Revolução Constitucionalista de 1932: diferenças entre revisões

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=== Revolta paulista ===
[[Imagem:Cartaz Revolucionário 1.jpg|thumb|esquerda|289x289px|upright|Cartaz do movimento contra a [[Era Vargas|ditadura getulista]].]]
 
Em 1932, a irritação dos paulistas com Getúlio Vargas não cedeu com a nomeação do paulista Pedro de Toledo como interventor do estado,<ref name="InfoEscola" /> pois tanto este, quanto [[Laudo Ferreira de Camargo]] (que havia renunciado por causa da interferência dos tenentes no governo) não conseguiam autonomia para governar. A primeira grande manifestação dos paulistas foi um grande [[comício]] na [[Praça da Sé (São Paulo)|Praça da Sé]], no dia do aniversário de São Paulo, em 25 de janeiro de 1932, com um público estimado em {{fmtn|200000 pessoas}}. Em maio de 1932, ocorreram vários comícios constitucionalistas. As interferências da ditadura no governo de São Paulo eram constantes, não se deixando os interventores formarem livremente seu secretariado, nem do Chefe de [[Polícia]] de São Paulo. Pedro de Toledo não governava de fato, as interferências de [[Miguel Costa]], [[Osvaldo Aranha]], [[João Alberto Lins de Barros]], [[Manuel Rabelo]] e [[Pedro Aurélio de Góis Monteiro]] eram constantes.<ref>{{citar livro|título=História da Revolução Constitucionalista de 1932: comemorando os 70 anos do evento|ultimo=Donato|primeiro=Hernâni|editora=Ibrasa|ano=2002|local=São Paulo|páginas=11-43|acessodata=}}</ref> O político [[Paulo Nogueira Filho]] descreve João Alberto Lins de Barros e Miguel Costa como pessoas que "''se arvoravam como [[donatário]]s de São Paulo''".<ref>VAMPRÉ, Leven, ''São Paulo Terra Conquistada'', São Paulo, Editora Paulista, 1932, 293p.</ref>
 
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{{quote2|''O que não compreendo é que uma [[nação]], como o Brasil, após mais de um [[século]] de vida constitucional e [[liberalismo]], ''retrogradasse'' para uma ditadura sem freios e sem limites como essa que nos degrada e enxovalha perante o [[mundo]] civilizado!''|Júlio Prestes}}
 
[[Imagem:Cartaz Revolucionário 1.jpg|thumb|esquerda|289x289px|upright|Cartaz do movimento contra a [[Era Vargas|ditadura getulista]].]]
O [[Partido Republicano Paulista]] e o [[Partido Democrático (1930)|Partido Democrático]] de São Paulo, que antes apoiaram a [[Revolução de 1930]], uniram-se, em fevereiro de 1932, na ''Frente Única'' para exigir o fim da [[ditadura]] do Governo Provisório e uma nova [[Constituição]]. Assim, [[São Paulo (estado)|São Paulo]] inteiro estava contra a ditadura. Os paulistas consideravam que o seu estado estava sendo tratado pelo Governo Federal, que se dizia um ''Governo Provisório'', como uma ''terra conquistada'', expressão de autoria de [[Leven Vanpré]], governada por tenentes de outros estados e sentiam, segundo afirmavam, que a Revolução de 1930 fora feita "contra" São Paulo, pois Júlio Prestes havia tido 90% dos votos dos paulistas em 1930.
 
O estopim da revolta foi a morte, em 23 de maio de 1932, de cinco jovens no centro da cidade de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], assassinados a tiros por partidários da ditadura, pertencentes à "''Legião Revolucionária''", criada por João Alberto Lins de Barros e orientada pelo Major Miguel Costa. Pedro de Toledo tentara formar um novo secretariado independente das pressões exercidas pelos tenentes, quando chegou a São Paulo [[Osvaldo Aranha]], representando a ditadura, querendo interferir na formação do novo secretariado. O povo quando ficou sabendo, saiu às ruas, houve grandes comícios e passeatas, e no meio do tumulto, a multidão tenta invadir a sede da "Legião Revolucionária". Ao subirem as escadarias do edifício, são recebidos a tiros.
{{Imagem múltipla
| align = right
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| caption5 =No [[Palácio dos Campos Elíseos]], [[Pedro Manuel de Toledo|Pedro de Toledo]] e [[Ibrahim de Almeida Nobre|Ibrahim Nobre]] discursam ao povo, na noite de 23 de maio de 1932.
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O estopim da revolta foi a morte, em 23 de maio de 1932, de cinco jovens no centro da cidade de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], assassinados a tiros por partidários da ditadura, pertencentes à "''Legião Revolucionária''", criada por João Alberto Lins de Barros e orientada pelo Major Miguel Costa. Pedro de Toledo tentara formar um novo secretariado independente das pressões exercidas pelos tenentes, quando chegou a São Paulo [[Osvaldo Aranha]], representando a ditadura, querendo interferir na formação do novo secretariado. O povo quando ficou sabendo, saiu às ruas, houve grandes comícios e passeatas, e no meio do tumulto, a multidão tenta invadir a sede da "Legião Revolucionária". Ao subirem as escadarias do edifício, são recebidos a tiros.
 
Pedro de Toledo, com o apoio do povo, conseguiu neste dia 23 de maio de 1932, montar um secretariado de sua livre nomeação (que ficou conhecido como o ''Secretariado de 23 de maio'') e romper definitivamente com o Governo Provisório. O dia 23 de maio é comemorado em São Paulo como o ''dia do soldado constitucionalista''. A morte dos jovens deu origem a um movimento de oposição que ficou conhecido como [[MMDC]], posteriormente denominado oficialmente de MMDCA: [[Mário Martins de Almeida|Martins]] (Martins); [[Euclides Bueno Miragaia]] (Miragaia); [[Dráusio Marcondes de Sousa]] (Dráusio); [[Antônio Américo Camargo de Andrade]] (Camargo); e [[Orlando de Oliveira Alvarenga]] (Alvarenga).