Evgeny Morozov
Evgeny Morozov (em russo: Евгений Морозов; em bielorrusso: Яўгені Марозаў; Soligorsk, 1984) é um pesquisador e escritor bielorrusso, estudioso das implicações políticas e sociais do progresso tecnológico e digital. É colaborador da revista The New Republic e escreve regularmente para The New York Times, The Economist, The Wall Street Journal, Financial Times, London Review of Books, Times Literary Supplement e outros veículos. Seus artigos são republicados por vários jornais internacionais como El Pais, Corriere della Sera, Frankfurter Allgemeine Zeitung e Folha de S. Paulo.[1]
Evgeny Morozov | |
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Nascimento | 1984 (40 anos) Salihorsk |
Cidadania | Bielorrússia |
Alma mater | |
Ocupação | escritor, jornalista, cientista de computação |
Distinções |
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Obras destacadas | To Save Everything, Click Here, The Net Delusion: The Dark Side of Internet Freedom |
Página oficial | |
https://evgenymorozov.net | |
Morozov é conhecido por sua posição cética em relação ao potencial democratizante, emancipatório ou antitotalitário da Internet. Contrapõe-se, portanto, ao otimismo triunfalista que caracterizou o ciberativismo até o início dos anos 2000.
Vida e carreira
editarMorozov nasceu em 1984, em Soligorsk, Bielorrússia.[2] Ele estudou na Universidade Americana na Bulgária e mais tarde viveu em Berlim antes de se mudar para os Estados Unidos. Morozov foi professor visitante na Universidade de Stanford,[3] bolsista na New America Foundation, e editor contribuinte e blogueiro da revista Foreign Policy, para a qual escreveu o blog Liquid Effect. Ele foi anteriormente um companheiro Yahoo! na Walsh School of Foreign Service, membro do Open Society Institute, diretor de novas mídias da ONG Transitions Online da Universidade de Georgetown, e colunista do jornal russo Akzia. Em 2009, ele foi escolhido como palestrante do TED, onde falou sobre como a Web influencia o engajamento cívico e estabilidade em regimes autoritários, sociedades fechadas ou em países "em transição".[4]
Pensamento
editarMorozov expressa ceticismo sobre a visão popular de que a Internet está ajudando a democratizar os regimes autoritários, argumentando que ela também poderia ser uma ferramenta poderosa para o exercício de vigilância em massa, repressão política, e disseminação de propaganda nacionalista e extremista. Ele também criticou o que ele chama de "Agenda de Liberdade na Internet" do governo dos EUA, achando-a ingênua e até mesmo contraproducente para o próprio objetivo de promover a democracia através da Web.[carece de fontes]
The Net Delusion: The Dark Side of Internet Freedom
editarEm janeiro de 2011, Morozov publicou seu primeiro livro, The Net Delusion: The Dark Side of Internet Freedom (ISBN 978-1586488741). Além de explorar o impacto da Internet sobre Estados autoritários, o livro investiga as origens intelectuais do crescente entusiasmo sobre o potencial libertador da Internet e associa-o ao triunfalismo que se seguiu ao fim da Guerra Fria.[5] Morozov também argumenta contra as ideias do que ele chama de ciberutopia (a incapacidade de ver o lado "escuro" da Internet, ou seja, os recursos para o controle da informação e manipulação de espaço de novas mídias) e internetcentrismo (a crescente propensão para ver toda mudança política e social através do prisma da Internet).[6]
To Save Everything, Click Here: The Folly of Technological Solutionism
editarEm março de 2013, Morozov publicou um segundo livro, To Save Everything, Click Here: The Folly of Technological Solutionism (ISBN 1610391381). Morozov critica o que ele chama de "solucionismo da tecnologia," a ideia de que, como Tim Wu afirmou, "um pouco de pó mágico pode resolver qualquer problema", mas Wu, cujo próprio trabalho é severamente criticado por Morozov,[7] rejeita o livro de Morozov como "repleto de tal intimidação e ataques injustos que parecem principalmente concebidos para construir uma marca especial de trollagem de Morozov ", e "uma oportunidade perdida" para discutir as questões.[8] Morozov acredita que a tecnologia deve ser debatida ao lado de debates sobre política, economia, história e cultura.[9]
Sobre os libertários da Internet, disse Morozov à revista The New Yorker: "Eles querem ser 'abertos', eles querem ser 'disruptivos', eles querem 'inovar'. A agenda aberta é, em muitos aspectos, o oposto de igualdade e justiça. Eles acham que qualquer coisa que ajuda você a ignorar as instituições é, por padrão, empoderadora ou libertadora. Você pode não ser capaz de pagar por assistência médica ou seu seguro, mas se você tiver um aplicativo no seu celular que alerta para o fato de que você precisa exercitar mais, ou que você não está comendo de forma saudável o suficiente, eles acham que estão resolvendo o problema.[carece de fontes]
The Syllabus
editarEm setembro de 2019, Morozov fundou o The Syllabus.[10]
Trabalhando com a ideia de que “O bom conteúdo já está aqui; ele apenas não é distribuído uniformemente”, o Syllabus monitora milhares de canais de vídeo, podcasts, revistas, jornais, periódicos acadêmicos e outros repositórios digitais.
Em seguida, machine learning agrega conteúdo com base em uma pontuação, que um algoritmo atribui automaticamente a cada item. Dessa forma, ele coleta, analisa e classifica informações relevantes.[11]
O Syllabus publica uma newsletter semanal e recomendações personalizadas para seus assinantes. Em seguida, torna as peças indexadas anteriormente disponíveis para assinantes em arquivo.[12]
Publicações selecionadas
editar- Morozov, Evgeny (2022). Freedom as a Service: The New Digital Feudalism and the Future of the City. New York: Farrar, Straus and Giroux. ISBN 978-0374280284
- Morozov, Evgeny (2013). To Save Everything, Click Here: the Folly of Technological Solutionism. New York: PublicAffairs. ISBN 978-1-61039-138-2
- Morozov, Evgeny (2013). «Only disconnect : two cheers for boredom». A Critic at Large. The New Yorker. 89 (34): 33–37
- Morozov, Evgeny (2011). The Net Delusion: the Dark Side of Internet Freedom. New York, USA: PublicAffairs. ISBN 978-1-58648-874-1
Em português
editar- Bria, Francesca; Morozov, Evgeny (2020). A cidade inteligente: Tecnologias urbanas e democracia. São Paulo: Ubu Editora. ISBN 978-85-7126-058-0
- Morozov, Evgeny (2018). Big Tech: a ascensão dos dados e a morte da política. São Paulo: Ubu Editora. ISBN 978-85-7126-005-4
Referências
- ↑ Cruz, Leonardo (28 de Novembro de 2011). «Morozov, o 'cibercético', estreia coluna na Folha.com». Folha de S. Paulo. Consultado em 14 de Novembro de 2014
- ↑ Pilkington, Ed (13 de janeiro de 2013). «Evgeny Morozov: How Democracy Slipped through the Net». The Guardian
- ↑ «Evgeny Morozov - FSI Stanford (Freeman Spogli Institute for International Studies at Stanford University)»
- ↑ «Evgene Morozov-Internet scientist». Ted Talks. Cópia arquivada em 18 de janeiro de 2021
- ↑ Kane, Pat (7 de janeiro de 2011). «Review of The Net Delusion: How Not To Liberate The World by Evgeny Morozov». The Independent
- ↑ Chatfield, Tom (8 de janeiro de 2011). «Review of The Net Delusion: How Not To Liberate The World, by Evgeny Morozov». The Observer
- ↑ Morozov. To Save Everything. [S.l.: s.n.] pp. 58–61
- ↑ Wu, Tim (12 de abril de 2013). «Book Review: To Save Everything, Click Here by Evgeny Morozov». The Washington Post
- ↑ «Michael Meyer, "Evgeny vs. the Internet".». cjr.com. Columbia University Graduate School of Journalism. 2 de janeiro de 2014. Consultado em 3 de janeiro de 2014
- ↑ Martijn, Maurits (26 de março de 2020). «The most important technology critic in the world was tired of knowledge based on clicks. So he built an antidote». The Correspondent (em inglês). Consultado em 12 de maio de 2022
- ↑ Nast, Condé (8 de outubro de 2020). «Evgeny Morozov ci ha raccontato come The Syllabus vuole cambiare l'informazione». Wired Italia (em italiano). Consultado em 12 de maio de 2022
- ↑ «The Syllabus». www.the-syllabus.com (em inglês). Consultado em 12 de maio de 2022
Ligações externas
editar- [evgenymorozov.com «Sítio oficial»] Verifique valor
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(ajuda) - Media relacionados com Evgeny Morozov no Wikimedia Commons
- Vega, Guillermo (19 de junho de 2021). «"Simpatizar com as empresas de tecnologia é uma forma perversa de síndrome de Estocolmo"». EL PAÍS. Cópia arquivada em 27 de junho de 2021