Flávio Timásio (em latim: Flavius Timasius; m. 396) foi um general do Império Romano e parente da imperatriz Élia Flacila, esposa do imperador Teodósio I (r. 379–395). Timásio teve uma esposa chamada Pentádia e um filho chamado Siágrio.[1][2]

Timásio
Nacionalidade
Império Romano
Ocupação General
Religião Catolicismo
Soldo de Valente (r. 364–378)
Soldo de Teodósio I (r. 378–395)

Biografia editar

Timásio iniciou sua carreira como um oficial a serviço do imperador Valente (r. 364–378). Ele sobreviveu à desastrosa Batalha de Adrianópolis de 9 de agosto de 378 na qual Valente morreu.[3] Teodósio I nomeou-o como mestre da cavalaria em 386 e mestre da infantaria em 388.[4] Entre 386–395 foi mestre dos soldados na presença.[5] e em 389 tornou-se cônsul com Promoto.[2] Em 391, seguiu Teodósio numa campanha contra os bárbaros na Macedônia. No mesmo ano, Teodósio estava perto de aniquilar algumas unidades bárbaras que estavam escondidas em território romano quando Timásio contou-lhe que as tropas precisavam de comida e descanso; os soldados romanos, enquanto descansavam, foram pegos de surpresa e até mesmo Teodósio foi quase feito prisioneiro.[6]

Quando Teodósio retornou para Constantinopla, houve um atrito entre Timásio e seu colega Promoto com o poderoso Rufino; Teodósio ficou do lado de Rufino e providenciou a morte de Promoto.[7] Timásio lutou na Batalha do rio Frígido em 394 contra o usurpador Eugênio como mestre dos soldados das tropas romanas, mas com a colaboração de Estilicão.[8] Após a vitória, retornou para o Oriente. Em 395, Teodósio morreu e seu filho Arcádio (r. 395–408) sucedeu-o no trono oriental. No ano seguinte, Timásio foi vítima de um expurgo dos generais de Teodósio orquestrado pelo poderoso eunuco Eutrópio para se livrar de potenciais oponentes.[9]

Eutrópio forçou Bargo, um vendedor de salsichas siríaco trazido por Timásio de Sardes e que posteriormente foi feito tribuno do Oriente, a acusá-lo de alta traição.[10] Como resultado, Timásio foi levado a julgamento e o juiz Saturnino exilou-o em 396/397 para o Oásis de Carga no deserto da Líbia.[11][12][4] Um relatório conflitante relata que Timásio ou era incapaz de fugir do oásis ou, em sua tentativa de fuga, havia sido morto entre as fronteiras da Líbia e Egito.[13]

Ver também editar

Cônsul do Império Romano
 
Precedido por:
Magno Máximo II (Ocidente)
Teodósio II (Oriente)

com Sem colega (Ocidente)
Materno Cinégio (Oriente)

Timásio
389

com Promoto

Sucedido por:
Valentiniano IV

com Neotério


Referências

  1. Martindale 1980, p. 858.
  2. a b Matthews 1975, p. 95.
  3. Burns 1994, p. 83.
  4. a b Smith 1870, p. 1136.
  5. Martindale 1980, p. 1290.
  6. Burns 1994, p. 102.
  7. Burns 1994, p. 103.
  8. Burns 1994, p. 105.
  9. Burns 1994, p. 155.
  10. Martindale 1980, p. 210.
  11. Burns 1994, p. 150.
  12. Bury 1958, p. 117-118.
  13. Bury 1958, p. 165.

Bibliografia editar

  • Burns, Thomas S. (1994). Barbarians Within the Gates of Rome: A Study of Roman Military Policy and the Barbarians, Ca. 375-425 A.D. (em inglês). Bloomington, Indiana: Indiana University Press. ISBN 0253312884 
  • Bury, John Bagnell (1958). History of the Later Roman Empire: From the Death of Theodosius I to the Death of Justinian, Volume 2. (em inglês). Mineola, Nova Iorque: Dover Publications, Inc. ISBN 0-486-20399-9 
  • Jackson, Robert B. (2002). At Empire's Edge: Exploring Rome's Egyptian Frontier (em inglês). New Haven, Connecticut: Yale University Press. ISBN 0-300-08856-6 
  • Martindale, J. R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1980). The prosopography of the later Roman Empire - Volume 2. A. D. 395 - 527. Cambrígia e Nova Iorque: Cambridge University Press 
  • Matthews, John Frederick (1975). Western Aristocracies and Imperial Court, A.D. 364-425 (em inglês). Oxford: Clarendon University Press 
  • Smith, William (1870). Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology. III. Boston: Little, Brown and Company