Deposição de Miguel Arraes: diferenças entre revisões

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m →‎Prisão do governador: : de ele (sujeito) e não dele (objeto).
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A residência oficial de Arraes foi vigiada desde o dia 29 de março.{{Sfn|Faria|2013|p=366}} Durante o golpe os acessos à capital foram controlados pelo Exército, que às 05:00 de 1º de abril tinha presença ostensiva pela cidade. Ao mesmo tempo, uma [[Companhia (unidade militar)|companhia]]{{Nre|Ou [[batalhão]]. {{Harvnb|Motta|2003|p=280|loc=Tomo 6}}.}} da Polícia Militar, sob o capitão Domingos Siqueira Campos, defendia o palácio governamental “com numerosas patrulhas e ninhos de metralhadora”, “''fortemente armada, protegida por obstáculos''“.{{Sfn|''Diario de Pernambuco'', 2 de abril de|1964|p=5}}{{Sfn|Motta|2003|p=72-73|loc=Tomo 6}} O Quarto Exército designou partes do 14º RI, do coronel João Dutra de Castilho, 1º/7º RO, do tenente-coronel Ivan Ruy Andrade de Oliveira, 7ª Companhia de [[Polícia do Exército (Brasil)|Polícia do Exército]] e Esquadrão de Reconhecimento Mecanizado para cercar o palácio.{{Sfn|''Diario de Pernambuco'', 2 de abril de|1964|p=5}}{{Sfn|Motta|2003|p=278|loc=Tomo 6}} O 3º Distrito Naval deveria contribuir forças, mas elas não compareceram.{{Sfn|Motta|2003|p=73|loc=Tomo 6}} Porém, apesar da boa relação até então existente entre Arraes e o almirante Dias Fernandes, os [[Corpo de Fuzileiros Navais|fuzileiros navais]] não acudiram ao governador. Sediados no bairro do [[Recife (bairro)|Recife]], tinham armamento superior ([[FN FAL|FAL]]) aos mosquetões do Exército.{{Sfn|Motta|2003|p=180|loc=Tomo 6}}
 
Às 09:00 ou 11:00 da manhã a [[Praça da República (Recife)|Praça da República]] em frente ao palácio já estava ocupada pelo Exército. Havia o receio de um combate sangrento com a PM{{Sfn|''Diario de Pernambuco'', 2 de abril de|1964|p=5}} — “''um único tiro, mesmo casual, poderia significar o início das hostilidades''”.{{Sfn|Motta|2003|p=72|loc=Tomo 6}}{{Nre|O tenente Ferreira relata “''por ouvir dizer''” de um ou dois disparos de teste ao rio Capibaribe de uma metralhadora montada em frente ao Corpo da Guarda, contribuindo a intimidar os policiais. {{Harvnb|Motta|2003|p=183|loc=Tomo 6}}.}} Porém, a guarda da PM acabou mandada embora pacificamente, e a possibilidade de confronto desapareceu quando oficiais do Exército assumiram o comando da PM e a Secretaria de Segurança. [[Hélio Silva (jornalista)|Hélio Silva]] registra simplesmente que o coronel Castilho dispensou a guarda.{{Sfn|Silva|2014|p=369}} João José Cavalcanti de Albuquerque, então major no 1º/7º RO, relata ter, por ordem odo impaciente Castilho, levado um grupamento e ordenado a substituição da guarda ao major da PM Someu Sobreira.{{Sfn|Motta|2003|p=73|loc=Tomo 6}} Já o tenente Leão Alves Machado, também do 1º/7º RO, também descreve impaciência e relata um avanço de sua unidade após as 13:30, com a ordem da substituição da guarda sendo feita pelo tenente-coronel Ivan Ruy.{{Sfn|Motta|2003|p=281|loc=Tomo 6}}
 
À tarde, uma manifestação estudantil em defesa de Arraes passou perto do palácio, chegando a avançar na direção das forças responsáveis pelo cerco e arremessar pedras. Antes das 16:00 dois manifestantes, Jonas José de Albuquerque Barros e Ivan da Rocha Aguiar, foram mortos a tiros de fuzil sob a iniciativa do major Hugo Caetano Coelho de Almeida, do Estado-Maior do 1º/7º RO, que atirou ele mesmo contra a multidão.{{Sfn|Motta|2003|p=74 e 282|loc=Tomo 6}}{{Sfn|''Diario de Pernambuco'', 2 de abril de|1964|p=7}}