Política do café com leite: diferenças entre revisões

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'''''Política do café com leite''''' derivou-se da "Política dos Governadores" e visava a predominância do poder nacional por parte das oligarquias paulista e mineira, executada na [[República Velha]]<ref name="UOL Educação">{{Citar web |url=https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/politica-do-cafe-com-leite-acordo-marcou-a-republica-velha.htm |titulo=Política do café-com-leite: Acordo marcou a República Velha |data=14 de abril de 2008 |acessodata=7 de agosto de 2017 |publicado=UOL Educação |ultimo=Amorim de Angelo |primeiro=Vitor}}</ref> a partir da Presidência de [[Campos Sales]] (1898-1902)<ref name="InfoEscola">{{Citar web |url=http://www.infoescola.com/historia/politica-do-cafe-com-leite/ |titulo=Política do café com leite |acessodata=7 de agosto de 2017 |publicado=InfoEscola |ultimo=Velasco |primeiro=Valquiria}}</ref>, por presidentes civis fortemente influenciados pelo setor agrário dos estados de [[São Paulo (estado)|São Paulo]] - com grande produção de [[café]] - e [[Minas Gerais]] - maior polo eleitoral do país da época e produtor de [[leite]]. Essa política perdurou até a [[Revolução de 1930]].
 
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== A política do café com leite ==
[[Imagem:Campos Sales.jpg|thumb|[[Campos Sales]], o primeiro presidente na Política do café com leite.]]
O poder financeiro das aristocracias rurais de Minas Gerais e São Paulo, crescente durante o século anterior, havia permitido que seus políticos adquirissem projeção nacional. Desta forma, a política do café com leite consolidou o poder das famílias mais abastadas, formando as oligarquias. Os paulistas e os mineiros ocupavam os cargos de presidente da República, [[vice-presidente]] e os [[Ministério]]s da Justiça, das Finanças e da Agricultura, entre outros. Nos Estados, poucas famílias ocupavam os cargos de Governador do Estado; as secretarias das Finanças, Educação e Saúde; a [[prefeitura (Brasil)|prefeitura]] da capital; a chefia de Polícia Estadual; a diretoria da Imprensa Oficial; a presidência dos Bancos Estaduais; e a presidência da AssembléiaAssembleia Legislativa.
 
Em Minas Gerais, por exemplo, as principais famílias a controlar o poder durante a política do café com leite eram representadas por: [[Cesário Alvim]]; [[Crispim Jacques Bias Fortes]]; [[Júlio Bueno Brandão]]; [[Afonso Pena]], que se tornou presidente; [[Francisco Sales]], que chegou a fundar um Banco; [[Artur Bernardes]], que também se tornou Presidente; entre outros. Para integrar a oligarquia mineira, contavam os "laços de família", educação e poder financeiro. Tal oligarquia estava também aberta aos indivíduos talentosos que formavam-se principalmente em [[Direito]] nas Universidades do [[Universidade Federal do Rio de Janeiro|Rio de Janeiro]] e [[Universidade de São Paulo|São Paulo]]. De volta ao estado, tornavam-se promotores públicos, juízes, casavam-se com moças da elite, e podiam tornar-se políticos elegendo-se vereadores, prefeitos e deputados. Ainda, a oligarquia mineira controlava o poder através do [[Partido Republicano Mineiro]] (PRM). A lista dos candidatos era organizada pela Comissão Executiva do PRM, que mandava os nomes para serem homologados pelo governador do estado. Para integrar essa lista, o candidato tinha de ser da confiança dos chefes políticos da região, os coronéis, ou indicados pelo governo devido ao talento e cultura. Não havia lugar no Partido Republicano Mineiro para os dissidentes, que eram expulsos.
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O conhecido acordo da dívida externa de 1898 – [[funding loan]] – foi pago às custas de aumento de impostos, paralisação de obras públicas e abandono da ideia de incentivo à indústria nacional. Essa política recessiva e impopular adotada por [[Campos Sales]] foi concretizada com o apoio dos governadores estaduais através de um compromisso pelo qual esses governadores receberiam recursos, cargos públicos e ainda a garantia de que o governo federal não apoiaria os grupos oposicionistas estaduais. Ou seja, tudo foi feito utilizando-se a estrutura da Política dos Governadores.
 
Vale ressaltar, no entanto, que, para conseguir apoio ao "funding loan", o presidente Campos Sales, paulista, buscou, em especial, a ajuda de Minas Gerais, que possuía 37 deputados federais e era a maior bancada da AssembléiaAssembleia, devido a sua população. Em [[1899]], [[Silviano Brandão]], governador de Minas Gerais, aceitou o pacto com São Paulo para alternar-se com este estado no poder, usufruindo ambos de sua vantagem econômica sobre o restante dos estados. Em um país em que a maioria da população era pobre e analfabeta, e onde faltava [[infra-estrutura]] básica, até ligando os [[estados]], a [[república federativa]] estava fadada a implodir, como previra [[Dom Pedro II]], após o fim da [[democracia]] imposto por Deodoro da Fonseca com o fechamento do Congresso em 1891. Esse acordo entre os fazendeiros exportadores [[paulistas]] e [[Mineiros (Goiás)|Mineiros]], sedentos de um poder político que estivesse à altura do poder financeiro que acumularam no final do século XIX, transformou o federalismo no Brasil ao estabelecer privilégios oficiais aos dois estados durante a República Velha.
 
A política do café com leite, como ficou conhecida essa aliança, permitiu à [[burguesia]] cafeeira paulista de controlar, no âmbito nacional, a política monetária e cambial, e a negociação no exterior de empréstimos para a compra das sacas de café excedentes, enfim, uma política de intervenção ainda mais ativa que garantia aos cafeicultores lucros seguros. Para Minas Gerais, o apoio a São Paulo garantia a nomeação dos membros da elite mineira para cargos na área federal e verbas para obras públicas, como a construção de ferrovias.