Ezana

10 º Rei de Axum segundo a Lista de reis de Axum de Munro-Hay

Ezana (gueês: ዒዛና ‘Ezana, invocalizodo ዐዘነ ‘zn) foi um governante do Reino de Axum, que reinou aproximadamente entre 333 e 350. [1] Em suas inscrições era proclamado "Rei de Sabá e Salhem, Himiar e Du-Raidã". A tradição afirma que "Ezana sucedeu seu pai Ela Amida (Usanas) ainda criança e sua mãe, Sofia foi sua regente. [2] Ezana também era conhecido pelo título de bisi alêne. [3]

Ezana
ዒዛና
-- '10º Rei de Axum'
Ezana
Moedas cunhadas no reinado de Ezana
Reinado 333 - 350
Antecessor(a) Usanas
Sucessor(a) Meadeis
Pai Usanas
Mãe Sofia
Estela de Ezana

Reinado

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Ezana foi o primeiro monarca do Reino de Axum a abraçar o cristianismo, [4] e o primeiro depois de Za Hacala (possivelmente Zoscales) ser mencionado pelos historiadores contemporâneos, uma situação que levou Munro-Hay a comentar que ele era "o mais famoso dos reis axumitas antes de Elesbão (Calebe). " [5] Seu tutor de infância, o cristão sírio Frumêncio, tornou-se chefe da Igreja etíope. Uma carta sobrevivente do imperador romano ariano Constâncio II é endereçada a Ezana e seu irmão Saizana e solicita que Frumêncio seja enviado a Alexandria para ser examinado por erros doutrinários e ser substituído por Teófilo, o Índio; Munro-Hay assume que "Ezana recusou ou ignorou este pedido". [6]

Ezana também lançou várias campanhas militares, que registrou em suas inscrições. Um par de inscrições em uma estela em gueês, encontrado em Meroé, é vista como evidência de uma campanha no século IV, que poderia ter ocorrido durante o reinado de Ezana, ou no reinado de seu pai e antecessor Usanas. Alguns estudiosos interpretam essas inscrições como prova de que os axumitas destruíram o reino de Cuxe, outros observam que a evidência arqueológica aponta para um declínio econômico e político em Meroé em torno de 300. [7] Além disso, alguns interpretam a estela como uma ajuda militar prestada por Axum a Meroé para reprimir a revolta e a rebelião dos Nuba. No entanto, não existem evidências conclusivas para qualquer uma destas hipóteses até o momento.

Em algumas das moedas axumitas cunhadas durante o reinado de Ezana aparece a legenda em grego TOYTOAPECHTHXWPA - "Que isto agrade as pessoas". Munro-Hay comenta que esta legenda é "uma peculiaridade bastante atraente da cunhagem axumita, que representa uma preocupação real e um sentimento de responsabilidade para com os desejos e o contentamento do povo". [8] Diversas moedas cunhadas com seu nome foram encontradas no final dos anos 90 em sítios arqueológicos na Índia, indicando contatos comerciais naquele país. [9] Uma característica notável das moedas é uma mudança do motivo pagão anterior com o disco solar e o crescente estilizados para o desenho com uma cruz cristã. Ezana também ficou conhecido por erguer várias estelas e obeliscos.

O nome Ezana não aparece nas listas de reis apesar de que foram feitas moedas com seu nome. Segundo a tradição, os imperadores Abrá (Abreha) e Asbá (Atzbeha), também chamados Aizana e Saizana, governaram a Etiópia quando o cristianismo foi introduzido. Pode ser que esses nomes tenham sido aplicados posteriormente a Ezana e seu irmão ou que esses fossem seus nomes batismais.[6] [10]

Junto com seu irmão, Saizana, Ezana é considerado santo pela Igreja Ortodoxa Etíope, sendo celebrado seu dia em 1º de outubro. [11]



Precedido por
Usanas
  -- 10º Rei de Axum [12]
333 - 350
Sucedido por
Meadeis


Ver também

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Referências

  1. britannica.com. «Ezana». Consultado em 27 de dezembro de 2017 
  2. Munro-Hay, Stuart C. (1991). Aksum:. An African Civilisation of Late Antiquity (em inglês). [S.l.]: Edinburgh University Press, p. 205. ISBN 9780748601066 
  3. Bausi, Alessandro (2017). Languages and Cultures of Eastern Christianity:. Ethiopian (em inglês). [S.l.]: Routledge, p. 156. ISBN 9781351923293 
  4. Munro-Hay, Stuart (2002). Ethiopia, the Unknown Land:. A Cultural and Historical Guide (em inglês). [S.l.]: I.B.Tauris, p. 41. ISBN 9781860647444 
  5. Munro-Hay, Aksum, p. 77
  6. a b A. K. Irvine e Sergew Hable-Selassie (5 de maio de 2017). «'ÉZANA,». Dictionary of African Christian Biography. Consultado em 13 de junho de 2019 
  7. Munro-Hay (1991). Aksum. [S.l.]: p.70 
  8. Munro-Hay (1991). Aksum. [S.l.]: p. 192 
  9. Henze, Paul B. (2000). Layers of Time:. A History of Ethiopia (em inglês). [S.l.]: Hurst & Company, p. 31, nota 18. ISBN 9781850653936 
  10. Selassie, Sergew Hable (1972). Ancient and Medieval Ethiopian History to 1270 (em inglês). [S.l.]: United Printers, p. 104 
  11. Holweck, Frederick George (1990). A Biographical Dictionary of the Saints:. With a General Introduction on Hagiology (em inglês). [S.l.]: Omnigraphics. ISBN 9781558888463 
  12. Phillipson, D. W. (1998). Ancient Ethiopia:. Aksum, Its Antecedents and Successors (em inglês). [S.l.]: British Museum Press, pp. 72-73. ISBN 9780714125398