Mleccha (do Sânscrito védico म्लेच्छ mleccha, com o significado de "não-Ariano, bárbaro") é um termo pejorativo que se aplicava aos povos que não agiam de acordo com as crenças e praticas usuais do hinduísmo.

O termo não consta nos Vedas. Aparece, contudo, pela primeira vez no texto védico Shatapatha Brahmana.

O legislador Baudhâyana definia Mleccha como alguém que "comesse carne, incorresse em asserções contraditórias ou que fosse desprovido de pureza e rectidão de conduta."

Devido à sua estrutura, o termo não é de origem Indo-iraniana, pelo que se crê que tenha sido tomado do etnónimo de um povo não-ariano, talvez Proto-dravídico. Tem ainda sido especulado que a palavra esteja relacionada com os Meluhha, povo da Idade do Bronze que teria tido relações económicas com a Suméria, e que tem sido identificado com a Civilização do Vale do Indo.

Contudo, nem todos os Mleccha eram considerados da mesma forma. Alguns conseguiram, aliás, ascender ao estatuto de hindus, caso se conformassem às crenças e práticas dos hinduismo. Os próprios Manusmriti reconhecem que as designações de casta eram, por vezes, arbitrárias. A tribos estrangeiras era, por vezes, atribuído um estatuto que estaria algures compreendido entre as castas dos xátrias e dos sudras, dependendo da relação de dominação ou sujeição que estabeleciam em relação aos Brâmanes. Alguns tornavam-se, aliás, Brâmanes.

No poema épico Mahabharata, alguns guerreiros Mleccha eram descritos como tendo "cabeças totalmente semi-rapadas ou cobertas com cabelos despenteados, [demonstrando] hábitos impuros e caras disformes." Eram descritos como "habitantes dos montes" das "cavernas das montanhas"."

Ver também editar

Referências bibliográficas editar

  Este artigo é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o. Editor: considere marcar com um esboço mais específico.