Estuário

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Na geografia, o estuário é um ambiente aquático de transição entre um rio e o mar, que sofre a influência das marés e apresenta fortes gradientes ambientais, desde águas doces próximos da sua cabeceira, águas salobras, e águas marinhas próximo da sua desembocadura.[1][2] As zonas entre marés são geralmente constituídas de vazas (lama) ou ostreiras e, outras zonas cobertas de sapais e pântanos, ótimas zonas para o desenvolvimento de espécies aquáticas.[3] Os estuários são áreas de extraordinária produtividade e diversidade biológica. As costas dos Estados Unidos contém aproximadamente 15 150 km² de águas estuarinas. A Baía de Chesapeake, a Baía de San Francisco e Estreito de Puget são todos estuários.

Do ponto de vista da ecologia e da oceanografia, um estuário é uma região semi-fechada do oceano influenciada pelas descargas de água doce de terra, quer seja um ou mais rios, ou apenas da drenagem do continente.

Muitas vezes, usa-se a palavra estuário em contraposição ao delta, onde o rio se mistura com o mar através de vários canais ou braços do delta. No entanto, um delta pode considerar-se também uma região estuarina. Por outro lado, um "mar interior" como o Mar Báltico pode apresentar em toda a sua extensão as características de um estuário.

Há várias formas de estuários, determinadas não só pela geomorfologia da costa, mas também pelas características do(s) rio(s) e das massas de água oceânicas que ali se encontram. Uma destas formas é o rio.

Um aspecto muito importante é que, devido aos nutrientes que as águas de terra transportam, um estuário é geralmente uma região com elevada produtividade biológica. No entanto, devido a ser uma região semi-fechada, sofre particularmente os efeitos da poluição e pode transformar-se num deserto biológico.

Exemplo de Estuário: Rio da Prata.

Classificação editar

Os estuários são classificados em quatro tipos, dependendo de suas origens:

  • Desembocaduras de rios afogadas: são comuns em todo mundo, particularmente ao longo da costa atlântica dos Estados Unidos. É importante lembrar que o nível do mar aumentou aproximadamente 125 metros desde o fim do último maior período glacial, há aproximadamente 18 000 anos, o que resultou na incursão da água do mar para as desembocaduras dos rios. São exemplos de estuários York, James e Susquehanna e Baía Chesapeake são exemplos desse tipo do estuário.
  • Fiordes: são íngremes, sofrem erosões glaciais e tem o canal em forma de U. Eles têm de 300 a 400 metros de profundidade, mas tipicamente terminam em orla ou soleira rasa formada por depósitos glaciais terminais. Em fiordes com soleiras rasas ocorre uma pequena mistura vertical abaixo da profundidade da soleira, e as águas de fundo podem ficar estagnadas. Em fiordes com soleiras mais profundas, as aguas de fundo misturam-se. Há fiordes na Noruega, Groenlândia, Nova Zelândia, Alasca e Canadá ocidental, mas não são comuns nos 48 estados mais baixos.
  • Estuários com barra: formam-se quando uma ilha ou um esporão de barreira são construídos paralelos à costa, acima do nível do mar. Como esses estuários são rasos e normalmente tem apenas uma pequena entrada que os conecta ao oceano, a ação da maré é limitada. As águas em estuários com barras são principalmente misturadas pelo vento. Albemarle e os Pamlico Sounds na Carolina do Norte e a Baía Chinconteage em Maryland são estuários com barra.
  • Tectônico: são reentrâncias costeiras formadas por imperfeição e subsidência locais. Tanto a água doce quanto a do mar fluem na depressão e formam um estuário. A Baía de San Francisco é, em parte, um estuário tectônico.

Características editar

Três fatores determinam as características dos estuários: a forma, o volume do fluxo fluvial, na cabeça do estuário e o alcance das marés na boca dele. A mistura de águas em densidades diferentes, a subida e a queda da mare, e as variações no fluxo do rio – além da ação do vento e gelo, e do efeito de Coriolis – garantem que o padrão de circulação de água em um estuário seja complexo.

De acordo com Tom Garrison os  estuários são caracterizados por seu padrões de circulação. Os padrões de circulação mais comuns são observados em estuários de cunha salina, que se formam onde o fluxo rápido de um grande rio penetra no oceano, em área onde o alcance da maré é baixa ou de um fluxo fluvial forte e volta em direção à terra como as subidas de maré ou quando o fluxo do rio diminui. Alguma água marinha da cunha une-se ao fluxo de água de água doce rumo ao mar no limite superior abruptamente inclinado da cunha, e nova água marinha proveniente do oceano podem penetrar no estuário. Os exemplos de estuários de cunha salina são as desembocaduras dos rios Mississippi e Hudson. Um padrão diferente ocorre onde o rio flui mais lentamente e o alcance do maré é de moderado e alto. Os estuários mais profundos são expostos as condições de maré semelhantes, mas com o grade fluxo fluvial tornasse estuário parcialmente misturado compartilhado algumas propriedades de cunha salina e de estuário bem misturado o influxo de água marinha abaixo de uma camada superficial de água doce flui para o mar e a mistura ocorre ao longo da ligação. Os estuários fiorde forma-se onde as geleiras escavam vales íngremes na forma de U com nível do mar baixo os estuários fiorde tem pequenas áreas superficiais, alta entrada fluvial e pouca mistura de maré. Estuários bem misturados contem misturas diferentes de água doce e salgada ao longo da maior parte da sua extensão.   

Ver também editar

Referências

  1. Pritchard, D. W. (1967). «What is an estuary: physical viewpoint». In: G. H. Lauf. Estuaries. Col: A.A.A.S. Publ. (em inglês). 83. Washington, DC: [s.n.] pp. 3–5 
  2. Estuários deltas e lagunas Acedido em 10 de Julho 2012
  3. Impacto ambiental Ponte Vasco da gama Acedido em 10 de Julho 2012

Bibliografia editar

  • GARRISON, Tom. Fundamentos de Oceanografia, Cengage Learning, 2010, ISBN 8522106770.