Araruta

Espécie de planta

A araruta (Maranta arundinacea), espécie do gênero Maranta, é uma erva cujo rizoma (caule subterrâneo) tem fécula branca que é alimentícia. Também é conhecida como agutiguepe, araruta-caixulta, araruta-comum, araruta-especial, araruta-gigante, araruta-palmeira, araruta-raiz-redonda, araruta-ramosa, embiri[1] e agutingue-pé. Ela é uma planta grande, perene, encontrando originalmente em florestas tropicais das Americas, mas cultivada em regiões tropicais pelo mundo todo.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAraruta
Maranta arundinacea
Maranta arundinacea
Estado de conservação
Espécie em perigo crítico
Em perigo crítico
Classificação científica
Reino: Plantae
Sub-reino: Tracheobionta
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Subclasse: Zingiberidae
Ordem: Zingiberales
Família: Marantaceae
Género: Maranta
Espécie: M. arundinacea

Etimologia editar

"Araruta" é oriundo do termo aruaque aru-aru, "farinha de farinha".[1] "Embiri" provém do tupi embira'i, "embira pequena".[2]

Descrição editar

A araruta é uma planta nativa das regiões tropicais de vários países do Caribe, America Central, e América do Sul. É uma planta perene que cresce entre 0,3 m e 1,5m. A parte comestível é o rizoma. Flores brancas florescem ao redor de 90 dias após plantadas. A planta raras vezes produz sementes e reprodução tipicamente é feita ao plantar parte de um rizoma que já está brotando. Os rizomas estão prontos para a colheita 10-12 meses após plantio quando as folhas da planta começam a morrer. Os rizomas são de formato cilindrico e crescem de 20cm a 45cm de comprimento.

Provavelmente é originaria da floresta amazonica do noroeste do Brasil e outros países circundantes. Cresce melhor com temperaturas de 23°C a 29°C com precipitação anual de 150cm a 200cm. Os rizomas podem aguentar temperaturas frias de até 5°C.

Arqueologia editar

Estudos arqueológicos mostram evidências do cultivo de araruta nas Américas há, pelo menos, 7 000 anos.

Usos medicinais editar

Segundo o site de horto didático da UFSC serve "Contra as febres intermitentes, contra a dispepsia" assim como também seu "suco acre serve contra a mordedura de cobra e picada de insetos e quando colocado sobre a língua aumenta a salivação"[3]

Não tem glúten editar

Na culinária o uso desta planta se destaca, recomendada para pessoas com restrições alimentares ao glúten (doença celíaca). Considerada como um alimento de fácil digestão, a fécula da araruta é usada no preparo de mingaus, bolos e biscoitos. Por esta característica, é indicada para idosos, crianças pequenas e pessoas com debilidade física ou doentes em recuperação. Também pode se produzir papel com a araruta.

Araruta na cultura e culinária editar

É relevante destacar a necessidade de buscar novas fontes alimentares de qualidade e altos teores nutritivos reforçando os laços culturais outrora fragilizados pela ação do tempo, da globalização e do próprio ser humano. [4]

Na industria editar

Encontra-se em processo de extinção devido ao fato de a indústria alimentícia ter substituído o polvilho de araruta pelo de mandioca ou pela farinha de trigo ou milho, prejudicando, assim, o cultivo daquela planta. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Agrobiologia tem feito um trabalho de resgate da araruta em sua Fazendinha Agroecológica Km 47, onde as variedades são cultivadas organicamente.

Atualmente o maior produtor de Araruta no mundo e o maior produtor de sua farinha é a ilha de São Vicente e Granadinas. Em Kerala na Ìndia, a planta, no local conhecida como bilathi koova é cultivada para produzir amido facilmente digestível.

Referências

  1. a b FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.156
  2. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.631
  3. https://hortodidatico.ufsc.br/araruta/
  4. Silveira, Jorge (Outubro de 2015). «AVALIAÇÃO DE PROPÁGULOS DE ARARUTA 'COMUM' (MARANTA ARUNDINACEA L.) PARA PRODUÇÃO DE MUDAS». Caderno de Agroecologia. Consultado em 22 de abril de 2017 

[1]

Ligações externas editar

Catálogo Rural

[1]

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  1. Silveira, Jorge Raimundo Silva; Tavares, Celia Maria Freitas Santos; de Lima, Valmir Preira; da Silva Ledo, Carlos Alberto; Costa, Jonas Almeida (2016). «Avaliação de propágulos de araruta 'comum'(Maranta arundinacea L.) para produção de mudas». Cadernos de Agroecologia. 10 (3). Consultado em 22 de abril de 2017 [ligação inativa]