Malanje (província): diferenças entre revisões

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Em 1850 explode a primeira guerra do Cassange, entre reino de Portugal e o reino de Cassange, onde os portugueses conseguem empreender a queda do rei Bumba (1850), sem contudo derrotar as forças nativas, havendo necessidade de uma segunda campanha (1851). Menos de um ano depois, em 1852, explode a segunda guerra do Cassange, onde as forças nativas impõem severas derrotas aos contingentes coloniais, permitindo o regresso do rei Bumba. Para preservar seu trono, Bumba oferece [[vassalo|vassalagem]].<ref name="Pélissier"/>
 
O chefe tribal da Passagem-Feira de Ma-lanji, ao ver os resultados da guerra de Baixa de Cassange ao sul e leste, se antecipa a alguma intervenção portuguesa e oferece estatuto de "moradores" aos comerciantes lusitanos, em 1852. As autoridades coloniais a transformam na vila de Malanje e erguem a paróquia de Nossa Senhora de Assunção.<ref name="Pélissier"/>
 
Após quase uma década de relativa tranquilidade, ocorre a terceira guerra do Cassange (1861-1862), após a recusa do rei Bumba em continuar a prestar vassalagem aos portugueses, declarando a independência do reino de Cassange. A resposta lusitana foi esmagadora, derrotando o reino sublevado.<ref name="Pélissier"/>
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É em Malanje que estoura a guerra colonial numa revolta laboral que ocorre em 4 de janeiro de 1961, a Revolta da Baixa do Cassange ou "Guerra de Maria", onde se dá um levantamento popular dos milhares de trabalhadores dos campos de algodão da companhia Luso-Belga Cotonang. As duras condições de trabalho e de vida,<ref>{{citar web|url=http://petrinus.com.sapo.pt/cassange.htm|título=Angola 1961|autor=António Lopes Pires Nunes|data=|publicado=|acessodata=23 de Outubro de 2011}}</ref> a constante repressão aliada à influência da independência do Congo em junho de 1960 (na região do Cassange viviam os [[bacongo]]s que tinham origens comuns com povos do Congo), foram os principais factores que deram origem à sublevação destes angolanos.<ref>{{citar web|url=http://cc3413.wordpress.com/2010/01/09/a-revolta-da-baixa-do-cassange/|título=A Revolta da Baixa do Cassange|autor=Mário Mendes - Wordpress|data=9 de Janeiro de 2010|publicado=|acessodata=16 de Outubro de 2011}}</ref> Os trabalhadores decidiram fazer greve e armaram-se de catanas e canhangulos (espingardas artesanais). Os revoltosos destroem plantações, pontes e casas. A resposta das forças portuguesas é dura e violenta, através de [[Caçador (militar)#Portugal|companhias de caçadores especiais]] e [[Napalm|bombas incendiárias]] lançadas de aviões da [[Força Aérea Portuguesa]] (FAP), tendo provocado um número bastante elevado de mortos: entre 200 a 300, ou mesmo alguns milhares.<ref>{{citar web|url=http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=22178|título=Angola ainda chora massacre dos camponeses de Cassanje|autor=Jornal de Angola|data=3 de Janeiro de 2009|publicado=|acessodata=16 de Outubro de 2011}}</ref> Todos estes acontecimentos são ocultados do público em geral.<ref name="Portugal by James Fearon and David Laitin (Stanford University)">{{citar web|url=http://www.stanford.edu/group/ethnic/Random%20Narratives/PortugalRN1.3.pdf|título=Portugal by James Fearon and David Laitin (Stanford University)|acessodata=2009-02-07}}</ref> Este dia é lembrado em Angola como o Dia dos Mártires da Baixa de Cassange,<ref>{{citar web|url=http://jornaldeangola.sapo.ao/20/0/revolta_dos_camponeses_de_cassange_despertou_a_consciencia_para_liberdade|título=Revolta dos Camponeses de Cassange despertou a consciência para liberdade|autor=Jornal de Angola|data=6 de Janeiro de 2011|publicado=|acessodata=16 de Outubro de 2011}}</ref> e terá sido o acontecimento que "despertou consciência patriótica dos angolanos e de unidade dos angolanos em prol da sua liberdade".<ref>{{citar web|url=http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/politica/Baixa-Cassange-despertou-consciencia-patriotica-dos-angolanos-diz-historiador,fe2e8d33-cf57-4391-b8ad-88c8925e6470.html|título=Baixa de Cassange despertou consciência patriótica dos angolanos|autor=Angop - Agência AngolaPress|data=4 de Janeiro de 2009|publicado=|acessodata=16 de Outubro de 2011}}</ref>
 
Em 1968, o [[MPLA]] abre a "Frente Leste" fazendo de Malanje sua IV Região Militar, criando a "Rota Agostinho Neto", onde tiveram lugar os maiores combates entre o movimento e as forças portuguesas. Em 1973 Portugal retoma a região, que cai sob domínio da [[UNITA]] já em 1975, com pouquíssimas ações do [[FNLA]] ao norte. Em 1977 o MPLA começa a executar uma enorme ação militar na província, sendo que a mesma volta ao domínio do movimento na década de 1980.
 
==Geografia==
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== Economia ==
Malanje é subdividida em três zonas geo-económicas, são elas: O planalto de Malanje, a Baixa de CassanjiCassanje e a Zona do Luando.
 
=== Agropecuária e extrativismo ===