Luís Gama: diferenças entre revisões

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==Liberdade e vida adulta ==
Em [[1847]], Luís Gama teve contato com um estudante de [[Direito]], Antônio Rodrigues do Prado Júnior, que se hospedou na casa de seu senhor e o ensinou o [[alfabeto]]. No ano seguinte Gama já era alfabetizado e havia ensinado os filhos do alferes a ler, o que ele usou como argumento em favor de sua alforria, o que não foi bem sucedido.{{Sfn|Benedito|2011|p=19}} Com isso, Luís Gama consegue provar sua liberdade e se alistou ao [[exército]] em [[1848]]. Permanecem obscuros, contudo, os artifícios utilizados por Luis Gama para obter sua liberdade,{{nota de rodapé|O autor Mouzar Benedito diz que isto é devido ao fato de [[Rui Barbosa]] ter decretado a destruição de toda a documentação referente à escravidão.{{Sfn|Benedito|2011|p=20}}}} sendo aventada a possibilidade de que, para tal, tenha se utilizado do depoimento do pai — cuja identidade ele próprio zelava por manter obscura.{{Sfn|Ferreira|}} Também há a teoria de que Gama teria fugido da propriedade e argumentou ser livre por saber ler e escrever, que eram habilidades que a maioria dos escravos não possuíam.{{Sfn|Santos|2014}} Ele foi parte da Guarda Municipal de 1848{{Sfn|Kinsbruner|Langer|2008}} até 19541854, quando foi preso por 39 dias por "insubordinação" após "ameaçar um oficial insolente" que o havia insultado. Antes disso, em 1850, havia se casado com Claudina Fortunata Sampaio.{{Sfn|Benedito|2011|p=21}}
[[Ficheiro:Faculdade de Direito do Largo de São Francisco - São Paulo - Brasil 1860.png|esquerda|miniaturadaimagem|301x301px|Fotografia da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em [[1860]].]]
Mesmo servindo no exército, era escolhido para trabalhar como [[Amanuense|copista]] para autoridades oficiais nas horas vagas, já que possuía boa [[caligrafia]]. Em [[1856]], foi contratado como escrivão da Secretaria de Polícia de São Paulo, no gabinete de Francisco Maria de Souza Furtado de Mendonça, um conselheiro e professor de Direito. Com o conhecimento de Francisco Mendonça e dispondo de sua biblioteca, Luís Gama estudou mais a matéria do Direito até que tomou a decisão de graduar-se, pela [[Faculdade de Direito do Largo de São Francisco]].{{Nota de rodapé|A obra de Mouzar Benedito diz que sua tentativa de estudar na faculdade ocorreu em 1850, ano quando se casou.{{Sfn|Benedito|2011|p=23}}}} No entanto, os alunos da Faculdade se manifestaram contrários à sua presença, impossibilitando a matrícula de Luís Gama, que passou a estudar por conta própria, como participando das aulas como ouvinte{{Sfn|Benedito|2011|p=23}} e se tornou um [[rábula]], nome dado ao indivíduo que possuía conhecimento [[jurídico]] o suficiente para advogar, mesmo sem possuir o diploma de advogado.{{Sfn|Cruz|2014|pp=188-189}} Após atuar em [[Processo judicial|processos]] de escravos, Gama foi demitido do cargo na Secretária de Polícia, em [[1868]], por pressão dos [[Década Conservadora|conservadores]] que estavam insatisfeitos com as alforrias conquistadas pelo rábula. Gama definiu sua demissão "a bem do serviço público" como uma consequência do trabalho que vinha a fazer de libertar escravos que se achavam em situação ilegal, além de denunciar os desmandos do sistema, ou, em suas palavras: