Música da Bahia: diferenças entre revisões

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Resumindo a importância do movimento na música, [[Celso Favaretto]] assinalou: "Pode-se dizer que o Tropicalismo realizou no Brasil a autonomia da canção, estabelecendo-a como um objeto enfim reconhecível como verdadeiramente artístico (...) Reinterpretar [[Lupicínio Rodrigues]], [[Ary Barroso]], [[Orlando Silva]], [[Lucho Gatica]], [[Beatles]], Roberto Carlos, [[Paul Anka]]; utilizar-se de colagens, livres associações, procedimentos pop eletrônicos, cinematográficos e de encenação; misturá-los fazendo perder a identidade, tudo fazia parte de uma experiência radical da geração dos 60".<ref>{{citar web |URL=http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-01881998000100003&script=sci_arttext&tlng=es |título=Tropicalismo: As Relíquias do Brasil em Debate |autor1=Marcos Napolitano |autor2=Mariana Martins Villaça |ano=1998 |publicado=Rev. bras. Hist. vol. 18 n. 35 São Paulo |acessodata=23/3/2019 |arquivodata=2019-03-23 |arquivourl=https://archive.today/20190323185040/http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-01881998000100003&script=sci_arttext&tlng=es |urlmorta=no }}</ref>
 
==Contracultura: Novos Baianos ==
{{AP|Novos Baianos}}
[[Ficheiro:Pepeu Gomes.tif|miniaturadaimagem|esquerda|Novos Baianos em dezembro de 1972.]]
O grupo ''Novos Baianos'' foi iniciado por [[Luiz Galvão]], [[Moraes Moreira]], [[Paulinho Boca de Cantor]] e [[Baby Consuelo]] (hoje ''Baby do Brasil''), surgindo na sequência do Tropicalismo e sob as influências do momento cultural do [[Movimento hippie]], implementando uma nova estética musical marcada pela guitarra de [[Pepeu Gomes]] onde o rock se mesclava com estilos da música popular como o samba, havendo formado no Rio de Janeiro uma comunidade que se instalou num sítio que batizaram de ''Cantinho do Vovô''; ali viviam com suas famílias e "agregados" onde, já em 1973, foram filmados em [[documentário]] por [[Solano Ribeiro]] para a televisão da Alemanha.<ref name=herom>{{citar web|URL=https://portalseer.ufba.br/index.php/contemporaneaposcom/article/view/5342 |título=“Tinindo trincando”: contracultura e rock no samba dos novos baianos |autor=Herom Vargas |ano=2011 |publicado=Contemporânea / UFBA |acessodata=4/2/2020 |arquivourl=http://archive.ph/Os8lQ |arquivodata=4/2/2020 |citacao=PDF arquivado em URL }}</ref>
 
Apesar de viver o país o [[ditadura militar de 1964|regime de exceção ditatorial]], o grupo foi influenciado pelo movimento de contracultura que eclodira na [[Califórnia]] em 1967, onde se mesclavam com uma "leitura local", o "misticismo, uso de drogas, ligação com a natureza, coletivismo e criatividade"; apesar de o regime no período ter ampliado a repressão ao meio artístico, as canções experimentais acabavam incompreendidas pelos censores - muito embora os Novos Baianos não demonstrassem qualquer cunho ideológico em sua produção.<ref name=herom/>
 
A despeito da falta de orientação política, o grupo foi preso ainda na Bahia por vadiagem, fato sobre o qual um delegado declarou: "A grossura vai continuar, pois vagabundo, que não tem profissão definida, sem dinheiro, sem fazer nada sem tomar banho e outras safadezas serão recolhidos ao xadrez, até que seja feita a necessária triagem, portanto a polícia não é obrigada a conhecer quem é artista, cantor ou ator de teatro"; o grupo então se instalou como uma comunidade na [[praia de Arembepe]], vivendo de favores e sem qualquer fonte de renda; em 1971 mudam-se para o Rio, no sítio em [[Jacarepaguá]] onde o grupo cresce a tal ponto que os homens chegam a montar um time de futebol; a experiência comunitária durou de 1969 a 1979, quando então seus integrantes se dispersaram.<ref>{{citar web|URL=https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/13340 |título=O Mistério do Planeta: um estudo sobre a história dos Novos Baianos (1969-1979) |autor=Humberto Santos Pereira |ano=2009 |publicado=UFBA |acessodata=4/2/2020 |arquivourl=http://archive.ph/sTn6S |arquivodata=4/2/2020 |citacao=PDF arquivado em URL }}</ref>
 
==Trio, carnaval e micareta ==