Apeadeiro de Óbidos: diferenças entre revisões

|imagem= [[File:Óbidos halt in 2019.jpg|center|280px|Apeadeiro de Óbidos, em 2019, visto do Castelo.]]

|concelho= {{bandMun|OBD}}

|linha= [[Linha do Oeste]] (PK 99,597)

== História ==

Nos primeiros anos dos caminhos de ferro em Portugal, na Década de 1850, as autarquias dos concelhos no Litoral Oeste começaram a exigir a construção de vias férreas pelas suas povoações, tendo defendido que a [[Linha do Norte|linha de Lisboa ao Porto]] servisse [[Torres Vedras]], [[Peniche]], Óbidos [[Caldas da Rainha]], [[Alcobaça (Portugal)|Alcobaça]] e [[Leiria]].<ref name=Rodrigues1993 /> Este esforço revelou-se infrutífero, uma vez que o governo decidiu que a linha deveria ir pelo interior do país, e só em 1869 é que foi novamente planeada a instalação de uma rede ferroviária na região Oeste, no sistema ligeiro [[Larmanjat de Lisboa a Sintra e Torres Vedras|Larmanjat]], de [[Lisboa]] a Alcobaça.<ref name=Rodrigues1993 /> No entanto, a linha do Larmanjat não chegou a passar de Torres Vedras, tendo funcionado apenas alguns anos, devido a problemas financeiros.<ref name=Rodrigues1993>RODRIGUES ''et al'', 1993:294-295</ref>

{{CP-proj.RioMaior-Oeste|Óbidos|float=rightleft}}

Posteriormente foram feitos novos planos para uma via férrea unindo as linhas do Norte e o Oeste, e em meados do Século XX o [[Distrito de Santarém]] estava a pedir a construção de uma linha do [[Estação de Setil|Setil]] a [[Peniche]], que deveria cruzar-se na Linha do Oeste nas Caldas da Rainha ou em Óbidos, segundo duas correntes de opinião diferentes.<ref>{{Citar jornal|autor=[[Jaime Jacinto Galo|GALO, Jaime Jacinto]]|titulo=A Rêde Ferroviária de Portugal|pagina=380-382|numero=1454|volume=60|jornal=Gazeta dos Caminhos de Ferro|data=16 de Julho de 1948|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1948/N1454/N1454_master/GazetaCFN1454.pdf|acessodata=24 de Janeiro de 2018}}</ref><div style="clear:left;" />

|footer= Seis dos oito painéis azulejares alusivos à vila de [[Óbidos]] que ornamentam a estação, de [[José Estêvão Cancela de Vitória|Victória P.]] / [[Fábrica de Cerâmica da Viúva Lamego|Viúva Lamego]], 1945.<ref name="Ts65-34" />}}<div style="clear:left;" />

Em 1961, a estação de Óbidos contava com 5 vias, sendo uma delas transversal, e fazia serviço de passageiros e bagagens.<ref>SILVA ''et al'', 1961:189</ref> Em termos de transporte de carga, podia receber mercadorias no regime de Pequena Velocidade, na tarifa de pequenos volumes, e expedia, em regime de vagão completo, as seguintes mercadorias: trigo, milho e outros cereais, barrotes e toros para exportação e toros para minas nacionais, gado cavalar, muar e asinino, e fios e tecidos.<ref name=Silva1961:205 /> No regime de Grande Velocidade, a principal mercadoria exportada foi frutas verdes.<ref name=Silva1961:205>SILVA ''et al'', 1961:205-206</ref> Ainda assim, a estação de Óbidos era das menos movimentadas em termos de mercadorias, tendo registado apenas cerca de 3000 t em 1958, valor muito inferior aos registados em [[Estação de Valado|Valado]], [[Estação de Martingança|Martingança]] e [[Estação de Pataias|Pataias]].<ref>SILVA ''et al'', 1961:203</ref>

Em 1996 a estação foi depromovida à categoria de apeadeiro, tendo sido levantadas a segunda via de circulação e todas as vias de resguardo.<ref name="Ts65-34">Pedro {{versalete|André}}: “[https://portugalferroviario.net/blog/2016/09/30/trainspotter-no-065-janeiro-de-2016/ Óbidos : Guardião do Oeste]” ''Trainspotter'' '''65''' (2016.01): p.34-39</ref> Em 1999 edifício da estação foi cedido à [[Câmara municipal (Portugal)|Câmara Municipal]] de [[Óbidos (Portugal)|Óbidos]] e aí funcionou inicialmente o respetivo Gabinete Técnico Florestal, ficando mais tarde ao abandono e alvo de degradação; em finais de 2015 o edifício voltou à gestão ferroviária.<ref name="gaz160624">Carlos {{versalete|Cipriano}}: “[https://gazetadascaldas.pt/sociedade/refer-camara-municipal-deixam-estacao-obidos-esquecida-vandalizada/ Refer e Câmara Municipal deixam estação de Óbidos esquecida e vandalizada]” ''Gazeta das Caldas'' (24 de Junho, 2016)</ref> A estação e o seu entorno imediato permaneceram inalterados durante o grande despertar do turismo em Óbidos que se iniciou nos finais da [[década de 1990]].<ref>''[http://www.apdr.pt/congresso/2008/pdf/N_tudo_2.pdf O Turismo no Desenvolvimento Regional e Local PARTE II]'' 14º Congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional: 4 a 6 de Julho de 2008</ref> Em 2015 foram avançadas propostas de aproveitamento turístico do imóvel por parte de operadores privados, incluindo um ex-Presidente da Câmara Municipal de Óbidos, chegando a tutela a considerar a sua alienação.<ref name="gaz160624" /><ref name="gaz160722">Carlos {{versalete|Cipriano}}: “[https://gazetadascaldas.pt/sociedade/estacao-obidos-limpa-continua-sem-agua/ Estação de Óbidos foi limpa mas continua sem água]” ''Gazeta das Caldas'' (22 de Julho, 2016)</ref><ref name="gaz150207">Carlos {{versalete|Cipriano}}: “[https://gazetadascaldas.pt/economia/quer-comprar-a-estacao-de-obidos/ Quer comprar a estação de Óbidos?]” ''Gazeta das Caldas'' (7 de Fevereiro, 2015)</ref><div style="clear:left;" />

== Ligações externas ==