Nota: Este artigo é sobre a espécie Schistosoma mansoni. Para o gênero, veja Schistosoma.

O esquistossoma,[1] também chistossoma ou bilhárzia,[2] (Schistosoma mansoni ou Shistosoma americanum) é um platelminto da classe trematóide causador da esquistossomose, uma verminose bastante perigosa e comum em áreas com saneamento precário.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaEsquistossomo
Schistosoma mansoni
Schistosoma mansoni
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Platyhelminthes
Classe: Trematoda
Subclasse: Digenea
Ordem: Strigeiformes
Família: Schistosomatidae
Gênero: Schistosoma
Espécie: S. mansoni
Nome binomial
Schistosoma mansoni
Sambon, 1907

Sua descrição completa foi feita pelo médico brasileiro Pirajá da Silva, em 1908, com base em suas pesquisas sobre um paciente, em 1904.[3][4]

O esquistossomo pertence a um grupo de platelmintos denominados trematoda e tem sexos separados. A fêmea mede cerca de 1,5 cm de comprimento e o macho cerca de 1 cm. O macho possui um canal onde a fêmea se abriga na época da reprodução, o chamado canal ginecóforo.

Na fase parasitária, o esquistossomo vive geralmente nas veias que ligam o intestino ao fígado das pessoas. A presença desses vermes e de uma grande quantidade de ovos pode provocar um rompimento dessas veias. Além disso, ocorre um aumento no volume abdominal devido ao crescimento desproporcional do fígado e do baço, causado pelo vazamento de plasma através das veias rompidas. Por isso, a esquistossomose é também conhecida como barriga-d'água.

Entre outros sintomas, além do aumento do volume do abdome, podem ocorrer dores abdominais, cólicas, náuseas, inflamação do fígado e enfraquecimento do organismo.

Inicialmente o esquistossomo põe seus ovos nas veias do intestino do hospedeiro definitivo (homem). Esses ovos atravessam as paredes das veias e do intestino (veias mesentéricas) e são eliminados juntamente com as fezes. Os ovos que caem na água transformam-se em larvas, os miracídios. Estes penetram no corpo de um caramujo do gênero Biomphalaria e ali transformam em larvas com cauda, chamadas cercárias. Depois de formadas, as cercárias saem do caramujo e passam novamente para a água. As cercárias, então, podem penetrar a pele humana, atingindo a corrente sanguínea e, finalmente, as veias que ligam o intestino ao fígado, onde se desenvolvem e se transformam em vermes adultos, fechando o ciclo. São encontrados nas águas de rios, açudes, lagos, várzeas ou represas

Diagnóstico editar

Precauções editar

  • Nunca entrar em água onde existam caramujos hospedeiros do esquistossomo (rios, açudes, lagos, várzeas ou represas);
  • Construir instalações sanitárias adequadas, evitando assim que as fezes com os ovos sejam lançadas em ambiente livre, atinjam os rios e propaguem o verme;
  • Combater o caramujo hospedeiro (citados acima) Dessa maneira impede-se a formação de cercárias, interrompendo o ciclo vital do esquistossomo. Existem alguns outros caramujos que funcionam como reguladores naturais, que competem por comida e sobrevivência com os vetores de esquistossomose, como é o caso do caramujo melanoide, que suporta ph entre 4 e 13 e até produtos químicos, além de se reproduzir bastante.

Tratamento editar

O tratamento é feito com medicamentos que combatem este parasita. Existem cinco substâncias capazes de eliminar o S. mansoni, mas a droga de eleição é o Praziquantel.[5]

Alguns casos exigem internação hospitalar

Fármacos anti-helmínticos editar

Referências

  1. S.A, Priberam Informática. «esquistossoma». Dicionário Priberam. Consultado em 25 de abril de 2023 
  2. S.A, Priberam Informática. «bilhárzia». Dicionário Priberam. Consultado em 25 de abril de 2023 
  3. «Biografia» 
  4. «Vida e Obra de Pirajá da Silva. Centenário da Descoberta e Identificação do Schistosoma mansoni 1908-2008. Itazil Benício dos Santos. Ministério da Saúde. 2008» (PDF) 
  5. Dias LCD, Olivier CE. Stability of Schistosoma mansoni progeny to antischistosomal drugs. Revista Do Instituto De Medicina Tropical De Sao Paulo 1985; 27:186-9. Link

Bibliografia editar

  • Parasitologia Humana (Neves et al.) 11ª ed.