Hiperaldosteronismo primário

Hiperaldosteronismo primário (HAP), também chamado aldosteronismo primário ou síndrome de Conn,[nota 1] é um grupo de desordens caracterizada pelo excesso de produção do hormônio aldosterona pelas glândulas adrenais, resultando em baixos níveis de renina.[2] O sintoma mais comum é a hipertensão arterial refratária (HAR), que pode causar distúrbios visuais ou dores de cabeça.[3][nota 2] Ocasionalmente, pode ocorrer também fraqueza muscular, espasmos, sensações de formigamento ou micção excessiva.[3] As complicações incluem doenças cardiovasculares, como acidente vascular cerebral, infarto, insuficiência renal e ritmos cardíacos anormais.[5]

Síndrome de Conn
Hiperaldosteronismo primário
Adenoma adrenal
Especialidade endocrinologia
Classificação e recursos externos
CID-10 E26.0
CID-9 255.1
DiseasesDB 3073
MedlinePlus 000330
eMedicine med/432
MeSH D006929
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O hiperaldosteronismo primário pode ter uma série de causas, sendo as mais comuns a hiperplasia e o adenoma de glândula adrenal.[6] Causas mais raras podem incluir o cancer da glândula adrenal e uma doença hereditária chamada hiperaldosteronismo familiar.[7][8][9]

É duas vezes mais comum em mulheres e também é mais comum em negros e entre os 30 e 50 anos. Geralmente está associado a hipertensão essencial.[10]

Causas

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Existem duas possíveis causas[11]:

  • Adenoma (tumor benigno) na zona glomerulosa do córtex da adrenal (cerca de 60% dos casos);
  • Hiperplasia idiopática do córtex da adrenal (cerca de 40%);

Sinais e sintomas

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Os principais sintomas são[12]:

Pode ser imitado através de ingestão de glicirrizina e síndrome de Liddle.

Diagnóstico

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Medir aldosterona sozinha não é suficiente para diagnosticar a síndrome de Conn. Ambos, renina e aldosterona devem ser medidos, e a sua relação deve ser comparada para diagnóstico.

Normalmente, são suprimidos níveis de renina, conduzindo a uma baixa relação de renina-aldosterona (<0.0005). Este teste é feito por drogas de anti-hipertensivas e tem que ser parado em até 6 semanas. Se houver prova bioquímica de hiperaldosteronismo, uma tomografia pode confirmar a presença de um adenoma adrenal. [13]

Tratamento

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Remoção cirúrgica do adenoma adrenal (adrenalectomia) eventualmente controla o excesso de produção de hormônios. Enquanto isso, a pressão sanguínea pode ser controlada com espironolactona (um diurético que antagoniza as ações da aldosterona) ou outros anti-hipertensivos. [14]

Notas

  1. Segundo Pimenta et al (2007), "o conceito moderno de hiperaldosteronismo difere do aldosteronismo primário clássico. Não são mais necessários hipopotassemia e tumores adrenais para diagnosticar hiperaldosteronismo.".[1]
  2. Hipertensão Arterial Refratária é conceituada como a hipertensão resistente (considerando-se o uso do termo resistente com o mesmo significado de refratária) que evolui com valores pressóricos acima de 140/90 mmHg em pacientes utilizando regularmente doses plenas ou máximas de pelo menos três ou mais agentes de classes terapêuticas antihipertensivas distintas, incluindo-se entre eles diuréticos em doses igualmente adequadas.[1][4]

Referências

  1. a b Pimenta et al 2007, p. 683-692.
  2. Capeletti et al 2009, p. 65-68.
  3. a b «Primary hyperaldosteronism (Conn's syndrome or aldosterone-producing adrenal tumor)». Patient Education Site (em inglês). The American Association of Endocrine Surgeons. Consultado em 20 de Setembro de 2016 
  4. Carvalho 2005, p. 43.
  5. Stowasser et al 2010, p. 39–56.
  6. Kater 2002, p. 106-115.
  7. Freitas 2007, p. 195-200.
  8. Carvalho, Carvalho 2008, p. 63-78.
  9. «What is primary hyperaldosteronism?». Patient Education Site (em inglês). The American Association of Endocrine Surgeons. Consultado em 21 de Setembro de 2016 
  10. http://emedicine.medscape.com/article/127080-overview#a0156
  11. Tiu S, Choi C, Shek C, Ng Y, Chan F, Ng C, Kong A (2005). "The use of aldosterone-renin ratio as a diagnostic test for primary hyperaldosteronism and its test characteristics under different conditions of blood sampling". J Clin Endocrinol Metab 90 (1): 72-8. PMID 15483077.
  12. http://emedicine.medscape.com/article/127080-clinical
  13. «Cópia arquivada». Consultado em 1 de fevereiro de 2008. Arquivado do original em 13 de agosto de 2007 
  14. Jarrell, Bruce E.; Anthony Carabasi (2007). NMS Surgery. Lippincott Williams & Wilkins. ISBN 0781759013.

Bibliografia

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