ref> e o ''Jornal do Algarve'' também já utilizam as novas regras. O diário nacional desportivo ''[[Record (jornal desportivo)|Record]]'' <ref>{{citar web |url=http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/505b63d68f97868b2fcb19.html|título=Jornal desportivo Record já aplica novo acordo ortográfico | autor=Lusa|obra=Sapo Notícias|data=12-01-2009|acessodata=06-01-2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110522024946/http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/505b63d68f97868b2fcb19.html|arquivodata=2011-05-22|urlmorta=yes}}</ref> e o diário generalista ''[[Correio da Manhã (Portugal)|Correio da Manhã]]'' <ref>{{citar web |url=http://sic.sapo.pt/online/noticias/cartaz/especiais/acordo+ortografico/Correio+da+Manha+comeca+a+adaptar-se+ao+Acordo+Ortografico.htm |título=Correio da Manhã começa a adaptar-se ao Acordo Ortográfico| obra=SIC|data=19-03-2009|acessodata= 06-01-2010}}</ref> começaram já a usar as novas normas ortográficas nas suas edições, embora o último de forma gradual. O ''[[Diário de Notícias (Portugal)|Diário de Notícias]]'' adotou o Acordo Ortográfico a partir de 1 de janeiro de 2012.<ref>{{citar web|url=http://www.dn.pt/inicio/tv/interior.aspx?content_id=2215625&seccao=Media | título= DN adota acordo ortográfico a partir de hoje |obra=[[Diário de Notícias (Portugal)|Diário de Notícias]]| data= 1-01-2012| acessodata =1-01-2012}}</ref>
 
A agência noticiosa Lusa começou a publicar todos os seus despachos com o Acordo Ortográfico a partir das zero horas do dia 30 de janeiro de 2010.<ref>{{citar web | url=http://aeiou.expresso.pt/agencia-lusa-adopta-acordo-ortografico-a-partir-de-30-de-janeiro=f560811 |título=Agência Lusa adopta Acordo Ortográfico a partir de 30 de Janeiro |obra=Expresso |data=29-01-2010 |acessodata=20-06-2011}}</ref> Os jornais e revistas do grupo [[Impresa]] (''[[Expresso (Portugal)|Expresso]]'', ''[[Revista Visão|Visão]]'', etc.) passaram a utilizar o Acordo Ortográfico em finais de junho de 2010.<ref>{{citar web|url = http://aeiou.expresso.pt/expresso-poupa-letras-e-adota-acordo-ortografico=f590263 |título=Expresso poupa letras e adota acordo ortográfico |obra= [[Expresso (Portugal)|Expresso]]|data= 25-06-2010|acessodata= 12-12-2010}}</ref><ref>{{citar web| url= http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/impresa-adopta-acordo-ortografico |título=Impresa adopta acordo ortográfico | obra= [[Correio da Manhã (Portugal)|Correio da Manhã]]|data= 7-06-2010|acessodata= 12-12-2010}}</ref> No início de 2013, a larga maioria da imprensa portuguesa aplica já o Acordo Ortográfico, com pontuais exceções como os jornais Público, Sol e a revista Sábado.
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[[São Tomé e Príncipe]] participou nos trabalhos de elaboração do Acordo Ortográfico de 1990 — com uma delegação constituída pelo professor João Hermínio Pontífice e pelo escritor [http://www.infopedia.pt/$albertino-homem-dos-santos-sequeira-braganca Albertino dos Santos Bragança] e firmado pela ministra da Educação e Cultura, Lígia Silva Graça do Espírito Santo Costa<ref name=deleg/> —, bem como nas reuniões da CPLP onde os dois protocolos modificativos foram aprovados. Em julho de 2004 foi o anfitrião da V Cimeira da CPLP, realizada em [[São Tomé (São Tomé e Príncipe)|São Tomé]], onde foi assinado o "Segundo Protocolo Modificativo" que admitiu [[Timor-Leste]] e deliberou que seria suficiente a ratificação do Acordo Ortográfico por três países para que entrasse em vigor.<ref name=perguntas/>
 
A 17 de novembro de 2006, de uma assentada, São Tomé e Príncipe ratificou o Acordo e os dois protocolos, sendo o terceiro país (após o Brasil e Cabo Verde) a concluir toda a tramitação para a entrada em vigor do Acordo Ortográfico.<ref>{{citar web |url=http://www.agencialusa.com.br/index.php?iden=5278 | título= Sem virar lei, acordo lusófono sobre ortografia faz 16 anos |obra= Agência Lusa |data= |acessodata= |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090227165840/http://www.agencialusa.com.br/index.php?iden=5278 |arquivodata=2009-02-27 |urlmorta=yes }}</ref><ref>{{citar web |url= http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=263157&visual=26 |título= Acordo Ortográfico ratificado por São Tomé e Príncipe |obra= RTP |data= |acessodata= |arquivourl= https://web.archive.org/web/20111026040159/http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=263157&visual=26 |arquivodata= 2011-10-26 |urlmorta= yes }}</ref>
 
No entanto, esta ação foi rotulada de "decisão política" por alguns intelectuais são-tomenses. A escritora Inocência Mata, muito embora saudasse o Acordo, considerando-o "um instrumento bom para facilitar a aquisição da escrita, particularmente em países em que o índice de analfabetismo é bastante elevado", criticou a falta de debate sobre o assunto no país. "As pessoas da área, escritores, intelectuais, não foram tidas nem achadas", lamentou.<ref>{{citar web |url= http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=337536&visual=26&rss=0 |título=Acordo Ortográfico: São Tomé — "Desconheço que tenha havido qualquer debate", diz Inocência Mata |obra= RTP |data= |acessodata=}}</ref>
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* {{Citation | último = SANDRONI | primeiro = Cícero | titulo = Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa | edição = 5.ª | local = [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] | publicado = [[Academia Brasileira de Letras]] e Global Editora | ano = 2009 | isbn = 978-85-260-1363-6}}, 976 pp.
* {{Citation | último = SILVA | primeiro = Maurício | titulo = Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – o que muda, o que não muda | local = [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] | publicado = [[Editora Contexto]] | ano = 2008 | isbn = 978-85-7244-407-1}}, 96 pp.
* {{Citation | último = TUFANO | primeiro = Douglas | url = http://www.livrariamelhoramentos.com.br/Guia_Reforma_Ortografica_Melhoramentos.pdf | titulo = Guia Prático da Nova Ortografia | local = [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] | publicado = [[Editora Melhoramentos]] | ano = 2008 | isbn = 978-85-06-05464-2 | access-date = 2008-08-20 | title = Cópia arquivada | archiveurl = https://web.archive.org/web/20090307234400/http://www.livrariamelhoramentos.com.br//Guia_Reforma_Ortografica_Melhoramentos.pdf }}, 32 pp.
* {{Citation | último = VALADA | primeiro = Francisco Miguel | titulo = Demanda, Deriva, Desastre – Os três dês do Acordo Ortográfico | local = [[Alcochete]] | publicado = Textiverso| ano = 2009 | isbn = 978-989-8044-18-1}}, 120 pp.
* {{Citation | último = VIEIRA | primeiro = Jair Lot | titulo = Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa | local = [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] | publicado = Edipro | ano = 2008 | isbn= 978-85-7283-631-9}}, 128 pp.
Linha 608:
* {{Citation | url = http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=vop | titulo = Vocabulário Ortográfico do Português | publicado = Instituto de Linguística Teórica e Computacional}}.
* {{Citation | url = http://www.flip.pt/vocabulario | titulo = Vocabulário Ortográfico | publicado = Priberam | local = PT}}.
* {{Citation | url = http://www.infopedia.pt/diciope.jsp?dicio=16&op=DefExpoente&Expoente=0 | titulo = Vocabulário Ortográfico | publicado = Porto Editora | edição = 1.ª | ano = 2009 | título = Cópia arquivada | dataacceso = 2010-02-20 | urlarquivo = https://web.archive.org/web/20100911064959/http://www.infopedia.pt/diciope.jsp?dicio=16&op=DefExpoente&Expoente=0 | dataarquivo = 2010-09-11 | urlmorta = si }}.
 
=== Conversores ortográficos ===