Guillaume-Henri Dufour

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Guillaume Henri Dufour, conhecido por General Dufour, (Constança, 15 de setembro de 1787Genebra, 14 de julho de 1875 em Genebra) foi um militar suíço e co-fundador da Cruz Vermelha Internacional.

Guillaume Henri Dufour
Guillaume-Henri Dufour
General Dufour
Conhecido(a) por General Dufour
Nascimento 15 de setembro de 1787
Constança
Morte 14 de julho de 1875 (87 anos)
Genebra
Nacionalidade Suíça

Formação editar

Depois da escolaridade em Genebra, forma-se na Escola Politécnica de Paris (Promoção X1807), onde aprende as bases técnicas civis e militares, e continua os estudos na Escola Aplicada de Metz, na França, para estudar a arquitectura das fortificações. Entre 1811 à 1817, foi oficial nos serviços activos francês, que deixa para ocupar o posto de Engenheiro Cantonal de Genebra não só para os problemas militares como urbanísticos.[1]

Reconhecimentos editar

Antes disso, o Imperador Napoleão III, de quem fora professor na Escola central de oficiais de Thoune, desfila na sua frente em Paris e à frente das suas tropas, saudando-o com a espada, o que é uma suprema homenagem rendida pelo antigo aluno. O rei da Prússia, e outros príncipes manifestam-lhe a sua respeitosa admiração depois da sua primeira conferência internacional que se ocupava do socorro aos feridos e que viria a dar origem à Cruz Vermelha.[2]

O patriota editar

Em 1817, Dufour propõe uma bandeira federal suíça, de cor vermelha, em forma de quadrado dividido em 9 sectores, dos quais os 5 centrais formam uma cruz branca. É utilizada pela primeira vez em 1821 e adoptada pela Argóvia em 1833, foi também adoptada pelo exército federal em 1840 e é consagrada com pequenas alterações pela Constituição em 1848.[3]

O engenheiro editar

Como engenheiro e cientista foi muito activo com capacidades que englobam: a geometria, a projeção cartográfica, a estática aplicada às pontes, a mecânica aplicada, a geodesia, a hidráulica, a gnomónica, etc.

Responsável pelo urbanismo de Genebra desde 1818, está na origem de grandes obras, entre os quais se contam: os Quais de Genève, pontes e passarelas e a restruturação da Ilha das Barcas, e actual Ilha Rousseau (que marca o fim do Lago Leman e a continuação do Rio Ródano).

A construção do Hotel des Bergues é obra do arquitecto François-Ulrich Vaucher, de uma família de arquitectos bem conhecidos na praça, e o edifício de volume importante para Genebra de 1829, foi sujeito á aprovação do coronel Dufour, que virá a fazer parte do conselho de administração da Société des Bergues constituída por: François Duval, Pelegrino Rossi, Ador-Dassier, Naville-Saladin, Pernessin, o colonel Guillaume Henri Dufour e os banqueiros L. Pictet - na origem de Pictet & Cie - e Calandrini.[4]

Em 1852 foi um dos fundadores da Companhia de Caminhos de Ferro Lyon-Genebra, e foi-lhe encomendado a planificação da construção desse linha.[1]

O topógrafo editar

Toma a direcção das missões de topografia e funda em 1832 o "Bureau topographique fédéral" com o objectivo de elaborar um "Mapa das carta nacionais suíças", e cria a carta cartográfica da Suíça á escala 1:100 000 a partir da pedra de Niton.[5]

O espírito editar

Em 1847, nomeado General, comanda o exército suíço na guerra de Sonderbund contra os sete cantões separatistas católicos e, graças ao seu talento de estratéga, alcança a paz em 25 dias com um mínimo de perdas para ambos as partes. Durante essa guerra, ordena aos seus soldados que salvem os prisioneiros feridos e indefesos. A dieta nomeia-o sob a rubrica de "pacificador", e um novo Confederação Suíça foi fundada em 1848.

Em 1860, intervém, em vão junto a Napoleão III, no l'Affaire de Savoie[6] para evitar a anexação do Chablais e da Faucigny pela França.

A obra editar

Henri Dunant e Guillaume Henri Dufour conhecem-se há muito tempo mesmo se 40 anos de idade os separam, pois o General é amigo da famílias[7] e porque em 1859 ele entra no conselho de administração da "Société anonyme des Moulins de Mons-Djémila" de Henry Dunant.[1]

Na preparação da Cruz Vermelha, Dufour tem um papel muito importante e activo. A sua capacidade de negociador, já largamente demonstrada (ver o capítulo: "O espírito") permite-lhe gerir as conferências e os debates. Vindo de uma famílias modesta, tem a facilidade de compreender os mais desfavorecidos e a abrir-se aos outros, com a mesma neutralidade. Por todas estas razões não é uma surpresa que, em 1863, fazendo parte do Comité dos cinco, e logo um dos co-fundadores, ele tenha sido escolhido para ser o primeiro presidente da que viria a ser a Cruz Vermelha Internacional e se chamava na altura Comité international de secours aux blessés (Comité internacional de socorro aos feridos) o futuro Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR).[1] Os outros três membros do comité eram: Gustave Moynier, Louis Appia e Théodore Maunoir.

Referências

  1. a b c d «Dufour, Guillaume Henri - Dictionnaire historique de la Suisse en ligne» (em francês) 
  2. «Maison Dufour: 150 aniversário» (PDF) (em francês). Visitado:Fev. 2014 
  3. « A pas savants dans les rues de Genève », Le Temps, 30 mai 2009. - Une exposition commémorant le 450e anniversaire de l’Université de Genève
  4. «L'Hôtel des Bergues» (PDF) (em francês). Visitado: Fev. 2014 
  5. GE-Tourisme: Pedra do Niton (Fr)
  6. «Affaire de Savoie» (em francês) 
  7. Micheline Tripet, Guillaume Henri Dufour dans son temps 1787-1875, Genève

Ver também editar