H. D. Everett
H. D. Everett, nascida Henrietta Dorothy Everett (Gillingham, janeiro de 1851 – Weston-on-Trent, 16 de setembro de 1923) foi uma proeminente escritora britânica.
H. D. Everett Henrietta Dorothy Everett | |
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Pseudónimo(s) | Theo Douglas |
Nascimento | janeiro de 1851 Gillingham, Kent, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda |
Morte | 16 de setembro de 1923 (72 anos) Weston-on-Trent, Staffordshire, Reino Unido |
Nacionalidade | britânica |
Cônjuge | Isaac Edward Everett |
Ocupação | escritora e contista |
Gênero literário | ficção e horror |
Magnum opus | Iras: A Mystery (1896) |
Sua verdadeira identidade foi revelada em 1910, porém pouco se sabe sobre sua vida. Foi um dos grandes nomes da ficção de horror e sobrenatural da Era vitoriana.[1][2]
Biografia
editarHenrietta nasceu em 1851, em Gillingham, no condado de Kent.[2][3] Era filha de John Huskisson (1820-1889), 1º tenente da Marinha Real, e Julia Lovatt (1826-1884).[4] Nada se sabe sobre sua infância e adolescência ou os lugares onde morou. Analisando algumas de suas obras, acredita-se que tenha morado na Escócia em algum momento, pelas descrições de lugares e cidades.[2] Aos 18 anos, casou-se com o advogado Isaac Edward Everett.
Começou a escrever aos 44 anos livros e contos de horror, sobrenatural e proto-ficção científica, em 1896 e até 1920 publicou cerca de 22 livros sob o pseudônimo de Theo Doulas com 17 editoras diferentes. Pelo menos metade desses livros são sobrenaturais em essência ou temas de fantasia clássica. Iras: A Mystery (1896), por exemplo, é a história de um egiptólogo que desenfaixa uma múmia egípcia que contém Iras, do título, uma bela mulher que acaba voltando à vida. Os dois se apaixonam e se casam, mas com o tempo os vários amuletos mágicos no colar de Iras são removidos e ela volta a ser uma múmia. É tido também um exemplo de ficção científica vitoriana, por envolver métodos científicos de exploração de tumbas.[1][5]
Nemo (1900) é uma história sobre uma heroína que possuí e sem querer dá vida a um autômato. One or Two (1907) é um enredo onde uma mulher gorda acaba emagrecendo com a ajuda de espíritos. Malevola (1914) é um conto de vampiros com toques psíquicos, onde a personagem Madame Thérèse Despard é capaz de absorver a beleza e a energia vital de uma pessoa durante uma massagem.[6]
Usando o nome de H.D. Everett, publicou a coletânea The Death Mask, and Other Ghosts (1920), citada por H. P. Lovecraft em seu ensaio sobre literatura de horror de 1927, Supernatural Horror in Literature.[7][8] O escritor e pesquisador literário, M. R. James, também elogiou a coletânea em seu ensaio, Some remarks on Ghost Stories (1929), em que descreve a qualidade de alguns contos e como conseguem ser sombrios.[9]
Praticamente não há informações sobre sua vida, além do que foi revelado em breves biografias em seus livros e nos censos britânicos da época. De acordo com o censo de 1911, ela consta como viúva e vivendo com seus próprios ganhos, provavelmente tirados de seus escritos. A escrita era uma das poucas profissões acessíveis para mulheres na época e com a crescente demanda por literatura vinda da classe trabalhadora, foi uma saída viável, em especial às viúvas.[1][2]
Morte
editarHenrietta morreu em 16 de setembro de 1923, em Weston-on-Trent, aos 72 anos. Em seu testamento, deixou 4.853 libras para seu filho, Isaac Arthur Huskisson Everett, equivalente hoje a mais de 290 mil libras.[3]
Publicações selecionadas
editarRomances
editar- Iras: A Mystery, William Blackwood & Sons (Edimburgo), 1896
- Nemo, Smith, Elder & Co. (Londres), 1900
- A White Witch, Hurstand Blackett Limited (Londres), 1908
- Malevola, Heath, Cranton & Ousley Ltd (Londres), 1914
Coletâneas
editar- More Uncanny Stories, C. Arthur Pearson Limited (Londres), 1918
- The Death-Mask and Other Ghosts, Philip Allan & Co. 1920
Contos
editar- Three Mysteries (1904)
- A White Witch (1908)
- Cousin Hugh (1910)
- White Webs (1912)
- Hadow of Shaws (1913)
- The Grey Countess (1913)
- The Whispering Wall (1916)
- The Pipers of Mallory (1917)
- A Girl in White (1920)
- A Perplexing Case (1920)
- A Water Witch (1920)
- Anne's Little Ghost (1920)
- Beyond the Pale (1920)
- Fingers of a Hand (1920)
- Nevill Nugent's Legacy (1920)
- Over the Wires (1920)
- Parson Clench (1920)
- The Crimson Blind (1920)
- The Death Mask (1920)
- The Lonely Road (1920)
- The Next Heir (1920)
- The Wind of Dunowe (1920)
Referências
- ↑ a b c Joshi, S. T. (2016). The Cold Embrace: Weird Stories by Women. Mineola: Dover Publications, Inc. p. 268. ISBN 978-0486805054
- ↑ a b c d Room, Adrian (2010). Dictionary of Pseudonyms: 13,000 Assumed Names and Their Origins. Jefferson: McFarland & Company, Inc. p. 152. ISBN 978-0786443734
- ↑ a b Kirk, Tanya (2016). The Haunted Library. Londres: The British Library Publishing Division. p. 97. ISBN 978 0 7123 5604 6
- ↑ Ancestry.com (ed.). «Henrietta Dorothy Huskisson in the England & Wales». Civil Registration Marriage Index. Consultado em 19 de dezembro de 2019
- ↑ THOMAS DEAN CLARESON, ed. (1956). «The Emergence of American Science Fiction: 1880-1915». University of Pennsylvania. Consultado em 19 de dezembro de 2019
- ↑ Clute, John; Grant, John (1999). Encyclopedia of Fantasy. Nova York: Orbit. p. 34. ISBN 978-0312198695
- ↑ Bleiler, Everett (1983). The Guide to Supernatural Fiction. Kent: Kent State University Press. p. 71. ISBN 978-0873382885
- ↑ Clareson, Alice (1984). Science Fiction in America, 1870s-1930s: An Annotated Bibliography of Primary Sources. Nova York: Greenwood. p. 259. ISBN 978-0313231698
- ↑ James, M. R. (1929). Some remarks on Ghost Stories. Nova York: Tragara Press. p. 34. ISBN 978-0948189012