Güyük Khan: diferenças entre revisões
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|cônjuge = Ogul Caimis
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'''Güyük''',
== Vida ==
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=== Primeiros anos ===
Güyük nasceu em 1206 e era filho de [[Oguedai
Em 1235, Oguedai enviou-o com seu irmão [[Cadã]] na [[Invasão mongol da Europa|expedição ocidental]] contra os [[quipechaques]] e seus aliados [[Rússia de Quieve|russos]], [[Bulgária do Volga|búlgaros]] e [[Reino da Alânia|alanos]]. Esteve presente no [[Cerco de Riazã]] em 1237 e no [[Cerco de Magas]] em 1239–40.{{sfn|Atwood|2004|p=211-212}} De acordo com a ''[[História Secreta dos Mongóis]]'', seus sucessos causaram o ressentimento de seu primo [[Batu Cã|Batu]], filho de [[Jochi Cã|Jochi]]. Em certo banquete, diz a fonte, Batu, por sua senioridade, esperava receber uma porção maior, mas foi servido após [[Buri Cã|Buri]], seu tio Güyük e um dos homens do último, chamado Hargasum Noiã, que ainda o ridicularizaram como um fraco efeminado.{{sfn|Christian|1998|p=412}}{{sfn|Weatherford|2004|p=162}} Batu apelou a Oguedai, que em audiência com Güyük repreendeu-o severamente e enviou-o com Hargasum para junto de Batu para o devido julgamento. Outras fontes confirmam o fato, mas afirmam que o príncipe não retornou à Mongólia durante o restante da vida de Oguedai. Seja como for, o [[grão cã]] reconvocou da expedição Oguedai e seu primo [[Mangu Cã|Mangu]], filho de Tolui, em algum momento entre dezembro de 1240 e janeiro de 1241.{{sfn|name=At|Atwood|2004|p=212}}
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Mesmo com a morte de seu pai em dezembro de 1241, aparentemente não retornou à corte, e sua mãe tomou a regência do império encabeçou a perseguição de oficiais do grão cã. Oguedai esboçou o desejo de que seu neto favorito Xiremum fosse o sucessor, mas o mesmo não tinha idade e experiência para ganhar apoio. Toreguene, por sua vez, queria Güyük no trono e ele tinha como único forte concorrente o seu irmão mais novo Cotém. Apesar disso, o [[curiltai]] só foi convocado em 1246, quiçá porque Toreguene queria corrigir a direção da política imperial à direção congênita, enquanto Güyük ocupou seu tempo buscando apoio entre os príncipes para não ser marionete dela. De todo modo, sua eleição ocorreu formalmente em 24 de agosto de 1246,<ref name=At /> perto da capital de [[Caracórum (cidade)|Caracórum]]. O evento foi relatado por vários embaixadores estrangeiros: os [[franciscanos]] e emissários do [[papa Inocêncio IV]], [[João de Plano Carpini]] e [[Benedito da Polônia]]; o grão-duque {{lknb|Jaroslau|II|de Vladimir}}; os incumbentes do trono da [[Reino da Geórgia|Geórgia]]; o irmão do [[Reino Armênio da Cilícia|rei da Armênia]] e historiador, [[Simbácio, o Condestável]]; o futuro [[sultão de Rum]] {{lknb|Quilije|Arslã IV}}; e embaixadores do [[califa abássida]] [[Almostacim]] e [[Alaudim Maçude]] do [[Sultanato de Déli]].{{sfn|Roux|2003|p=312}}
Quando João de Plano Carpini [[Cum non solum|protestou]] contra os ataques mongóis aos reinos cristãos da Europa, Güyük afirmou que eles haviam matado emissários mongóis na época de Gêngis e Oguedai. Também afirmou que "desde o nascer do sol até seu pôr-do-sol, todas as terras foram submetidas ao grão cã", proclamando uma ideologia explícita de conquista mundial.{{sfn|Jolly|1996|p=459}} O grão cã [[Carta de Güyük Khan ao papa Inocêncio IV|escreveu uma carta]] ao papa sobre as relações entre a Igreja e os mongóis. "Deves dizer com o coração sincero: 'Seremos os teus súditos; dar-te-emos a nossa força'. Deves vir pessoalmente com os teus reis, todos juntos, sem exceção, para nos prestar serviço e prestar homenagem. Só então reconheceremos sua submissão. E se você não seguir a ordem de Deus e ir contra nossas ordens, nós o reconheceremos como nosso inimigo."{{sfn|Roux|2003|p=315
=== Reinado ===
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[[imagem:Güyük interrogeant Djamâl al-Dîn Mahmûd Hudjandî.jpeg|thumb|Iluminura do ''[[Tarikh-i Jahangushay]]'' de [[Ata Malique Juveini]] na qual Güyük interroga Jamaladim Mamude Hujandi]]
Após sua eleição, vários oficiais que Toreguene tentou demitir como [[Chincai]], [[Mamude Ialavache]] e [[Maçude Begue]] foram readmitidos e ela partiu para oeste para seu palácio (ordo) no vale do [[rio Emil]].<ref name=At /> Além disso, contra a vontade dela, prendeu, torturou e executou a favorita dela, a dama Fátima, por enfeitiçar seu irmão Codém, e Abderramão, que foi decapitado por corrupção. Dos oficiais provinciais nomeados por ela, só o oficial [[oirates|oirate]]
Güyük nomeou [[Eljiguidei (general de Guiuque Cã)|Eljiguidei]] como comandante militar na [[Pérsia]] com o intenção de fazer nova campanha na [[Ásia Ocidental]] e confiou-lhe a gerência de assuntos em [[Sultanato de Rum|Rum]], [[Reino da Geórgia|Geórgia]], [[Alepo]], [[Moçul]] e Tacrur ([[Reino Armênio da Cilícia|Armênia Cilícia]]).{{sfn|Jackson|1998|p=366-367}} Alegando que isso melhoraria sua posição, saiu da capital Caracórum e se mudou para oeste, rumo ao apanágio de seu pai entre os rios Emil e Cobaque. Como seu pai, se esforçou para fazer um nome para si mesmo ao ganhar o favor das elites com presentes generosos que esvaziaram o tesouro e cogitou completar as campanhas dele contra o [[Império Songue]] da China, o [[Califado Abássida]] no [[Iraque Árabe]] e os fortes dos [[Ordem dos Assassinos|Assassinos]] na Pérsia. Quanto a religião, contudo, divergiu. Aceitou que orações cristãs fossem feitas abertamente no palácio (ordo) e se cercou de médicos cristãos. Como conselheiros, dependeu dos [[uigures|uigures]] cristão Chincai e [[budismo|budista]] Bala e o [[naimanos|naimano]] cristão Cadaque. Dos demais religiosos, ou seja, muçulmanos e chineses, não fez muito além de reinstalar Mamude Ialavache e seus associados em seus postos e tratar com cortesia os comandantes chineses como Changue Rou.<ref name=At />
<!--Sua eleição, porém, gerou ressentimento de [[Batu Cã]], um dos netos de [[Gêngis Cã]] {{nwrap|r.|1206|1227}} e o conquistador da [[Rússia de Quieve]], mas a morte prematura de Güyük evitou um conflito entre eles.-->▼
▲<!--Sua eleição, porém, gerou ressentimento de [[Batu Cã]], um dos netos de [[Gêngis Cã]] {{nwrap|r.|1206|1227}} e o conquistador da [[Rússia de Quieve]], mas a morte prematura de Güyük evitou um conflito entre eles.{{sfn|Editores|1998}}-->
== Avaliação ==
Segundo a ''História Secreta dos Mongóis'', Oguedai repreendeu Güyük como autoconfiante, arrogante e disciplinador, governando suas tropas com medo. Fontes de seu reinado, por sua vez, o designaram como sombrio e doentio. Diz-se que era beberrão e isso pode ter comprometido sua saúde. Os cronistas [[islamismo|muçulmanos]] consideraram-o pró-cristão e hostil ao islamismo.<ref name=At />
{{referências|col=3}}
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* {{Citar livro|sobrenome=Atwood|nome=Christopher P.|ano=2004|título=Encyclopedia of Mongolia and the Mongol Empire|local=Nova Iorque|editora=Facts On File, Inc.|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=
* {{Citar livro|sobrenome=Carpini|nome=João de Plano|autorlink=João de Plano Carpini|tradutor=Simões, André; Infante, Gustavo|ano=2015|título=História dos Mongóis aos quais chamamos Tártaros|url=https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/33643/3/ystoria%20mongalorum.pdf|local=Lisboa|editora=Universidade de Lisboa|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Christian|nome=David|ano=1998|título=Inner Eurasia from Prehistory to the Mongol Empire|local=Oxônia|editora=Blackwell|isbn=0-631-18321-3|ref=harv}}
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* {{Citar web|sobrenome=Editores|ano=1998|url=https://www.britannica.com/biography/Guyuk|título=Güyük|publicado=Britânica Online|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Jackson|nome=P.|título=Enciclopédia Irânica Vol. VIII, Fasc. 4|capítulo=Eljigidei|ano=1998|local=Nova Iorque|editora=Imprensa da Universidade de Colúmbia|capítulourl=https://iranicaonline.org/articles/eljigidei-|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Jolly|nome=Karen Louise|ano=1996|título=Tradition and Diversity: Christianity in a World Context to 1500|local=Londres|editora= M. E. Sharpe|isbn=1-56324-468-3|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Man|nome=John|ano=2007|título=Kublai Khan|local=Londres|editora=Imprensa Bantam|isbn=978-0-553-81718-8|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Nyíri|nome=Pál|ano=2007|título=Chinese in Eastern Europe and Russia|local=Londres e Nova Iorque|editora=Routledge|isbn=978-0-415-54106-0|ref=harv}}
* {{Citar periódico|sobrenome=Palazzo|nome=Carmen Lícia|título=Relatos Ocidentais sobre os Khanatos Mongóis: Pian di Carpine e Rubrick (século XIII)|ano= 2011|jornal=Revista Signum|volume=12|número=2|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Roux|nome=Jean-Paul|ano=2003|título=L'Asie Centrale|local=Paris|editora=Fayard|isbn=2-213-59894-0|ref=harv}}
* {{Citar periódico|sobrenome=Vicente|nome=Luiz Rafael Xavier|título=As Relações Político-Religiosas entre o Império Mongol e a Europa Ocidental em meados do século XIII: Missionários Franciscanos no Oriente|ano=2004|jornal=Revista Vernáculo|número=11/12/13|ref=harv}}
* {{citar livro|sobrenome=Weatherford|nome=Jack|título=Genghis Khan and the Making of the Modern World|editora=Imprensa Three Rivers|ano=2004|local= Nova Iorque|isbn=978-0-609-61062-6|ref=harv}}
* {{citar livro|sobrenome=Weatherford|nome=Jack|título=The Secret History of the Mongol Queens|editora=Broadway|ano=2011|local=Nova Iorque|isbn=978-0-307-40716-0|ref=harv}}
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