Academia Paulista de História
A Academia Paulista de História (APH) é uma instituição fundada em São Paulo em 18 de dezembro de 1972 por iniciativa de integrantes do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.[1] Seus membros fundadores foram os historiadores Antônio Barreto do Amaral, Tito Livio Ferreira, Álvaro da Veiga Coimbra, Brasil Bandecchi, Célio Debes e Aureliano Leite. É composta por 40 membros efetivos e perpétuos, eleitos a partir de colegiado da instituição. Tem por objetivo o conhecimento e disseminação da História paulista, brasileira e mundial.
Tipo | Associação de cultura historiográfica. |
Fundação | 18 de setembro de 1972 (52 anos) |
Sede | São Paulo |
Línguas oficiais | Português |
Os patronos de cada Cadeira são historiadores de renome, ou intelectuais de outros campos do saber que versaram sobre a História do Brasil. Dentre os patronos encontram-se nomes como Francisco Adolfo de Varnhagen, Euclides da Cunha, José de Alcântara Machado, Alexandre de Gusmão e Francisco José de Oliveira Viana.
Histórico
editarCoube ao numismata e medalhista Álvaro da Veiga Coimbra a idealização do desenho da insígnia da Academia – composto pelos anverso e reverso da medalha acadêmica, igualmente de sua inventiva. São ainda concepções suas a cercadura que orna o diploma acadêmico e a capitular que abre os dizeres de seu texto.
O lema da Academia - inscrito na medalha do colar imposto em seus membros ao empossarem-se - moldou-se na asserção de Cícero:
História é a testemunha do tempo, a luz da verdade e a mestra da vida.
Segundo Célio Debes, um dos fundadores da Academia e autor de Esboço Histórico da Academia Paulista de História:
O discurso de abertura, proferido pelo Presidente Tito Lívio Ferreira, é uma peça referta de conceitos, em que o orador analisa a problemática da História, “ciência do concreto”.
A saudação ao dirigente da Academia coube a Brasil Bandecchi. Com a brevidade que costumava marcar seus pronunciamentos, enquadrou seus pares, na conformidade de suas especializações. Os memorialistas; os analistas de personalidades, através do exame de suas obras; os anchietanos e os nobreguenses, na exaltação dos seguidores de Santo Inácio; os historiadores de São Paulo; os bandeiristas; os dedicados à Epopéia Constitucionalista de 32; os numismatas; os arqueólogos; os dedicados ao magistério da História; os historiadores da Medicina e da Religião.
O ponto alto da reunião, impressionando pela riqueza de conceitos, pela fluidez da exposição e pelo profundo conhecimento da ciência da História, foi o improviso proferido por Miguel Reale, instado a falar. O Mestre, também membro da nova Confraria, acabara, literalmente, de chegar do Rio de Janeiro, onde presidira uma das afanosas reuniões da Comissão incumbida dos estudos de revisão do Código Civil – matéria que somente cerca de seis lustros passados, logrou a acolhida do Congresso Nacional!...
Daí em diante, a Academia passou a atuar. Sua direção inicial coube a uma Diretoria numerosa, constituída pelo presidente, dois vice-presidentes, um secretário-geral, dois secretários e dois tesoureiros! A reforma dos Estatutos e do Regimento Interno, vigorante a partir de 10 de dezembro de 1975, reduziu o corpo diretivo a cinco membros, cabendo aos ocupantes principais daqueles cargos sua efetivação na nova composição. Apenas uma exceção, no tocante ao primeiro secretário. Assim, a Diretoria ficou integrada por Tito Lívio Ferreira, presidente; Brasil Bandecchi, vice; Barreto do Amaral, secretário geral; Raul de Andrada e Silva, secretário; e Célio Debes, tesoureiro.
Desde 1976, a Academia, em cumprimento a seus estatutos e com o apoio da Biblioteca Municipal Mário de Andrade, promoveu durante vários anos cursos de História de São Paulo. Com a finalidade de divulgar entre os Acadêmicos as atividades associativas, foi criado, por iniciativa de Manuel Rodrigues Ferreira, o informativo mensal. Na presidência de Duílio Crispin Farina, foi lançado, por iniciativa sua, o primeiro número do Boletim, aos 9 de julho de 1989, data magna do Estado de São Paulo. Douglas Michalany, ao assumir a direção da Academia, deu sequência à publicação, inclusive modificando-lhe a apresentação gráfica. Hoje, na gestão do Presidente Luiz Gonzaga Bertelli, seu órgão oficial é a Revista da Academia Paulista de História - Revista do Historiador, publicada bimensalmente.
As Diretorias da Academia, com mandato de três anos,se sucederam nestes quase 40 anos, algumas reeleitas, presididas por Tito Lívio Ferreira (1973–75 e 1976–78; deixou a presidência em 1976); Arrobas Marins (1977–79, não completou o mandato, tendo falecido em 25 de maio de 77); Lycurgo de Castro Santos Filho (1977–79 e 1980–82); Paulo Pereira dos Reis (1983–85); Odilon Nogueira de Mattos (1986–88); Duílio Crispim Farina (1989–91 e 1992–94) e Douglas Michalany (1995–97, reeleito para o triênio 1998–2000, e , após a reforma dos Estatutos, reconduzido até 2003); Luiz Gonzaga Bertelli (2004–10). Ao cabo do mandato de Douglas Michalany, foi-lhe conferido o título de Presidente Emérito, pelos denodados esforço e eficiência, com que dirigiu a Academia.
Atividades Atuais
editarA Academia Paulista de História oferece ao longo do ano vários cursos sobre a História de São Paulo. Promove também o "Prêmio Literário José Celestino Bourroul", que se concede anualmente ao melhor livro publicado sobre a história de São Paulo. Além de suas reuniões ordinárias, realiza também encontros regulares com os membros da Academia Cristã de Letras, Academia Paulista de Educação e Academia Paulista de Medicina.
Membros titulares
editarVer também
editarReferências
- ↑ «Vida longa ao novo membro da Academia Paulista de História». Centro do Professorado Paulista. Consultado em 27 de agosto de 2020